segunda-feira, 31 de julho de 2023

UMA PAIXÃO QUE PERMANECE


O olhar busca encontrar um céu sem nuvens. Elas, porém, estão lá. São muitas a encobrir um tão desejado céu azul.

Com certeza, isso não será empecilho para que os estádios não sejam tomados por milhares de torcedores.

As crises, as insatisfações, os desajustes não são motivos para abandonar o ímpeto de lá comparecerem.

Todas as emoções represadas aguardam estes momentos de competição, de desafios frente aos adversários, para se realimentarem e, embora por vezes perdedores, voltarem aos lares mais descontraídos. O convívio com os amigos e familiares torna-se menos tenso, pois todos encontraram naqueles momentos uma sensação de pertencimento ao grupo e de alegria pela convivência buscando o mesmo fim. Vencer é o objetivo. Mesmo não vencendo, permanece o sentimento de união que os mantém juntos por algumas horas.

Os aspectos positivos desses encontros são visíveis.

Agora, atualmente, em função do alto grau de agressividade que tem surgido entre os indivíduos, os confrontos entre torcedores rivais, dentro e fora dos estádios, têm se tornado corriqueiros.

Não há mais certeza de que um torcedor possa não sair ferido depois de uma partida de futebol.

Que tempos difíceis e incertos!

A paixão do brasileiro pelo futebol está enfrentando momentos desafiadores. Pelo menos, em território nacional.

Tudo isso, porém, não impede que os milhares de torcedores deixem de comparecerem aos estádios. Com sol ou com chuva, com gramados bem cuidados ou não, o cântico que impulsiona os jogadores está lá presente.

Há que se ressaltar que nunca se tocou tanto o Hino Nacional Brasileiro.

A cada competição, nos diversos campeonatos nacionais, o hino está presente. Esta é uma manifestação que reforça o amor à Pátria.

Mas não tem sido suficiente para um convívio harmonioso dentro de campo. Tampouco, fora do campo.

O aspecto positivo desses jogos seria a possibilidade de o torcedor esquecer das mazelas que o cotidiano tem propiciado e fazer renascer pelo seu clube sentimentos de apoio e incentivo.

Deveriam ser momentos de descontração com a exteriorização através de bandeiras representativas dos clubes, bem como do cantar de músicas cujas letras se somariam em prol de um bom desempenho do “clube do coração”.

O que se espera e deseja é que o nosso futebol continue sendo um esporte reconhecido pelo valor que possui e pela capacidade de movimentar multidões que buscam, pelas emoções, extravasar suas energias, embora inconscientemente.

É o que, talvez, não se apercebam, mas que faz toda a diferença no viver cotidiano que anda tão difícil.

Para tanta dificuldade, curtir momentos de descontração é o que mais se deseja por ora.

O ganhar ou perder é pura consequência. O que importa é participar, ganhando ou perdendo.

Isso é o que se percebe quando se observa as multidões que acorrem, reiteradamente, às partidas.

Portanto, ganhando ou perdendo, este fascínio pelo futebol permanece. E, sem dúvida, é um excelente antídoto contra tantas mazelas que se sucedem cotidianamente.