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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

DE PASSAGEM...



A formiguinha que apareceu sobre aquela grama, que cobre a calçada, não foi por acaso. Está ali em busca de algo. Seu instinto sabe o que procura. De repente, encontra.

E aquele outro ser, aquele pet!

Sua dona o conduz com carinho, fazendo-lhe todas as vontades. Ele, praticamente, comanda todas as idas e vindas sobre a calçada, embora preso a uma coleira toda enfeitada.

Ah! Sua roupa de proteção contra o frio está bem ajustada a ele.

E nós, seres humanos, estaremos protegidos?

Aqueles que caminham, trabalham ou estudam terão uma liberdade assegurada?

E aqueles que dormem sobre as calçadas terão algum tipo de proteção?

A necessidade de proteção faz parte do ato do nascimento. Os pais são os responsáveis pelo correto encaminhamento de seus filhos.

A falência desse comprometimento atinge uma expressiva parcela de nossa população.

Como chegaram a este estágio de deterioração de seus corpos e mentes?

O progresso de uma nação tem que estar atrelado a uma ordem estabelecida e a valores que dignifiquem seus habitantes.

Aquele imundo pé, que enxergamos ao passar próximo, foi, um dia, gracioso.

Aquelas famílias que proporcionam aos filhos a proteção necessária, para que se desenvolvam, serão recompensadas pela alegria de vê-los prosperarem. E o Estado deve oferecer a segurança necessária para o ir e vir.

Aos que não dispõem dos meios necessários para a proteção e o encaminhamento de seus filhos para uma vida produtiva, o Estado deve fazer-se presente criando alternativas para um trabalho honesto e produtivo. E, igualmente, disponibilizar meios seguros para o ir e vir.

O Estado é um ser político, extremamente importante, na preservação de valores morais para que uma sociedade prospere em todos os sentidos.

Não menos importante na defesa de seu território e na preservação de seu bioma, sem dúvida, são suas florestas.

Estamos de passagem por este planeta.

O que já tivemos e o que temos agora é um indicativo do nosso descomprometimento com tudo aquilo que nos cerca.

Nós, seres humanos, os animais, nossas florestas, nossas matas, nossos mares e rios fazem parte da nossa história de vida.

Éramos tão predadores como somos hoje?

Quem sabe a tecnologia, hoje, mostra-nos o que sempre existiu?

Talvez, num sentido macro, hoje tenhamos melhores e permanentes possibilidades de mostrar o que o Planeta está a sofrer.

E os cobertores, colocados sob a marquise, existiriam há alguns anos atrás?

Hoje, a casa planetária, que nos abriga, está repleta de indivíduos cujas ações trazem sérios danos aos que habitam as calçadas, bem como aos demais que possuem uma morada.



A cada esquina, vejo seres deitados.

Não importa a hora, nem o local.

Estarão salvos de todo o mal?

Seus amigos, sem coleiras, também ali deitados,

Permanecem juntos guardando seus trapos.




É bom que, embora de passagem, reflitamos sobre as cenas que acompanham nosso cotidiano.

Adquiramos consciência, durante o tempo em que vivemos, de que é preciso atitudes serem tomadas para que a sociedade vislumbre um futuro mais acolhedor.

Que as nossas emoções, frente aos desmandos, não nos tornem insensíveis aos momentos de profunda tristeza com que nos defrontamos diariamente.

Afinal, embora estejamos de passagem, que ela seja de esperança e promissora para quem assumir os futuros papéis de cidadãos de uma sociedade mais justa e igualitária.

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 10 de junho de 2022

NOSSO TEMPO



Passe o olhar sobre o drama.

Repouse o olhar sobre a grama.

Não se deixe atingir por tamanha lama.

 
Esperar dos dias atuais o quê?

Abrir os olhos ao amanhecer é um presente, uma dádiva.

E isto não é o menos: é o mais.

A partir desse instante, construa o seu dia.

Olhos e ouvidos nos permitem vivenciar todos os momentos que forem surgindo.

Como não se encantar com um céu azul permeado por algumas nuvens que passeiam por lá?

E se o céu estiver plúmbeo?

Também, conterá uma chuva benfazeja. Aquela que alimenta nossas lavouras, que supre nossos rios, pois também eles são importantes.

Tudo o que nos cerca é importante. Tanto positivamente, quanto negativamente.

Aos aspectos negativos, exijamos providências. Aos positivos, desfrutemos de suas benesses.

Percebamos a necessidade do silêncio para, muitas vezes, aquietarmos nossa mente e, apenas, trocarmos pensamentos com o nosso eu. Aquele que devemos manter a salvo de tantos dramas.

Embora não devamos ser omissos, a nossa participação não deve ficar refém. Caso contrário, o prejuízo poderá ultrapassar alguns limites necessários para o bem viver cotidiano.

Observar mais o chão por onde pisamos, com certeza, trará surpresas. O leve sacudir das folhas da árvore da calçada é, por vezes, visitada pelo passarinho que vem ali cantar seu bom-dia.

Quanta beleza nos cerca!

Basta que tenhamos olhos para vê-la, para ouvi-la, para senti-la.

A agressividade, a intolerância e a criminalidade, que nos cercam, devem ser combatidas por quem detém essas funções.

Que o nosso meio ambiente também seja preservado!

Afinal, por aqui estamos presentes e dependentes desse cuidado. Portanto, a responsabilidade é comum a todos e a fiscalização também deve se fazer presente.

Assim, como uma brisa que vem e que passa, sigamos buscando aquilo que de melhor nossos olhos e ouvidos puderem encontrar.

 
Quero-te ao meu lado.

Meu amor eterno.

As saudades repousam no olhar guardado

De momentos tão ternos.

 
Não esqueçamos, porém, que o TEMPO PRESENTE é o que nos move e, nele, nosso ser deve transitar de forma serena para que consigamos observar todas as belezas que nos rodeiam.

E elas, ainda, existem.

Do passado, trazemos as lembranças.

O futuro? A ninguém é dado conhecer.

O PRESENTE é o momento que vivemos. Nossos sonhos, se viáveis, já podem tornar-se realidade.

Basta que, mentalmente, nos preparemos para este feliz desfecho. E ele, com certeza, virá.

Enquanto isso...

Use seu olhar, conforme sugere o poema abaixo.










sábado, 23 de abril de 2022

SOMOS BEM MAIS...


A folhinha é carregada com esforço, pois ela é bem maior de quem a carrega.

Aquela formiguinha avança em direção a sua casa. A toca, escondida embaixo do madeirame naquele pátio, é o destino final e seguro para aquela comidinha. Quantos alimentos já existirão por lá?

Quantas companheiras serão beneficiadas com este novo alimento?

Do lado de cá, o olhar de Belinha acompanha este movimento da formiguinha.

Sempre disseram à menina que nunca pisasse em uma formiguinha. E este conselho sempre a acompanhou.

Belinha ainda continua respeitando este ensinamento.

Hoje, porém, encontra seres iguais a si deitados sobre as calçadas. Estes seres não possuem nem tocas para se abrigarem.

O que está acontecendo?

São seres dotados de corpo, mente e emoções. Ao que parece, apenas o corpo é que ainda sobrevive. Será?

Belinha acredita que as emoções estão presentes. A mente faz parte destes seres, como todos nós, semelhantes que somos. O que seus pensamentos revelariam?

Belinha gostaria muito de saber por que aquele olhar de súplica lhe é lançado quando passa.

Chegaram “ao fundo do poço”?

Oportunidades para saírem dessa situação existiram?

Eu, conhecida de Belinha, acredito que sim.

Diferentemente daquela formiguinha, a capacidade desses seres é passível de uma reviravolta que dispensaria uma toca, mas que exigiria um esforço mental para uma tomada de posição.

Somos seres criados à imagem e semelhança DELE. Portanto, plenamente capazes de tomar as rédeas do nosso destino, criando as condições ideais para a nossa sobrevivência.

Somos bem mais do que aquela formiguinha.

As calçadas estão longe de serem a toca que é a casa daquela formiguinha.

Que diferença de comportamento! Uma sai em busca do alimento, esforça-se para carregá-lo e o leva para a sua casinha.

Faltaria esforço, força de vontade, persistência para encontrar as possibilidades existentes?

Será?

Muitas vezes, sim.

Em outras, falta o respaldo que o Estado poderia dar.

Em situações familiares em que inexiste, desde sempre, a possibilidade de apoio, incentivo e respaldo financeiro, o representante governamental da sociedade é quem deveria assumir esta lacuna.

Somos bem mais que animais, porém dependemos uns dos outros para alcançarmos objetivos. E, quando a família não tem as mínimas condições para tanto, o Estado é o detentor desta obrigação.

Afinal, impostos não faltam.

Caso contrário, a sociedade que compõe este Estado é quem arcará com os resultados negativos. A pobreza, a drogadição, os pequenos delitos e, logo mais adiante, os crimes é que farão parte do cotidiano dessa sociedade. Sem esquecermos, é claro, daqueles seres voltados ao crime por opção de vida. Para tanto, a punição deverá se fazer presente.

Há que se exercer nossa capacidade de reação por sermos seres humanos. Por conseguinte, capazes de elaborar estratégias e exigir providências de nossos representantes.

Ah! Os poetas, com seu olhar criativo, repassam as mazelas dessas imagens impactantes!



Esta realidade, porém, deve ser transformada. Caso contrário, passaremos, todos nós, a perder o status de seres humanos dotados de valores que nos mantenham nessa escala humana evolutiva.

Os olhos de Belinha assistem, pela televisão, o nível de agressividade que está acontecendo nos campos de futebol. Torcidas que não respeitam mais os limites da sadia convivência.

Será que, ainda, somos seres em EVOLUÇÃO POSITIVA, considerando todos os povos neste cenário global?

O TEMPO trará uma resposta?

Novamente, o olhar poético encontra o caminho como resposta.








 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

VIRADA?



Um sol que ilumina esta bela tarde. Logo mais, desaparecerá.

Logo, virão a lua e as estrelas. Talvez, apenas a lua. Quem sabe, somente as estrelas.

À noite, teremos nosso sono diário, pois tudo segue uma rotina constante a que já nos acostumamos.

A cada novo amanhecer, nossos olhos abrem-se.

Este movimento contínuo revela-nos que o hoje veio de ontem. E o amanhã surgirá do hoje.

Portanto, por uma questão de ordem e para que não nos percamos na linha do tempo, criamos uma contagem anual desse tempo que nos acompanha.

Com o abrir e o fechar de olhos, diariamente, deveríamos ter uma renovação constante de esperança e a certeza de que, a cada novo dia que surge, iniciamos uma nova etapa de nossa caminhada terrena.

Portanto, esse depósito de esperança, que se faz em cada novo ano que surge, é apenas um reforço no ato de lembrarmos de que cada dia traz a possibilidade de concretização de desejos e sonhos acalentados nos dias que antecedem cada novo amanhecer.

É compreensível que dividamos o tempo em anos, considerando todas as nossas atividades humanas nos planos de trabalho, nos planos empresariais, políticos e de normas de conduta ditadas e observadas, sob pena de repreensão ou mesmo de punição para os transgressores.

Os fatos têm que serem catalogados com hora, dia, mês e ano, para que sejam observados e acompanhados, se houver necessidade, por quem detém esta função.

Agora, aquela menininha de outrora nem sabia se o calendário já tinha sido substituído. Sabia apenas que Papai Noel já tinha chegado, deixado presentes escondidos, provavelmente, atrás da porta da sala. Isto bastava.

Hoje, distante da infância querida, acredita no presente maior e melhor que lhe é oferecido, diariamente, por AQUELE que dispensa calendários, pois está presente diuturnamente. VIVER é um privilégio.

Apenas por tradição, respeitemos este apagar de luzes de um ano, considerado velho, por outro, “novinho em folha”, um termo já em desuso.

Aliás, isto prova que o tempo passa ininterruptamente. Aquela menininha de ontem acredita, hoje, que a VIRADA acontece diariamente.

São tantos os eventos felizes ou desastrosos que ocorrem ao longo dos dias e noites.

Todos eles, em sua totalidade, mudam cenários.

Para que não nos percamos no tempo desses acontecimentos, criamos as datas, tão necessárias, em que ocorreram.

Não sou contra as datas. Sou contra aguardar para depositar, em cada novo ano, toda a nossa esperança de que mudanças aconteçam no cenário com o qual convivemos.

O desejo e a esperança de mudanças têm que nos acompanharem desde cada amanhecer.

Como saudação ao novo ano que se inicia é válido este compartilhar com os amigos.

Afinal, nossa vida é regida pelo tempo.

A esperança, porém, deve ser mantida por nós ao olharmos o céu que nos cobre a cada amanhecer, esteja ele azul, cinzento, nevoento ou escuro.

 


 

 

 

 

 

domingo, 7 de novembro de 2021

QUAL DELAS?



Olhos que continuam buscando imagens. Elas estão em todos os lugares.

No céu, no chão, no pátio do vizinho, na quitanda da esquina, nas ruas por onde caminhamos, em meio ao trânsito, também acontecem.

Por vezes, depositamos nosso olhar em outro olhar. Se sorrimos, talvez, o dono deste outro olhar perceba que nossos olhos ficaram levemente franzidos. Seria uma prova do gesto de sorrir. Talvez, o aceno positivo com o polegar reforce este gesto.

Por ora, ainda podemos sorrir, embora não possamos mostrar nosso sorriso enfeitando nosso rosto.

Qual o enfeite visual, corpóreo, que ainda dispomos?

Aquele enfeite, que brota das entranhas e explode iluminando nosso rosto, está proibido por ora.

Até quando?

Olha pra mim!

Quero ver aquele sorriso maroto.

Ou, quem sabe, aquele outro meio torto.

Na dúvida, não sei bem quem é este outro.

E todo o cuidado é pouco.

Mas sorria, de qualquer jeito, porque dele preciso tanto!


De qualquer maneira, ainda posso escolher qual tipo de sorriso vou entregar a quem, também, parece sorrir com os olhos.

O que será melhor?

Deixar de sorrir ou manter esta atitude que nos faz humanos?

Mesmo com ela, aquela que nos impede de mostrarmos a face por inteiro, acredito que, ao perseverar com o gesto de sorrir com os olhos, este será o caminho para que mantenhamos as emoções dos encontros fortuitos ou não.

Talvez, este comportamento, exigido por ora, revele a importância de um sorriso e o quão é benéfico para quem dá, quanto para quem recebe.

Este seria um aspecto positivo trazido por ela: a máscara.

Outros fatores positivos foram já, sobejamente, mencionados pela Ciência. Tudo isto levando-se em conta que sejam verdadeiros os estudos até agora realizados.

Ao que parece há nomes expressivos nesta área comprometidos com a erradicação deste vírus que, por ora, ainda assola populações pelo mundo afora.

Por mais algum tempo ainda teremos que adotá-la como salvaguarda de nossa saúde. Pelo menos, a física.

Há, porém, uma outra, de mesmo nome, que sempre existiu e continua existindo. E faz parte de alguns seres humanos.

E, com certeza, é perigosíssima. Não se mostra, não a vemos. Esta, sim, é bastante deletéria.

Um sorriso estampado, num belo rosto, pode contê-la.

Contra ela não há vacina ou qualquer espécie de remédio.

Estamos todos nós à mercê de possíveis contatos com ela: travestida de amigo(a).

É a máscara da inveja, da desfaçatez, da dissimulação, da desonestidade.

Acredito que seja fácil escolher qual a pior.

Tenho a convicção de que esta última é a pior.

A primeira foi criada para nossa proteção e tem um tempo para sua extinção.

A segunda faz parte de alguns seres humanos. Seu tempo de extinção acompanha o do seu possuidor.

A esperança é de que nós, seres humanos, ao longo do tempo, evoluamos no sentido de que se estabeleça o bem comum como meta. Dessa forma, sairemos evoluídos o bastante para seguirmos em frente, buscando o melhor para si e para o semelhante.

Todos sem aquela máscara: a escondida.

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 14 de junho de 2021

NO BALANÇO...


Naquele pátio cercado por árvores frutíferas, algumas eram mais apreciadas pela garotinha. Ela esticava o pescocinho para enxergar as mais altas, as que tinham as copas mais fechadas, pois lá devia esconder-se, quem sabe, algum animalzinho.

Quanta imaginação fazia parte daquele universo infantil que usava seu balanço para tentar dali descobrir algo que aguardava há tanto tempo. Existiria algo escondido por lá?

Como nunca gostou de movimentos bruscos e fortes, o balanço era tocado lentamente. Isto dificultava atingir uma altura maior que, talvez, a auxiliasse nesta empreitada.

Nunca se cansou de procurar, mas, um dia, o tempo esgotou-se para este tipo de divertimento.

O tempo é implacável conosco. Ou fazemos uso dele no tempo certo, nas melhores condições pessoais e laborais ou o descarte será inevitável.

E qual será o tempo certo?

Depende de cada indivíduo, bem como do conjunto de indivíduos que integram uma entidade ou instituição.

Aquela menininha ultrapassou vários momentos no tempo que se seguiu, depois que aquele divertimento cessou.

Permaneceu, porém, a sensação daquele convívio diário que lhe propicia, até hoje, a vontade e a curiosidade de saber o que existe por detrás ou entre as várias Copas que se sucederam e que, ainda, sobrevivem. Claro, essas, de agora, são outras Copas.

Parece que o tempo delas não se extingue. Talvez, porque sejamos nós que as criemos, assim como aquelas árvores do pátio da infância. Somos apenas meros criadores, à imagem e semelhança, sem, porém, sermos eternos.

Aliás, deveríamos exercer esta semelhança, o que nem sempre ocorre. Haja vista, as distorções e os exageros que estão a fazer parte das Copas que acontecem no momento.

Quantos interesses, de toda a espécie, fazem parte desses eventos.

No balanço do tempo, no passar das horas, no acompanhamento de notícias, talvez, nossa compreensão permaneça distorcida.

Aquela menininha de outrora espera que, desta vez, não se esgote o tempo para que o balanço final permita que enxerguemos o real propósito de tantas Copas acontecendo num momento tão crucial para a humanidade.

Seus participantes devem estar felizes porque, afinal, tudo é meio obscuro nas estruturas envolvidas em cada uma das Copas.

É! A menininha de ontem não conseguia enxergar o que de dentro daquela copa, de sua árvore preferida, poderia surgir repentinamente.

Agora, igualmente, todos os resultados são incertos e geram expectativa.

Que ao final, nossa imaginação permita que continuemos sonhando, ainda usando o tempo a nós concedido para que venhamos a compreender a relevância, a importância das Copas e do permanecer conectado com as imagens repassadas pelas telas que nos acompanham diuturnamente.

Ah! Não nos esqueçamos, também, dos Jogos Olímpicos. Parece que todas essas competições em conjunto trazem, em seu bojo, a necessidade de nos anestesiar diante de uma tragédia anunciada, representada por esta pandemia, segundo afirmações expostas em sites que circulam pelas redes sociais.

As Copas, de agora, bem mais distantes, bem mais densas, bem mais desafiadoras a nossa compreensão do que a copa daquela árvore do pátio da menininha de outrora.

Ah! O balanço, hoje, é outro, também. Será positivo? Terá valido a pena? 
 
A menininha confessa que prefere, ainda, aquele da sua infância. Sem solavancos, bem tranquilo.






quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

MAIS UM TRAJETO


Aquela primeira luz, que chega suave ao abrirem-se os olhos, é aquela que prometia aparecer quando o pequenino ser transpusesse aquela espécie de túnel onde o viver era alimentado por cuidados amorosos. Lá, existia uma aparente solidão.

Um dia, esta luz surgiu. Ela iluminaria toda a caminhada que se iniciava naquele instante.

Daquele abençoado momento, seguiram-se luzes e sons. Registro, porém, impossível naquele momento primeiro de vida.

Sabemos que assim é, pois relembramos nossa própria emoção ao sentir nascer um novo ser.

Um nascer que concentra toda a esperança, toda a emoção, todos os planos, todos os desejos, todo o amor e afeto que acompanharão este ser durante sua caminhada, pelos meandros da vida terrena.

Olhos que acompanharão imagens e gestos. Sons que experimentará ao longo dos dias e noites.

Como um viajante, meio sem rumo no início, aos poucos traçará metas, tempos para execução, fazendo parte de um todo que, artificialmente, encerra anos, de forma sucessiva, como se, a cada novo período, tudo se modificasse ou tudo permanecesse como antes.

Quanta ilusão!

Aquela primeira luz, que teve a participação e o empenho de quem, efetivamente, exerceu este desejo, é a mesma que, a cada novo período concluído, ilusoriamente nos lança a uma nova etapa. Desta vez, porém, somos nós, absolutamente sós, que nos responsabilizamos por este avanço exitoso ou não.

Uma “luz” no fundo do túnel é o que se busca.

A primeira luz é o nosso salvo-conduto para o que se seguirá. Caberá a cada um de nós buscarmos aquilo que nos fará melhores.

Espaço e tempo, fatores que nos oferecem oportunidades, serão de vital importância no sucesso pessoal, bem como nas relações com os outros.

No antes, tempo e espaço foram determinantes para um nascer tão esperado.

Durante a caminhada, toda a experiência acumulada fez brotar na consciência a existência, inquestionável, de uma luz maior. Esta nos guiará, a cada ano que se finda, ao desejo de que se encontre sempre uma luz no “fim do túnel”.

Assim, neste ano que se findou, permanece a certeza, embora incerto o dia de amanhã, de que aquela luz está presente neste novo trajeto da caminhada.

Afinal, temos a experiência de que o tempo e espaço são parceiros e que nosso olhar já, desde há muito, acostumou-se aos inúmeros momentos diversificados que nos têm acompanhado.

Reiniciamos, portanto, mais um trajeto “iluminado” por nossos pensamentos positivos, com a certeza de que nossa luz interior é perene.

Que tal um poema para marcar mais este trajeto?
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 20 de dezembro de 2020

EM BEM MENOS TEMPO...



Passaram-se trinta anos até que, um dia, aqueles olhares se cruzaram. E nunca mais se separaram.

Tempo este visto da perspectiva de um par de olhos. Do outro par, bem mais tempo passou-se. Foram quarenta e cinco anos de espera. Mas, pelo visto, valeu a pena todo este tempo de espera, pois permaneceu sob encantamento até o final de seus dias.

Lembranças que o tempo não apaga para quem viveu intensamente tantos momentos juntos.

O tempo, como fração de segundo, é importantíssimo, pois é capaz de criar laços de admiração, afeição e amor.

O tempo estendido, ano após ano, é o grande senhor de nossa caminhada. Vão-se somando anos, que vão nos tornando capazes de senti-lo com venerável respeito.

Por consequência, vamos aprendendo a usá-lo de forma racional, com mais atenção à importância que tem no nosso dia a dia.

O ritmo atual de atividades, que nos move, é por demais desafiador.

Este infortúnio, que se abateu sobre as populações espalhadas pelo globo terrestre, trouxe a possibilidade de nos sentirmos reféns do tempo. No relógio, as horas sucedem-se, inexoráveis, com a mesma rapidez de sempre.

O que mudou ou quem mudou?

Tudo mudou. Mudamos todos.

Acredito que a valorização do tempo, por nós percebida, será o grande legado a ser deixado após este infortúnio.

Uma nova dimensão do que significa um abraço, um olhar renovado sobre uma imagem familiar, bem mais valorizada: serão dados relevantes a partir de agora.

Afinal, até no Universo, neste dia 21 de dezembro de 2020, teremos um encontro, depois de 800 anos, dos dois maiores planetas do Sistema Solar: Júpiter e Saturno.

O fenômeno, que aconteceu ainda na Idade Média, deverá ser observado nos céus, onde uma forte luz será visível a olho nu, conforme dizem os astrônomos. Este ponto brilhante faz lembrar a Estrela de Belém que teria direcionado os três reis magos até Jesus Cristo.

A chamada Grande Conjunção acontece a cada 400 anos. A última foi registrada no século 17, em 1623, mas segundo provam os cálculos não foi na época de Natal.

Segundo os estudiosos, o mais semelhante encontro aconteceu em 1226, no século 13, na época do Natal. Portanto, segundo os astrônomos, há quase 800 anos. Ainda, de acordo com estes cientistas, esta será a maior Conjunção entre Júpiter e Saturno durante os próximos 60 anos. Depois, somente em 2080.

Diante dessa medição do tempo, que ultrapassa séculos, não devemos nos assustar com este tempo em que aguardamos uma eficaz e segura proteção aos nossos corpos.

Ele, o tempo, continua a nos exigir que mantenhamos nossas atividades, que olhemos com ternura e compaixão os menos afortunados, dando-lhes oportunidades de reinserção social e que cuidemos de nossos entes queridos, como a nós mesmos.

A grande lição que fica é a conscientização da importância do tempo em nossas vidas. O que fazemos desde o amanhecer até o anoitecer. Quem e o que estamos priorizando.

Que tempo sobrará para revermos nossas atitudes no dia a dia.

Que tempo, por fim, dedicaremos àquele olhar que seduziu e que foi motivo de momentos felizes. Se acaso não mais existir, buscaremos no céu, que nos cobre, sinais para que a imaginação navegue e possa saciar-se com tanta beleza.

Mesmo que nuvens surjam repentinamente, elas passarão, assim como este momento nebuloso pelo qual passamos.

Tudo, enfim, passará. Em bem menos tempo que a Grande Conjunção.