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domingo, 17 de maio de 2020

EM BUSCA...



Aquela menina, que caminhava até a escola a pé, desfrutava de uma luz brilhante que envolvia seus dias. Ela, sem se aperceber da sua importância, sentia o calor do seu contato e a alegria que ela lhe passava.

Todos aqueles enfeites no céu, como costumava chamar, sempre despertaram muita curiosidade e atenção. À noite, aquela lua, toda redondinha, aquelas estrelinhas que formavam belos desenhos. Durante o dia, aquele céu totalmente azul com uma luz, vinda de não sei onde, que iluminava tudo e todos.

Olhava para o céu e via pássaros e mais pássaros voando. Achava que bailavam, aproveitando o ventinho que soprava cá embaixo.

Imaginação infantil?

Não. Uma realidade que nos acompanha desde sempre. Basta nos determos. Escolha observar a Natureza e veja quão bela ela é. A que se encontra distante, apenas para que o nosso olhar com ela se encante, transmite paz, serenidade, aconchego em momentos de solidão. Aquela que está próxima a nós, com todos os elementos que a compõem, é nossa parceira durante esta caminhada que, por vezes, tropeça em catástrofes, em situações que nos atingem de forma quase incompreensível. Alguns episódios já são previsíveis pelo descaso com que tratamos esta parceira. Outros, com certeza, não são previsíveis e, como tal, diríamos que fomos escolhidos por circunstâncias inexplicáveis.

Será? Se for inexplicável, talvez tenha a mão humana como responsável. A Natureza tem suas regras bem postas e todo o cientista disso tem pleno conhecimento.

Neste período de total perplexidade, resta à população planetária aguardar os resultados dos estudos que cientistas, diuturnamente, estão buscando para resolver esta catástrofe oferecida não pela Natureza, mas por algum parceiro que teima em propagar o mal.

Essa bela Natureza, parceira que nos acompanha durante nossa caminhada, tem que ser respeitada, admirada e preservada, pois ela é um presente oferecido para a nossa sobrevivência e, igualmente, para nosso deleite. Suas riquezas, que se espalham sobre o solo planetário, são nosso alimento diário. Esta conscientização é adquirida ao longo dos anos de nossa existência.

Permanece, porém, ainda, para aquela menina de outrora, a sensação de que o céu concentra uma beleza única.

Hoje, ela ainda busca este encantamento. E, ainda, encontra nele tudo o que busca.

A lua que faz sonhar, as estrelas que formam uma colcha toda iluminada e o sol, este rei que nos aquece o corpo, que nos dá energia.

Pois é! Belinha acredita que sua busca sempre o encontrará lá, brilhante, a nos acolher com um calor que só nos faz bem.

Como diz a letra:

E se quiser saber pra onde eu vou

Pra onde tenha sol

É pra lá que eu vou


Ah! Acreditemos nos dias que virão. Eles serão, com certeza, DIAS MELHORES.

Precisamos fortalecer nossas emoções voltadas para o bem de nós mesmos, do outro e do coletivo.

Portanto, continuemos em busca. Ela faz parte de nossa caminhada.

E nossas escolhas, diante deste cenário geopolítico, devem estar ancoradas no bem comum que atinge a todos, indistintamente.




O SOL – Jota Quest


DIAS MELHORES – Jota Quest







quarta-feira, 5 de agosto de 2015

HORIZONTES ...

Olhos fixos na lua. Distante, cheia de sombras e de um relevo que não entendia. Nela, a guriazinha via uma orquestra pronta para se apresentar. Eram tempos em que a música fazia parte constante no dia a dia daquela menina, já apaixonada pela lua.

Nuvens negras que nem um tição e um vento zunindo forte. Hora de carregar os brinquedos para debaixo da casa, para um cantinho só seu.

Frio intenso e a geada que branqueia o gramado da casa. Olhar que se esconde por detrás da vidraça e que se surpreende com o verde que se transforma num branco. Um branco quebradiço que cobre quase tudo, com exceção de Netuno que se recolhe ligeiro para qualquer recanto protegido, sacudindo o pelo.



Horizontes distantes ao olhar, bem como cenários tão próximos quanto à distância da vidraça até o gramado.



Mais adiante no tempo, novamente a lua pousada sobre a cama fazendo parceria com quem com ela sempre andou junto. Agora, porém, num ménage à trois. Horizontes que se aproximam, embelezando o momento.

Bem antes, o sol batendo no rosto a cada subida do balanço nos fundos do pátio.

Num vaivém do tempo, a lua, vista por entre grades, assistindo ao olhar prisioneiro que impacta o momento. E ela despejando uma luz de esperança por melhores dias.

Bem mais próximo, uma réstia de sol, por entre as árvores, mistura névoa com uma umidade luminosa.

Um pouco antes, a estrela-guia que, numa noite estrelada, apontou o caminho a tomar na manhã seguinte.

Manhãs, tardes e noites que se sucedem. Todas diferentes, todas desenhando no céu singulares formas que o olhar, igualmente diferente a cada dia, vai captando e recriando sob a forma de uma prosa descompromissada. E tudo acaba por tornar-se uma necessidade íntima de registrar no papel em branco o que a visão previamente já escolheu.

Assim, vai-se pavimentando o caminho de quem busca expressar pela palavra escrita o que de belo nos cerca: a nossa morada por debaixo desse céu.



Horizontes e cenários que se misturam.

O longe, o infinitamente longe, com a quase tangível proximidade. Cenários que se abeberam no insondável infinito que nos cerca.

Imagens que conosco compõem cenários. Distantes horizontes que alimentam nossos sonhos, nosso imaginário. Precisamos deles, os horizontes, cada vez mais. Talvez, um dia, possamos vê-los fazendo parceria com cenários de seres abraçados, dando-se as mãos. Que cada um de nós e todos em conjunto possamos apreciar o espetáculo que nos é dado desfrutar todos os dias: ao alvorecer e ao entardecer. E que a noite consagre a nós a luz da lua a iluminar nossos sonhos.

Sonhos que se transformarão em realidade sob o brilho intenso de outra luz: a do sol. Luzes tão distantes para cenários tão próximos a nós. Cabe a nós, e somente a nós, fazê-los mais fraternos, mais produtivos, mais acolhedores.

Quem sabe assim possamos até nos tornarmos mais atrativos para alguma forma de vida ainda desconhecida, ainda tão longe de nós. Para tanto, lançamos, há mais de nove anos, aquela que vai à busca de não se sabe bem o quê. A New Horizons carrega toda a técnica existente, toda a expectativa e o desejo de encontrarmos traços de vida para além do horizonte já alcançável. Ela é uma sonda que nos dá a dimensão de tempo, de velocidade e abrangência que se propõe a executar. Tudo pelo desconhecido, mas que nos acalenta o sonho de não sermos únicos neste vasto universo.



Por ora, agradeço pelas imagens e cenários que até hoje me acompanham. Ambos, com certeza, também fazem aniversário comigo, considerando a trajetória amena que com eles venho traçando.

Ah! Esqueci!

Que as estrelas sirvam de ponte iluminada para que eu a atravesse de forma constante, num vaivém entre sonhos e realizações, e continue fazendo acontecer.



Salve o dia 5 de agosto!



Que a Via Láctea, trecho XIII, de Olavo Bilac, sirva de inspiração para quem ainda não se deteve a falar com elas, as estrelas.

A seguir, ouçam um samba iluminado pelas estrelas.



Boa leitura e audição.






Estrela – Zeca Pagodinho e Monarco 







sábado, 14 de setembro de 2013

DAQUELA JANELA...NAQUELE DIA...



Redonda e faceira me fitavas. E eu via em ti, através de meu olhar, uma orquestra inteira que tocava. Tuas sombras distantes pareciam integrantes desse grupo. Tocava eu, à época, também um instrumento. Meu olhar criança estava embebido de sons, dos mais variados tons: dos maiores e menores. Em tudo só via e ouvia música.

Depois, já na varanda, debruçavas teu olhar, misturando-se com minhas sonatas e fugas. Toda branca, atenta e confidente. Juro que eu te via revirando os olhinhos: toda sonhos.

Bem depois, tu, lá de cima, piscaste os olhos sem jeito, quando roubaram de mim um beijo.

E nunca esquecerás quando deitei contigo e com ele e, enrubescida, tu desviaste o olhar.

Mais tarde ainda, um dia, em ti vislumbrei uma lágrima, pois eu, encarcerada, buscava teu olhar antigo. E, também, chorei.

Num tempo mais recente, da janela senti tua presença eterna, ainda a embalar meus sonhos que voam como a nuvem que te cobre, por vezes. Essa, tão passageira como eu; e eu tão carente de tua eternidade.

Mas, eis que de repente, um novo piscar percebi. É que diante de tão antiga amizade, saudavas nossa cumplicidade.


Pois com ele foi diferente. Não foi tão cúmplice, talvez porque não pertença à noite. Quando desperta, já nos empurra pra fora da cama. Temos tanto a fazer que o olhar dificilmente repousa na sua direção, mesmo porque é tão poderoso o seu brilhar que não podemos fitá-lo por muito tempo.

Acho que perdemos a capacidade de encantamento.

O seu encontro, no horizonte, com a Mãe-Terra é encantador. É um lugar privilegiado de vê-lo, para quem cultiva olhos de buscar.

Quando isso acontece, esses olhos enxergam o que, efetivamente, ele representa: a luz poderosa que ilumina a tudo, a cor que exalta e, por detrás, a mão criadora.

Quem, além do Criador, poderia ter projetado tal corpo. Um corpo gigantesco que está firme lá naquelas alturas, diria a menininha de outrora. Que não cai de lá e que parece uma fornalha a nos esquentar, quando temos frio.

Assim como a redonda branquela te acompanha, eu também tenho te acompanhado, principalmente nos últimos tempos. Acredito que hoje precise mais do teu calor do que antes. E, também, porque não precise mais tanto daquela cúmplice, minha conhecida, quando a noite chegava.

Hoje, preciso de ti. Busco-te por onde ando. És meu elixir de saúde. Talvez, por isso, dias atrás, de uma janela, te avistei. Estavas sorrindo, triunfante, poderoso e, particularmente, enorme. Repousavas, depois de um dia de intenso trabalho. Mesmo assim, sorrias.

E eu quedei frente à janela, extasiada, maravilhada, encantada pela tua força e teu bom humor depois de um dia tão estafante.

E daquela janela, desde aquele dia, não consigo mais deixar de pensar em ti.

E porque és, assim como eu, obra do Criador, contigo quero firmar parceria, avalizada, é claro, por quem nos guia pelo infinito afora. Porque nós, ambos, precisamos desse voo guiado por ELE.

Salve nosso irmão Sol, nossa irmã Lua, nossa Mãe-Terra e nosso PAI.

Ah, leitor! Se perguntarem o que é felicidade, responda de pronto:

- São esses momentos únicos, efêmeros no instante, mas perenes na memória.



E só depende de você torná-los frequentes.




O Sol – Chimarruts



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

VELHA COMPANHEIRA



Vive ela desde 1814, segundo contam os moradores, permanentemente acesa dentro de uma lamparina no interior da Igreja de Santo Amaro, no Município de General Câmara. Lá, onde ocorreram batalhas da Guerra dos Farrapos, será acesa a Chama Crioula que dá a largada, todos os anos, para os festejos farroupilhas no Estado. Uns mil e quatrocentos cavaleiros deverão carregá-la, espalhando centelhas dessa chama por todos os rincões desse Rio Grande do Sul. Representa ela o ideário de amor à liberdade, à justiça, aos sentimentos de igualdade e de humanidade, que devem conduzir os povos a um melhor convívio. 

Mas há sérias controvérsias sobre tal data. Diz Paixão Côrtes, renomado folclorista, que ela foi criada em 1947 por ele e mais sete companheiros, tendo o acendimento do primeiro candeeiro sido levado ao Colégio Júlio de Castilhos, onde todos estudavam.

Fiquemos com o folclorista que foi partícipe desse episódio e que nos esclarece a origem da Chama Crioula, conforme se observa da leitura dos textos abaixo inseridos.

De qualquer sorte, o importante para Dona Rosinha, uma cultivadora das tradições gaúchas, apreciadora de um bom chimarrão, é saber que essa Chama Crioula lhe faz lembrar-se de outra, muito sua conhecida e que a acompanha desde algum tempo. Na verdade, um pouquinho menos tempo que essa história, datada de 47.

E uma chama ardente lembra sempre algo vivo, presente, constante, que impulsiona ao fazer, ao agir.

Dessa, Dona Rosinha entende. E agradece a uma velha companheira por ajudá-la a mantê-la ao longo do tempo.

Aliás, até uma poesia Dona Rosinha aventurou-se a fazer. Tudo para agradecer a força que essa companheira tem dado a ela.
Então: 


VELHA COMPANHEIRA
Navegas em mim a cada dia.
 Se me faltasses, perder-me-ia de mim.
Nem mais saberia por que aqui restaria,
Se já não mais contigo contasse por um dia.
Gracias por tua presença que meus atos ilumina,
Que me aquece, me conduz, me incentiva.
No entreabrir-se do amanhecer, no arrebol do entardecer,
Me seguras pela mão e plantas um novo sonho a cada anoitecer.
Com nova plumagem a cada raiar do dia,
Sinto-me capaz de novamente, e de novo, recomeçar.
E a cada nova ação, abro a caixa de ti.
E renovo contigo meu estoque deste fazer com emoção.
Obrigada, PAIXÃO!



Mas da mesma forma que o cultuar das tradições deve acompanhar os tempos renovados que se vão somando, não deixando que se mascare ou deturpe o essencial que mantém legítimo o sentimento originário, também Dona Rosinha tem procurado manter essa chama ardendo.

E isso significa que devemos estar abertos para a renovação, para o novo, sem deixar que a chama perca o brilho pelo caráter vetusto de certas verdades, ou que se perca o essencial: aquilo que nasce do coração.

Nessa medida, aventurou-se Dona Rosinha, uma vez mais, de uma forma bem mais atual, a escrever o que segue:


www.gaveta.com.br
Em que gavetas guardarás teus amores?
Na dos afetos, na dos rancores?
Na das lágrimas, na dos valores?
Se acaso não puderes separá-los,
Deixa pra lá!
Melhor abraçá-los: todos.
E jogá-los por inteiro: sem receio
Naquele site dos teus amores verdadeiros,
Transformados em pura poesia.
Repousarão na mais nova gaveta: ainda do coração.
Mas que é virtual.
Que é tão atual!
Que tal?

Pois, assim, Dona Rosinha vai adotando, dia a dia, novos olhares, novos sentires, novos falares.

E essa chama, tal qual aquela outra, permanece constantemente acesa.

Ela se espalha, diuturnamente por aonde Rosinha vai, sem importar-se com data comemorativa. É ela a própria comemoração permanente. Como, aliás, deve também ser a outra que se mantém viva quando um chimarrão passa de mão em mão.

Portanto, Dona Rosinha saúda essa chama benfazeja que a acompanha. Difícil seria compreender-se a si e ao outro, se ela acaso não existisse, porque somos produtos de uma evolução constante que pressupõe um olhar sempre à frente; um olhar ardente, abrangente, fraterno, um olhar antigo e novo: um olhar renovado.

Viva a CHAMA CRIOULA e a OUTRA, também!

  


Agora,  para descontrair, vejam como o gaúcho, de forma jocosa, abraça a modernidade da Internet.
 

UM CAMBICHO NA INTERNET - João Luiz Corrêa