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domingo, 3 de julho de 2022

IMAGENS DE UMA OBSERVADORA



Quem entra...

Quem sai...

Quem passa...

Imagens, muitas vezes, reveladoras do humor que é percebido por quem se detém a observá-las.

Belinha sabe disso. Por isso, tem uma mesa reservada junto da parede de vidro que compõe a fachada do restaurante.

Algumas imagens são curiosas, incompreensíveis até.

A esposa que sai do restaurante e aguarda o marido em frente, por quase quinze minutos, pois o mesmo conversa com o dono do estabelecimento. E isto é frequente.

Há outros casais, porém, que adentram e saem juntos e felizes do estabelecimento.

Há quem circule, em frente ao restaurante, aguardando um possível prato de comida, ou algumas moedas quando algum frequentador do estabelecimento saia.

Algumas imagens serão verdadeiras. Outras, falsas. Quem observa, também, tem seus olhos voltados para cenas nem sempre reveladoras do que apresentam.

Aquela jovem de mãos dadas, ao que parece, não está feliz. Seu semblante está tristonho.

Alguém sorrindo não é o comprovante de felicidade.

Os seres humanos, ao contrário dos animais, são multifacetados. Não há uma certeza sobre o que realmente estas imagens indicam.

Aquela família, que apresentava imagens de ser bem-estruturada e feliz, surpreendeu a todos os vizinhos quando se desfez.

É bom observar e criar cenários que alimentam nossa criatividade. Nunca, porém, tê-los como espelhos de uma realidade nem sempre verdadeira.

A nossa imaginação cria, com certeza, caminhos diversos para imagens do nosso cotidiano.

E, ainda, não temos o VAR para checar qual a linha de demarcação da verdade, da farsa ou do embuste.

O ideal é aproveitarmos as imagens quando elas fazem parte do nosso “eu” com um outro “eu”.

Podemos, então, quem sabe, construir um cenário em que as imagens representem aquele momento verdadeiro, que nos é dado de presente, onde consigamos erguer uma sólida relação. Até, enquanto dure.

Agora, o importante é que saibamos selecionar aquelas imagens que permanecem na lembrança, as que sejam positivas, para que se unam àquelas que fazem parte do nosso cotidiano.

Aquela imagem do abraço afetuoso entre dois amigos que se encontram na praça da rua onde moram.

Aquela imagem da mãe acariciando seu pequeno filho.

O sorriso da atendente agradecendo a presença, diária, daquele cidadão, já bastante idoso, que almoça no restaurante próximo da sua casa.

A imagem da aproximação do Snoopy, cachorrinho tão querido, que busca um carinho de sua dona.

A imagem da gentileza do casal que, ao entrar no restaurante, volta-se e auxilia a senhora que, usando uma bengala, também quer entrar para almoçar.

A imagem do pássaro fêmea que traz alimento para o seu filhote, colocando-o no seu bico.

A imagem religiosa posta sobre um balcão na entrada do restaurante, que oferece uma saudação de bem-vindos a todos que adentram.

Para estas últimas imagens não precisaremos do VAR, com certeza.

Elas revelam aquilo que nossos olhos atentos e observadores captam.

E são essas imagens que nos impulsionam para o amanhã, com a esperança renovada de que, juntos, somos seres muito especiais. Portanto, poderemos fazer a diferença em momentos cruciais. Naqueles em que o amor se fizer necessário para vencermos as dificuldades cotidianas. E, quem sabe, esta energia positiva estenda-se além-mar, pois o planeta está a dela precisar.

 

 

 

 

 

segunda-feira, 17 de maio de 2021

SEMELHANÇAS...

Todos os dias pousava na mesma janela, na mesma hora. Por entre grades, acostumara-se a andar. De lá pra cá, daqui pra lá. A visita era diária. Após vários minutos, despedia-se com um até logo mais, sinalizado por um cantar conhecido.

Sua visita diária era como reconhecer-se importante, necessário e capaz de estreitar laços com não sei bem quem.

Este alguém sempre o observava e invejava este seu voejar diário. As grades não o impediam de achegar-se, sem medo, disposto a despejar ali seu mavioso canto.

Sim, grades não devem nos impedir de voar, pois voar em sonhos é também voar.

O que é o sonho? Um voo ao ainda desconhecido, mas desejado.

A observadora e seu visitante diário são semelhantes.

Um, capaz de voar graças as suas asas que o auxiliam a seguir em frente, voando em busca de alimento, parceria, refúgio.

A outra, capaz de enfrentar o cotidiano sempre em busca daquilo que a satisfaça. Por ser humana, seu capital genético é mais sofisticado. Daí, a possibilidade de voar, através da imaginação, a lugares desconhecidos, adentrando em seu próprio interior criativo e alimentando-se de emoções, prazeres e empatia com aqueles que, também, voam com esta capacidade: a que transcende os limites físicos que nos limitam.

Diante deste cenário, em que a Terra está sendo afetada por vilões vindos de todos os cantos, cabe a nossa imaginação criar redutos de refúgio onde, ainda, persista a esperança.

Como podemos salvaguardar nossa capacidade de sonhar?

Em nossas criativas reservas que se encontram resguardadas em nossa imaginação.

Portanto, imaginar é necessário, é preciso, é saudável. É o que nos permite voar em pensamento e usarmos a imaginação como veículo que nos leve a cenários mais reconfortantes.

Basta de cenas dilacerantes, de protagonistas desalmados, de indivíduos inescrupulosos, de cenas de barbárie.

A alienação não é o caminho desejado, mas há que se buscar um caminho que nos mantenha íntegros emocionalmente.

É preciso seguir o exemplo do pássaro da janela. Estreitar vínculos como forma de sentir-se necessário e capaz de modificar cenários reais pela imaginação que alimenta nossos sonhos e que nos faz voar até o próximo amanhecer. Tudo em prol da saúde que nos mantém vivos e partícipes de uma sociedade melhor para todos que a integram.

Inspire-se no passeio matinal do pássaro que não tem medo das grades. Elas não são obstáculo a quem busca, no pensamento, a reflexão necessária antes do voejar matutino.

Nada melhor do que um poema para expressar toda a importância de mantermos acesa a PAIXÃO, ela que alimenta nosso recomeço diário.

Claro, lembrando que somos bem mais do que aquele pássaro visitante, pois somos capazes de transpor quaisquer grades. Em especial, as internas que, muitas vezes, nos aprisionam.

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

CENÁRIOS...

 

Previsíveis, esperados, reconhecidos e recebidos com naturalidade, pois representavam aquele momento do tempo presente.

O amanhecer não se confundia com o anoitecer, nem a noite transformava-se em dia com um clarão que iluminasse a cidade por instantes. Cada vez mais nos distanciamos de uma realidade que a nós parecia comum, conhecida por todos.

Onde andará o sol iluminando o alvorecer?

E a lua oferecendo-se aos enamorados? Talvez, tenha desaparecido por sentir-se, hoje, tão sem importância num cenário romântico.

E as estrelas formando desenhos inspiradores?

Eram belos cenários que a Natureza nos brindava desde sempre. Hoje, essas presenças, no céu que nos cobre, não são tão mais frequentes, tampouco previsíveis.

A imprevisibilidade parece ser a tônica que move o planeta atualmente.

Seriam nossas próprias ações imprevisíveis, também? Não deveriam ser, para que a harmonia reinasse.

A paz e a harmonia dependem de uma construção sólida em que as ações humanas, também, influenciam a própria Natureza.

Os vendavais e a temperatura oscilante, ultrapassando os limites conhecidos de cada região do planeta, são indícios de que nossas atitudes estão favorecendo esses momentos imprevisíveis em que a Natureza tem se alterado de forma, por vezes, violenta.

Os novos cenários, que surgem sobre a superfície onde vivemos, são bastante preocupantes.

Lembremos que a superfície, quando mal tratada, altera o cenário que nossos olhos acostumaram-se a ver no céu, no nosso dia a dia.

Ah! Dirão alguns que isto de olhar o céu e de contar as estrelinhas é papo de criança. Não se fala, aqui, de contar estrelas. Fala-se da beleza de um céu iluminado, de uma noite estrelada. Fala-se de um sol nascendo, generoso, com seu brilho promissor ou de um entardecer em que seu brilho nos oferece um “gostinho de quero mais”.

A Natureza é um presente divino que nos cerca e nos cobre. E todo o presente deve ser guardado com carinho para nosso encantamento diário e resguardado para tanto.

Por que cenários?

Cenários lembram teatro, apresentações, shows. São montados e, após, desmontados. Enquanto montados, exercem o seu papel de forma adequada, a encantar a plateia. Quando desmontados, deixam saudades.

O cenário com que nós, humanos, fomos agraciados estava pronto quando aqui chegamos. Nossas atitudes é que favorecem o seu desmonte.

Da mesma forma, teremos saudades quando este cenário, mesmo que aos poucos, for sumindo.

Há quem acredite, e eu me incluo, que o processo de conscientização já exista e que possamos vencer os obstáculos impostos por governantes facínoras e que a humanidade, como um todo, edite, em conjunto, uma nova Ordem Mundial, pois todos amam a Vida. E a manutenção dela é o único caminho para que a utopia se concretize.

Embora Eduardo Hughes Galeano tenha dito que a Utopia serve para que eu não deixe de caminhar, se eu atingi-la outros motivos e objetivos existirão para que eu continue caminhando em busca de um aprimoramento das condições de vida. Ela deverá estar sempre presente, pois é ela que nos move e que pode nos fazer evoluir como seres humanos melhores.

A Utopia servirá para que nos esforcemos e venhamos a montar um cenário em que ambos, governantes e governados, sejam partícipes de um sonho comum que, se concretizado, terá atingido o que almejava o Criador do belo cenário: a manutenção da Vida plena, harmoniosa e pacífica a todos que por aqui estejam ou venham a passar.

Este cenário seria uma conquista e a prova de nossa evolução.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

HORIZONTES ...

Olhos fixos na lua. Distante, cheia de sombras e de um relevo que não entendia. Nela, a guriazinha via uma orquestra pronta para se apresentar. Eram tempos em que a música fazia parte constante no dia a dia daquela menina, já apaixonada pela lua.

Nuvens negras que nem um tição e um vento zunindo forte. Hora de carregar os brinquedos para debaixo da casa, para um cantinho só seu.

Frio intenso e a geada que branqueia o gramado da casa. Olhar que se esconde por detrás da vidraça e que se surpreende com o verde que se transforma num branco. Um branco quebradiço que cobre quase tudo, com exceção de Netuno que se recolhe ligeiro para qualquer recanto protegido, sacudindo o pelo.



Horizontes distantes ao olhar, bem como cenários tão próximos quanto à distância da vidraça até o gramado.



Mais adiante no tempo, novamente a lua pousada sobre a cama fazendo parceria com quem com ela sempre andou junto. Agora, porém, num ménage à trois. Horizontes que se aproximam, embelezando o momento.

Bem antes, o sol batendo no rosto a cada subida do balanço nos fundos do pátio.

Num vaivém do tempo, a lua, vista por entre grades, assistindo ao olhar prisioneiro que impacta o momento. E ela despejando uma luz de esperança por melhores dias.

Bem mais próximo, uma réstia de sol, por entre as árvores, mistura névoa com uma umidade luminosa.

Um pouco antes, a estrela-guia que, numa noite estrelada, apontou o caminho a tomar na manhã seguinte.

Manhãs, tardes e noites que se sucedem. Todas diferentes, todas desenhando no céu singulares formas que o olhar, igualmente diferente a cada dia, vai captando e recriando sob a forma de uma prosa descompromissada. E tudo acaba por tornar-se uma necessidade íntima de registrar no papel em branco o que a visão previamente já escolheu.

Assim, vai-se pavimentando o caminho de quem busca expressar pela palavra escrita o que de belo nos cerca: a nossa morada por debaixo desse céu.



Horizontes e cenários que se misturam.

O longe, o infinitamente longe, com a quase tangível proximidade. Cenários que se abeberam no insondável infinito que nos cerca.

Imagens que conosco compõem cenários. Distantes horizontes que alimentam nossos sonhos, nosso imaginário. Precisamos deles, os horizontes, cada vez mais. Talvez, um dia, possamos vê-los fazendo parceria com cenários de seres abraçados, dando-se as mãos. Que cada um de nós e todos em conjunto possamos apreciar o espetáculo que nos é dado desfrutar todos os dias: ao alvorecer e ao entardecer. E que a noite consagre a nós a luz da lua a iluminar nossos sonhos.

Sonhos que se transformarão em realidade sob o brilho intenso de outra luz: a do sol. Luzes tão distantes para cenários tão próximos a nós. Cabe a nós, e somente a nós, fazê-los mais fraternos, mais produtivos, mais acolhedores.

Quem sabe assim possamos até nos tornarmos mais atrativos para alguma forma de vida ainda desconhecida, ainda tão longe de nós. Para tanto, lançamos, há mais de nove anos, aquela que vai à busca de não se sabe bem o quê. A New Horizons carrega toda a técnica existente, toda a expectativa e o desejo de encontrarmos traços de vida para além do horizonte já alcançável. Ela é uma sonda que nos dá a dimensão de tempo, de velocidade e abrangência que se propõe a executar. Tudo pelo desconhecido, mas que nos acalenta o sonho de não sermos únicos neste vasto universo.



Por ora, agradeço pelas imagens e cenários que até hoje me acompanham. Ambos, com certeza, também fazem aniversário comigo, considerando a trajetória amena que com eles venho traçando.

Ah! Esqueci!

Que as estrelas sirvam de ponte iluminada para que eu a atravesse de forma constante, num vaivém entre sonhos e realizações, e continue fazendo acontecer.



Salve o dia 5 de agosto!



Que a Via Láctea, trecho XIII, de Olavo Bilac, sirva de inspiração para quem ainda não se deteve a falar com elas, as estrelas.

A seguir, ouçam um samba iluminado pelas estrelas.



Boa leitura e audição.






Estrela – Zeca Pagodinho e Monarco