quarta-feira, 30 de junho de 2021

UMA SINGELA OBSERVAÇÃO


 

Perfilados ouvindo o hino pátrio. Lembranças de imagens e comportamentos que faziam parte de momentos importantes no decorrer de um ano. Coisas de tempos passados.

Desde a escola, passando pelo Desfile da Mocidade, os jovens eram partícipes de um civismo que reforçava as identidades pessoais daqueles que habitavam o torrão pátrio.

Hoje, ao que parece, cabe às competições esportivas o amor à Bandeira Nacional de cada país.

Nunca se viram tantas bandeiras nas mãos de tantas pessoas, nem tantos hinos cantados com emoção.

Ah! As camisetas com as cores das bandeiras nacionais são um apelo, também, para o civismo de torcedores e atletas.

Por que será que só o esporte desperta tal apelo cívico?

Talvez apenas a postura “de combate” é aquela que move a paixão pelo país. A luta para tornar-se vencedor é absorvida pelos torcedores que, nestes momentos, são levados a demonstrar civismo através do cobrir-se com a bandeira de seu país.

Poder-se-ia afirmar que apenas a demonstração visual de uma “luta”, para atingir uma conquista pelos pontos obtidos em desfavor do adversário, é o que desperta o amor pelo país?

E o conhecimento e a pesquisa, em diversas áreas científicas, daqueles “desconhecidos” que nem se sabe quem são?

Poderíamos afirmar, então, que somos seres agressivos por natureza. Ainda permanecemos em luta como no tempo das cavernas? Estaria apenas esta agressividade adormecida?

Se os esportes detêm esta capacidade de despertar, porém sem destruir fisicamente o adversário, então são bem-vindos.

Observando-se as competições esportivas, em todas as suas modalidades, chega-se à conclusão que o espírito cívico de amor à bandeira e à nação faz-se presente.

Apenas isso, porém, não é suficiente. Há regras a serem cumpridas em campo, expulsões por agressões, nitidamente provocadas, e outras tantas transgressões.

Todos, que assistem tais competições, aceitam estas regras.

E fora das quatro linhas?

Por que não as aceitar?

Há que voltarmos a uma educação que cultivava o amor à bandeira, ao hino nacional, à disciplina que formava adultos e futuros torcedores, bem como ao cultivo do espírito cívico em todos os momentos que se apresentem necessários.

Pois é! Não apenas nas competições esportivas.

A emoção do olhar voltado ao pavilhão nacional, o canto emocionado, em alto e bom som, do hino e a bandeira na qual se enrola o torcedor são imagens tocantes, pois revelam que os torcedores aguardam de suas equipes força, determinação, foco e disciplina nos certames que acontecem durante os Jogos da UEFA/EURO 2020.

A Eurocopa deixa-nos este legado.

As demais competições esportivas também são motivo para que as emoções despertem o civismo.

Isto já vale uma comemoração.

A pergunta que paira no ar é por que, fora das quatro linhas de um campo, de um tablado ou de uma quadra, este amor ao país não é também cultuado.

Pelo menos, sua manifestação é rara hoje em dia em solo pátrio.

Por aqui, espera-se que nossa brasilidade se faça presente com mais intensidade e frequência.

A bandeira, que a todos nós representa, é motivo de orgulho e respeito a qualquer hora e em qualquer lugar.

Nossas emoções dão vida a um civismo adormecido.

Por isto, estão valendo os Jogos que acontecem em nível nacional e internacional. 






segunda-feira, 14 de junho de 2021

NO BALANÇO...


Naquele pátio cercado por árvores frutíferas, algumas eram mais apreciadas pela garotinha. Ela esticava o pescocinho para enxergar as mais altas, as que tinham as copas mais fechadas, pois lá devia esconder-se, quem sabe, algum animalzinho.

Quanta imaginação fazia parte daquele universo infantil que usava seu balanço para tentar dali descobrir algo que aguardava há tanto tempo. Existiria algo escondido por lá?

Como nunca gostou de movimentos bruscos e fortes, o balanço era tocado lentamente. Isto dificultava atingir uma altura maior que, talvez, a auxiliasse nesta empreitada.

Nunca se cansou de procurar, mas, um dia, o tempo esgotou-se para este tipo de divertimento.

O tempo é implacável conosco. Ou fazemos uso dele no tempo certo, nas melhores condições pessoais e laborais ou o descarte será inevitável.

E qual será o tempo certo?

Depende de cada indivíduo, bem como do conjunto de indivíduos que integram uma entidade ou instituição.

Aquela menininha ultrapassou vários momentos no tempo que se seguiu, depois que aquele divertimento cessou.

Permaneceu, porém, a sensação daquele convívio diário que lhe propicia, até hoje, a vontade e a curiosidade de saber o que existe por detrás ou entre as várias Copas que se sucederam e que, ainda, sobrevivem. Claro, essas, de agora, são outras Copas.

Parece que o tempo delas não se extingue. Talvez, porque sejamos nós que as criemos, assim como aquelas árvores do pátio da infância. Somos apenas meros criadores, à imagem e semelhança, sem, porém, sermos eternos.

Aliás, deveríamos exercer esta semelhança, o que nem sempre ocorre. Haja vista, as distorções e os exageros que estão a fazer parte das Copas que acontecem no momento.

Quantos interesses, de toda a espécie, fazem parte desses eventos.

No balanço do tempo, no passar das horas, no acompanhamento de notícias, talvez, nossa compreensão permaneça distorcida.

Aquela menininha de outrora espera que, desta vez, não se esgote o tempo para que o balanço final permita que enxerguemos o real propósito de tantas Copas acontecendo num momento tão crucial para a humanidade.

Seus participantes devem estar felizes porque, afinal, tudo é meio obscuro nas estruturas envolvidas em cada uma das Copas.

É! A menininha de ontem não conseguia enxergar o que de dentro daquela copa, de sua árvore preferida, poderia surgir repentinamente.

Agora, igualmente, todos os resultados são incertos e geram expectativa.

Que ao final, nossa imaginação permita que continuemos sonhando, ainda usando o tempo a nós concedido para que venhamos a compreender a relevância, a importância das Copas e do permanecer conectado com as imagens repassadas pelas telas que nos acompanham diuturnamente.

Ah! Não nos esqueçamos, também, dos Jogos Olímpicos. Parece que todas essas competições em conjunto trazem, em seu bojo, a necessidade de nos anestesiar diante de uma tragédia anunciada, representada por esta pandemia, segundo afirmações expostas em sites que circulam pelas redes sociais.

As Copas, de agora, bem mais distantes, bem mais densas, bem mais desafiadoras a nossa compreensão do que a copa daquela árvore do pátio da menininha de outrora.

Ah! O balanço, hoje, é outro, também. Será positivo? Terá valido a pena? 
 
A menininha confessa que prefere, ainda, aquele da sua infância. Sem solavancos, bem tranquilo.