terça-feira, 12 de junho de 2012











NÃO CAIAM NESSA...


Queridos leitores 


Pré-requisito para compreensão do texto abaixo: 

- ler a crônica de Fabrício Carpinejar, “Homem que broxa ao trair não foi infiel”, publicada em 22/05/12, no jornal Zero Hora (p.2)







Tem gente dando rasteira em cobra. E vão fazendo das tripas coração para justificar proceder de quem costuma pular a cerca. 

Pelo sim, pelo não, antes de dar o conselho, vou relatar o ocorrido. 

Pois Juvêncio tinha aquele olhar de sorro manso, cheio de segundas intenções. Quando dava no jeito, costumava paletear as gurias. Já não cozinhava na primeira fervura, mas ia em frente, tenteadito como quem dá boia pra louco. Ou para ser claro, costumava tentear o bico da gansa. 

Mas a coisa não andava fácil. 

E a comadre em casa. 

Era, ainda, uma bela mulher, um pouco mais nova que Juvêncio. Segundo o próprio, era um bom cobertor de orelha. Mas Juvêncio estava querendo variar. 

Mas a coisa não andava fácil. 

A bem da verdade, até em casa, Juvêncio já enfrentava uma maré baixa, vivia meio que sob mau tempo. Vez por outra, nem pro gasto se aprumava. Não andava dando mais no couro. 

Um belo dia, de tanto tentear, encontrou Maricota, mais cobiçada que fruta temporona, que lhe encheu os olhos de desejo. A tal dona também, ao que parece, retribuía com olhares fogosos. E a volúpia tomou conta daquele ser, já mais pra lá do que pra cá. Já andava chamando a escolhida de minha pomba rola. Mas o fato é que Juvêncio mermava a cada dia. 

E a comadre em casa. 

Quando achou que estava mais firme que palanque em banhado, e andava mais faceiro que pinto em quirela, partiu pra “os finalmente”. 

Pois foi aí que, de verdade, sentiu o cutuco. Acreditem, nem com banda de música foi possível bailar. A coisa não funcionou e Juvêncio, dizem, nem esquentou o banco, isto é, a cama. É claro que foi saindo de fininho, com o rabo no meio das pernas. 

E a comadre? Em casa, aguardando o ginete. 

E Juvêncio? Foi chegando, de mansito, no silêncio da noite. Parecia mais espantado que ladrão em cavalo roubado. 

É verdade que tenteou, na base da lábia, arrumar um bom cambicho. Porém, saiu do imbróglio mais sério que criança cagada e mais rápido que bote de cobra. E, ultimamente, anda com cara de cachorro que caiu da mudança. 

Mas, acreditem, não se entregou. 

A fidelidade nunca esteve em seus planos. E o que não estava também em seu caminho era a necessidade de procurar um “doutor” (este é o conselho) nessas coisas de homem. Porque o que aconteceu, a bem da verdade, foi que virou as “cangaias”. E, se assim continuar, trocado por merda será caro. 

Que inutilidade! 

Minhas caras namoradas, neste Dia Especial, não caiam nessa esparrela. 

O Juvêncio não foi fiel coisa nenhuma. 

O cuera foi mesmo incapaz. 

E estamos conversados. 










Agora, o amor ultrapassa essas limitações. 

Meus cumprimentos a tantos casais, de menos e mais idade, que, de mãos dadas, vão rompendo novos amanheceres, carregando a semente da união que os faz fortes e um pouco mais sábios a cada dia. 


Feliz Dia dos Namorados!


Falando de Amor - Tom Jobim

Minha Namorada –Miucha


Amor I Love You - Marisa Monte












domingo, 13 de maio de 2012












QUE PODER!

Um olhar brilhante e a confirmação do desejo acalentado. A expectativa e os cuidados que se seguem. As forças sacadas das entranhas e a lágrima que escorre, cheia de amor e já plena de afeto. Isso se chama poder. E que poder! 

Esse é o poder verdadeiro. Aquele que gera, alimenta, cuida, protege, cria, educa, brinca, orienta, acompanha, abriga e mantém. Aquele que não adormece, quando se faz necessário. Aquele que ama, tolera e é, por vezes, indulgente, quando assim avalia ser possível. 

Não se enganem porque também é um poder que cobra, que adverte, que pune, embora alicerçado no amor pela cria. 

Sim, porque, no início, éramos mais crias a correr pelas hordas nômades. A evolução do Homem, porém, estabeleceu à mulher um papel agregador e cuidador, como características predominantes. Somaram-se a essas a sensibilidade, a emoção, a intuição, a cooperação e a solidariedade. 

Saliente-se que esses valores pertencem a ambos os gêneros. Porém, coube a elas, por fatores históricos, serem aqueles seres que, por gênese e por circunstâncias, apresentaram esses elementos mais visíveis e atuantes. 

A partir do surgimento da propriedade e do Estado, esses princípios começam a perder relevância, dando lugar à necessidade de força física para garantir espaço. E a transformação vai-se impondo e os princípios que passam a reger as sociedades já são de caráter mais masculino. Os mais fortes lutando pelo espaço conquistado e abrindo possibilidade para as primeiras lutas entre os humanos: as guerras pelo poder de mando e de exploração dos mais fracos. 

Nesse sentido, a mulher foi perdendo espaço na sociedade como elemento atuante, agregador e de possível cooperação, visando a um fraterno convívio dos seus com os outros. 

Aqui, porém, não interessa a caminhada da mulher. O que nos move é a caminhada da mulher/mãe. 

Essa é a mesma desde os seus primórdios, pelo menos no que diz respeito ao amor, ao cuidado, ao aconchego junto a si, à proteção do ser oriundo das suas entranhas. 

A História recente, e a não tão recente, tem nos mostrado exemplos de mães obstinadas, que jamais se esquecem de seus filhos. Continuam elas a buscar o destino final daqueles filhos que se foram de maneira inexplicável. Aqueles que sumiram. Também jazem aos pés deles, quando nada mais há a fazer. Continuam alimentando-os, quando nada mais há a oferecer. Continuam doando-se, quando ainda há uma possibilidade de mantê-lo vivo. Ou quando, por fim, sucumbem juntos diante da estupidez de qualquer guerra, sob qualquer fundamento. 


Uma exortação às mães, para que se mantenham poderosas no ato de gerar e firmes nos seus princípios e valores, pois serão eles, somente eles, os únicos capazes de reconquistar para a Humanidade a capacidade de indignação e de uma consequente mudança de rumo. Princípios esses que, alicerçados no AMOR, poderão nos tirar do abismo em que estamos metidos.


Parabéns a todas as mães nesse Dia Especial. 






P.S.: 

Pena que, por vezes, esses princípios todos não são suficientes para estancar, nas crias, uma caudalosa cachoeira de malfeitos. E o poder, daí, passa a ser outro. 

Pobres mães!

Façamos, também, um esforço para esquecermos as mães que se afastaram do caminho virtuoso, deixando seus filhos ao abandono ou cometendo crimes bárbaros. 

Pobres mães!







Miséria na África


Crônica: "Um Amor Ilimitado" - Autor: Dr. José Camargo - Fonte: Zero Hora de 12 de maio de 2012















domingo, 29 de abril de 2012












UM OLHAR ATENTO, UMA REFLEXÃO E...
UM SONO PERDIDO.

O passo lento, vagaroso, cauteloso, silencioso, como quem está a estudar o terreno, revela a suavidade das passadas e o perfil matreiro daquele visitante. Não está ali por acaso. Ou estará? É o seu habitat? De certa forma, sim.

A muitos quilômetros dali, passadas de várias toneladas sucumbem na sua terra de origem, para diversão de quem ainda detém resquícios de colonizador. A imagem do troféu, ajoelhado junto à árvore, escancara a desproporção entre a caça e o caçador. Não apenas no tamanho de um e outro, mas na astúcia e na perícia de um deles. Resta apenas o silêncio. Cessaram os bramidos do elefante. Ele não está ali por acaso. Ali é sua morada desde sempre.

Já, em outra cena, em pleno gramado, o grito da sentinela dos pampas evoca a altivez do dono dessas paragens. Vez por outra, em pleno jogo de futebol, aparece ele, altaneiro, lembrando quem é o dono desses campos.


Que tristeza é conviver ainda com esse tipo de colonizador. Embora alardeando ser apoiador de causas ambientais, lá está, constantemente, dizimando diretamente os animais e, indiretamente, explorando as riquezas naturais da antiga colônia. E isso se refere a todos os colonizadores que pisaram no Continente Africano.

Pois a onça parda, por puro descuido, deu um passeio além dos seus limites. Porque aquele território, também, foi todo seu. Ao que se sabe ninguém se diverte, por aqui, abatendo onças pardas. E um passeio por aquelas cercanias deve servir apenas de inspiração aos senhores ministros, para que observem, no comportamento de inúmeros réus, o mesmo ar felino e sorrateiro. Seres de “costas quentes”, que vicejam na maracutaia, que “nem estão aí” e, por isso mesmo, devem ser julgados e condenados.

Agora, o nosso quero-quero, esse, sem sombra de dúvida, é um símbolo e, como tal, não se afasta nem de um campo de futebol. De vez em quando, grita, altaneiro, firmando território, protegendo suas crias e o seu chão, arauto que é da liberdade do próprio campo.

Quando se aventura, porém, fora do seu território nativo, pode dar-se muito mal. Facilmente torna-se um prato especial para um predador maior. Mas não é o que tem acontecido quando tais aves adentram o espaço aéreo, próximo ao nosso aeroporto.

Quem surge então? O homem que adestra falcões e gaviões. Tais predadores capturam os pássaros menores e os levam até o treinador. Esse, então, substituirá o pássaro apreendido por uma suculenta isca de codorna. Essas aves receberão, então, cuidados veterinários e anilhas para serem, posteriormente, levadas à Ilha do Avestruz, em Camaquã.

Caçar nossos quero-queros? Ninguém ouse.

Diversão faz-se de outra forma.

Essa atenção com os animais faz lembrar-me dos pinguins-de-magalhães que, em 2008, foram dar uma esticada até o Nordeste e por lá se perderam. A propósito, a crônica O RETORNO DOS DESGARRADOS, publicada em 06/10/2008, já mostrava o cuidado com os animais, o que é muito louvável e necessário ao equilíbrio do Planeta. Naquele episódio, depois de resgatados, foram trazidos à cidade de Rio Grande, mais precisamente ao Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM), de onde, após descanso, alimentação e demais cuidados, foram levados ao seu habitat. Lá, certamente, foram bem acolhidos pelos da sua espécie.

Que invejável tratamento tiveram aqueles pinguins!

Outro dia, almoçando em um pequeno restaurante do bairro, adentra, sem ninguém perceber, um cachorro de porte pequeno. Assustado que estava não conseguiu ser retirado do estabelecimento. Após muitas tentativas, uma funcionária pegou o animal no colo e o carregou para fora do restaurante. Já na calçada, uma jovem senhora, que passava pelo local, sabendo do ocorrido e da situação de stress porque passava o animal, que parecia ter-se perdido do dono e quase sido atropelado, tratou de levá-lo a uma clínica veterinária para que o mesmo fosse avaliado. Com certeza, deve a benfeitora ter pagado algum valor para deixar o animal lá, que recebeu, provavelmente, atendimento médico-veterinário.

Agora, ao ver um jovem, de aproximadamente treze anos, encolhido junto a um canto de uma esquina do meu bairro, sendo quase pisoteado pelos passantes, juro que perco o sono.

Comemoremos, por ora, a possibilidade de mantermos espaços, ainda nativos, para nossas espécies animais.

Com relação aos elefantes, parece que aquele lugar não lhes pertence mais.

Quanto a nós, deitemos um olhar mais humano sobre o irmão e busquemos, junto aos da nossa espécie, uma solução, um encaminhamento para tão grave situação.

Afinal, esse lugar ainda pertence a TODOS nós.

Ou será que não?




Onça parda no estacionamento do Superior Tribunal de Justiça




Fonte: Jornal Zero Hora do dia 18 de abril de 2012


Natureza, reflexão, pássaros, animais, vida!


Relação Homem-Natureza (Reflexão)