domingo, 8 de julho de 2012










ÁGORA!
              VOLTASTE?


Quanto tempo se passou... Séculos, na verdade, passaram-se. Mas ela está de volta. 


Parece menor em tamanho do que a original. Só parece... Aliás, como tudo hoje em dia. Na verdade, ela comporta milhões de pessoas num espaço restrito de um estúdio de televisão. É a nova Ágora: mais moderna, mais atrativa, mais glamorosa. E todos dela querem participar. Nem bem interessa o que se está a falar, muito menos a discutir, num sentido mais profundo, pois envolve uma certa reflexão, um negócio meio demorado para os dias atuais. 

Mas a Ágora atual está feliz. Nunca teve tanta gente envolvida dentro desse seu espaço virtual, com ela interagindo. É claro que está tentando se adaptar aos dias atuais. 

E o que dizer dos milhões que estão a participar desse evento. Estão também eles surpresos, perplexos, desnorteados com tantas perguntas, tantas indagações, tantos questionamentos, tantas dúvidas. Nunca viram tal coisa! 

Os mais antigos não se surpreendem tanto porque aprenderam as noções básicas do refletir, do questionar e do que se pretende com esse exercício. E aqui passa longe a ideia de subestimar a capacidade reflexiva desses milhões. É que isso, na verdade, deve começar já na escola, nas aulas de Filosofia. Sim, nas aulas de Filosofia. Ah! Isso não existe mais. 

Mas a Ágora voltou. Com ela, seus perplexos participantes e seu condutor. Esse, um verdadeiro acelerador de massas, isto é, das partículas que compõem as massas. Claro que não com tanta sabedoria quanto seus ancestrais. Mas com uma verve invejável. 

Então, como dizia o samba: 

“Mora na filosofia, pra que rimar amor e dor”. 

Ou, ainda, pelas palavras de José Abelardo Barbosa de Medeiros, vulgo Chacrinha, o “velho guerreiro”: 

“Quem não se comunica, se trumbica”. 

“Eu vim pra confundir, não pra explicar”. 

“Na TV nada se cria, tudo se copia”. 



Pois há que se observar, refletir e direcionar as perguntas e, se possível, as respostas, também. Na real, quem está interessado nas antigas práticas dos tais ditos valores morais, éticos ou outros que tais? 

Na verdade, está tudo mais para o Samba do Crioulo Doido. 

Ah! Lembra da lâmpada de Diógenes? Não lembra? Não precisa, porque, depois que a personagem do Zorra Total descobriu a lanterna, ela virou uma pessoa iluminada. Hoje, ela é outra pessoa. 

E o Diógenes? Com certeza, a dificuldade para encontrar o que procurava à época seria, hoje, muito maior do que naqueles antigos tempos. 

E a Ágora? Também é outra. Está mais para o aqui e o agora. O clique de um celular registra a Ágora em qualquer lugar. Aliás, ela é qualquer lugar. 

Agora, sabem o que é Ágora? Não? 

Acessem o Professor Google. Ele é, atualmente, o mestre dos mestres. Pra que outros mestres? Esse aí de cima é bem mais barato. Talvez não muito confiável, porém, seguramente, adorado por todos. Principalmente por quem o manipula. Acredita-se que aqueles que, antigamente, expunham suas idéias na Ágora, não se conformariam com esse verdadeiro circo de arrabalde. Estariam eles mais para o Cirque Du Soleil. Ou não? 

Sei lá... 

Quanto à atual Ágora, esperemos... 

Quanto ao título, segundo Antônio Houaiss, NA MORAL significa capacidade de se impor, de influenciar ou ter ascendência, hegemonia sobre outrem. E dá uma frase como exemplo: 

“Foi lá e conseguiu”. 

Esperemos também esse resultado. Tudo, é claro, dentro das melhores intenções. 

É o que se imagina.




Samba do Crioulo Doido
Composição de Sérgio Marcos Rangel Porto
Pseudônimo: Stanislaw Ponte Preta
Sucesso do Grupo Demônios da Garoa 







quarta-feira, 4 de julho de 2012









 
RS +25
OH, GAIA! HAVERÁ SAÍDA?

Já imaginaste deslizar pelas águas do Arroio Dilúvio, em plena Avenida Ipiranga? Barcos circulando desde a nascente do Arroio até o seu encontro com as águas do lago Guaíba? Não te agradaria este passeio turístico? Em plena tarde, com o famoso pôr do sol a te conduzir por mansas águas até desaguar em teu rosto os últimos raios do astro rei? Que tal essa imagem? Poética demais? Não. Plenamente possível, é a resposta. 
 
Seria tão difícil para nós, porto-alegrenses, levarmos essa ideia adiante? Como ela acrescentaria dividendos ao nosso bem-estar, ao nosso meio ambiente, à qualidade da nossa água, ao nosso potencial turístico. 

O que temos a fazer? Arregaçar as mangas e começar pela conscientização da população com relação à necessidade do destino correto do lixo, de uma preocupação com o uso correto da água. Paralelamente, exigirmos do Município de Porto Alegre uma ação mais combativa da que vem sendo apresentada, com relação ao tratamento do esgoto cloacal e à recuperação do nosso Guaíba. 

O nosso ambientalista, reconhecido internacionalmente, José Lutzenberger criou a Fundação Gaia há 25 anos. Antes mesmo dessa iniciativa, tivemos a criação da AGAPAN, em 27 de abril de 1971. A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural foi a primeira entidade ecológica da América Latina e uma das primeiras em nível mundial. Já são 41 anos de lutas pela preservação do meio ambiente, numa clara visão em defesa de uma nova forma de desenvolvimento. 
 
Aliás, o nome Gaia era usado pelos antigos gregos ao se referirem à nossa mãe Terra. 
 
Então, o que dizer de nossa Gaia? Ela que está ligada de forma indissociável a todos nós. Aliás, nós somos, na verdade, a própria Gaia. O que estamos fazendo com nós próprios? 
 
Seria muita burrice se nos colocássemos em dissonância com Gaia, tendo ao nosso alcance, pelo que já se sabe, toda uma tecnologia funcionando em termos planetários. Por que não nos tornarmos a massa cinzenta do cérebro de Gaia, conforme discorria Lutzenberger sobre o tema? 





Portanto, podemos começar pelos nossos mananciais de água, puros em suas nascentes, como a do nosso Arroio Dilúvio. Que suas águas, em seu trajeto até a foz, possam ir sendo preservadas do esgoto ali despejado, do lixo depositado em seu percurso. É urgente um saneamento básico mais abrangente, um tratamento efetivo da água que se bebe, coleta e reprocessamento do lixo diário e um olhar diuturno mais atento à conscientização dos problemas ambientais via educação. Não é possível pagar-se por uma água, que se têm restrições ao consumi-la, e gastar-se na compra de garrafões de água mineral oriunda de fontes que nem se sabe, também, se livres de resíduos prejudiciais à saúde. A comunidade científica já questiona o grau de potabilidade da água do Guaíba, considerando-se a relativa eficácia dos produtos utilizados para a sua descontaminação. 

Particularmente, acredito mais num movimento RS + 25, que acrescenta mais 25 anos à Fundação Gaia, na luta pelo desenvolvimento sustentável, do que na Rio + 20 com seus créditos de carbono tão aplaudidos. Há quem se posicione sobre esses tais créditos comparando-os com o ato de matar. 

Há quem diga que é como se permitíssemos o ato de matar, e que o homicida, depois, pagasse uma fiança para ficar imune a qualquer processo. Quanto mais monstruoso o crime, maior seria a conta a pagar em dinheiro. Então, quanto mais poluição for detectada, maior o valor a ser indenizado. Não esqueçamos, porém, que isso não serve à natureza, mas sim ao homem, que apenas se preocupa com o vil metal. Muitos danos ambientais levarão séculos para serem revertidos. 

Por outro lado, há já, inclusive, investigações, que tramitam na Polícia Federal, acerca de fraudes na venda de créditos ambientais da Mata Atlântica em São Paulo. O que evidencia que tais créditos estão alimentando o novíssimo, rico e especulativo mercado de créditos de carbono. 

Na verdade, o que se tem de buscar são fontes de energia mais limpas. Para isso, precisa-se de pesquisa, excelência nos quadros acadêmicos, verba direcionada para experiências e, é claro, uma educação ambiental desde as primeiras letras. Tudo isso somado a muita conscientização, prevalência de valores morais, ética e comprometimento de toda a sociedade com metas definidas, que se estenderão ao longo do tempo necessário, independentemente de cores partidárias. E o caminho a trilhar deverá ser mantido com foco, determinação e disciplina, ingredientes imprescindíveis para qualquer ação humana que se pretenda exitosa. 

Se soubermos aproveitar os próximos anos, poderemos implementar medidas ambientais, em termos de solo, água e ar, que comecem, efetivamente, a reverter o quadro devastador que se avizinha. 

Considerando entidades como a AGAPAN, inúmeras outras associações espalhadas pelos diversos municípios gaúchos, centros de estudos, institutos, com o apoio da Fundação Gaia e, ainda, da Assembleia Permanente das Entidades em Defesa do Meio Ambiente (APEDeMA/RS), é de se ter esperança numa mudança nos padrões de sustentabilidade no nosso Estado. 

Cobremos das autoridades estaduais um maior empenho e uma atitude mais resolutiva no enfrentamento da questão ambiental, principalmente na fiscalização das indústrias poluidoras. Deverão essas dispor de mecanismos despoluidores dos seus dejetos ou o reprocessamento dos resíduos jogados, hoje, livremente nas águas que compõem a Bacia Hidrográfica do Guaíba. 

Há que se investir mais no tratamento da água que se está a consumir em Porto Alegre. Para isso, acredita-se que haja pessoal técnico capaz de fazer uso de modernas tecnologias no manejo da água. Portanto, esse investimento é uma das prioridades de qualquer governo que se instale. 

Não percamos a esperança. 

Gaia, nossa Terra, nosso Planeta Água deve sobreviver. Talvez, não exatamente como nós a conhecemos hoje. 

O problema maior somos nós, pobres mortais! 

Trabalhemos para reverter o quadro e... rezemos. 

Sabe como é, uma ajudazinha do CÉREBRO, que está bem além de Gaia, sempre é bem-vinda. 
Aliás, para descontrair, corroborando o que foi dito acima sobre a água, vejamos o que imagina Martha Medeiros na última crônica, “Afogando-se num pires”, publicada no jornal Zero Hora de 01/07/12, e que vem confirmar a ideia, já incorporada, da necessidade de comprar-se água, dispensando, dessa maneira, aquela fornecida pelo DMAE. Atentem para o trecho extraído da referida crônica: 

“Se a última garrafa d’água da casa foi aberta, não custa passar num mercadinho e renovar o estoque pra não ser surpreendida por uma sede absurda no meio da noite.” 

Pode? 

Pode, sim. Urge que se tomem medidas drásticas contra essa possibilidade cada vez mais constante e preocupante.






Planeta Água – Guilherme Arantes 

Arroio Dilúvio  - como despoluir? Veja como a Coreia do Sul despoluiu seu arroio

Bacia Arroio Dilúvio – Um Futuro Possível - PUC/UFRGS

Arroio Dilúvio (Passado, Presente e Futuro) 



Lutzenberger – Forever Gaia – filme 



 
Notícias:

- Créditos de carbono: os oportunistas em ação 

- Créditos de carbono: negócios privados garantidos por terras da União




Jornal Zero Hora 10/09/2012


 

Parabéns ao Governo Municipal pelo enfrentamento de questão tão importante à saúde da comunidade porto-alegrense.
 
Jornal Zero Hora 10/11/2012



Intervenção Cultural ocorrida em 21 de março de 2014,sobre o Arroio Dilúvio – Projeto Ecopoética


 

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Comentário via e-mail:
Prezada Sra. Sonia,

muito obrigado pela sua mensagem. É muito bacana saber que nosso trabalho é bem acolhido e que se constitui de mais um elemento mobilizador em prol da construção de uma sociedade humana mais consciente de seu protagonismo na sustentabilidade planetária.

Apenas para esclarecimento, a Fundação e o Rincão Gaia são a mesma entidade. O Rincão é a sede da Fundação e está localizado próximo à Pantano Grande - RS.

Votos de continuado sucesso para a Sra e todos nós!

Lara Lutzenberger
Presidente
Fundação Gaia - Legado Lutzenberger

















terça-feira, 12 de junho de 2012











NÃO CAIAM NESSA...


Queridos leitores 


Pré-requisito para compreensão do texto abaixo: 

- ler a crônica de Fabrício Carpinejar, “Homem que broxa ao trair não foi infiel”, publicada em 22/05/12, no jornal Zero Hora (p.2)







Tem gente dando rasteira em cobra. E vão fazendo das tripas coração para justificar proceder de quem costuma pular a cerca. 

Pelo sim, pelo não, antes de dar o conselho, vou relatar o ocorrido. 

Pois Juvêncio tinha aquele olhar de sorro manso, cheio de segundas intenções. Quando dava no jeito, costumava paletear as gurias. Já não cozinhava na primeira fervura, mas ia em frente, tenteadito como quem dá boia pra louco. Ou para ser claro, costumava tentear o bico da gansa. 

Mas a coisa não andava fácil. 

E a comadre em casa. 

Era, ainda, uma bela mulher, um pouco mais nova que Juvêncio. Segundo o próprio, era um bom cobertor de orelha. Mas Juvêncio estava querendo variar. 

Mas a coisa não andava fácil. 

A bem da verdade, até em casa, Juvêncio já enfrentava uma maré baixa, vivia meio que sob mau tempo. Vez por outra, nem pro gasto se aprumava. Não andava dando mais no couro. 

Um belo dia, de tanto tentear, encontrou Maricota, mais cobiçada que fruta temporona, que lhe encheu os olhos de desejo. A tal dona também, ao que parece, retribuía com olhares fogosos. E a volúpia tomou conta daquele ser, já mais pra lá do que pra cá. Já andava chamando a escolhida de minha pomba rola. Mas o fato é que Juvêncio mermava a cada dia. 

E a comadre em casa. 

Quando achou que estava mais firme que palanque em banhado, e andava mais faceiro que pinto em quirela, partiu pra “os finalmente”. 

Pois foi aí que, de verdade, sentiu o cutuco. Acreditem, nem com banda de música foi possível bailar. A coisa não funcionou e Juvêncio, dizem, nem esquentou o banco, isto é, a cama. É claro que foi saindo de fininho, com o rabo no meio das pernas. 

E a comadre? Em casa, aguardando o ginete. 

E Juvêncio? Foi chegando, de mansito, no silêncio da noite. Parecia mais espantado que ladrão em cavalo roubado. 

É verdade que tenteou, na base da lábia, arrumar um bom cambicho. Porém, saiu do imbróglio mais sério que criança cagada e mais rápido que bote de cobra. E, ultimamente, anda com cara de cachorro que caiu da mudança. 

Mas, acreditem, não se entregou. 

A fidelidade nunca esteve em seus planos. E o que não estava também em seu caminho era a necessidade de procurar um “doutor” (este é o conselho) nessas coisas de homem. Porque o que aconteceu, a bem da verdade, foi que virou as “cangaias”. E, se assim continuar, trocado por merda será caro. 

Que inutilidade! 

Minhas caras namoradas, neste Dia Especial, não caiam nessa esparrela. 

O Juvêncio não foi fiel coisa nenhuma. 

O cuera foi mesmo incapaz. 

E estamos conversados. 










Agora, o amor ultrapassa essas limitações. 

Meus cumprimentos a tantos casais, de menos e mais idade, que, de mãos dadas, vão rompendo novos amanheceres, carregando a semente da união que os faz fortes e um pouco mais sábios a cada dia. 


Feliz Dia dos Namorados!


Falando de Amor - Tom Jobim

Minha Namorada –Miucha


Amor I Love You - Marisa Monte