segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011













FELICIDADES!


Parece uma coisa, mas não é. É outra coisa. É tão brilhante que causa inveja à redonda branquela. Dizem que essa anda tonta com tamanho esplendor, como diz a conhecida marcha-rancho do século passado.
Mas é na madrugada, quase ao alvorecer, que aquela outra mais se mostra. Não pisca. É serena no brilho. Dizem que é uma estrela: a estrela D’Alva. Na verdade, é o planeta Vênus.

Pois as poucas sondas, que lá pousaram, não resistiram a mais de uma hora de vida, devido às extremas condições. Sua atmosfera é 92 vezes mais densa que a da Terra e composta, principalmente, de gás carbônico, o que eleva a temperatura da superfície para 460°C, ou um pouco mais, tornando Vênus o planeta mais quente do Sistema Solar. É o que dizem os estudos baseados nas sondagens até agora realizadas.

Mas isso tudo não interessa muito a nós, leigos no assunto. Interessa é observá-la, é vê-la brilhante no céu. É sonhar com ela. É flertar com o desconhecido. É ter a curiosidade aguçada.


Lá, tão longe, como será?

Como um nenê, apoiado nos pezinhos, espia o que está do outro lado do muro, nós, adultos, vez por outra, nos deleitamos a observar o desconhecido, o insondável.

Aquilo, que está sob os edredons televisivos, vai saturando. Aliás, todo mundo conhece aquilo, todo mundo faz aquilo.

O bom mesmo é deitar olhos no desconhecido. Aquele desconhecido que permanece desconhecido por séculos afora. Não o desconhecido que se desnuda depois de algum tempo, ou mesmo de pouco tempo. Quem sabe, de apenas uma noite.

Não, o importante é o sonho de alcançá-lo, o sonho perseguido, a curiosidade acesa, o desafio lançado. Isso é o que importa verdadeiramente. 

Agora, sonhar por sonhar também não dá. É claro que todos precisam trabalhar para viver, ou não? Só viver a olhar as estrelas é demais. Buscar nelas inspiração para os sonhos adormecidos é outra coisa.

Conforme os versos finais de Luiz Marenco para a composição Estrela D’Alva, de Jayme Caetano Braun:

Às vezes sinto na alma
Que nunca mais eu me aprumo
Se um dia eu perder o rumo
Do clarão da Estrela D’Dalva.

Para não se perder o rumo, há que se tê-lo bem definido. Alguns o perseguem com perseverança, denodo e muita disciplina. Muitos não o têm ainda. Estão em busca. Outros terão que reinventá-lo, por absoluta impossibilidade de seguir em frente.


 Aos que ainda buscam encontrá-lo, não existe receita pronta.
Quem sabe deixando de lado uma análise mais apurada ou até um exercício de hermenêutica, tão comum no fazer anterior, esse observador da estância grande lá de cima busque em outras paragens o rumo melhor pra si. Tudo em prol da felicidade e do consequente exercício de atividades que permitam desenvolver ao máximo as suas potencialidades. 

Daí, talvez, valha a pena fincar pé num lugar apropriado, com um potente telescópio, e lá permanecer a observar o firmamento. Nesse mundo globalizado, logo aparecerão pelo laptop, peça indispensável, outros observadores com os quais seja possível trocar informações.

Aí sim, aquela curiosidade dará lugar ao estudo, ao conhecimento, à experiência e, talvez, à prática da docência. E isso, agora, muito interessará a todos os envolvidos.

Tenho para mim que a escolha foi acertada. A Física, considerando-se sua utilização dentro da Astronomia, é uma das disciplinas acadêmicas mais antigas. É um casamento perfeito.

Se tudo isso for feito com muito conhecimento, técnica, sabedoria e amor, com certeza, o rumo estará posto aí.

E, mais uma vez, os versos da melodia que ecoa, assim:

E aqui me paro a pensar
Do que há pouco ouvi dizer
Que é necessário aprender
Para depois ensinar.

Pois por mais rudimentar
Que seja o ensinamento
Cada frase é como um tento
Que precisa ser lonqueado
E depois bem desquinado
Pra trançar um sentimento.

E depois?
É só sair a ensinar. Um bom professor tem que ter aprendido a sonhar. Ele sabe que o sonho é algo atingível quando se busca transformá-lo em realidade.


 

 Com maior probabilidade, seus alunos vislumbrarão rumos mais definidos na vida. Eles agradecerão. E esse professor terá a recompensa de ver-se como aquela estrela, a Dalva, que serve de clarão aos que se nutrem da sua luz. A cada dia, ela se faz presente, iluminando sonhos, conquistas, desafios. Ela aponta o desabrochar, dia a dia, de um novo aluno que vai crescendo como indivíduo. Aos educadores cabe não só transformar a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formar pessoas.

Então, que ela sirva como clarão. Que seu mais novo representante, por aqui, se pareça com ela no brilho e que tenha a doçura e a firmeza de quem educa e orienta. E que, acima de tudo, permaneça um sonhador.
O compromisso está firmado. O rumo está posto.

Dessa vez, porém, terá que ser e parecer.
É um desafio e tanto ao futuro professor de Física.

FELICIDADES!






Leia a entrevista: