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terça-feira, 11 de outubro de 2022

EMOÇÕES...



O céu que nos cobre entrega toda a sorte de sinais. A luz de um sol que brilha ou das estrelas que nos brindam com um espetáculo noturno, sempre que possível que isso aconteça.

Os sons do bar da esquina que, às sextas-feiras, alegra-nos com os sons conhecidos de músicas atuais e, também, aquelas que marcaram época.

Imagens e sons que alimentam nossas emoções, pois despertam um espetáculo visual ou auditivo de grande importância nos dias atuais.

Para o enfrentamento de tantos problemas que recaem sobre nós, seres humanos, é urgente que nos apeguemos às boas emoções. São elas que nos propiciam resiliência e esperança para enfrentarmos o cotidiano.

Busquemos alimentar nossas emoções com aquilo que nos faz melhores, mais solidários, mais partícipes.

Urge que retomemos, quando for possível, nossos encontros. Somos seres sociáveis, por essência, e nossas emoções comandam nossos bons e maus momentos.

Estamos carentes de bons momentos?

Acredito que não.

O cantar dos passarinhos, o bom-dia risonho do nosso vizinho, o olhar do pequenino que nos fita e até já nos sorri, o pet que se achega aos nossos pés são evidências de que estamos cercados por seres que nos complementam e que nos alimentam das boas emoções que nos fazem tanto bem.

Ao vermos os estádios de futebol lotados de torcedores, alegres e dispostos a torcerem pelo seu time do coração, é a prova de que as emoções fazem parte do nosso ser.

E é bom que elas existam, pois são elas que nos elevam ao patamar de seres humanos.

Cuidemos, porém, para que as telas não substituam nossos encontros, nossas conversas, ao vivo e em cores, bem como nossos abraços e beijinhos.

E as emoções de um dia por inteiro podem estar concentradas em teu próprio olhar, como o poema que segue.
 
 







 
 

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

NOVAS IMAGENS




Aquela passarinha, que fazia ninho naquela janela, sumiu.

Desapareceu. Seus dois ovinhos foram levados para não sei onde.

Desistiu de ali permanecer. Talvez, o local não fosse seguro para aguardar o nascimento dos novos seres.

Seu companheiro, por alguns dias, carregou gravetinhos e raminhos para formar um ninho.

A janela, à noite, era fechada. Embora a persiana ficasse afastada, quando baixada, o movimento e o barulho foram sinais de alerta para a mãe extremosa.
 
 


O sumiço deu-se em uma manhã. Ficaram, ali, apenas os raminhos.

Diferentemente do que ocorre com o sujo cobertor daquele ser que dorme, todas as noites, sob a marquise daquele prédio de esquina de uma rua bastante movimentada.

O cobertor, que tem dono, continua no mesmo local, faça chuva ou faça sol.

Quem por ali passa desvia o olhar, para não se sentir igual, mas é um ser igual ao que jaz na calçada.

O nome do condomínio, que o acolhe, chama-se Porto Seguro. O nome, talvez, seja convidativo. Quem sabe, as marquises, por serem alongadas, oferecem uma sensação de proteção.

Quem de nós, diante do quadro que se nos apresenta, é capaz de manter-se feliz e esperançoso?

A resposta, para que o cenário mude, é que tenhamos esperança, pois isto tudo vai passar.

Algumas etapas dessa gradativa mudança aparecerão no momento adequado.

Assim como as árvores, naquele quintal abandonado, estão verdejantes, pois a chuva e o sol são remédios eficazes para mantê-las saudáveis, nossas expectativas para novos tempos estão sendo, também, monitoradas por quem detém poderes para tanto.

Mantenhamos nosso olhar em busca do belo, pois ele existe e permanece entre nós. Nosso olhar vê, enxerga, mas, também, pode criar e tornar factível o que poderia parecer improvável.

O que pensar de quem em nada contribui para uma mudança tão necessária em nossa sociedade?

Nosso olhar amoroso e solidário tem que permanecer atento. Uma palavra de conforto faz toda a diferença diante de quadros de miséria humana tão deprimentes.

Buscarmos possíveis auxílios e soluções já seria um meio para que seres humanos não permaneçam nas sarjetas da vida.

E se as chuvas aparecerem e inundarem aquelas calçadas?

Que abrigos acolham estes seres ali jogados! A chuva e estes seres fazem parte do cotidiano de nossos bairros e cidades.


Aquele imundo cobertor

Aquele imundo pé

Aquele olhar constrangedor

De quem diz ter fé


Sejamos mais partícipes. A hora está aproximando-se.

Invistamos em nomes que representem mudanças reais de atitudes.

Precisamos mudar o cenário de nossas marquises.

Que a chuva que, ainda, nos ameaça seja apenas de alimento para nossas plantações, para nossos jardins, para nossos rios, riachos e lagoas. Que não faça parte da cama daqueles que não a possuem.

Que o bem-te-vi, que canta nos finais de tarde, seja um carinho aos nossos ouvidos. Um sinal de que há a possibilidade de vermos nossos irmãos ressurgindo dessa podridão em que se encontram.

Um bem-te-vi que cante a mudança possível para aqueles que ainda permanecem nessa condição.

Um bem-te-vi que acompanhe, com seu canto, a possível inserção desses indivíduos na condição de cidadãos.

Aguardemos essas novas imagens.

Um bem-te-vi, também, está vendo.

E, igualmente, aguarda.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 3 de julho de 2022

IMAGENS DE UMA OBSERVADORA



Quem entra...

Quem sai...

Quem passa...

Imagens, muitas vezes, reveladoras do humor que é percebido por quem se detém a observá-las.

Belinha sabe disso. Por isso, tem uma mesa reservada junto da parede de vidro que compõe a fachada do restaurante.

Algumas imagens são curiosas, incompreensíveis até.

A esposa que sai do restaurante e aguarda o marido em frente, por quase quinze minutos, pois o mesmo conversa com o dono do estabelecimento. E isto é frequente.

Há outros casais, porém, que adentram e saem juntos e felizes do estabelecimento.

Há quem circule, em frente ao restaurante, aguardando um possível prato de comida, ou algumas moedas quando algum frequentador do estabelecimento saia.

Algumas imagens serão verdadeiras. Outras, falsas. Quem observa, também, tem seus olhos voltados para cenas nem sempre reveladoras do que apresentam.

Aquela jovem de mãos dadas, ao que parece, não está feliz. Seu semblante está tristonho.

Alguém sorrindo não é o comprovante de felicidade.

Os seres humanos, ao contrário dos animais, são multifacetados. Não há uma certeza sobre o que realmente estas imagens indicam.

Aquela família, que apresentava imagens de ser bem-estruturada e feliz, surpreendeu a todos os vizinhos quando se desfez.

É bom observar e criar cenários que alimentam nossa criatividade. Nunca, porém, tê-los como espelhos de uma realidade nem sempre verdadeira.

A nossa imaginação cria, com certeza, caminhos diversos para imagens do nosso cotidiano.

E, ainda, não temos o VAR para checar qual a linha de demarcação da verdade, da farsa ou do embuste.

O ideal é aproveitarmos as imagens quando elas fazem parte do nosso “eu” com um outro “eu”.

Podemos, então, quem sabe, construir um cenário em que as imagens representem aquele momento verdadeiro, que nos é dado de presente, onde consigamos erguer uma sólida relação. Até, enquanto dure.

Agora, o importante é que saibamos selecionar aquelas imagens que permanecem na lembrança, as que sejam positivas, para que se unam àquelas que fazem parte do nosso cotidiano.

Aquela imagem do abraço afetuoso entre dois amigos que se encontram na praça da rua onde moram.

Aquela imagem da mãe acariciando seu pequeno filho.

O sorriso da atendente agradecendo a presença, diária, daquele cidadão, já bastante idoso, que almoça no restaurante próximo da sua casa.

A imagem da aproximação do Snoopy, cachorrinho tão querido, que busca um carinho de sua dona.

A imagem da gentileza do casal que, ao entrar no restaurante, volta-se e auxilia a senhora que, usando uma bengala, também quer entrar para almoçar.

A imagem do pássaro fêmea que traz alimento para o seu filhote, colocando-o no seu bico.

A imagem religiosa posta sobre um balcão na entrada do restaurante, que oferece uma saudação de bem-vindos a todos que adentram.

Para estas últimas imagens não precisaremos do VAR, com certeza.

Elas revelam aquilo que nossos olhos atentos e observadores captam.

E são essas imagens que nos impulsionam para o amanhã, com a esperança renovada de que, juntos, somos seres muito especiais. Portanto, poderemos fazer a diferença em momentos cruciais. Naqueles em que o amor se fizer necessário para vencermos as dificuldades cotidianas. E, quem sabe, esta energia positiva estenda-se além-mar, pois o planeta está a dela precisar.

 

 

 

 

 

sexta-feira, 24 de junho de 2022

OLHARES...


O movimento da cortina esconde alguém que olha o vizinho ao lado. Da janela próxima, alguém satisfaz sua curiosidade, mesclando audácia e uma imaginação propensa à criação de cenas possíveis.

Ao caminhar, aquela senhora olha com atenção para quem está próximo. Também, por vezes, olha para trás, pois nunca se sabe...

O enfrentamento dentro e fora dos estádios propicia olhares de raiva, menosprezo, indignação, capazes de desaguarem em uma corrente de agressões verbais ou físicas.

Os olhares cansados de quem aguarda atendimento, em filas de postos de saúde, são o retrato do descaso para com o nosso bem maior.

O olhar de quem se sentiu tocada, sem tê-lo permitido, é de repulsa e indignação.

Ah! Mas tem o olhar do bebê que se sentiu protegido. A mãe carinhosa sabe reconhecê-lo no instante em que ambos os olhares se encontram.

Hoje, mais do que nunca, a ida a um caixa eletrônico é uma aventura. Cuidemos, portanto, dos olhares que nos seguem, nos observam.

Ah! Tem o olhar do “pet” que pede carinho e, é claro, alimento.

Ao dono do “pet” compete alimentá-lo e, também, afagá-lo. Afinal, seres vivos necessitam dessa comunicação afetiva.

Tem o olhar que nos questiona, nos surpreende, nos emociona e até nos atrai.

Resta distingui-los para afastá-los ou recebê-los com carinho. Ou, também, para interpretá-los como algo saudável ou danoso.

Emocionante é aquele olhar que não vê, mas que enxerga através do olhar amoroso de quem exerce essa função, trazendo a alegria para aquele deficiente visual.

Este é o exemplo que nos foi passado, tempos atrás, por Silvia Grecco, mãe de Nickollas.

Pois, no último sábado, dia 18 de junho, outra mãe extremosa narrou o jogo entre Santos e Bragantino. O resultado foi um empate de 2 a 2. Seu filho Matheus, torcedor do Santos, pôde acompanhar o jogo graças à narração feita pela mãe.

Olhares que motivam, que auxiliam, que substituem aqueles outros incapazes de verem, de assistirem, de interagirem por deficiência visual.

Olhares que pousam sobre roupas, atiradas ao chão, naquele canto da esquina, e se sensibilizam ao saberem que seres humanos ali deitam à noite.

Olhares que, também, enxergam o belo na árvore que balança seus galhos sobre a calçada, ao assistirem o voo dos sabiás, ao verem o Sol e a companheira Lua, enfeitando nosso céu, coberto por estrelas em noites de luar.

Quantos olhares, que substituem palavras, enfrentamos no nosso dia a dia.

Até o sorriso podemos demonstrar com o nosso olhar.

Que bom será se, nesses difíceis tempos, pudermos manter nosso olhar em busca, sempre, de imagens que embelezem nosso cotidiano.

Desviemos de olhares agressivos, invejosos, dissimuladores.

Saibamos perceber o quão importante é um olhar humano encontrar-se com outro humano olhar.

Por trás desta imagem, encontraremos um sentido maior e mais verdadeiro para encontros de quaisquer tipos.






quinta-feira, 19 de maio de 2022

MAIS?




Quantas mais?

Tempos atrás, elas eram aplicadas nas crianças após o nascimento. Algum tempo depois, quando estas crianças já estavam em idade escolar, repetia-se o procedimento.

Somos pobres habitantes que enfrentamos a própria saúde em perigo, estando o planeta, que nos acolhe, igualmente, em processo visível de desequilíbrio.

Ah! Aquele céu maravilhoso, que ainda assim se apresenta, não é mais objeto de olhares curiosos e indagadores. A imaginação, de então, comprazia-se em refletir, criando momentos de enlevo, de sedução, de um sonhar acordado.

Hoje, os olhares repousam sobre frias telas que, muitas vezes, fornecem imagens de atitudes humanas deploráveis.

Onde restou o sonho?

Sobre quais imagens repousamos nossos olhos?

Elas, as vacinas e telas, tornaram-se a prioridade em nosso cotidiano.

Um olhar poético repousa sobre imagens de quaisquer fontes. Cabe a este olhar revestir tais imagens de forma envolvente e que abrace o leitor, motivando-o a permanecer esperançoso e capaz de dialogar com o seu semelhante de forma amistosa, buscando sempre um novo olhar.




E aquelas outras?

Nem direi seus nomes.

Ainda bem que permanecemos com os olhos libertos para que possamos continuar olhando para o céu e para tantos outros olhares que se cruzam com os nossos.

Tempos que perderam o encantamento?

Encantar-se é necessário, é o que torna ameno o nosso cotidiano, é o que nos mantém esperançosos.

Nosso olhar e voz são comunicadores que nos propiciam interagir com o semelhante que conosco convive ou com aquele que cruzamos no nosso dia a dia.

Sigamos por este caminho.

É o melhor caminho para que mantenhamos nossa condição de seres humanos em evolução.

 

 

 

 

 

 

domingo, 30 de janeiro de 2022

O JEITO É ... DRIBLAR!


Aquele pezinho, sempre, pula aquela pocinha d’água.


E as calçadas irregulares? Paulinha caiu de cara no chão, depois de tropeçar naquele desnível de calçada por onde transitava.

E aquele pezinho que tenta imitar o jogador, ídolo do seu time?

Tem aquele outro pé que não pisa na joaninha que se atravessa na calçada. Paulinha já conhece o caminho daquela joaninha que passeia todas as manhãs, buscando alimento.

E a resposta daquela senhora ao telefone? Nunca diz a palavra “sim” ao atendê-lo. Somente diz “pronto”?

E aquele pé já treinado em deslocar o parceiro de uma jogada e que busca o fundo da rede?

E aquela troca de calçada quando surge um elemento de estranhas atitudes?

Também tem aquele olhar que, driblando o parceiro ao lado, alcança outro olhar que se aproxima, lançando, quem sabe, a esperança de um encontro algum dia?

E aquela peça de roupa mais folgada que dribla uma “gordurinha” indesejada?

Tem, também, aquela voz sensual que atende ao telefone e que dribla o seu interlocutor, parecendo uma jovem quando, de fato, não é.

E aquela voz que responde a um cumprimento, driblando a vontade de não o fazer.

Tem, também, aquela manifestação favorável ao status quo, mas que dribla a verdadeira vontade de, efetivamente, xingar seu oponente.

Paulinha tem percebido, com intensidade, situações de drible dos participantes de nossa sociedade.

Talvez, a própria pandemia tenha favorecido esses momentos em que as atitudes se misturam ao medo, ao receio, ao fato de que driblar certas situações é o que resta fazer, para que ações sejam recebidas sem conteúdo ideológico.

No futebol, o drible é muito bem-vindo, sendo um atributo de qualidade do jogador que possui esta característica valiosa para um profissional da bola.

Na época atual, como nunca dantes, esta característica humana tem sido de extrema valia.

Há quem não tenha tomado a “famosa” vacina e pense ter driblado a doença.

Há quem tenha tomado e pense ter driblado, mas ao que parece o drible falhou.

Há quem tenha certezas, mas que não se confirmam, tendo, igualmente, o drible falhado.

Nunca a “figura” do drible foi tão sugestiva em várias situações do nosso cotidiano.

Há quem pensou ter um aumento, mas os reajustes foram tantos que ficou no prejuízo. Foi, com certeza, driblado por governantes inescrupulosos.

E aquela compra que nunca chegou?

E aquela declaração de amor que era apenas um drible na confiança de um dos parceiros?

Portanto, drible bom é aquele que leva a bola ao fundo da rede, com goleiro e tudo.

O melhor de todos, porém, é aquele em que a mente, habilmente, dribla situações estressantes, libertando o cidadão dos pensamentos negativos, da tibieza frente aos obstáculos inerentes ao seu cotidiano.

Paulinha acredita que este é, no momento, o mais importante de todos os dribles.

Persistir de forma resiliente, driblando situações estressantes para que a sobrevivência seja algo gratificante.

Que possamos alcançar, ao final de um dia, o fundo da rede que nos liga a tantas pessoas e situações, marcando um golo diário nesta caminhada que nos religa a tudo e a todos. Sempre sob a luz DAQUELE que nos fornece, diariamente, os instrumentos para que nossa mente elabore os passos certeiros para os dribles diários que nos são exigidos.

E se alguém perguntar à Paulinha:

E as tristes imagens de ontem?

Responderá que as driblou, transformando-as em sementes que, jogadas em um novo canteiro da imaginação, florescerão quando os novos tempos vierem.

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 23 de outubro de 2021

ACORDEMOS...


Olhos que acompanham o movimento das nuvens. O silêncio como companhia. É noite. A Lua, teimosamente, apresenta-se gigante, impondo-se como rainha absoluta no cenário visto por aquela garotinha.

Ela, a Lua, sempre teve uma presença constante, uma curiosidade permanente e um repositório de imagens para aquela que, do seu pátio, construía figuras e cenas musicais.

A garotinha estudava música. Talvez, por isso, enxergava naquela esfera gigante, sempre quando estava cheia, uma orquestra com vários instrumentos e cenas musicais.

Na sua criativa mente, imaginava ouvir melodias. Não via os instrumentistas. Bastava a ela o som que recebia como mensagem daquela que tanto admirava.

Esta Lua foi sua companheira por muito tempo. Participou de importantes momentos em sua caminhada.

Quando se apresentava com seu formato minguado era porque deveria estar com frio. Era o que a garotinha pensava. Ela nem sabia o que significava a expressão minguante e, muito menos, crescente. Se estivesse crescendo, talvez representasse o tempo necessário para vestir-se, ou porque estivera dormindo e, finalmente, acordara.

Tempos de melodias, de sons prazerosos, de um sonhar acordada, de um sentir-se crescendo embalada pela fantasia.

Com o tempo esta Lua foi adquirindo uma importância e cumplicidade notáveis.

Seria testemunha, em diversos momentos, de encontros amorosos. Passava ela a ser mais observadora do que observada.

A sua admiradora, não mais uma garotinha, vez por outra, a espiava com o canto dos olhos. Às vezes, ao ser flagrada em uma cena mais “caliente”, percebia uma Lua mais “distante”, mas era apenas impressão.

É o que demonstra o poema que segue.



Portanto, sendo amigas de longa data, o constrangimento que, por vezes, podia acontecer era rapidamente absorvido pela outrora garotinha.

Hoje, a bela companheira continua linda e, ainda, admirada por aquilo que fez história entre as duas. E uma história que não se apaga, pois nós, humanos, temos a capacidade de lembrar dos bons e maus momentos. E mesmo que não esqueçamos os maus momentos, temos que superá-los, agradecendo pelas belas imagens que fizeram parte dos bons momentos.

Crescer num pátio, cercado por árvores, e ter um jardim florido é ter podido manter contato com a Natureza.

Preocupante, no momento, é perceber-se a expressiva distância da possibilidade de uma sadia criação mental, considerando-se as cenas de violência distribuídas pelos canais de televisão, pelas telas de celulares e pelo embotamento das mentes infantis em face das poucas oportunidades de se criarem belas imagens mentais.

A Lua continua lá, no mesmo lugar, linda como sempre foi.

Será que alguma criança ainda deposita seu olhar sobre ela?

Impressiona, negativamente, os adultos de hoje acompanharem a enxurrada de notícias negativas. Claro que a alienação a esses fatos é prejudicial. Ao procurarem diversão, porém, escolhem filmes e programas que retratam o cotidiano violento e as mesmas atrocidades como entretenimento.

Aos pais resta a pergunta:

Onde ficou o olhar sensível ao belo, à Natureza, às coisas tangíveis que cercam os pequenos e que podem lhes despertar imagens, que farão parte das belas lembranças, quando já adultos.

Somos um ponto no Universo.

Um ponto, porém, que carrega uma riqueza incalculável de seres dotados de uma sensibilidade que deve ser preservada, pois ela é que nos faz humanos.

Caso contrário, a barbárie poderá ser instalada.

E a Lua? Permanecerá ainda linda, porém não servindo de inspiração para nada mais, nem para ninguém. Mas aquela menininha de outrora ainda torce por ela e para que acordemos dessa inação destrutiva que nos cerca: a nós todos, humanos.

 

 

 

 

 

 

 

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domingo, 30 de maio de 2021

O QUE IMPORTA...

Não é o tamanho. Talvez, até nos cause surpresa, admiração e expresse alguma beleza. O que importa é se a nossa emoção, o nosso sentir foi tocado pela lembrança de algum momento em que aquela imagem fez parte de alguma cena em que éramos partícipes.

Uma “Super” Lua é uma lua grande que é admirada pela sua beleza por olhos humanos.

Aquela lua, porém, que se deitou junto ao casal, iluminando momentos cálidos, esta sim é a que importa, pois deixou um legado inesquecível de emoções.

O céu contém figuras integrantes do nosso dia, que nos levam a um convívio em que nossas emoções são, repetidamente, abastecidas pelas diferentes cores e luzes. E há cores, mesmo na escuridão da noite, pois estrelas brilham ou relâmpagos explodem.

O que importa é estarmos conectados com algo vivo.

Uma tela jamais expressará, através de uma foto, a emoção que nos atinge quando visualizamos a beleza vinda diretamente de um objeto ou daquilo que o céu nos proporciona diariamente.

Uma nuvem que baila com outras tantas, traçando desenhos ao sabor dos ventos, é algo bem diferente daquela outra nuvem que nos ameaça, por conta e risco de não sei quem, suprimir todas as fotos e diálogos que guardamos, com carinho, em nosso celular.

Que nuvem tirânica essa! Mais tirânicos são os que se usam dessa possibilidade para apagarem lembranças e imagens que suprem nosso interior afetivo.

Prefiro ficar com a primeira nuvem, pois, embora longe, serve como alimento para o sonhar, para o criar, para o suprir meu “eu” tão ávido por imagens que, em um dia ensolarado, navegam lentamente.

Na mesma medida de deslumbramento, as estrelas que cobrem o céu transmitem desenhos e luzes que iluminam nossas noites e nos oferecem um espetáculo que favorece a nossa imaginação a viajar segura e capaz de transpor, poeticamente, realidades desconhecidas pelos amantes da escrita.

O que importa não é o tamanho, nem a distância, mas a possibilidade de observarmos, através do olhar, estes momentos em que a Natureza se apresenta bela e acolhedora. O nosso olhar e a Natureza, ambos, formam a melhor parceria para mantermos nosso “eu” alimentado, pois somos todos seres vivos.

Temos, porém, o privilégio de sermos capazes de refletir. E isto nos diferencia e nos capacita a fazermos uma opção mais racional entre o visível no entorno de nós e o mostrado através de uma tela. Como informação, serve.

Para o nosso sentir, para as emoções que nos habitam, nada supera o observável a olho nu, durante um amanhecer, um entardecer ou, mesmo, durante a noite.

Aqui não se está falando de estudos científicos que exigem tecnologia de ponta para a verificação e acompanhamento de males que afligem a humanidade.

Estamos enfatizando apenas a importância do sentimento que é despertado por imagens da Natureza frente ao nosso olhar, numa simbiose enriquecedora.

Portanto, o que importa é que continuemos preservando a Natureza que nos cerca mais proximamente, bem como aquela outra, bem mais distante, não menos importante, que nos ilumina, nos aquece, nos comove pela beleza oferecida, diariamente.

E isso não tem preço, porque abastece o “eu” interior, contribuindo para o nosso equilíbrio físico, mental e emocional.

A criação literária vê-se contemplada através do fazer literário dos escritores e, em especial, dos poetas que encontram, na imaginação, terreno fértil para suas produções.

Não nos esqueçamos, porém, de que todos desfrutam desses momentos de descontração que propiciam encontros, afagos e parcerias.

E a lua?

Não precisa ser uma “Super” Lua para fazer sucesso. Basta existir, continuar nos oferecendo sua luz e sendo portadora de belas lembranças

Isso é o que importa.

O poema VELHA AMIGA, que segue, confirma sua importância como parceira em momentos alegres e tristes.

 

 


 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

OLHARES ILUMINADOS


Com olhos curiosos, que buscavam os movimentos constantes das nuvens, aquela menininha já se interessava por imagens que se desenhavam no céu de sua infância.


Na verdade, a visão do céu, de dia ou à noite, sempre revelou uma beleza ímpar àqueles olhos infantis.

Cenas propícias a uma imaginação que se alimentava de movimentos serenos e calmos de nuvens que seguiam, pouco a pouco, para não sei onde.

À noite, porém, sucediam-se momentos em que as estrelas, partícipes deste céu noturno, mostravam-se firmes, resplandecentes, sem o navegar das nuvens, mas com o brilho que tornava o olhar infantil bastante surpreso.

Por que algumas se aglomeravam e outras não?

Na sua ingenuidade, imaginava que aquelas tivessem brigado com estas outras agrupadas.

Reconhece, hoje, que todas elas serviram para que a imaginação fosse abastecida por perguntas, ainda sem respostas, que fizeram nascer uma capacidade de reflexão.

Um pouco mais tarde, descendo o olhar do céu para a terra, o que assistia na televisão eram filmes em que cenas violentas não existiam. Talvez, porque cenas desse tipo, à época, existissem em um número reduzido na sociedade.

Hoje, o nosso dia a dia é pautado por cenas violentas repassadas, exaustivamente, a um público que parece precisar rever, por incansáveis vezes, as mesmas cenas.

Um olhar infantil, nos tempos atuais, pousará em uma nuvem, ou na joaninha que se perdeu da planta, ou na formiga que carrega o alimento para a sua toca?

Será que uma máquina, que traz cenas com respostas já elaboradas e direcionadas, será capaz de possibilitar momentos em que o pensamento, próprio desse pequeno ser, possa dar asas a sua imaginação, preparando-o para um futuro ser pensante?

Sem querer, absolutamente, menosprezar a evolução tecnológica que nos cerca, e da qual necessitamos, mas os primeiros anos de uma vida devem ser resguardados para que o desenvolvimento do “pequeno ser” seja conectado com a natureza, com o ambiente que o cerca, com o outro ser, igual a si, que lhe serve de espelho, de fonte de afeto e de referência pelos valores que lhe podem ser repassados.

Seres humanos sempre serão seus pares pela vida afora.

Tudo em prol de que se consiga manter os olhos iluminados por imagens benéficas, que nos envolvam, tornando nossos dias mais amenos e nos capacitando a fazer escolhas de imagens livres de violência, repetidamente, veiculadas.

E como exemplo dessa possibilidade de que nos mantenhamos com o brilho do olhar sempre a nos maravilhar, segue um poema dedicado à neta Nicole.

 


 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

MAIS UM TRAJETO


Aquela primeira luz, que chega suave ao abrirem-se os olhos, é aquela que prometia aparecer quando o pequenino ser transpusesse aquela espécie de túnel onde o viver era alimentado por cuidados amorosos. Lá, existia uma aparente solidão.

Um dia, esta luz surgiu. Ela iluminaria toda a caminhada que se iniciava naquele instante.

Daquele abençoado momento, seguiram-se luzes e sons. Registro, porém, impossível naquele momento primeiro de vida.

Sabemos que assim é, pois relembramos nossa própria emoção ao sentir nascer um novo ser.

Um nascer que concentra toda a esperança, toda a emoção, todos os planos, todos os desejos, todo o amor e afeto que acompanharão este ser durante sua caminhada, pelos meandros da vida terrena.

Olhos que acompanharão imagens e gestos. Sons que experimentará ao longo dos dias e noites.

Como um viajante, meio sem rumo no início, aos poucos traçará metas, tempos para execução, fazendo parte de um todo que, artificialmente, encerra anos, de forma sucessiva, como se, a cada novo período, tudo se modificasse ou tudo permanecesse como antes.

Quanta ilusão!

Aquela primeira luz, que teve a participação e o empenho de quem, efetivamente, exerceu este desejo, é a mesma que, a cada novo período concluído, ilusoriamente nos lança a uma nova etapa. Desta vez, porém, somos nós, absolutamente sós, que nos responsabilizamos por este avanço exitoso ou não.

Uma “luz” no fundo do túnel é o que se busca.

A primeira luz é o nosso salvo-conduto para o que se seguirá. Caberá a cada um de nós buscarmos aquilo que nos fará melhores.

Espaço e tempo, fatores que nos oferecem oportunidades, serão de vital importância no sucesso pessoal, bem como nas relações com os outros.

No antes, tempo e espaço foram determinantes para um nascer tão esperado.

Durante a caminhada, toda a experiência acumulada fez brotar na consciência a existência, inquestionável, de uma luz maior. Esta nos guiará, a cada ano que se finda, ao desejo de que se encontre sempre uma luz no “fim do túnel”.

Assim, neste ano que se findou, permanece a certeza, embora incerto o dia de amanhã, de que aquela luz está presente neste novo trajeto da caminhada.

Afinal, temos a experiência de que o tempo e espaço são parceiros e que nosso olhar já, desde há muito, acostumou-se aos inúmeros momentos diversificados que nos têm acompanhado.

Reiniciamos, portanto, mais um trajeto “iluminado” por nossos pensamentos positivos, com a certeza de que nossa luz interior é perene.

Que tal um poema para marcar mais este trajeto?