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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

CENÁRIOS...

 

Previsíveis, esperados, reconhecidos e recebidos com naturalidade, pois representavam aquele momento do tempo presente.

O amanhecer não se confundia com o anoitecer, nem a noite transformava-se em dia com um clarão que iluminasse a cidade por instantes. Cada vez mais nos distanciamos de uma realidade que a nós parecia comum, conhecida por todos.

Onde andará o sol iluminando o alvorecer?

E a lua oferecendo-se aos enamorados? Talvez, tenha desaparecido por sentir-se, hoje, tão sem importância num cenário romântico.

E as estrelas formando desenhos inspiradores?

Eram belos cenários que a Natureza nos brindava desde sempre. Hoje, essas presenças, no céu que nos cobre, não são tão mais frequentes, tampouco previsíveis.

A imprevisibilidade parece ser a tônica que move o planeta atualmente.

Seriam nossas próprias ações imprevisíveis, também? Não deveriam ser, para que a harmonia reinasse.

A paz e a harmonia dependem de uma construção sólida em que as ações humanas, também, influenciam a própria Natureza.

Os vendavais e a temperatura oscilante, ultrapassando os limites conhecidos de cada região do planeta, são indícios de que nossas atitudes estão favorecendo esses momentos imprevisíveis em que a Natureza tem se alterado de forma, por vezes, violenta.

Os novos cenários, que surgem sobre a superfície onde vivemos, são bastante preocupantes.

Lembremos que a superfície, quando mal tratada, altera o cenário que nossos olhos acostumaram-se a ver no céu, no nosso dia a dia.

Ah! Dirão alguns que isto de olhar o céu e de contar as estrelinhas é papo de criança. Não se fala, aqui, de contar estrelas. Fala-se da beleza de um céu iluminado, de uma noite estrelada. Fala-se de um sol nascendo, generoso, com seu brilho promissor ou de um entardecer em que seu brilho nos oferece um “gostinho de quero mais”.

A Natureza é um presente divino que nos cerca e nos cobre. E todo o presente deve ser guardado com carinho para nosso encantamento diário e resguardado para tanto.

Por que cenários?

Cenários lembram teatro, apresentações, shows. São montados e, após, desmontados. Enquanto montados, exercem o seu papel de forma adequada, a encantar a plateia. Quando desmontados, deixam saudades.

O cenário com que nós, humanos, fomos agraciados estava pronto quando aqui chegamos. Nossas atitudes é que favorecem o seu desmonte.

Da mesma forma, teremos saudades quando este cenário, mesmo que aos poucos, for sumindo.

Há quem acredite, e eu me incluo, que o processo de conscientização já exista e que possamos vencer os obstáculos impostos por governantes facínoras e que a humanidade, como um todo, edite, em conjunto, uma nova Ordem Mundial, pois todos amam a Vida. E a manutenção dela é o único caminho para que a utopia se concretize.

Embora Eduardo Hughes Galeano tenha dito que a Utopia serve para que eu não deixe de caminhar, se eu atingi-la outros motivos e objetivos existirão para que eu continue caminhando em busca de um aprimoramento das condições de vida. Ela deverá estar sempre presente, pois é ela que nos move e que pode nos fazer evoluir como seres humanos melhores.

A Utopia servirá para que nos esforcemos e venhamos a montar um cenário em que ambos, governantes e governados, sejam partícipes de um sonho comum que, se concretizado, terá atingido o que almejava o Criador do belo cenário: a manutenção da Vida plena, harmoniosa e pacífica a todos que por aqui estejam ou venham a passar.

Este cenário seria uma conquista e a prova de nossa evolução.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 18 de agosto de 2020

ESTA SERÁ BEM-VINDA!

Um olhar poético pode transformar letras numa rede de esperanças, pois tecendo letra por letra, um texto servirá de modelo a que se siga e que encante de tal forma o leitor que este se tornará fonte transbordante de harmonia.

Uma rede despida, vazia de interesses partidários, comerciais, de ganhos ilícitos ou mesmo daqueles lícitos, mas que apenas servem a um punhado de melhor aquinhoados.

Esta rede, de que se fala, é aquela cujos fios somados cobrem os mais longínquos lugares que se espraiam pelo planeta.

Somente a palavra, escrita por primeiro e verbalizada por último, é capaz de tamanha abrangência. Quem detém este poder, porém, é aquele que, de forma desarmada, ética, honesta e ciente de sua importância como artífice dela, a palavra, concede-lhe vez e voz altiva, o suficiente, para surpreender e impactar, tornando-se audível, em uníssono, por todo o planeta.

Estamos chegando ao limiar onde as ideias, transformadas em textos, devem assumir uma posição de destaque no cenário mundial.

Quando pronuncio a expressão I can’t breathe, ela é sentida por qualquer ser humano na mesma intensidade e no desespero de quem luta pela autossobrevivência.

Os escritores, em seus diversos gêneros, podem fazer parte desta transformação de atitudes para com o planeta e com o outro, seu semelhante, não importando onde habite, qual sua cor, origem ou raça.

É urgente que esta rede lance seus fios já tecidos, para que outros fios se unam e uma rede plena de salvaguardas forme-se para os seres que habitam este planeta.

A produção literária é capaz disso. Capaz de lançar as bases de uma nova visão de mundo, onde as crenças, os costumes, as idiossincrasias peculiares de cada povo, sejam respeitados.

Afinal, nossa origem terrena nasce da mesma forma. Somos todos iguais.

O pensamento, característica humana, molda-se por referenciais positivos ou negativos.

SE EU PENSO, LOGO EXISTO, já afirmava René Descartes, há séculos.

Existindo, meu pensamento poderá ser construído no sentido do bem comum: que a todos atingirá.

Sendo assim, acredito que o fazer literário, sob as mais diversas formas, pode contribuir para agregar aqueles fios tecidos por aqui com aqueles outros d’além-mar e fazer surgir uma nova visão, mais esperançosa, para uma sociedade global já tão combalida e carente de um novo Contrato Social, aspecto já abordado na crônica ENQUANTO HÁ TEMPO, publicada em 12/04/20.

Credito ao poder da palavra a possibilidade de que esta rede mundial, pela conscientização da necessidade de autossobrevivência, possa cobrir o planeta e forçar a elaboração de um novo Contrato Social.

Desta maneira, esta rede servirá para acolher a todos que quiserem sobre ela deitar-se e sonhar. Com certeza, este sonho tornar-se-á uma realidade e todos sairão ganhando.

Esta Rede da Esperança, sim, será uma rede muito bem-vinda!

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 10 de maio de 2020

AQUELA NUVEM...

Sempre foi inspiração. A cada paisagem desenhada, lá, estava ela. Era branquinha, nunca cinzenta e ameaçadora. Enfeitava o céu que cobria aquela paisagem de montes, em que o sol ao fundo também aparecia, despejando alegria para aqueles olhos infantis sedentos de imagens da natureza.

Assim, Belinha acostumou-se a ver naquele branco um repouso, mesmo quando aquela nuvem, levemente, seguia um rumo indefinido. Ao seu olhar aquela cor trazia tranquilidade. Ainda não sabia que era paz o que sentia.

Bem depois, passou a entender o que ela significava. Uma cor limpa que lembrava as cortinas que a mãe sempre mantinha alvas, porque, por serem brancas, qualquer sujeirinha, como costumava dizer, apareceria.

Muito tempo depois, soube que alguns entendidos diziam ser a soma de todas as cores. Sobre isto nunca quis adentrar.

O que percebe, ainda hoje, é que a mãe tinha razão. Essa cor exige limpeza. E disto todos nós precisamos. Veio à tona essa percepção da importância dessa cor em meio a este surto global que a todos atinge.

Os nossos profissionais da saúde têm nesta cor as suas vestimentas de trabalho. Todo o complexo hospitalar prima por apresentar o branco como uma constante em suas dependências.

Belinha, agora, lembrou-se das pombas que circundavam o pátio de sua infância. Os cuidados verbais da mãe com relação àquela pombinha branca que aparecia, vez por outra, entre as demais. Dizia que devíamos ter muito cuidado com ela, pois ela representava a paz. À época, não entendia muito bem isso, mas cumpria a orientação dada.

Símbolos que nos acompanham desde o abrir de olhos.

Se há paz é porque há harmonia.

Que tempos os nossos! Estamos carentes de ambas.

Sobre o que nos cerca, dizer o quê?

Um arco-íris representaria, nesta hora, um exemplo do que é convivência de todas as cores. Um espetáculo que deixou Belinha, quando visto pela primeira vez, extasiada.

Assim, pudéssemos nós, hoje, transpondo para a espécie humana, juntar raças, cores, vivências e estilos de vida num grande e deliberado esforço global de união. Seríamos fortes para enfrentar qualquer nova epidemia.

Belinha ainda permanece esperançosa de que esse dia chegará.

Pela necessidade de autossobrevivência? Pode ser.

Pela conscientização, quem sabe, de que não passamos de uma nuvem passageira que com o tempo se vai, conforme diz a letra daquela bela canção.

Aos olhos de Belinha aquela nuvem branca ainda mantém a sua magia e representa, em movimento, sua jornada rumo ao desconhecido.

Hoje, porém, representa bem mais. Através daquela cor branca, que atraía o olhar daquela menina de outrora, Belinha cumprimenta todos os profissionais envolvidos com a saúde da população.

Mais ainda:

Através dela, aspiramos que a paz nos acompanhe nesta caminhada. E que, diferentemente da nuvem branquinha no céu de Belinha, com repentina aparição e fuga contínua, essa cor, que simboliza a paz, permaneça nos céus de todos os continentes. Sempre, deslocando-se para outros céus, todos conhecidos, todos carentes de sua passagem e felizes pelo espetáculo que é oferecido àqueles que, ainda, acompanham essas maravilhas da Natureza.

Ah! A Terra e seus habitantes agradecem por esta conscientização global de porque estamos aqui.

Para nascer, viver, conviver em harmonia e saudar esta Mãe que nos acolhe, talvez reiteradamente, por um tempo indefinido, assim como o trajeto daquela nuvenzinha que ia e voltava.

Seria a mesma nuvenzinha?

Seria outra?

Belinha ainda busca esta resposta.





 Somewhere Over The Rainbown – cantado por Israel Kamakawiwo’Ole












domingo, 3 de maio de 2020

JANELAS...


Aquelas enfeitadas por hortênsias que quase alcançavam os braços de quem se debruçava para ver a lua, despontando ao anoitecer. Onde estarão?

Aquelas que não conheciam as grades e podiam ser abertas e deixadas escancaradas para que o vento entrasse e, quem sabe, até um sabiá ensaiasse um voo e um canto bem próximo de olhos curiosos que ali estavam sempre à espera. Onde estarão?

E outras tantas que, abertas, esperavam aquele olhar indiscreto, mas aguardado, que buscava aquele outro olhar promissor. Onde estarão?

Aquelas que não temiam o vento e nem a chuva, porque alguém delas cuidava para mantê-las resguardadas. Onde estarão?

Ah! Janelas da infância, da adolescência...

Aquela outra que fazia companhia à menininha que aguardava a chegada do avô, tão esperado. Onde estará?

Aquela que aguardava, ansiosamente, junto à mãe zelosa, a volta da menina, aluna de escola não tão próxima. Onde estará?

Será que não mais existirão porque o tempo as desfez?

Será que a lembrança de hoje é apenas pura imaginação?

Não, a lembrança é tão audível quanto o silêncio. E ele é audível tanto quanto a liberdade de abrir-se, de par em par, para uma realidade que não é pura imaginação.

Coitadas delas!

Hoje, apenas servem para que a luz entre. Por vezes, o ar. Paira, porém, sobre elas, sem solução, as grades que as impedem de abrir-se ao mundo como antigamente.

O mundo está lá fora. O que percebem, porém, é que o motivo de ali estarem restringiu-se apenas ao cerceamento da liberdade de receberem braços que se apoiavam nelas para conversarem, namorarem ou, simplesmente, sonharem com mundos distantes que a imaginação costumava buscar.

Coitadas! Percebem o motivo que as fez menos românticas. O medo da violência que grassa é o principal motivo de tamanha tristeza para elas.

Nos últimos dias, porém, sentiram-se menos esquecidas.

Antes, seus senhores saíam à rua para sentirem-se mais libertos. Afinal, saíam apenas para desfrutar de uma praça próxima.

Agora, não se sabe por quanto tempo, sentem-se mais partícipes da vida de seus senhores. Afinal, elas têm percebido a permanência de seus donos, por mais tempo, dentro dos lares.

Elas, as grades, continuam lá. Abertas, porém, para que braços, novamente, se apoiem, conversem entre si, sintam o sol batendo na pele que, dizem, traz benefícios.

E à noite?

Bem, à noite, o ar fresco, a sombra do luar sobre a morada, o beijo repentino, pode até empolgar o vizinho ao lado.

Grades que se abrem. Janelas que respiram liberdade. Seres prontos para repensarem sonhos, atitudes, modos de convivência.

Quanto tempo durará essa imersão?

Ninguém sabe.

As janelas, despidas das grades por momentos durante o dia, por ora, agradecem.

E a menininha de outrora?

Igualmente, agradece, pois este tempo possibilitou rever aquele outro, já bem distante.

E nada melhor do que o silêncio e uma pausa, no tempo de tanta correria, para que mantenhamos a mente iluminada para as coisas que nos fazem bem, que acrescentam e que reforçam a humanidade que há em cada um de nós. Afinal, somos seres humanos e aqui estamos para conviver em harmonia. É o que se espera que esta pausa traga após findar-se.

Ah! Ia esquecendo...

E as janelas virtuais?

Jamais ultrapassarão as reais. Competirão, com certeza. Perderão este embate, pois o tempo dirá que a exaustão, a confusão e o distanciamento, entre os seres humanos, foram os vilões que as abateram.

Seres humanos necessitam de outros seres humanos presentes: ao toque, ao olhar.

As janelas agradecem a quarentena. Elas têm sentido o toque de seus donos, pois delas se usam ao apoiarem-se e, dali, lançarem a imaginação para bem longe, num tempo futuro que se imagina melhor para a humanidade.








quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

COMPOSITORES POR TABELA


Talvez tenhamos chegado ao momento em que tudo anda meio misturado. Não se sabe bem, pelo sentir, em qual época do ano andamos. Seria também essa a sensação nos já distantes séculos XVII e XVIII? Impossível saber-se. Mas houve quem se atrevesse a descrever, musicalmente, as estações do ano. E, ao que parece, eram já quatro as estações do ano. O que não se sabe é se seriam como as nossas de hoje, isto é, todas misturadas, independente do período. Isso, porém, não é o que nos interessa nessa reflexão de hoje.

Interessa, isso sim, destacar a importância dada a elas por um compositor italiano de nome Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741) que compôs a conhecida obra AS QUATRO ESTAÇÕES. Composta por quatro Concertos para Violino que retratam fatos que ocorrem durante cada estação do ano como, por exemplo, o aparecimento do gelo, ocasionando possíveis quedas.
Que sensibilidade aguçada deveria ter quem transpôs para notas musicais sensações tão diversas, que se iam modificando a cada nova estação do ano. É o estado da alma das diversas estações que ele transcreve musicalmente.
E, para tal, o violino é o instrumento que canta em todas as suas obras.
Posteriormente, usou da voz na sua música coral, onde também sua produção foi importante.
Agora, para um violino cantar, parecendo, por vezes, falar, substituindo a voz humana, seu compositor e instrumentistas tinham que ser muito bons.
Aliás, grandes artesãos, como, por exemplo, Antonio Giacomo Stradivari (1644-1737), entre outros, transformaram o violino em instrumento nobre.
A profusão de invenção melódica de Vivaldi foi, talvez, o que o tenha tornado mais popular. Por óbvio, não teve a densidade polifônica de um Bach. Porém, foi genial em invenção e em imaginação transpostas musicalmente.
Como compositor e violinista foi famoso na Europa inteira. Sua obra é extensa, sendo considerado um gênio no gênero típico da música instrumental barroca que é o Concerto Grosso, onde dois, três ou mais solistas alternam-se com a Orquestra de Câmara.
O que a nós importa, porém, é perceber a dimensão da dificuldade de transpor para notas musicais as sensações, as nuances, as emoções, o estado d’alma que cada estação do ano propicia individualmente. Daí a importância de um compositor. E ele soube sê-lo.
No seu tempo, na sua época, do lugar de onde vinha, suas raízes culturais, suas circunstâncias e vivências, foi ele representativo e figura ímpar.
Essas QUATRO ESTAÇÕES não foram qualquer coisa. Tornaram-se universais, pois perduram até hoje.
 
E as QUATRO ESTAÇÕES, nome original do samba-enredo Cântico à Natureza, da Estação Primeira de Mangueira, no Carnaval de 1955?
E lá vão 59 anos de existência do samba de autoria de Nelson Sargento, seu padrasto Alfredo e, dizem também, com a parceria de Jamelão (José Bispo).
Muitos outros belos sambas foram compostos por Nelson Sargento.
Abstenham-se de comparar composições e compositores.
Não estamos aqui para dizer que a segunda obra é “uma coisa” e a primeira, é “outra coisa”! Até porque nem poderíamos comparar música erudita com música popular.
Estamos, isso sim, a reverenciar a figura do compositor e a data de 15 de janeiro como a escolhida para homenageá-los. A figura do letrista que, às vezes, é também o compositor da música, contribui para o sentir de quem ouve. As palavras, quando bem escolhidas, só acrescentam beleza à melodia posta.
A música, porém, quando de excelência, preenche o ser humano, trazendo-lhe um melhor entender-se, pois repousa na emoção. Ela é pura harmonia e traz paz. É o caminho da luz.
Pode, também, nos fortalecer, nos energizar, restaurar, motivar, impulsionar, reequilibrar, dependendo do seu estilo, do seu movimento e também de suas letras, por que não? Quantas músicas fizeram parte da nossa infância, da juventude, de momentos felizes, de expectativas, de instantes tristes?
E os compositores, por certo, são os responsáveis pela música que nos liga à nossa essência, que é movimento e vibração. O equilíbrio entre ambos, alternando-se com o relaxar, o dormir e o acordar, chama-se viver. Tudo com os andamentos variados de moderato, andante, allegro, allegretto, allegro com brio, adágio e, quando possível, com muito scherzando: que é pura alegria, graça, rapidez e leveza. E por aí vai...
Música é, portanto, vida. É ela que nos ajuda a nos tornarmos, também nós, compositores de uma partitura rica em tons maiores, menores, dissonantes, às vezes, mas, também harmônicos, no mais das vezes, que é a nossa jornada.
Segundo John M. Ortiz, compositor, multi-instrumentista e psicólogo:
“Só pela música conseguimos ouvir o passado, desfrutar o presente e compor o futuro”.
E mais adiante:
“Quando uma peça musical é composta, reflete o mundo do compositor – seus pensamentos, emoções ou estado psicológico – naquele momento. Transpostos para a música, esses sentimentos – a tradução de uma emoção que, de outra forma, seria fugaz – vivem na composição. Mais tarde, por meio da música, não apenas conseguimos ouvir, mas, às vezes em determinados níveis, sentir as emoções sendo processadas pelo compositor sob nossa própria ótica. Captada pela imaginação e introduzida em nosso mundo auditivo, a música fica capturada como um gênio na garrafa. Quando é solta, torna-se ora nossa escrava, ora nossa soberana.” (excerto extraído do livro O Tao da Música)
 
Portanto, abra a garrafa e solte-a para ouvi-la. Escolha qualquer uma das QUATRO ESTAÇÕES, a que mais preferir.
Escolhemos a “PRIMAVERA” de Vivaldi (10’20’’), para fazer par com a outra, porque é essa estação, conforme se vê da letra do samba, a mais reverenciada, pelo que se observa no refrão.
Boa audição!
Parabéns a todos os compositores!
 
E para os que quiserem ouvir as demais estações do ano, na criação de Vivaldi, deixem o vídeo rolar, pois ele dura 42 minutos.

 
 
 
 
Four Seasons – Vivaldi
 
 
 
 
 
Cântico à Natureza (As Quatro Estações)