quarta-feira, 22 de maio de 2019

CONTINUA SORRINDO!



Como fazê-lo diante de tantas dificuldades, de tantas cenas deploráveis, de tantos buracos, de tanta sujeira, de tanta insegurança?

E, agora, mais recentemente, da ameaça de instalação de um Polo Carboquímico, com a produção de gás natural sintético a partir do carvão, em mina localizada em Eldorado do Sul?

Aos habitantes dessa “Cidade Sorriso” não interessa que o Brasil detém a 14ª maior reserva de carvão do planeta, sendo que o Rio Grande do Sul é possuidor de 90% das reservas nacionais.

A tal mina chamada Guaíba, que tem 200 milhões de toneladas de carvão, fará parte do Complexo Petroquímico que a empresa Copelmi pretende instalar naquela região. A referida empresa terá aporte financeiro e operacional da norte-americana Air Products, em lugar da sul-coreana Posco, que deixou a parceria, e da chinesa Zhejiang Energy Group.

E a Fundação Estadual de Proteção Ambiental por onde andará? Apoiando tal iniciativa.

Com tantos outros sistemas de produção de energia limpa, meus olhos já vislumbram cenas esmaecidas na paisagem e uma atmosfera plena de partículas microscópicas, tão pequenas e, portanto, capazes de penetrar nas células humanas, oriundas da queima desse carvão.

Na China, o primeiro alerta vermelho ocorreu em 2015. O segundo alerta no norte da China, em 2016, região de maior concentração de indústrias no país.

O próprio Governo da China já admitiu que a poluição do ar causa até 500 mil mortes prematuras por ano no país.

Pois, em 2017, com 51 votos favoráveis e 1 contrário foi aprovado, no dia 24 do mês de outubro, pela Assembleia Legislativa do nosso Estado, o projeto de lei que cria a Política Estadual do Carvão Mineral e institui o Polo Carboquímico do Rio Grande do Sul.

A matéria sobre este assunto foi veiculada em dezembro de 2018, no conteúdo sobre Economia do nosso Jornal do Comércio, sob o título Rio Grande do Sul aposta em Projeto Carboquímico.


Como permanecer inerte a tudo isto?

Há, ainda, a esperança de que as autoridades que fiscalizam as leis, frente a denúncias de prejuízos e danos ao meio ambiente e à sociedade, manifestem-se, no momento oportuno, possibilitando, assim, uma reviravolta nesta insânia.



domingo, 5 de maio de 2019

SERIA UMA BOA IDEIA?



Como observadora habitual, ela, que acompanha aquele pássaro cantor em seu voo vespertino, imagina a beleza que seria se pudesse voar tal qual ele. Sem limites, a não serem os impostos pela arquitetura que o cerca. Com muitas árvores pelo caminho para descansar e flertar com o companheiro de jornada, sempre ao lado. Voar sempre em frente, em busca da satisfação de suas necessidades e do prazer pelo prazer de voar.

De voar sem ser dirigida. Diferentemente dos drones que estão se tornando tão comuns em nossa paisagem. Estes são a prova de que tivemos capacidade de idealizá-los, construí-los, adaptá-los. Dirigidos, por enquanto. Já há protótipos que, talvez, os tornem autodirigíveis.

Por enquanto, ainda sob o monitoramento de dois pilotos, foi inaugurado o primeiro voo experimental, que foi um sucesso, levando um rim humano para ser transplantado em uma paciente que aguardava cirurgia.

As escolas de Medicina e Engenharia da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, em um local conhecido como Centro Médico da Universidade de Maryland ou UMMC, sigla em inglês, participaram do desenvolvimento do primeiro drone a realizar uma viagem do Hospital de Saint Agnes, na cidade de Baltimore, carregando um rim para ser transplantado no referido Centro Médico. Uma viagem que durou 10 minutos e percorreu 4,2 km de distância. A mesma distância por terra levaria entre 15 a 20 minutos, caso não houvesse congestionamento.

O órgão chegou em perfeitas condições e o transplante foi bem-sucedido.

Ainda há a informação de que o drone possuía um paraquedas, caso houvesse um acidente.

Avanços que provam que os humanos podem realizar maravilhas, desenvolvendo suas ideias, seus conhecimentos, suas técnicas em prol de causas nobres como a manutenção da vida de outros seres humanos.

Agora, aquela observadora pergunta-se:

Se podemos criar um dirigível que sobe na vertical, ultrapassando todos os obstáculos que possam se antepor e segue em frente rumo ao objetivo traçado, por que razão também nós não podemos imitá-lo?

Levantar e seguir em frente sem que os obstáculos nos impeçam. Sobrepairar, como imagem poética, sobre os entraves, por alguns minutos, para, logo após, continuar voando em frente. Afinal, somos nós próprios os condutores deste corpo que vai em frente e cujas emoções, quando bem trabalhadas, só podem auxiliá-lo para que o objetivo final seja atingido.

Como aquela observadora gostaria que fôssemos como um drone!

Ele que levanta na vertical, voa, ultrapassa os obstáculos e aterrissa quando o objetivo foi alcançado.

É imperioso que nos demos conta destes movimentos, pois o arrastar-se termina entupindo algum bueiro desta vida. E o meio ambiente tem que ser preservado.

Agora, pensando bem...

Ser igual a este objeto não é nada promissor. Usá-lo da forma como foi usado, sim.

Um criador sempre tem que ser mais perfeito que a criatura.

Acho melhor mesmo aprendermos a cair, a levantar e a caminhar ao lado de nossos semelhantes: sempre dispostos a seguir juntos, visando ao bem-estar de todos que trilham esta estrada da vida.

Criadores de novos seres, com melhores condições de vida, é uma missão humana que só nos enobrece e nos torna superiores à máquina. É! Com certeza, não seria uma boa ideia.