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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

EM FRENTE, CAMINHANTES!

 


Mesmo que, hoje, torne-se difícil caminhar com segurança por nossas ruas, aplaudamos quem o faz com aparente destemor.

O cotidiano atual é visivelmente diferenciado do que estávamos habituados a encarar.

Aquela chuva inesperada, aquele friozinho que surgiu de repente, aquele bom-dia rejeitado, aquele olhar desafiador, aquela aproximação preocupante de alguém que “parece” ter intenções nefastas, aquele sorriso forçado...

Um caminhante atual enfrenta alguma dessas situações com certa regularidade.

E isto afasta os caminhantes?

Alguns, sim.

Outros, porém, encaram estas situações como ocorrências do cotidiano que não os deixam receosos daquela caminhada diária, tão benéfica ao físico, bem como ao espírito.

Aliás, se este caminhante não fixar o olhar por onde pisa, cairá com certeza na primeira quadra de alguma calçada. Muitas de nossas calçadas estão necessitando de reparos.

Mesmo assim, os caminhantes contumazes não deixam de percorrer distâncias consideráveis, dentro de seus bairros, pois o benefício é visível por eles próprios e por amigos e familiares.

Infelizmente, o maior temor é a insegurança que reina, atualmente, em nossas caminhadas principalmente aos domingos e feriados.

Embora não carregando celular, nem documentos, a possibilidade de assalto permanece.

E o que é o pior?

Temos a resposta no número de sequestros que estão ocorrendo no Estado de São Paulo e no Rio de Janeiro.

Embora a solução para este problema saiba-se qual seria, deixemos que o leitor busque uma solução após uma reflexão sobre este assunto.

Portanto, permanece a nossa admiração e incentivo aos caminhantes que não se atemorizam frente às possíveis situações de insegurança e suas consequências.

Sigam em frente!

Aguardemos melhores dias!

 

 


 

 

 

domingo, 13 de março de 2022

AGUARDEMOS MUDANÇAS


A dúvida persiste sobre tudo e sobre todos.


A incerteza preenche os dias. E a desunião é o que mais salta aos olhos.

Para amenizar tivemos a 13ª Edição dos Jogos Paraolímpicos de Inverno.

A bela Cerimônia de Encerramento ocorreu hoje, em Beijing, na China.

Foram 9 dias de Jogos Paraolímpicos. Um congraçamento de vários povos ali representados por seus atletas. Quarenta e seis países e seus comitês participaram desses Jogos.

O show pirotécnico de despedida lembrou as ondas do tempo e as chamas que se altearam em corações para emoção de todos que assistiram.

Ficou a emoção e o reconhecimento aos inúmeros voluntários que colaboraram nesse evento.

Comprovou-se que, durante os Jogos, as diferenças não foram fatos de separação, mas de união.

Os próximos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos acontecerão na Itália, no inverno de 2026, nas cidades de Milano e Cortina D’Ampezzo.

O que esperar até os próximos Jogos?

Momentos difíceis, incertos e diante dos quais nossa força mental, em acreditar no amanhã, terá que ser refeita a cada amanhecer.

Sem discorrer, aqui, sobre o flagelo que acomete o Planeta nesses dois últimos anos, informações de especialistas na área são díspares.

Como acreditar?

Como percorrer os caminhos mais confiáveis?

Os habitantes deste Planeta sofrem com a manipulação de informações.

Alguém se encontra plenamente seguro sobre o que o cerca?

Pelo avanço da tecnologia tornamo-nos mais próximos uns dos outros. Isso, porém, não traz a segurança de que aquilo que nos chega seja verdadeiro.

Nossos mecanismos de defesa estão sempre em alerta. Isso compromete nossa paz interior.

Já, em nosso pequeno universo, caminhar, despreocupadamente, pelo parque é algo impensável. Até mesmo, em plena rua do bairro, já está inseguro.


Sair a passo...

Será que posso?

Meus olhos acompanham os passos

De quem, por todos os lados, pode interromper meu passo.

Isto é justo?

Ter que acelerar meus passos

Para escapar de um possível

Mãos ao alto?


Pode parecer exagero, mas não é.

Estamos enclausurados.

Quero acreditar, porém, que isso vai mudar.

Talvez, não estejamos muito longe desta mudança.

Sempre, é claro, com a ajuda DELE que, conforme diz parte da letra do samba CLAREOU que segue:



DEUS é maior!

Maior é DEUS e quem está com ELE

Nunca está só. 
 
O que seria do mundo sem ELE?
 
 
 
 
 
Coral Livre: Clareou (Serginho Meriti e Rodrigo Leitte)
 
 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

COMO UMA ONDA...


 
Que vai...

Que vem...

Que descortina, que obscurece.

Que alegra, que entristece.

Não! Não é um poema.

É um olhar que se detém desde o amanhecer até o anoitecer.

É um recôndito aviso de que estamos à mercê.

De quem? Do quê?

Ninguém sabe.

Respostas sobre “um desconhecido” são espalhadas pelo mundo afora.

Valerá a pena lê-las?

No cotidiano de Paulinha, com certeza, as ruas desertas são um alerta para quem se aventura a caminhar, mesmo conhecendo estas ruas do bairro.

Olhar para o alto, nem pensar. Pelas calçadas, por onde Paulinha passa, seu olhar acompanha, com cautela, todos os desníveis existentes. Caso contrário, cairá.

Olhar para trás? Por que não?

Afinal, nunca se sabe quem se aproxima de nós e com qual intuito.

A imaginação, porém, é pródiga em traçar cenários que se tornaram corriqueiros e perigosos.

O sentimento de fragilidade tornou-se algo perceptível e verdadeiro.

Como enfrentar um cotidiano tão incerto!

A incerteza de movimentos climáticos, do pulsar de uma Terra tão agredida, de seu solo e rios tão contaminados e de áreas cujas encostas são tão desprotegidas. Tudo isto traz uma insegurança constante aos que habitam este Planeta.

Será que tudo se resolve no apertar de um botão do tablet?

Pelo que se tem observado, ele, o tablet, nos passa a imagem da catástrofe já ocorrida.

E o antes?

A tecnologia tem que ser um auxílio a que evitemos os grandes desastres.

O céu, agora, está totalmente azul. Há pouco, esteve plúmbeo, ameaçando derramar sobre nós aquela chuva tão intensa quanto a cor azul com que somos, agora, brindados.

Paulinha quer poder sentar-se na praça, vizinha ao local onde mora, e passear seu olhar naquele céu tão inspirador. Poder ouvir o farfalhar das folhas que se espalham pelo local. Sentir o cheiro da pitangueira que existe ao fundo. Conversar com a sua vizinha, moradora de um edifício próximo ao seu.

Assim como uma onda, que vai e vem, possamos nós, também, acompanharmos com esperança cada novo instante que se aproxima.

Afinal, somos feitos de momentos desde a concepção, passando pelo nascimento, bem como até o desfecho final.

É nosso aprendizado nos mantermos atentos em todos os estágios que cumprimos neste Planeta.

Ah! Sempre defendendo o que nos aproxima uns dos outros.

E os atuais momentos são, sem dúvida, desafiadores, mas também inspiradores para que continuemos sonhando com um mundo melhor.

Para tanto, sigamos o sábio movimento das ondas: que vão e vêm no momento certo.











segunda-feira, 6 de julho de 2015

DESDE SEMPRE... NADA SERÁ COMO ANTES



Pezinhos aproximam-se, ligeirinho, do portão da rua e descem pelo caminho que leva ao pequeno armazém da esquina que vendia docinhos. Na bandeja, ao final do dia, restavam alguns farelos adocicados. Nada mais.

Tudo tão tranquilo, tão livre, tão natural.

Uma criança de tão pouca idade, nos seus cinco anos de vida, saía pelo portão para comprar docinhos.

Hoje, é absolutamente proibido tal comportamento pelo perigo real que ronda todos e tudo: não mais só as crianças.

Apenas a saudade será sempre igual.
A saudade daquilo que existiu, daquilo que foi.

Ir à escola pelos campos afora, sozinha, caminhando sem preocupação, cabelos ao vento e a pasta com os cadernos. Sem celular, porque não existia.

Hoje, impossível tal aventura diária.

Apenas a saudade será sempre igual.
A saudade daquilo que existiu, daquilo que foi.

Caminhar por ruas centrais daquela Cidade, ainda toda Sorriso, era um prazer. A jovem adulta, toda feliz, com um rubi pendurado ao pescoço, presente da avó, caminhava despreocupada com aqueles que, porventura, lhe observassem. Fossem conhecidos ou não, estivessem caminhando ao lado ou nas proximidades, isto era indiferente.

Hoje, impossível tal atitude.

Apenas a saudade será sempre igual.
A saudade daquilo que era, que tinha sido, que fora.

Deslocar-se a pé, em plena meia-noite, saindo de um show no Gigantinho e indo para casa, acompanhada pela mãe já idosa, seria isto possível?

Sim, elas e outras tantas pessoas, moradoras do bairro, percorriam ruas em plena madrugada, despreocupadamente. Todas ainda sob o impacto do belo espetáculo assistido, com os olhos ainda impregnados daquelas imagens que nos fazem vibrar por dentro, que nos enlevam. E tudo isto pela rua, rumo ao lar.

Lares cujas cercas ou muros não existiam. Onde a grama encostava na porta da frente e se estendia até o meio-fio da calçada. Sem grades, sem cercas, sem medo. Algo desconhecido hoje.

Apenas a saudade será sempre igual.
A saudade daquilo que tinha sido, daquilo que fora.

Ah! Como seria na Idade Média?

Por aqui, não sabemos.

Ainda não existíamos.

Um pouco depois, porém, já se enfrentaria a realidade do dia a dia. Pulando-se os primeiros trezentos anos, por volta de 1800, a título de passeio pela memória, com certeza existiram dificuldades. Quem sabe, incompreensíveis para a época. E a saudade dos séculos anteriores se estabelecia como consequência.

Apenas a saudade será sempre igual.
A saudade daquilo que tinha sido, daquilo que existira.

O tempo traz mudanças, mas todas, em certa medida, fizeram-se presentes em todas as épocas. O homem poderia, portanto, ir somando experiências e melhorando o seu interior no sentido de uma maior empatia com o seu semelhante. Salvaria com isto o outro que é a sua própria semelhança. Todos ganhariam. A Humanidade ganharia. A Cidade Sorriso ganharia.

E a saudade, talvez, nem tivesse assento, pois, a cada dia, seríamos melhores, mais humanos, mais civilizados.

Não sendo esta a realidade, permanece a saudade daquilo que antes era bem melhor.

E como nós humanos somos imperfeitos, a perfeição, talvez, nunca se alcance. E para sempre haja “aquela saudade” dos tempos antigos, em que parecíamos melhores do que somos hoje.

Na verdade, parece utópico perseguir-se tal caminho: o da perfeição.

Mas o que nos faz caminhar é justamente a busca pela utopia. Eduardo Galeano, escritor uruguaio recentemente falecido, estava certo. Ela serve para isso: para que não deixemos de caminhar.



E o título se comprova.

Desde sempre, nada será como antes. E os sonhos, por mais distantes que pareçam estar, servirão para que caminhemos em busca deles.

E a saudade daqueles tempos mais antigos, daqueles melhores tempos nunca cessará. Todas as mudanças geram desconforto e uma ponta de nostalgia dos tempos passados. Ainda mais quando elas dizem respeito à própria evolução do ser humano.

Portanto, enfrentemos os novos tempos, pois eles são, em essência, os mesmos velhos tempos, travestidos, porém, de modernos. E, por isso, novos para os olhares desse novo/velho homem.

Basta nascer, abrir os olhos e já preparar-se para sentir saudade do conforto que era aquele cálido berço em que se encontrava deitado o pequeno ser, até então.

Temos um esplêndido passado pela frente?
Para os navegantes com desejo de vento, a memória é um ponto de partida.                
                                                                     (Palavras Andantes – Eduardo Galeano)

E, em cada novo tempo, a saudade estará presente, mas a esperança, que com ela faz par, será sempre um caminho que se deixa de herança, conforme versos da música Novo Tempo, parceria de Ivan Lins e Vitor Martins.

Agora, vale a leitura de dois epigramas que seguem, criações de Mario Quintana, publicadas em seu Caderno H, que mencionam, de forma jocosa, o tempo e a percepção do homem sobre a relação sua com ele.








Novo Tempo – Ivan Lins