segunda-feira, 26 de março de 2012











TEU SORRISO

À minha cidade!
Uma homenagem nesse aniversário de 240 anos

Há muito tempo atrás, cheguei. Tu, aqui, já te encontravas. Com o tempo, teu espaço tornou-se meu mundo, meu porto seguro.

Na Avenida América, dei meus primeiros passos. Na esquina com a Nova York, busquei meus primeiros docinhos na venda que ainda está lá.

De lá saltei para aquela rua chamada Das Caravelas. E tal qual um navio que singra o desconhecido, um dia, saí para o mundo. Que belo lugar fui escolher! O bairro dos meus amores é abençoado até no nome. Traz a pureza de um menino e o Nosso Senhor por guia. Ele é o Bairro Menino Deus. Poder acompanhar o florescer dos jacarandás e dos ipês é acompanhar a própria renovação que se processa na alma a cada nova estação que desponta.

Embora com tanta beleza, não dispenso uma caminhada até o Parque da Redenção, parque da minha infância, da minha juventude e de hoje. Aos sábados e domingos, lá estou. O verde, que entra pelas retinas, traz paz e o que divido com os amigos, chimarreando uma erva boa, reconforta o coração. Vez por outra, pouso o olhar naquele espelho d’água, que é pura poesia. Suspendo o pensamento com a pergunta:

- Espelho, espelho meu! Quem é mais linda do que eu? Reconheço que minha cidade é mais linda e continua, também, alegre. Nesse Porto dos Casais, teu pôr de sol me fascina. Foi aqui, nesse Porto Alegre, que meus sonhos atracaram e que fiz morada desde quando ao mundo cheguei. Por último, só te peço:

- Congela esse teu sorriso, que é tudo pra mim!








Kleiton e Kledir – Deu Pra Ti

Porto Alegre - por portoimagem

Breve História das Capitais Brasileiras - Porto Alegre







segunda-feira, 5 de março de 2012












POR QUE NÃO UM CONTRAPISO?

José, um conhecido pedreiro do bairro, sempre alertava para a importância de um contrapiso. Lembro dele dizendo que, numa obra, qualquer que fosse, o contrapiso era de grande importância. Ainda mais nos últimos tempos em que aparecera o porcelanato, revestimento que exigia que o tal contrapiso de concreto, no caso, estivesse dimensionado para as cargas a suportar. E, ainda mais, com alguns tipos de porcelanato  exigia-se a aplicação do contrapiso e a espera por 28 dias de cura. E também, se possível, do aguardo de seis meses para a execução do concreto.

Quer dizer, um negócio bem planejado e relativamente demorado. Isso tudo para construções novas.

Por outro lado, em edificações antigas, o trabalho era ainda mais cuidadoso. Havendo alguma imperfeição no contrapiso, seria necessário demolir, refazer e curar novamente, aguardando-se um tempo razoável para o efetivo assentamento do porcelanato.

E continuava ele acrescentando detalhes sobre a maneira correta de construir um contrapiso, descendo a minúcias. Um trabalho a ser feito por quem entende do riscado. Somente após este trabalho preparatório, com uma base bem feita, é que o piso poderia ser assentado, finalmente.

Vejam, então, a importância de um contrapiso.

É verdade! Tudo na vida mede-se pela base em que as coisas ou as pessoas se assentam. Uma base sólida é fundamental. Fica-se pensando nas crianças e jovens que necessitam desse lastro para se desenvolverem bem. A partir do instante em que necessitarem de uma educação formal, surgirá a figura de um educador. As séries iniciais são de uma importância inquestionável. Seus artífices estarão construindo um contrapiso para o que vier, posteriormente, a se assentar. E o que vem após?

A sedimentação, dia a dia, mês a mês, ano a ano, do que for sendo apre(e)ndido, compartilhado com o grupo e experienciado, individual e coletivamente. E, novamente, a figura do educador dessa nova etapa será de fundamental relevância.

Então, um piso sobreposto a um contrapiso, ambos capazes de transformar um jovem em um adulto/cidadão, útil a si e à sociedade, digno representante da raça humana.

Fica-se, então, a perguntar:

-Que piso é este?

-Por que não transformá-lo em um contrapiso?

Da seguinte forma: Para as séries iniciais o tal valor. Para as demais um piso digno, numa proporção compatível com a titulação do educador. Nesse caso, não falemos de valor porque, com certeza, ainda estará abaixo do salário inicial de outros profissionais, com títulos de doutores.

Então, tomemos como contrapiso o ofertado, porque é o mínimo que um profissional de Nível Médio deveria receber por ser um educador.

Agora, avaliemos o Edital nº 001/2012 da Empresa Pública de Transporte e Circulação, do Município de Porto Alegre, onde os cargos de nível Fundamental e Médio têm como salário inicial os valores constantes do edital acima referido.

Pois é!

O edital é justo, correto, digno.

Quanto à situação dos professores: é injusta, incorreta, indigna.

Sem entrar em detalhes, e sem discorrer sobre os dispositivos constitucionais que tratam da matéria no que diz respeito aos recursos destinados à Educação, bem como os percentuais estabelecidos nos orçamentos dos entes federados, o próprio Supremo Tribunal Federal já determinou o que deve ser feito.

O que mais cabe?

Manter a esperança, a fé em Deus e, sobretudo, continuar firme em busca do sonho acalentado de ver-se reconhecido e dignamente remunerado pelo relevante serviço prestado à sociedade.

E tentar passar isso aos jovens, que estão a assistir tal vilipêndio, tal ignomínia. Eles que não almejarão dedicar-se ao ensino. Eles que, com certeza, não serão futuros professores.

Quem restará para essa tão nobre tarefa?









Em tempo:

Bah! Lembrei que...
Hoje em dia, uma parcela expressiva de professores do Ensino Fundamental tem Especialização e até Mestrado.
Merecerão este contrapiso vergonhoso?
A peleia é por um piso digno.
Afinal, muitos já são titulados desde a sua atuação no contrapiso das primeiras letras.












Leia, também, trechos (Capítulo 5) do livro de Augusto Cury, NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS.