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sábado, 23 de abril de 2022

SOMOS BEM MAIS...


A folhinha é carregada com esforço, pois ela é bem maior de quem a carrega.

Aquela formiguinha avança em direção a sua casa. A toca, escondida embaixo do madeirame naquele pátio, é o destino final e seguro para aquela comidinha. Quantos alimentos já existirão por lá?

Quantas companheiras serão beneficiadas com este novo alimento?

Do lado de cá, o olhar de Belinha acompanha este movimento da formiguinha.

Sempre disseram à menina que nunca pisasse em uma formiguinha. E este conselho sempre a acompanhou.

Belinha ainda continua respeitando este ensinamento.

Hoje, porém, encontra seres iguais a si deitados sobre as calçadas. Estes seres não possuem nem tocas para se abrigarem.

O que está acontecendo?

São seres dotados de corpo, mente e emoções. Ao que parece, apenas o corpo é que ainda sobrevive. Será?

Belinha acredita que as emoções estão presentes. A mente faz parte destes seres, como todos nós, semelhantes que somos. O que seus pensamentos revelariam?

Belinha gostaria muito de saber por que aquele olhar de súplica lhe é lançado quando passa.

Chegaram “ao fundo do poço”?

Oportunidades para saírem dessa situação existiram?

Eu, conhecida de Belinha, acredito que sim.

Diferentemente daquela formiguinha, a capacidade desses seres é passível de uma reviravolta que dispensaria uma toca, mas que exigiria um esforço mental para uma tomada de posição.

Somos seres criados à imagem e semelhança DELE. Portanto, plenamente capazes de tomar as rédeas do nosso destino, criando as condições ideais para a nossa sobrevivência.

Somos bem mais do que aquela formiguinha.

As calçadas estão longe de serem a toca que é a casa daquela formiguinha.

Que diferença de comportamento! Uma sai em busca do alimento, esforça-se para carregá-lo e o leva para a sua casinha.

Faltaria esforço, força de vontade, persistência para encontrar as possibilidades existentes?

Será?

Muitas vezes, sim.

Em outras, falta o respaldo que o Estado poderia dar.

Em situações familiares em que inexiste, desde sempre, a possibilidade de apoio, incentivo e respaldo financeiro, o representante governamental da sociedade é quem deveria assumir esta lacuna.

Somos bem mais que animais, porém dependemos uns dos outros para alcançarmos objetivos. E, quando a família não tem as mínimas condições para tanto, o Estado é o detentor desta obrigação.

Afinal, impostos não faltam.

Caso contrário, a sociedade que compõe este Estado é quem arcará com os resultados negativos. A pobreza, a drogadição, os pequenos delitos e, logo mais adiante, os crimes é que farão parte do cotidiano dessa sociedade. Sem esquecermos, é claro, daqueles seres voltados ao crime por opção de vida. Para tanto, a punição deverá se fazer presente.

Há que se exercer nossa capacidade de reação por sermos seres humanos. Por conseguinte, capazes de elaborar estratégias e exigir providências de nossos representantes.

Ah! Os poetas, com seu olhar criativo, repassam as mazelas dessas imagens impactantes!



Esta realidade, porém, deve ser transformada. Caso contrário, passaremos, todos nós, a perder o status de seres humanos dotados de valores que nos mantenham nessa escala humana evolutiva.

Os olhos de Belinha assistem, pela televisão, o nível de agressividade que está acontecendo nos campos de futebol. Torcidas que não respeitam mais os limites da sadia convivência.

Será que, ainda, somos seres em EVOLUÇÃO POSITIVA, considerando todos os povos neste cenário global?

O TEMPO trará uma resposta?

Novamente, o olhar poético encontra o caminho como resposta.








 

 

 

 

 

 

 

domingo, 17 de maio de 2020

EM BUSCA...



Aquela menina, que caminhava até a escola a pé, desfrutava de uma luz brilhante que envolvia seus dias. Ela, sem se aperceber da sua importância, sentia o calor do seu contato e a alegria que ela lhe passava.

Todos aqueles enfeites no céu, como costumava chamar, sempre despertaram muita curiosidade e atenção. À noite, aquela lua, toda redondinha, aquelas estrelinhas que formavam belos desenhos. Durante o dia, aquele céu totalmente azul com uma luz, vinda de não sei onde, que iluminava tudo e todos.

Olhava para o céu e via pássaros e mais pássaros voando. Achava que bailavam, aproveitando o ventinho que soprava cá embaixo.

Imaginação infantil?

Não. Uma realidade que nos acompanha desde sempre. Basta nos determos. Escolha observar a Natureza e veja quão bela ela é. A que se encontra distante, apenas para que o nosso olhar com ela se encante, transmite paz, serenidade, aconchego em momentos de solidão. Aquela que está próxima a nós, com todos os elementos que a compõem, é nossa parceira durante esta caminhada que, por vezes, tropeça em catástrofes, em situações que nos atingem de forma quase incompreensível. Alguns episódios já são previsíveis pelo descaso com que tratamos esta parceira. Outros, com certeza, não são previsíveis e, como tal, diríamos que fomos escolhidos por circunstâncias inexplicáveis.

Será? Se for inexplicável, talvez tenha a mão humana como responsável. A Natureza tem suas regras bem postas e todo o cientista disso tem pleno conhecimento.

Neste período de total perplexidade, resta à população planetária aguardar os resultados dos estudos que cientistas, diuturnamente, estão buscando para resolver esta catástrofe oferecida não pela Natureza, mas por algum parceiro que teima em propagar o mal.

Essa bela Natureza, parceira que nos acompanha durante nossa caminhada, tem que ser respeitada, admirada e preservada, pois ela é um presente oferecido para a nossa sobrevivência e, igualmente, para nosso deleite. Suas riquezas, que se espalham sobre o solo planetário, são nosso alimento diário. Esta conscientização é adquirida ao longo dos anos de nossa existência.

Permanece, porém, ainda, para aquela menina de outrora, a sensação de que o céu concentra uma beleza única.

Hoje, ela ainda busca este encantamento. E, ainda, encontra nele tudo o que busca.

A lua que faz sonhar, as estrelas que formam uma colcha toda iluminada e o sol, este rei que nos aquece o corpo, que nos dá energia.

Pois é! Belinha acredita que sua busca sempre o encontrará lá, brilhante, a nos acolher com um calor que só nos faz bem.

Como diz a letra:

E se quiser saber pra onde eu vou

Pra onde tenha sol

É pra lá que eu vou


Ah! Acreditemos nos dias que virão. Eles serão, com certeza, DIAS MELHORES.

Precisamos fortalecer nossas emoções voltadas para o bem de nós mesmos, do outro e do coletivo.

Portanto, continuemos em busca. Ela faz parte de nossa caminhada.

E nossas escolhas, diante deste cenário geopolítico, devem estar ancoradas no bem comum que atinge a todos, indistintamente.




O SOL – Jota Quest


DIAS MELHORES – Jota Quest







segunda-feira, 15 de julho de 2019

SAUDADES? COMO NÃO TÊ-LAS!


Fernando Pessoa sabia bem que senti-las somente os portugueses conseguiam, porque tinham esta palavra para expressar que as tinham.

Seguindo este raciocínio, podemos concordar com este expoente maior da Literatura Portuguesa.

Assim, temos saudades que sempre serão boas e que se ajustam perfeitamente àquilo que queremos expressar. A saudade reveste-se de uma luz própria que emana de um sentimento guardado com carinho no recôndito do ser. Nesta palavra, concentra-se todo o significado do que queremos expressar ao dizê-la.

Ao senti-la sabemos, com certeza, qual a sua origem, o momento vivido, a realidade que foi aquele instante. A saudade repousa no real. Por isso, não pode ser questionada sua veracidade, pois faz parte da nossa interioridade afetiva que encontra, na saudade, o refúgio para amenizar nossa caminhada. Afinal, deixamos rastros de saudade por onde andamos e com quem interagimos.

Saudades do chafariz da Redenção! E já faz tempo que não mais esparge suas gotículas sobre os passeios próximos.

E a mão do avô dando adeus! Melhor quando chegava, batendo palmas no portão.

E o banco da praça onde descansava, após saltitar por entre as árvores.

E o beijo roubado, muito tempo depois, cujo gosto ainda traz saudade.

Bendita memória que nos permite relembrar com saudade os bons momentos vividos.

E os maus? Não é absolutamente território da saudade. Ela os repassa para a companheira lembrança que é muito mais completa e, por isso, talvez, menos feliz que a saudade.

Para a saudade bastam aqueles momentos que a deixaram existir como algo capaz de, no futuro, expressar com uma única palavra sentimentos positivos com relação a algo ou alguém. As lembranças, porém, são mais completas. Jamais serão, contudo, tão bem-vindas quanto a saudade: que se basta. As lembranças precisam de explicação, pois nem sempre são agradáveis.

Ao dizer “eu tenho saudade”, já prenunciamos um sentimento de felicidade.

E quando a letra da música diz “Chega de saudade”, é porque os momentos bons existiram e geraram uma saudade, que é sempre boa, mas que o apaixonado pretende extingui-la com a volta da amada, que será melhor ainda.

Saudade, bela palavra que exprime um sentimento bom de quem o experimentou e que deseja o seu retorno.



Daí, as diferenças entre a lembrança, que nem sempre é boa, e a saudade que é única e faz relembrar bons momentos ou, quando é possível, o retorno daqueles momentos que causaram tanta felicidade.

E é isto que o nosso criador da Bossa Nova, João Gilberto, violonista, compositor e cantor, que levou a música brasileira ao mundo com sua batida inconfundível ao violão, sob influência do jazz, de súbito nos impõe, isto é, um sentimento de saudade pela obra deixada com a sua marca.

Suas apresentações tornaram-se memoráveis junto ao Carnegie Hall, em Nova York, no México e Japão, apresentando-se, também, em vários países europeus como a Inglaterra, Espanha, Portugal, Bélgica Itália, Holanda, França, Suíça (Festival de Montreux).

Diante dessa saudade, que já desponta a partir da despedida desse divulgador de excelência da nossa música popular brasileira, volto a sentir também saudade daqueles momentos inesquecíveis da infância e de uma juventude que teve que abrir as porteiras desta vida desde muito cedo.

E é com saudade que relembro, também, momentos vividos junto ao companheiro que se foi, perdendo-se, ao longo dos dias, e sumindo na fumaça que o destruiu por completo.

Neste caso, não coube invocar o retorno dada a impossibilidade.

Pois é! Às vezes, as coisas assumem duas faces: a das lembranças e a das saudades. Eu teimo em ficar com a saudade, pois ela teve origem num grande amor.



João Gilberto e Caetano Veloso – Chega de Saudade





sábado, 29 de setembro de 2018

ESTAÇÃO DAS CORES




Beleza era tê-las em profusão. Pelos campos por onde Belinha passava, indo para a escola, as flores que adornavam as árvores pelo caminho são lembradas até hoje. Sem falar, é claro, das hortênsias sob a janela de seu quarto.

Como esquecer as variadas cores que acompanharam sua infância. Três cores, porém, sempre foram suas preferidas. O azul, porque seus olhos e as hortênsias eram dessa cor; o verde, porque as árvores sempre a acompanhavam pelo caminho até a escola e o amarelo porque era lindo ver o sol, bem cedinho, despontando com força, justamente, pelo lado onde ficava a janela de seu quarto.

No pátio, também, muito verde havia. Eram pés de árvores frutíferas, folhagens e um gramado no jardim, de frente para a rua. Sob o sol, as laranjas disputavam o amarelo em variados tons. Além disso, havia um “amigo” de pelo amarelo chamado Caramelo.

Já na escola, quando pediam que desenhasse uma paisagem, a figura que surgia era composta por essas três cores, conforme desenho abaixo





Bem mais tarde, quando desfilava na Parada da Juventude, que existia à época, a bandeira que abria o desfile era a nossa Bandeira do Brasil com suas cores verde, amarela e azul.

Curiosa sobre a importância dessas cores no nosso cotidiano, descobriu, bem mais tarde, que elas são portadoras de aspectos relevantes no nosso equilíbrio emocional, de acordo com o Feng Shui.

Ah! Essas três cores, preferidas de Belinha, fazem parte de sua história de vida.

O verde do gramado seguia junto com Belinha pelo campo afora, até a escola. Era revigorante e, ao mesmo tempo, calmante ser acompanhada por espécies tão variadas, porém tão iguais na força que delas emanava.

De azul fartava os olhos, também azuis, de tanto olhar para o céu, quando buscava inspiração para singelos poemas rabiscar, enquanto sonhava, ainda jovenzinha, outros olhos um dia encontrar.

Agora, pelo amarelo tinha especial predileção. Buscava no mais representativo amarelo que conhecia, o Sol, uma força que, hoje acredita, estivesse ligada ao astro regente de seu signo, o poderoso Leão.

Infância e juventude cheias de forças, todas externas, mas que reverberavam num interior esperançoso e promissor.

Mais ou menos como nosso país apresentava-se naquela época.

Ah! Ia esquecendo as roseiras do jardim. Todas floridas, de variadas cores, enfeitando o caminho até o portão de entrada de sua casa.

Era Setembro e, claro, também chovia. Mas, vez por outra, ao findar do aguaceiro, um arco-íris despontava no infinito. Aquele arco arredondado e luminoso enchia os olhos da garota com todas aquelas cores alinhadas. Às vezes, surgia um arco-íris primário e outras, um secundário simultaneamente, pois existe diferença na distribuição das 7 cores em cada um dos tipos. O chamado primário apresenta as cores vermelha no exterior e violeta no interior. E o secundário apresenta a ordem inversa. Isto ocorre quando há uma reflexão múltipla da luz solar, possibilitando esta visualização conjunta.

O que intrigava Belinha é que seus olhos nunca conseguiam chegar até onde ela achava que seria a origem daquele arco brilhante. Ela não entendia, naquela época, dessas coisas de refração, gotas de chuva, luz solar, olhar humano. Aliás, até hoje não entende. Também, não importa. O que ficou foram imagens guardadas na memória de “primaveras” cercadas de muita luz, cores e a expectativa de um verão que se aproximava, trazendo as férias escolares.

Naquele tempo, a passagem de ano era só lembrada pela chegada de Papai Noel, alguns dias antes.

Hoje, esta passagem tem significado muito mais relevante e determinante para as ações que nortearão o novo ano que se aproxima.

Este ano, em especial, Belinha tem visto bandeiras do Brasil espalhadas por todos os cantos deste país.

Sua esperança é que a estação das cores espalhe todas as cores do arco-íris, como eram as rosas de seu jardim. Que a letra da música Over The Rainbow, seja inspiradora para que ainda tentemos voar em busca dos nossos sonhos. Mesmo que sejam apenas nossos olhos a enxergar essa possibilidade.

Confessa que, desde pequenina, adorava o amarelo. E ainda, hoje, CONFIRMA seu gosto por esta cor.

Agora, não suportaria ver a junção do vermelho com o amarelo. De laranjas, só as comestíveis. E as “do céu”, que é pra não irritar o estômago.

Boa Primavera a todos!

Fiquem, agora, com a bela letra de Somewhere Over The Rainbow, versão adaptada da música Over The Rainbow (título original), em que o cantor havaiano Israel Kamakawiwo’Ole, com sua suave voz, faz com que nos transportemos, graças às imagens que a letra oferece, para um lugar onde nossos sonhos podem tornar-se realidade. Onde até os problemas serão derretidos como balas de limão.

Lá, acima do arco-íris, onde os pássaros azuis voam.

Até lá, nossos sonhos também podem voar.

Ou até bem além do arco-íris.

Por que não?

 Somewhere Over The Rainbow – cantado por Israel Kamakawiwo’Ole