terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

NOSSA SEGUNDA CASA

O mato viceja. Era para ser enfeite, para embelezar. Era para acolher com seu gramado, com suas árvores que enfeitam o caminho.

A visão, porém, é outra. E isto é só o início. Difícil não se entristecer com esta imagem. Difícil achar desculpas para tanto descaso. 

Uma frente nada convidativa para quem entra e um caminho que se arrasta entre salas que exalam um ar pouco asseado, com carteiras que resistem ao tempo e a nenhuma manutenção. Passando por sanitários ainda em pior estado, chega-se ao pátio, não coberto, que, igualmente, revela pouco cuidado na sua conservação.

É desolador!

E este é o momento dela. Dia 15 de março ela fará aniversário. Ela que deveria apresentar-se acolhedora, com um aceno sedutor que garantisse um encontro diário proveitoso e enriquecedor para todos os que com ela venham a conviver.

É lá onde o imaginário infantil busca referenciais saudáveis, ainda não obtidos, muitas vezes, na comunidade de onde muitas crianças são originárias.

Mas, que nada!

Está cada vez mais sucateada!

Seus operadores, por outro lado, não mais conseguem viver dignamente com os baixos salários que lhe são oferecidos.

Que tristeza é ter a notícia de que um professor graduado em Pedagogia em São Luís, no Maranhão, tem que ficar batendo na porta de político para conseguir um contrato temporário. E, quando consegue, por 40 horas de trabalho percebe um pouco mais de R$ 1 mil. A reportagem do Jornal Zero Hora, de 10 de fevereiro de 2015, expõe esta vergonha nacional. O que não é diferente por aqui, terra dos gaúchos, em termos de remuneração.

Agora, mais vergonhoso torna-se ainda quando este professor atravessa o Brasil para vir colher maçãs em Vacaria, para obter um ganho bem maior do que como professor, durante os 90 dias em que aqui permanecerá. Explica a decisão pela necessidade, considerando o nascimento de um filho nos próximos meses.

Atentem:

Permanecerá no trabalho de colheita da maçã nos pomares de Vacaria, junto a outros tantos trabalhadores que sequer concluíram o Ensino Fundamental.

Que belo país seria este se Leandro da Silva Sampaio, este seu nome, pudesse atravessar o Brasil para vir aqui trocar experiências com colegas de profissão, em programas governamentais de incentivo à educação continuada, ao aprimoramento de técnicas pedagógicas. Ou se, pelo menos lá na sua terra, tivesse o apoio e remuneração condigna para aperfeiçoar-se e ser um multiplicador de novos saberes junto à escola onde trabalha.

É pedir demais?

Claro que não! É pedir o necessário para ver cumprida a sua vocação: que não é ser colheiteiro de maçãs.

Neste ritmo, no futuro, a falta de professores, que sempre se avizinha a cada início de ano letivo, estabelecer-se-á de forma definitiva, com a inexistência de professores para serem contratados, quanto mais nomeados. Ninguém mais quererá ser professor. 

Leandro confirma a falta de apoio pedagógico para a formação continuada.


Isso vai desanimando, diz ele.






Mas voltemos os olhos para a aniversariante.

Em 2008, a professora Regina visitou uma escola pública estadual em busca de um piano Essenfelder que lá se encontrava, por volta da década de 70, em perfeitas condições. Desta visita nasceu a crônica SAMBA DE UMA NOTA SÓ, publicada em 04/09/2008.

Na verdade, à época da visita, o tal piano já era uma sucata. Apenas algumas teclas ainda estavam intactas. Daí, o título da crônica.

Pois agora, há poucos dias, novamente Regina foi à escola em busca do piano. Não conseguiu vê-lo. Não havia monitores para acompanhá-la. Foi a desculpa. A responsável pela informação, porém, garantiu-lhe que o piano ainda se encontra por lá. E que alguém, talvez algum aluno (não ficou bem claro), tem pensado em trazer mais algum instrumento e formar uma banda. 

Que coisa! Só mesmo um milagre para ele ter resistido seis anos, considerando o estado em que se encontrava, confabulou com seus botões a professora. Milagres existem, porém! Concordo com a professora Regina.



Nos últimos dias, adentrei pelos portões de algumas escolas públicas estaduais e lágrimas brotaram-me dos olhos. É lastimável o estado em que se encontram. E a descrição do que foi visto encontra-se relatado no início desta crônica.

Eu que tenho na lembrança os nomes e as imagens de minhas professoras do Curso Primário, assim chamava-se o Curso Fundamental até a 5ª série, tenho saudade delas: a Ignez Angelina, a Sirlei Barcellos, a Lorena, a Maria Teresinha Tavares e a Edite Santos Gomes, por ordem sequencial, da 1ª à 5ª série.

Agora, a minha escola fotografada por mim em 2011, a Escola Estadual Dr. João Batista de Lacerda, que fez parte da crônica O PAI DOS MEUS BONECOS, publicada em 30/08/11, continua salva das pichações e do aspecto de abandono que encontrei nas demais.

Volto, novamente, neste reinício de ano letivo e a encontro ainda preservada. Serão meus olhos que assim a enxergam? Será que o acolhimento e o prazer do convívio lá encontrados, que pavimentaram minha trajetória, deixaram rastros tão marcantes que me permitem, hoje, ter a mesma emoção ao vê-la? Mesmo tendo sido erguida em seu lugar uma construção de alvenaria, pois ali existia uma das inúmeras brizoletas que vicejavam pela cidade à época?

Acho mesmo que o lugar, o espaço, o território que se palmilha, dia a dia, fica como que amalgamado ao nosso ser de tal forma que revivemos as emoções, boas ou más, quando, novamente, lá pisamos. E que bom que foi uma passagem tão marcada por boas lembranças.

A atual fotografia desta escola, abaixo colocada, prova que ela continua bela e, com certeza, de grande importância para os alunos que hoje nela estudam e os que virão a seguir.

Como diz a letra da música SOU A ESCOLA, cuja autoria não consegui descobrir, num vídeo publicado por Domingos Ramalho, português, em 20 de maio de 2013, é na escola que se constrói o futuro e é ela a nossa segunda casa.

E o seu refrão diz bem da importância de uma criança para a escola que vai acolhê-la nos seus primeiros passos como futuro ser pensante, reflexivo e construtor de vivências. Ali, naquele espaço mágico, surgirão seres que farão história, socialmente e individualmente falando, construindo um país melhor para si e para todos.



Minha saudação à NOSSA SEGUNDA CASA, a ESCOLA, no seu dia!

Meu desejo que ela cumpra seu papel neste reinício de ano letivo.

E a certeza de que ela me serviu de alicerce para a minha história pessoal.





Sou a Escola 


Reportagem:  



Escola Estadual Dr. João Batista de Lacerda 





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Comentários via Facebook:

Maria Odila Menezes:  Gostei muito da tua crônica, Soninha! Início do ano letivo, momento oportuno. Parabéns!


Amelia Mari Passos: Escola Estadual Dr. João Batista de Lacerda . Seu toque final. Esperança. Gostei.



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

MAIS AZUL!

Que verão mais estranho!

Todo dia, ou quase todos, meus olhos observam pesadas nuvens, por todos os lados, acompanhando o amanhecer. Em meio a alguns raios de Sol, tímidos, como a se desculpar por essa intromissão sempre tão buscada por quem divide com ele a energia necessária para o cumprimento de rotinas, por vezes, enfadonhas.

A cor cinza acompanha os movimentos que pairam nos olhos de quem, ainda, consegue deter-se a olhar o céu que nos obseva. Nós, os caminhantes que buscamos a indicação de como estará o humor do irmão Sol. O que não acontece com quem não desgruda do celular. Este não vê nada, nem mesmo o automóvel nos seus calcanhares.

Ao longo do dia, tudo pode se transformar, rapidamente, confirmando o azedume de quem acordou cinza e que já se transformou em chumbo, com pingos grossos que despencam do alto.

Muitas vezes, a chuva desiste de se jogar das nuvens. Fica por lá, guardando rancores. Isto não deve ser legal para ela. Nem para nós, acredito. Resolve, então, pintar de cinza o cenário, só para incomodar. E assim permanece o dia todo.

Onde estão as cores do amanhecer?

Ultimamente, os dias têm acordado de cara amarrada, com aquele ar de enfado.

Nuvens ameaçadoras espalham-se por todos os lados. Eu diria que muitos mais do que 50 tons de cinza, centenas de tons de cinza, na acepção literal da palavra, apropriam-se do céu todos os dias.

E é com este humor diferente do habitual que o nosso verão tem transcorrido. Para quem estava acostumado a verões com dias ensolarados, belos, o céu manda dizer que os seus moradores não estão mais para brincadeira. As coisas por lá andam diferentes do que eram há tempos atrás. A turbulência instalou-se e nós, que dormimos em berço esplêndido, nos acordamos um pouco mais preocupados todos os dias

Afinal, parece que TODO DIA O DIA NÃO QUER RAIAR O SOL DO DIA, como diz a letra da música TODO CARNAVAL TEM SEU FIM de Marcelo Camelo, um dos integrantes da banda Los Hermanos, conforme vídeo abaixo.

Por sinal, durante a semana do Carnaval, a situação tem sido a mesma.

A manhã acorda de mau humor. Lá pelas tantas, ouve-se um arrastar de cadeiras e o conflito está formado. Deságuam-se todos os impropérios guardados.

Ao final do dia, a paz retorna, o sol abre um sorriso novamente e o céu todo feliz desfila o seu azul, cobrindo com seu manto todos os cantos até aonde a vista alcança.

Mal comparando, é tudo parecido com os festejos de Momo. Estes liberam todas as frustrações, os desejos e os sonhos, transformando-os em pura beleza, para, logo em seguida, retornarem seus foliões à vida tediosa, esquecida por um breve tempo. Ao findar os quatro dias, volta-se à realidade. O Carnaval é quem faz seus seguidores tornarem-se nobres, sendo tão populares em sua origem: a chamada nobreza popular, que faz tão bem. Não nos enganemos, porém.

Cecília Meireles expressou muito bem este sentimento de volta à realidade, quando escreveu:




Este período que a tudo e a todos transforma, porém, dura uma vez ao ano, apenas.

Já o nosso céu tem-se ocupado, diariamente, com mudanças radicais. Do feio, do instável, da cara azeda a um belo encerrar-se do dia com um Sol sorridente já quase pronto para deitar-se: sempre no fim do dia.

Depois de muito pensar, acho que descobri a razão para este proceder.

Ele, o Sol, enfeita o céu e libera toda a energia positiva ao final do dia para que guardemos na retina a esperança do raiar de um novo dia: mais prazeroso, mais estável e, quem sabe, repleto de boas surpresas.

DEIXA EU BRINCAR DE SER FELIZ, refrão da letra da música acima referida, é o que o Carnaval propõe. É o que também propõe este nosso céu, a cada final de tarde, com o Sol mostrando seu sorriso e o céu reivindicando todo o azul que é a sua marca maior.

Tudo a nos acenar para um novo amanhecer.

Quem sabe consigamos ser felizes de verdade, não apenas de brincadeira.

Estou pensando em sair à rua para reivindicar a minha quota de azul.

Por que não?

Afinal, no Carnaval vale tudo!

Inclusive sonhar acordado!




PS:

Só pra contrariar e com medo do meu protesto, as forças do tempo deram uma trégua. E eis o azul pairando sobre nós todos, porto-alegrenses, neste amanhecer deste último dia de Carnaval.

Como diz o ditado:

Quem espera, um dia, alcança. Aliás, de desejos e sonhos é feito o Carnaval.

Ah! O verão, hoje, redimiu-se. Pelo menos, neste belo amanhecer de um feriado tão tradicional.

Aproveitemos!

Epa! Acho que me enganei.

É meio da tarde e a briga instalou-se lá por cima. Devem ter exagerado na cerveja. Chove bastante na tarde desta 3ª feira de Carnaval. Pelo menos, no bairro onde moro.

Ah! Ia esquecendo de dizer que a chuva agora é por bairros. No seu, pode não ter chovido.

Até o próximo Carnaval!



E só para finalizar:

O amanhecer desta Quarta-Feira de Cinzas está MAIS AZUL do que nunca. No meu bairro, pelo menos. 

Acho que isto já é provocação!

É! Não se atreva a falar do tempo.

Nunca!

Viu?





Todo Carnaval tem seu Fim – Los Hermanos






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Comentários via Facebook:

Maria Odila Menezes: É verdade, Soninha! Onde estão as cores do amanhecer? A natureza está tímida por falta de expectadores. O sol, por vezes brinca de esconde esconde...para chamar a atenção, e seguidamente, o dia derrama-se em lágrimas ao encontrar-se com as carregadas nuvens tons de cinza. Quem sabe se tivermos um olhar mais sensível possamos vislumbrar novamente, através dos olhos da alma, aquele pôr do sol alaranjado, o belo arco-iris multicolorido, refletido em nossa vida e em tudo que nos rodeia. Parabéns pela crônica! Adorei!

Amelia Mari Passos: Soninha gosto de escolher algumas palavras que me chamam mais atenção na tua crônica, e aqui repetir, mas o passeio foi intenso, estavas realmente inspirada. A poesia se espalhou por todos os cantos de teus pensamentos e transbordou aqui, para nossa alegria. . Amei! Obrigada. Amei!



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

DÊ UM ZUM!



Você consegue perceber o que escorre pela calçada até o meio-fio? Aquela mistura fétida, da cor do azeviche, com restos de comida que forma um veio que se espraia pela calçada e que, finalmente, alcança o meio-fio daquela rua? Amanhã, quem sabe, o tal veio será visto em outra calçada, próxima desta de agora. Ou, na mesma.

Não desvie o olhar. Dê um zum!

Observe os detalhes da cena. Acompanhe de onde parte o veio.

Existe logo ali um pé, descalço, magro, que se confunde com o líquido espesso, escurecido, fétido. Ele é parte de um ser humano que sobre a calçada, junto à parede, jaz inerte sob o efeito de alguma droga.

É pena que o zum não tenha um tanto de magia e que pudesse recuar no tempo e fornecer alguma outra cena que, talvez, explicasse o motivo daquele ser estar ali jogado. E são tantos em tantos lugares, já por tanto tempo.

O DNA é o mesmo, mas os lugares de origem são diversos. E será este último dado relevante no processo que se desencadeou até atingir a cena da calçada?

Não, necessariamente. De comunidades que sobrevivem de restos, mesmo aí temos seres que ascendem. O meio é importante, a genética, também. Há algo, porém, que se instala quando da formação de alguns seres e que deposita sobre eles um perfil psicológico diferenciado. São marcas que se impõem, mais fortes do que o ambiente que os cercam, tornando-os mais aguerridos, mais batalhadores.

Seres oriundos de uma mesma família reagirão de forma diversa às vicissitudes que a vida vai impondo. Alguns membros marcados pela violência doméstica zarparão, sem temor, mundo afora, buscando melhores condições de vida. Outros quedarão sem rumo. Arrastarão, pelos dias que se sucederem, a desesperança, o medo, a rejeição que, muitas vezes, se autoimpuseram. Para estes caberá o olhar atento da comunidade e o apoio de instituições de Estado que buscarão encaminhar os que quedaram pelo caminho, atropelados pelos infortúnios de origem.

Uma comunidade carente necessita de apoio de órgãos criados para realizar este trabalho. O objetivo é evitar que mais indivíduos se arrastem por calçadas e viadutos, levando seus parcos pertences, disputados entre si.

Para os que já fizeram a rua de morada, faz-se necessário o recolhimento para Unidades de Recuperação, pois, depois de certa involução na escala social, nada mais é possível fazer-se sozinho. A recuperação deverá ser feita dentro de instituição mantida com o dinheiro público, fruto dos NOSSOS IMPOSTOS, arrecadados e direcionados com HONESTIDADE por quem detém esta tarefa, visando ao BEM DE TODOS: ao BEM DA CIDADE, por ser ela uma célula única que a todos contém.

O objetivo maior deve ser evitar que mais criaturas se espalhem pelas calçadas, num ritmo cada vez mais veloz, direcionando todos os esforços para que elas se tornem úteis, capazes de sobreviverem de forma digna. O trabalho, em todas as esferas da sociedade, deve ser fomentado como único meio de preservar a autoestima, sendo o motor propulsor para uma socialização com ganhos para todos os moradores da cidade.

É utópico? Talvez!

Agora, está mais do que na hora de que algo aconteça nesta direção. É absolutamente necessário ter a esperança de mudança.

E é a própria utopia que dará origem ao movimento de constante caminhar na solução dos problemas.

Que haja força e boa vontade em nossa aldeia para que se consiga direcionar, por outros caminhos, milhares de carentes a arrastar-se pelo lixo.

Que uma conscientização crescente da comunidade proteste por direitos e garantias a ela sonegados.

Caso contrário, não será nem mais preciso dar um zum. Você, leitor, não conseguirá mais desviar o olhar, porque a calçada estará tomada. As ruas, os parques e os canteiros, também.

Ou, quem sabe, você também tão espoliado não terminará como estes seus irmãos, menos afortunados: na calçada.

Agora, se falarmos daqueles grupos bem menores, quero crer, mas extremamente danosos, os dos corruptíveis e os dos corruptores, eles não mais estarão por aqui, neste momento, para contar a história de ERA UMA VEZ UM PAÍS RICO...

Ah! Esqueça o zum!

Tudo terá se agigantado. Seus olhos não mais precisarão deste auxílio.


Sinceramente, quero acreditar, ainda, que aquela calçada, que conheço tão bem, possa conter, num futuro não muito longínquo, apenas os restos de chuva com as flores do jacarandá da esquina. E que a água depositada no meio-fio seja de um tom violáceo, que nem as flores do mesmo jacarandá.

Segundo Edgar Morin, sociólogo e filósofo francês:

A vida é suportável se nela for introduzida não apenas a utopia, mas a poesia, ou seja, a intensidade, a festa, a alegria, a comunhão, a felicidade e o amor. Há o êxtase histórico, que é um êxtase amoroso coletivo.


De ambas, utopia e poesia, Mário Quintana entende muito bem.

Eis, sua receita:





Agora, o samba MENOR ABANDONADO, cantado por Zeca Pagodinho, espelha bem a realidade que nos cerca e aquilo que pode ser feito para mudá-la.

Já o poeta Manuel Bandeira com seu poema O BICHO dá-nos um choque de realidade, quando verseja:






Fiquemos com os dois primeiros exemplos. São um alento e um alerta para que não se torne corriqueira a última cena, embora Manuel Bandeira a tenha descrito na década de 40.

Há que não se perder a esperança, porém.







Samba - Menor Abandonado – Zeca Pagodinho









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Comentários via Facebook:

Amelia Mari Passos: Soninha agradeço por me fazer refletir sobre este assunto. "apenas os restos de chuva com as flores do jacarandá da esquina. e que a água depositada no meio-fio seja de um tom violáceo, que nem as flores do mesmo jacarandá. Soninha Athayde também por este bálsamo que nos alivia desta dor . Um forte abraço

Zaira Cantarelli: Amiga, tu investes visceralmente na palavra, tuas letras ñ precisam de retoques, já chegam prontas para a reflexão. Aprecio estes teus achados tão atuais, tão próximos de nós q habitamos esta selva de pedra. Belo texto.