Mostrando postagens com marcador olhar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador olhar. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 11 de outubro de 2022

EMOÇÕES...



O céu que nos cobre entrega toda a sorte de sinais. A luz de um sol que brilha ou das estrelas que nos brindam com um espetáculo noturno, sempre que possível que isso aconteça.

Os sons do bar da esquina que, às sextas-feiras, alegra-nos com os sons conhecidos de músicas atuais e, também, aquelas que marcaram época.

Imagens e sons que alimentam nossas emoções, pois despertam um espetáculo visual ou auditivo de grande importância nos dias atuais.

Para o enfrentamento de tantos problemas que recaem sobre nós, seres humanos, é urgente que nos apeguemos às boas emoções. São elas que nos propiciam resiliência e esperança para enfrentarmos o cotidiano.

Busquemos alimentar nossas emoções com aquilo que nos faz melhores, mais solidários, mais partícipes.

Urge que retomemos, quando for possível, nossos encontros. Somos seres sociáveis, por essência, e nossas emoções comandam nossos bons e maus momentos.

Estamos carentes de bons momentos?

Acredito que não.

O cantar dos passarinhos, o bom-dia risonho do nosso vizinho, o olhar do pequenino que nos fita e até já nos sorri, o pet que se achega aos nossos pés são evidências de que estamos cercados por seres que nos complementam e que nos alimentam das boas emoções que nos fazem tanto bem.

Ao vermos os estádios de futebol lotados de torcedores, alegres e dispostos a torcerem pelo seu time do coração, é a prova de que as emoções fazem parte do nosso ser.

E é bom que elas existam, pois são elas que nos elevam ao patamar de seres humanos.

Cuidemos, porém, para que as telas não substituam nossos encontros, nossas conversas, ao vivo e em cores, bem como nossos abraços e beijinhos.

E as emoções de um dia por inteiro podem estar concentradas em teu próprio olhar, como o poema que segue.
 
 







 
 

sexta-feira, 10 de junho de 2022

NOSSO TEMPO



Passe o olhar sobre o drama.

Repouse o olhar sobre a grama.

Não se deixe atingir por tamanha lama.

 
Esperar dos dias atuais o quê?

Abrir os olhos ao amanhecer é um presente, uma dádiva.

E isto não é o menos: é o mais.

A partir desse instante, construa o seu dia.

Olhos e ouvidos nos permitem vivenciar todos os momentos que forem surgindo.

Como não se encantar com um céu azul permeado por algumas nuvens que passeiam por lá?

E se o céu estiver plúmbeo?

Também, conterá uma chuva benfazeja. Aquela que alimenta nossas lavouras, que supre nossos rios, pois também eles são importantes.

Tudo o que nos cerca é importante. Tanto positivamente, quanto negativamente.

Aos aspectos negativos, exijamos providências. Aos positivos, desfrutemos de suas benesses.

Percebamos a necessidade do silêncio para, muitas vezes, aquietarmos nossa mente e, apenas, trocarmos pensamentos com o nosso eu. Aquele que devemos manter a salvo de tantos dramas.

Embora não devamos ser omissos, a nossa participação não deve ficar refém. Caso contrário, o prejuízo poderá ultrapassar alguns limites necessários para o bem viver cotidiano.

Observar mais o chão por onde pisamos, com certeza, trará surpresas. O leve sacudir das folhas da árvore da calçada é, por vezes, visitada pelo passarinho que vem ali cantar seu bom-dia.

Quanta beleza nos cerca!

Basta que tenhamos olhos para vê-la, para ouvi-la, para senti-la.

A agressividade, a intolerância e a criminalidade, que nos cercam, devem ser combatidas por quem detém essas funções.

Que o nosso meio ambiente também seja preservado!

Afinal, por aqui estamos presentes e dependentes desse cuidado. Portanto, a responsabilidade é comum a todos e a fiscalização também deve se fazer presente.

Assim, como uma brisa que vem e que passa, sigamos buscando aquilo que de melhor nossos olhos e ouvidos puderem encontrar.

 
Quero-te ao meu lado.

Meu amor eterno.

As saudades repousam no olhar guardado

De momentos tão ternos.

 
Não esqueçamos, porém, que o TEMPO PRESENTE é o que nos move e, nele, nosso ser deve transitar de forma serena para que consigamos observar todas as belezas que nos rodeiam.

E elas, ainda, existem.

Do passado, trazemos as lembranças.

O futuro? A ninguém é dado conhecer.

O PRESENTE é o momento que vivemos. Nossos sonhos, se viáveis, já podem tornar-se realidade.

Basta que, mentalmente, nos preparemos para este feliz desfecho. E ele, com certeza, virá.

Enquanto isso...

Use seu olhar, conforme sugere o poema abaixo.










quinta-feira, 19 de maio de 2022

MAIS?




Quantas mais?

Tempos atrás, elas eram aplicadas nas crianças após o nascimento. Algum tempo depois, quando estas crianças já estavam em idade escolar, repetia-se o procedimento.

Somos pobres habitantes que enfrentamos a própria saúde em perigo, estando o planeta, que nos acolhe, igualmente, em processo visível de desequilíbrio.

Ah! Aquele céu maravilhoso, que ainda assim se apresenta, não é mais objeto de olhares curiosos e indagadores. A imaginação, de então, comprazia-se em refletir, criando momentos de enlevo, de sedução, de um sonhar acordado.

Hoje, os olhares repousam sobre frias telas que, muitas vezes, fornecem imagens de atitudes humanas deploráveis.

Onde restou o sonho?

Sobre quais imagens repousamos nossos olhos?

Elas, as vacinas e telas, tornaram-se a prioridade em nosso cotidiano.

Um olhar poético repousa sobre imagens de quaisquer fontes. Cabe a este olhar revestir tais imagens de forma envolvente e que abrace o leitor, motivando-o a permanecer esperançoso e capaz de dialogar com o seu semelhante de forma amistosa, buscando sempre um novo olhar.




E aquelas outras?

Nem direi seus nomes.

Ainda bem que permanecemos com os olhos libertos para que possamos continuar olhando para o céu e para tantos outros olhares que se cruzam com os nossos.

Tempos que perderam o encantamento?

Encantar-se é necessário, é o que torna ameno o nosso cotidiano, é o que nos mantém esperançosos.

Nosso olhar e voz são comunicadores que nos propiciam interagir com o semelhante que conosco convive ou com aquele que cruzamos no nosso dia a dia.

Sigamos por este caminho.

É o melhor caminho para que mantenhamos nossa condição de seres humanos em evolução.

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

ATÉ QUANDO?

Ninguém sabe.

Será que continuaremos vivendo, daqui para frente, como há poucos anos atrás vivíamos?

Um simples cumprimento voltará aos moldes daquilo que nos aproxima pelo contato, pelo sorriso, pelo olhar receptivo, pela satisfação de quem ofertava e daquele que recebia um “tudo bem”?

Esperar o quê?

Difícil é adotarmos esta nova postura de desconfiança, de receio, de controle das emoções, tipicamente humanas, neste cenário posto, sem data para acabar.



E os aromas? Nem pensar.

E os perfumes? Não mais são necessários.

Basta que inspiremos o suficiente para a respiração manter-se adequada.

Claro que a inspiração, diante dessa necessidade de se manter a respiração, deve, como material de sobrevivência, propiciar a inspiração para que nossos versos se tornem poemas. Os poetas sabem o que fazer com momentos de desalento como o que estamos a passar.

Se palavras, neste momento, são difíceis de pronunciar e de ouvi-las, lê-las são uma forma de resiliência diante do caos imposto.

Olhemos para o alto, para o céu que nos cobre, pois lá encontraremos uma força que nos manterá capazes de recriar aquelas nuvens ameaçadoras em passageiras, que se desfazem logo adiante.

E, logo, novos versos surgirão.

Afinal, a Natureza é nossa companheira diuturna. Devemos a ela nosso amanhecer e anoitecer diários.

Portanto, nosso rosto, embora parcialmente coberto, não nos transforma em alienígenas. Somos aqueles seres que, embora sob tensão, mantemos nosso emocional a salvo de maiores sobressaltos.

Temos a ELE como escudo maior e a palavra poética como expressão de nosso sentir diário.

Ela resguarda-nos de confrontos desnecessários. E, quando poética, restabelece nosso equilíbrio emocional porque expressa todo o potencial que dispomos contra as incertezas do amanhã.

A palavra constrói o hoje, que permanecerá para o amanhã, como prova de nossa capacidade humana frente às agruras que vierem a se instalar em nosso meio.

Portanto, não nos importa ATÉ QUANDO?

Embora nossas faces estejam cobertas, nossos olhos ainda fitam o céu que nos cobre e, de lá, ELE é o nosso colírio que manterá nossos olhos piscantes, buscando soluções, plenos de esperança.

ATÉ QUANDO FOR NECESSÁRIO.

Esta é a única resposta.

 

 
 
 
 
 

domingo, 7 de novembro de 2021

QUAL DELAS?



Olhos que continuam buscando imagens. Elas estão em todos os lugares.

No céu, no chão, no pátio do vizinho, na quitanda da esquina, nas ruas por onde caminhamos, em meio ao trânsito, também acontecem.

Por vezes, depositamos nosso olhar em outro olhar. Se sorrimos, talvez, o dono deste outro olhar perceba que nossos olhos ficaram levemente franzidos. Seria uma prova do gesto de sorrir. Talvez, o aceno positivo com o polegar reforce este gesto.

Por ora, ainda podemos sorrir, embora não possamos mostrar nosso sorriso enfeitando nosso rosto.

Qual o enfeite visual, corpóreo, que ainda dispomos?

Aquele enfeite, que brota das entranhas e explode iluminando nosso rosto, está proibido por ora.

Até quando?

Olha pra mim!

Quero ver aquele sorriso maroto.

Ou, quem sabe, aquele outro meio torto.

Na dúvida, não sei bem quem é este outro.

E todo o cuidado é pouco.

Mas sorria, de qualquer jeito, porque dele preciso tanto!


De qualquer maneira, ainda posso escolher qual tipo de sorriso vou entregar a quem, também, parece sorrir com os olhos.

O que será melhor?

Deixar de sorrir ou manter esta atitude que nos faz humanos?

Mesmo com ela, aquela que nos impede de mostrarmos a face por inteiro, acredito que, ao perseverar com o gesto de sorrir com os olhos, este será o caminho para que mantenhamos as emoções dos encontros fortuitos ou não.

Talvez, este comportamento, exigido por ora, revele a importância de um sorriso e o quão é benéfico para quem dá, quanto para quem recebe.

Este seria um aspecto positivo trazido por ela: a máscara.

Outros fatores positivos foram já, sobejamente, mencionados pela Ciência. Tudo isto levando-se em conta que sejam verdadeiros os estudos até agora realizados.

Ao que parece há nomes expressivos nesta área comprometidos com a erradicação deste vírus que, por ora, ainda assola populações pelo mundo afora.

Por mais algum tempo ainda teremos que adotá-la como salvaguarda de nossa saúde. Pelo menos, a física.

Há, porém, uma outra, de mesmo nome, que sempre existiu e continua existindo. E faz parte de alguns seres humanos.

E, com certeza, é perigosíssima. Não se mostra, não a vemos. Esta, sim, é bastante deletéria.

Um sorriso estampado, num belo rosto, pode contê-la.

Contra ela não há vacina ou qualquer espécie de remédio.

Estamos todos nós à mercê de possíveis contatos com ela: travestida de amigo(a).

É a máscara da inveja, da desfaçatez, da dissimulação, da desonestidade.

Acredito que seja fácil escolher qual a pior.

Tenho a convicção de que esta última é a pior.

A primeira foi criada para nossa proteção e tem um tempo para sua extinção.

A segunda faz parte de alguns seres humanos. Seu tempo de extinção acompanha o do seu possuidor.

A esperança é de que nós, seres humanos, ao longo do tempo, evoluamos no sentido de que se estabeleça o bem comum como meta. Dessa forma, sairemos evoluídos o bastante para seguirmos em frente, buscando o melhor para si e para o semelhante.

Todos sem aquela máscara: a escondida.

 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

QUAIS VERBOS?



Olhar para os olhos do outro. Tentar entender o que estão a expressar.

Dialogar sob a máscara do medo.

Ouvir o que os doutos e os nem tão doutos falam, aconselham, discursam, propõem, refutam, escondem, subvertem, negam...

Seres frágeis, tornando-se mais frágeis.

Seres aguerridos, resilientes, buscando informações.

Desvios de toda a espécie. Um mar de lama encobrindo seres humanos abjetos.

Continuar e continuar. Sempre com o olhar pousado naquele, naquela ou naquilo que possui vida.

O viver é que move cada um dos seres vivos. E cada um sentirá os benefícios desses encontros entre si, mesmo que no silêncio.

Claro que, trocando ideias com outro ser igual a si próprio, será muito mais compensador.

Se diante, porém, da impossibilidade de conectar-se com o outro, face to face, o recurso tecnológico poderá suprir, em parte, esta recente necessidade.

Lembremos que, diante de necessidades tão básicas, aprendemos que somos, individualmente, um universo a ser descoberto.

Pouses teu olhar sobre a árvore, que enfeita o teu jardim ou a calçada da tua rua, e verás que é possível dialogar, considerando as lembranças da tua infância quando, lá, conversavas com ela. Ela respondia as tuas perguntas. E as respostas tu as tens até hoje. As árvores podem ser outras, mas as respostas são, plenamente, compreensíveis e válidas até hoje.

Assim como o céu pode, da mesma forma, enfeitiçar teu olhar e fazer tuas emoções aflorarem, trazendo imagens remotas, porém não esquecidas, com as quais poderás criar cenários que possibilitem o mesmo sentir poético que, um dia, respondeu a perguntas mentalmente feitas.

Perguntar, questionar, mensurar, sentir, apaziguar-se são momentos solitários de grande valia.

De dia ou de madrugada, o céu sempre será motivo para tecer sonhos ou planejar rotas para alcançar objetivos. Os movimentos das nuvens demonstram a necessidade de mudanças, às vezes, repentinas, outras nem tanto.

Mudar, transformar, buscar, empreender para conquistar novas posições: é o caminho para que o sonhar se concretize.

E o silenciar é condição para que o nosso olhar, como parte do nosso eu interior, absorva estas imagens e as transformem em conquistas pessoais através do investir em sonhos, plenamente possíveis, a qualquer um de nós.

Talvez, este momento atual deixe como legado o ensinamento do convívio consigo próprio, pois estamos um tanto quanto afastados de nossos semelhantes.

O Universo, porém, continua a nos brindar com um espetáculo que tem como cortina, que enfeita este palco, que é a Terra, o céu que nos brinda com o amanhecer e o anoitecer.

Esta cortina é que faz toda a diferença para quem tem olhos para observá-la.

Ela, quando se fecha, nos faz sonhar. Quando abre, renova nossos sonhos.

Daí, é sair para torná-los concretos.

E AMAR o que se constrói é fundamental.

SONHAR, CONCRETIZAR e AMAR são verbos que constroem uma vida, deixando um legado àqueles partícipes diretos ou indiretos.












segunda-feira, 12 de julho de 2021

ESPERAR O QUÊ?


Um olhar que busca...

Outro olhar?

E o outro ser que se aproxima?

Será seguro olhá-lo?

Antes de entrar no pátio, melhor deixá-lo passar, pois nunca se sabe...

Quantas ações sequer pensadas em anos que já se foram.

E o VAR?

O quê?
 
O Árbitro Assistente de Vídeo, amigo.

E aquela outra câmera que, sempre pronta a disparar um estridente som, espreita cada indivíduo que por ela passa e que não digita uma senha própria para adentrar àquele modesto edifício.

Estamos cercados pela tecnologia.

Estaremos mais seguros?

Aquela jovem que atravessava áreas isoladas, sozinha, indo para a escola, não acredita numa resposta afirmativa para esta pergunta.

O ser humano aumentou o seu nível de agressividade e, ao que parece, não se intimida com a moderna tecnologia.

Pois é! Parece que a usa para mostrar sua força. Aquela que a todos assusta e que reforça a cada investida.

O que fazer diante de situações de perigo acontecendo a todo o instante?

Nem mais campos temos hoje, porém nossas ruas são palco de ações que atentam contra os cidadãos que por elas transitam.

A educação e o respeito pelo outro, valores maiores, devem retornar a patamares anteriores à tecnologia implantada. Caso contrário, ela servirá a que tenhamos seres de má índole servindo-se dela, de forma constante, com um sucesso garantido em suas ações deletérias.

Há que se ter regras e condutas a serem cumpridas.

A tecnologia veio para facilitar, orientar e espalhar conhecimento e informações. A conexão com o outro tornou-se célere. Esta constatação deve ser aplaudida.

Seus efeitos negativos devem-se ao aumento de seres humanos desprovidos de limites, de respeito ao próximo e de total falta de empatia com o seu semelhante, sem falar na impunidade que grassa há muito.

Aquela jovem, de ontem, sonha ainda com o andar despreocupado em plena Av. Salgado Filho, portando uma corrente com um rubi pendurado em seu pescoço.

O sentimento que a faz assim desejar segue abaixo.


Nasci para viver a esperança

De que dias sempre melhores viriam.

Este sempre foi o desejo que carreguei pelos anos que se seguiram.

Acredito que novos dias tragam a tal bonança.


Mesmo diante de épocas tão difíceis e de mentes tão malévolas, ainda aguardo por uma conscientização, por alguns líderes mundiais, de que a passagem pelo planeta é breve para todos.

Tenhamos fé e passemos uma energia positiva, em nível global, a todos aqueles que detêm o poder de governar, legislar e julgar, pois o tempo é inexorável e igual para todos os que, por aqui, se encontram hoje.

Por que, então, seguirmos esta rota em que o nosso olhar tem medo do outro olhar?

Olhemos para o outro como nosso semelhante a quem enxergamos como parceiro nesta caminhada.

É o que espero que consigamos alcançar ao longo dos próximos anos.

 

 

 

 

domingo, 30 de maio de 2021

O QUE IMPORTA...

Não é o tamanho. Talvez, até nos cause surpresa, admiração e expresse alguma beleza. O que importa é se a nossa emoção, o nosso sentir foi tocado pela lembrança de algum momento em que aquela imagem fez parte de alguma cena em que éramos partícipes.

Uma “Super” Lua é uma lua grande que é admirada pela sua beleza por olhos humanos.

Aquela lua, porém, que se deitou junto ao casal, iluminando momentos cálidos, esta sim é a que importa, pois deixou um legado inesquecível de emoções.

O céu contém figuras integrantes do nosso dia, que nos levam a um convívio em que nossas emoções são, repetidamente, abastecidas pelas diferentes cores e luzes. E há cores, mesmo na escuridão da noite, pois estrelas brilham ou relâmpagos explodem.

O que importa é estarmos conectados com algo vivo.

Uma tela jamais expressará, através de uma foto, a emoção que nos atinge quando visualizamos a beleza vinda diretamente de um objeto ou daquilo que o céu nos proporciona diariamente.

Uma nuvem que baila com outras tantas, traçando desenhos ao sabor dos ventos, é algo bem diferente daquela outra nuvem que nos ameaça, por conta e risco de não sei quem, suprimir todas as fotos e diálogos que guardamos, com carinho, em nosso celular.

Que nuvem tirânica essa! Mais tirânicos são os que se usam dessa possibilidade para apagarem lembranças e imagens que suprem nosso interior afetivo.

Prefiro ficar com a primeira nuvem, pois, embora longe, serve como alimento para o sonhar, para o criar, para o suprir meu “eu” tão ávido por imagens que, em um dia ensolarado, navegam lentamente.

Na mesma medida de deslumbramento, as estrelas que cobrem o céu transmitem desenhos e luzes que iluminam nossas noites e nos oferecem um espetáculo que favorece a nossa imaginação a viajar segura e capaz de transpor, poeticamente, realidades desconhecidas pelos amantes da escrita.

O que importa não é o tamanho, nem a distância, mas a possibilidade de observarmos, através do olhar, estes momentos em que a Natureza se apresenta bela e acolhedora. O nosso olhar e a Natureza, ambos, formam a melhor parceria para mantermos nosso “eu” alimentado, pois somos todos seres vivos.

Temos, porém, o privilégio de sermos capazes de refletir. E isto nos diferencia e nos capacita a fazermos uma opção mais racional entre o visível no entorno de nós e o mostrado através de uma tela. Como informação, serve.

Para o nosso sentir, para as emoções que nos habitam, nada supera o observável a olho nu, durante um amanhecer, um entardecer ou, mesmo, durante a noite.

Aqui não se está falando de estudos científicos que exigem tecnologia de ponta para a verificação e acompanhamento de males que afligem a humanidade.

Estamos enfatizando apenas a importância do sentimento que é despertado por imagens da Natureza frente ao nosso olhar, numa simbiose enriquecedora.

Portanto, o que importa é que continuemos preservando a Natureza que nos cerca mais proximamente, bem como aquela outra, bem mais distante, não menos importante, que nos ilumina, nos aquece, nos comove pela beleza oferecida, diariamente.

E isso não tem preço, porque abastece o “eu” interior, contribuindo para o nosso equilíbrio físico, mental e emocional.

A criação literária vê-se contemplada através do fazer literário dos escritores e, em especial, dos poetas que encontram, na imaginação, terreno fértil para suas produções.

Não nos esqueçamos, porém, de que todos desfrutam desses momentos de descontração que propiciam encontros, afagos e parcerias.

E a lua?

Não precisa ser uma “Super” Lua para fazer sucesso. Basta existir, continuar nos oferecendo sua luz e sendo portadora de belas lembranças

Isso é o que importa.

O poema VELHA AMIGA, que segue, confirma sua importância como parceira em momentos alegres e tristes.

 

 


 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 3 de março de 2021

VENTOS... VENTANIA...


Parece que veio para ficar. Veio para espantar o mal que a todos nós está atingindo. Veio derrubando até árvores.

Coitada da Belinha!

Tão franzina que é, tem tido cuidado redobrado em suas caminhadas. Às vezes, parece ser levada pela força desses ventos, um tanto quanto estranhos para um verão que se imaginava como os anteriores. Nada, porém, tem similitude com os anos que inauguraram este novo século.

De repente, estes ventos do verão tornaram-se tão fortes, tão constantes que parecem querer mostrar a sua força invadindo nossos ouvidos, levantando nossas saias e nos surpreendendo, mesmo quando, segundo as previsões, não haveria tal ventania.

Belinha, que não gosta de vento, anda meio chateada.

Acredita que “este senhor” veio dar a sua contribuição nesta fase de tantos vírus soltos pelo ar. Afinal, ele tem feito o possível para levar para bem longe, para todos os quadrantes, essas invisíveis partículas, tão maléficas, que navegam por entre todos nós.

Belinha acredita que as árvores não apreciem estes ventos. Viver na calmaria, sob sol e chuva, é bem mais gostoso.

Até os passarinhos recolhem-se diante de tão fortes ventos.

Ser surpreendida por uma lufada de vento até pode ser algo romântico.

Sem se aperceber, pode alguém, que estava próximo, alcançar a echarpe que caíra com a força do vento.

Aquele olhar fixar-se no seu e daí...

Quem sabe... Um novo amor acontecer.

Agora, muitas vezes, prenuncia fortes chuvas.

Outras, uma simples lufada de vento pode enfeitar uma calçada com as flores caídas daquela cerejeira.

Quem num barco encontrar-se também ficará com medo da fúria de um vento sobre as águas.

Agora, um ventinho sereno até auxilia o voejar daqueles belos pássaros que nos visitam diariamente.

E esses ventos são imprevisíveis. Aliás, como todas as alterações climáticas que se sucedem ao longo de um dia.

Belinha não vê mais constância previsível neste nosso “novo normal”.

Ventos e ventanias oferecem espetáculos que nos deixam preocupados.

Quando é apenas uma lufada só nos causa surpresa. Talvez, nos cause um pequeno desequilíbrio. Nada muito comprometedor.

Agora, houve uma cena que Belinha acabou de lembrar-se.

Em uma “live”, onde acontecia uma assembleia, Belinha deparou-se com uma cena que associou a uma pequena lufada de vento. Uma das participantes, provavelmente muito cansada, “desequilibrou-se”, sentada no sofá da sala, e caiu adormecida.

Uma lufada que, em trânsito pela rua, apenas teria balançado seu corpo.

Desta vez, porém, a tal lufada foi fatal.

Acho até que havia uma janela aberta por onde ela entrou.

Quem?

Ela, a lufada de vento.

Amigos!

Cuidemo-nos dos ventos, ventanias e das lufadas.

Agora, aquele ventinho que sacode a cortina...





Ah! Este ventinho veio em boa hora!

 

 

 

 

 

 

 


quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

OLHARES ILUMINADOS


Com olhos curiosos, que buscavam os movimentos constantes das nuvens, aquela menininha já se interessava por imagens que se desenhavam no céu de sua infância.


Na verdade, a visão do céu, de dia ou à noite, sempre revelou uma beleza ímpar àqueles olhos infantis.

Cenas propícias a uma imaginação que se alimentava de movimentos serenos e calmos de nuvens que seguiam, pouco a pouco, para não sei onde.

À noite, porém, sucediam-se momentos em que as estrelas, partícipes deste céu noturno, mostravam-se firmes, resplandecentes, sem o navegar das nuvens, mas com o brilho que tornava o olhar infantil bastante surpreso.

Por que algumas se aglomeravam e outras não?

Na sua ingenuidade, imaginava que aquelas tivessem brigado com estas outras agrupadas.

Reconhece, hoje, que todas elas serviram para que a imaginação fosse abastecida por perguntas, ainda sem respostas, que fizeram nascer uma capacidade de reflexão.

Um pouco mais tarde, descendo o olhar do céu para a terra, o que assistia na televisão eram filmes em que cenas violentas não existiam. Talvez, porque cenas desse tipo, à época, existissem em um número reduzido na sociedade.

Hoje, o nosso dia a dia é pautado por cenas violentas repassadas, exaustivamente, a um público que parece precisar rever, por incansáveis vezes, as mesmas cenas.

Um olhar infantil, nos tempos atuais, pousará em uma nuvem, ou na joaninha que se perdeu da planta, ou na formiga que carrega o alimento para a sua toca?

Será que uma máquina, que traz cenas com respostas já elaboradas e direcionadas, será capaz de possibilitar momentos em que o pensamento, próprio desse pequeno ser, possa dar asas a sua imaginação, preparando-o para um futuro ser pensante?

Sem querer, absolutamente, menosprezar a evolução tecnológica que nos cerca, e da qual necessitamos, mas os primeiros anos de uma vida devem ser resguardados para que o desenvolvimento do “pequeno ser” seja conectado com a natureza, com o ambiente que o cerca, com o outro ser, igual a si, que lhe serve de espelho, de fonte de afeto e de referência pelos valores que lhe podem ser repassados.

Seres humanos sempre serão seus pares pela vida afora.

Tudo em prol de que se consiga manter os olhos iluminados por imagens benéficas, que nos envolvam, tornando nossos dias mais amenos e nos capacitando a fazer escolhas de imagens livres de violência, repetidamente, veiculadas.

E como exemplo dessa possibilidade de que nos mantenhamos com o brilho do olhar sempre a nos maravilhar, segue um poema dedicado à neta Nicole.