sábado, 24 de julho de 2021

SUBINDO OS DEGRAUS...



Quem poderia imaginar que, diante de um momento tão difícil para os habitantes deste Planeta, assistiríamos a um espetáculo tão significativo no plano de valores que nos devem unir a todos.

A tecnologia empregada foi de grande importância para a elaboração do projeto que, com certeza, surtiu o efeito desejado.

O grande legado, porém, é a mensagem vinda diretamente dos partícipes, em solo, que transmitiram a mensagem maior: a de que somos todos iguais.

Temos sobriedade, respeito, responsabilidades, condutas, comportamentos e aspirações idênticas.

Nesta Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, sucederam-se momentos que, sem dúvida, permanecerão na memória de todos os que a assistiram.

Nos recantos mais distantes desta Capital, ultrapassando os fusos horários, assistimos a um espetáculo que nos deixou várias mensagens. Todas, sem exceção, da necessidade urgente de união entre os povos.

A ausência de público não impediu que esta mensagem a todos chegasse.

As representações, em solo, no Ato da Abertura destacaram a importância que foi o treinamento isolado em face do momento atual porque passamos, bem como as conexões, através de elásticos cuidadosamente entrelaçados, enfatizando as novas formas de comunicação. Não esqueçamos as 45 caixas representando gêneros, idades e etnias dos diversos povos participantes.

O Monte Fuji, distante 150km de Tóquio, foi destaque no cenário montado. No seu ápice, a pira aguardava a Chama Olímpica. Aquela que foi acesa, pela primeira vez, em 1964, na cidade de Tóquio.

Entraram com a tocha quatro médicos, um socorrista, uma pessoa com deficiência e quatro atletas. Uma clara homenagem aos profissionais que estão atuando com destemor neste momento tão difícil.

Outro instante importante foi quando da formação dos Anéis Olímpicos, feitos de madeira de árvores desbastadas, não arrancadas, um exemplo de preservação da Natureza. As medalhas, igualmente, foram feitas de material reciclado.

Um palco foi enfeitado com as conhecidas lanternas de papel, uma tradição japonesa.

Uma tocha foi sendo revezada entre profissionais da saúde, atletas e estudantes,

Lá fora, do alto, drones, em número expressivo, projetavam o emblema dos jogos, bem como imagens, como se fossem de pombas, aquelas que representam a Paz.

Durante a apresentação dos Grupos de Atletas, eram tocadas músicas conhecidas de videogames, o que ofereceu um certo toque épico ao espetáculo.

Ao final da cerimônia, porém, a música IMAGINE, gravada em 27/05/71, composição de John Lennon e, ao que parece, também de Yoko Ono, é um presente que reforça o desejo de uma união global. Sua letra é um pedido esperançoso de que nos tornemos unidos em prol do bem planetário, pois ela, a TERRA, é a nossa CASA. Uma CASA que, como qualquer outra casa, reúne pessoas ligadas por laços que permitem uma convivência pacífica.

O discurso final, proferido por Thomas Bach, Presidente do Comitê Olímpico Internacional, foi pleno de esperança, que a todos anima neste momento tão significativo para a Humanidade. Desejou que sejamos mais solidários dentro das sociedades.

Que haja um compromisso com a ajuda, o cuidado e a divisão, quando necessária. Tudo isto para que se possa atingir a PAZ.

A Casa Olímpica, segundo ele, sempre estará aberta aos atletas refugiados. Que nela todos são iguais, respeitam as mesmas regras e que permanecerão unidos em toda a diversidade que se apresentar.

Estão presentes 206 Delegações e um número expressivo de mulheres participam destes Jogos Olímpicos.

O lema destes Jogos Olímpicos foram as expressivas palavras Faster, Higher, Stronger=Together. Juntos podemos nos tornar mais rápidos, alcançarmos os mais altos níveis de desempenho e sermos mais fortes. Com certeza, isto somente se consegue junto a profissionais que nos orientem e, igualmente, por esforço próprio.

O Juramento Olímpico incluiu as diferenças, enfatizando a união como força maior.

Uma imagem, porém, ficará na lembrança de todos nós. A subida dos degraus até a pira, conduzindo a tocha, realizada pela atleta japonesa, tenista, Naomi Osaka, negra, filha de uma japonesa e de um haitiano. Uma atleta de 23 anos, primeira japonesa a ganhar um Torneio Grand Slam de Simples em 2018. Esta foi uma escolha relevante cujo objetivo é reforçar a importância e a necessidade de que inexistam preconceitos de qualquer tipo.

Ao acender-se a pira, a chama que surgiu foi aquela da esperança, aquela que trouxe a luz e o afeto aos corações dos atletas que, neste momento, são a expressão maior da união dos povos.

Assim, iniciaram-se os jogos e o convívio de todos em prol de um bem maior que a humanidade está a precisar: A PAZ.

 

 

 

 

quinta-feira, 22 de julho de 2021

SONS... PALAVRAS... FRASES...

Para quem tem uma audição privilegiada, qualquer som, até mesmo aquele vindo do relógio digital, traz uma sensação, um sentir diferenciado.


Vindo de um pássaro, será um canto ou som cifrado para a companheira ao lado.

Se os ventos soprarem com força ou forem tênues, a mensagem estará dada e chegará aos ouvintes.

Aos trovões todos ficarão atentos.

O reino animal é pródigo em sons.

O gênero humano, por sua vez, é capaz de ouvir tudo, praticar todos os tipos de sons, desde o dedilhar de notas em um instrumento até o falquejar de um tronco ao abatê-lo.

Ouvimos até o bater do nosso próprio coração. Somos privilegiados e ricos até na percepção dos nossos sons interiores.

O belo canto, que ouvimos e gostamos, nos motiva a que cantemos juntos.

Quantos sons diferenciados! Quanta riqueza sonora!

E os corais que esbanjam múltiplas sonoridades!

O nosso mundo sonoro é riquíssimo.

Muito mais importante ainda é o mundo das palavras. Apenas nós, do gênero humano, somos capazes de falar, de expressar em palavras o que nos é perguntado, de declamar, de conversar com os amigos ou, até mesmo, conosco na solidão dos dias.

As palavras têm uma força poderosíssima. Temos, portanto, o dever de escolhê-las com responsabilidade e com cautela. Caso contrário, podem causar efeitos deletérios indesejáveis.

Quando aquela jovem, personagem de um conto, ouviu um familiar afirmar que melhor teria sido ela ter morrido, ao invés de o carro ter sido danificado quando caiu em uma vala, aquelas palavras ecoaram tão fortes que jamais esqueceu tal frase. Claro, com certeza, não era este o desejo daquele familiar, dono do carro.

Agora, já no mundo das frases, os efeitos danosos, que podem deixar naqueles que as ouvem, são imensuráveis.

Os sons de agora, em algumas comunidades, causam temor, medo, desespero.

Os estampidos ouvidos são um alerta para que todos se protejam.

Por outro lado, mesmo não havendo tais sinais, as palavras de ordem, que compõem a frase mais atual, são: FIQUEM EM CASA.

Por quanto tempo?

O ser humano na sua estrutura física continua o mesmo. As savanas, onde corria, foram substituídas pelas cidades, parques e praças.

Fazer caminhadas é necessário para que nós mantenhamos uma boa forma física.

E os projéteis disparados?

E as armas mostradas em selfies?

E os diálogos que mostram a força de tantos malfeitores?

Sons que se transformam em palavras e que se apresentam em frases. Tudo mostrado em vídeos e áudios.

Apesar de tudo isso, precisamos nos manter firmes, esperançosos e combativos no bom sentido. Naquele em que somos campeões em várias modalidades: nos Esportes.

Àqueles em que depositamos nossos votos, aguardamos as ações em prol da sociedade.

Aos nossos atletas de várias modalidades, esperamos aquilo que de melhor puderem oferecer nas Olimpíadas de Tóquio/2020.

A nós, que circulamos pelas ruas, seja permitido pousarmos o olhar na cerejeira da esquina, toda florida, parando por instantes, sem que nos seja subtraída a bolsa pendurada no ombro. Que, ainda, consigamos fazer caminhadas, sem que sejamos surpreendidos pelas palavras “deu”, “perdeu”.

Que nossas mulheres continuem sendo acariciadas com palavras amorosas, sussurradas ao ouvido.

Que nossos olhares se cruzem com outros olhares, confirmando a existência de seres iguais a nós: solícitos, prestativos, amáveis.

Embora com tantas transformações acontecendo em nível planetário, que possamos encontrar um céu ainda hospedeiro de um sol acariciante, de uma lua inspiradora e de estrelas a iluminar nossa caminhada.

Que aqueles que encontram, na palavra escrita, motivos para tornarem-se mais felizes, que o façam em nome da paz, da união, da solidariedade, da igualdade entre todos os que habitam este planeta.

Que estes Jogos Olímpicos ofereçam esta oportunidade de união e congraçamento, pois “o barco é único e a tripulação é, também, única, pois todos são seres humanos”.

Que a palavra almejada por todos seja aquela que a todos beneficiará.

Seu nome?

PAZ

 

 

 

 

 


segunda-feira, 12 de julho de 2021

ESPERAR O QUÊ?


Um olhar que busca...

Outro olhar?

E o outro ser que se aproxima?

Será seguro olhá-lo?

Antes de entrar no pátio, melhor deixá-lo passar, pois nunca se sabe...

Quantas ações sequer pensadas em anos que já se foram.

E o VAR?

O quê?
 
O Árbitro Assistente de Vídeo, amigo.

E aquela outra câmera que, sempre pronta a disparar um estridente som, espreita cada indivíduo que por ela passa e que não digita uma senha própria para adentrar àquele modesto edifício.

Estamos cercados pela tecnologia.

Estaremos mais seguros?

Aquela jovem que atravessava áreas isoladas, sozinha, indo para a escola, não acredita numa resposta afirmativa para esta pergunta.

O ser humano aumentou o seu nível de agressividade e, ao que parece, não se intimida com a moderna tecnologia.

Pois é! Parece que a usa para mostrar sua força. Aquela que a todos assusta e que reforça a cada investida.

O que fazer diante de situações de perigo acontecendo a todo o instante?

Nem mais campos temos hoje, porém nossas ruas são palco de ações que atentam contra os cidadãos que por elas transitam.

A educação e o respeito pelo outro, valores maiores, devem retornar a patamares anteriores à tecnologia implantada. Caso contrário, ela servirá a que tenhamos seres de má índole servindo-se dela, de forma constante, com um sucesso garantido em suas ações deletérias.

Há que se ter regras e condutas a serem cumpridas.

A tecnologia veio para facilitar, orientar e espalhar conhecimento e informações. A conexão com o outro tornou-se célere. Esta constatação deve ser aplaudida.

Seus efeitos negativos devem-se ao aumento de seres humanos desprovidos de limites, de respeito ao próximo e de total falta de empatia com o seu semelhante, sem falar na impunidade que grassa há muito.

Aquela jovem, de ontem, sonha ainda com o andar despreocupado em plena Av. Salgado Filho, portando uma corrente com um rubi pendurado em seu pescoço.

O sentimento que a faz assim desejar segue abaixo.


Nasci para viver a esperança

De que dias sempre melhores viriam.

Este sempre foi o desejo que carreguei pelos anos que se seguiram.

Acredito que novos dias tragam a tal bonança.


Mesmo diante de épocas tão difíceis e de mentes tão malévolas, ainda aguardo por uma conscientização, por alguns líderes mundiais, de que a passagem pelo planeta é breve para todos.

Tenhamos fé e passemos uma energia positiva, em nível global, a todos aqueles que detêm o poder de governar, legislar e julgar, pois o tempo é inexorável e igual para todos os que, por aqui, se encontram hoje.

Por que, então, seguirmos esta rota em que o nosso olhar tem medo do outro olhar?

Olhemos para o outro como nosso semelhante a quem enxergamos como parceiro nesta caminhada.

É o que espero que consigamos alcançar ao longo dos próximos anos.