sábado, 26 de fevereiro de 2022

COMO UMA NUVEM...


Vista ao longe, parecia diferente de tudo o que antes aquele olhar assistira. Escura demais. Talvez, aquela nuvem fosse um sinal de que um temporal se aproximava.

Mas, não! Era bem mais do que uma nuvem.

Era a visão de uma explosão recém-ocorrida sobre uma área atingida por bombas arremessadas de aviões.

Para quem nunca presenciou tais cenas, fica difícil imaginar o impacto causado sobre aqueles que assistiram, mesmo de longe, aquela intensa fumaça preta.

Para os que lá vivem, foi um sinal de alerta.

Para aqueles, que estão longe de lá, resta a perplexidade de que, embora estejamos no ano de 2022, ainda disputamos “na força bélica” o ímpeto dominador de uns sobre outros.

Temos todos a mesma origem humana, bem como o mesmo fim.

Nossas crenças religiosas acompanham-nos durante todo o tempo que por aqui estamos.

Assistir cenas de destruição, como as que nos chegam, causa-nos profunda tristeza.

Onde buscar inspiração para continuarmos esperançosos?

Talvez, as cenas que nos passam despercebidas sejam um bálsamo e um sinal para que continuemos em busca delas: a alegria e a esperança.

As primeiras palavras pronunciadas por aquele ainda bebê, o olhar alegre daquele pequeno ao ver a mãe chegando à creche para buscá-lo, a notícia, dada entre sorrisos, do pequeno e recente jogador de futebol que foi escolhido para o time da escola.

São todos momentos inesquecíveis.

Muitos, daqueles que estão sob conflito neste momento, não terão mais oportunidade para desfrutar dessas lembranças, pois, talvez, nem mais estejam entre os seus.

Como podemos nos manter alheios a cenas tão devastadoras?

Quando aquela menininha desvia da formiguinha ao andar pela calçada ou recolhe a joaninha do chão, com todo o cuidado, para colocá-la no vaso, está protegendo aquele pequeno ser da destruição.

Hoje, aquela menininha de outrora não entende como aniquilar uma cidade pode ser uma ordem a cumprir.

Todos já possuem seus territórios delimitados e suas riquezas reconhecidas.

Por que não promover negócios ou trocas?

Um convívio harmônico é o que almejam os povos que vivem neste Planeta.

Infelizmente, alguns poucos manipulam os interesses econômicos, usando-se de muitos subalternos e corruptos para lograrem êxito em suas ações deletérias.

Torçamos para que aquela nuvem densa e destruidora resulte em pingos de chuva que, somados às lágrimas dos justos, ponha fim a mais este péssimo exemplo de convívio entre nós, habitantes deste Planeta.







 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

COMO UMA ONDA...


 
Que vai...

Que vem...

Que descortina, que obscurece.

Que alegra, que entristece.

Não! Não é um poema.

É um olhar que se detém desde o amanhecer até o anoitecer.

É um recôndito aviso de que estamos à mercê.

De quem? Do quê?

Ninguém sabe.

Respostas sobre “um desconhecido” são espalhadas pelo mundo afora.

Valerá a pena lê-las?

No cotidiano de Paulinha, com certeza, as ruas desertas são um alerta para quem se aventura a caminhar, mesmo conhecendo estas ruas do bairro.

Olhar para o alto, nem pensar. Pelas calçadas, por onde Paulinha passa, seu olhar acompanha, com cautela, todos os desníveis existentes. Caso contrário, cairá.

Olhar para trás? Por que não?

Afinal, nunca se sabe quem se aproxima de nós e com qual intuito.

A imaginação, porém, é pródiga em traçar cenários que se tornaram corriqueiros e perigosos.

O sentimento de fragilidade tornou-se algo perceptível e verdadeiro.

Como enfrentar um cotidiano tão incerto!

A incerteza de movimentos climáticos, do pulsar de uma Terra tão agredida, de seu solo e rios tão contaminados e de áreas cujas encostas são tão desprotegidas. Tudo isto traz uma insegurança constante aos que habitam este Planeta.

Será que tudo se resolve no apertar de um botão do tablet?

Pelo que se tem observado, ele, o tablet, nos passa a imagem da catástrofe já ocorrida.

E o antes?

A tecnologia tem que ser um auxílio a que evitemos os grandes desastres.

O céu, agora, está totalmente azul. Há pouco, esteve plúmbeo, ameaçando derramar sobre nós aquela chuva tão intensa quanto a cor azul com que somos, agora, brindados.

Paulinha quer poder sentar-se na praça, vizinha ao local onde mora, e passear seu olhar naquele céu tão inspirador. Poder ouvir o farfalhar das folhas que se espalham pelo local. Sentir o cheiro da pitangueira que existe ao fundo. Conversar com a sua vizinha, moradora de um edifício próximo ao seu.

Assim como uma onda, que vai e vem, possamos nós, também, acompanharmos com esperança cada novo instante que se aproxima.

Afinal, somos feitos de momentos desde a concepção, passando pelo nascimento, bem como até o desfecho final.

É nosso aprendizado nos mantermos atentos em todos os estágios que cumprimos neste Planeta.

Ah! Sempre defendendo o que nos aproxima uns dos outros.

E os atuais momentos são, sem dúvida, desafiadores, mas também inspiradores para que continuemos sonhando com um mundo melhor.

Para tanto, sigamos o sábio movimento das ondas: que vão e vêm no momento certo.











sábado, 12 de fevereiro de 2022

ACREDITANDO...


Será que os bons exemplos humanos se tornaram irrelevantes? Será que não mais existem?

E aqui fala-se não das relações entre os semelhantes, mas do acervo que cada ser humano traz, internamente, para uma postura de sobrevivência frente aos desafios do cotidiano.

Coragem, destemor, resiliência, sabedoria, perspicácia, afetividade, amor ao próximo e a si mesmo e tantos outros predicados que nós, humanos, dispomos em nosso interior, aparentemente não mais possuímos ou estão adormecidos. Portanto, precisamos cultivá-los, pelo olhar constante, visualizando figuras que expressam essas qualidades. Caso contrário, essas qualidades não despertarão, em nosso cotidiano, quando necessárias.

Esta é a mensagem que Paulinha tem percebido em várias tatuagens ostentadas por alguns indivíduos, ainda relativamente jovens, na faixa dos 30 anos.

A astúcia do tigre, a força do elefante e do tubarão, a longevidade da tartaruga e a visão abrangente da águia são figuras tatuadas nos braços de muitos indivíduos.

Ah! Tem ainda a figura do Oroborus que seria o símbolo da eternidade.

Dizer o quê?

Pensar o quê?

É como colocar nas mãos de outrem o seu sucesso. Seria uma forma de autossugestão o olhar diário para aquelas figuras.

A pergunta que se impõe é:

Como era antes da existência dessas tatuagens?

Paulinha responde.

As más escolhas levavam-nos à aquisição de experiência. A construção de um perfil psicológico para o enfrentamento diário dos desafios era o caminho para o sucesso. Se a mente tem desejos de êxito, ela própria é capaz de traçar os objetivos e criar imagens que a levem a obter sucesso nos sonhos que possui.

E aqui estamos a falar em sonhos, que se podem concretizar, graças ao esforço mental que podemos dispor, pois ele faz parte do nosso ser.

Não é necessário traçar, na pele, os atributos que todos nós já possuímos.

E se aquela jovem tatuar uma flor no seu braço?

Uma flor que representa a beleza.

Mas e o seu sorriso, seu olhar, seu tom de voz, a maneira suave e educada com que se dirige ao outro?

Isto, sim, é a beleza humana colocada na prática e cotidiana.

Que se observem os inúmeros exemplos de indivíduos encontrados ao longo dos dias!

O cotidiano é rico em situações e ações humanas que nos devem chamar a atenção.

Precisamos introjetar os bons exemplos e abastecermos nosso interior, para que sempre estejamos atentos àquilo que nos fortalece para os embates diários.

Desnecessário torna-se marcar na própria pele tatuagens que lembrem atributos como força, coragem, destemor ou, até mesmo, beleza.

Nós, humanos, temos tudo isso. Basta que nos conscientizemos de que somos detentores de qualidades, para que tais manifestações surjam quando acionadas pela nossa mente. Temos formas de reforçá-la através de exercícios direcionados para tal necessidade.

Ela, a nossa mente, com certeza, comanda nossas ações, pensamentos, desejos e sonhos.

Não precisamos da tatuagem de um elefante para que lembremos da nossa força física.

Portanto, ACREDITEMOS em nosso poder mental.

Ele é o maior presente que herdamos de nossos ancestrais que, por aqui, enfrentaram toda a sorte de desafios.

Ah! Qualquer coisa, peçamos a intervenção DELE para que ilumine os caminhos da nossa mente.



Obs.:

Ah! E a tatuagem do nome da amada? É melhor, não! Nunca se sabe o dia de amanhã.

E o nome dos filhos? Pra quê? E se surgirem outros ao longo da caminhada?

É tudo muito arriscado!