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domingo, 22 de setembro de 2019

MAS BAH, TCHÊ! QUAL ESTAÇÃO SE APROXIMA?



Diante de tantas notícias que nos chegam de além-mar e frente a oscilações de temperatura e fenômenos meteorológicos, por vezes, intensos: não mais sabemos como estará a temperatura no dia seguinte. Pobres meteorologistas! Estão, constantemente, sob-risco de cometerem previsões errôneas.

Tudo por capricho da Natureza! Será?

A Natureza terá ficado tão absurdamente “voluntariosa”?

Será que as árvores florirão logo, logo?

E os cantos convidativos dos pássaros cantores permanecerão chamando as companheiras para o procriar da espécie?

E as chuvas descerão suaves sobre a relva ou avalanches surgirão repentinamente?

Foi-se o tempo em que as estações eram definidas. Hoje, não se pode confiar na Natureza como dantes. Será que nos tornamos tão diferentes do que éramos que ela, a Natureza, resolveu nos imitar, dando-nos o troco com a imprevisibilidade?

A visão do céu não mais é confiável. Um tapete azulado torna-se, em minutos, da cor do azeviche. O excesso de temperatura para mais ou para menos é constante.

Lidar com o imprevisível é por demais cansativo. Assemelha-se àquela mulher que nunca sabe, ao certo, qual o humor do marido ao chegar em casa.

É claro que o imprevisível faz parte do nosso dia a dia. Quando ele, porém, passa a ser tônica de situações que nos cercam, há que ter paciência.

Lembremos que, neste 21 de setembro, comemora-se o Dia da Árvore. A importância da data deve ser lembrada, pois a existência das árvores e das florestas é que nos garante que a imprevisibilidade das condições climáticas não se torne constante e avassaladora. A manutenção dessas reservas de oxigênio e de chuvas é que cabe a nós, povo que habita este planeta.

Agora, com chuva, sol, frio ou vento, este povo aqui do Sul estará sempre pronto para cultivar as tradições que o fizeram aguerrido, forte e bravo. Procuremos ser modelo não apenas na letra do hino rio-grandense, fazendo jus, mais ainda a esta qualidade, ao mantermos nossas reservas florestais, bem como preservarmos, com qualidade, os espaços verdes dentro de nossas cidades, como nossos parques, praças e tantos outros lugares aprazíveis que não devem ser tomados pelo concreto.

Pensem no pássaro cantor. Aonde irá ele conquistar sua companheira?

E o nosso olhar? Aonde buscará iluminar-se, se não existirem as belas cores dos jacarandás e dos ipês floridos?

Preservemos nossas árvores com carinho, nossas matas com amor, nossos valores culturais com o afeto transmitido por nossos pais.

Daí, sim, poderemos, quem sabe, servir de modelo a toda a Terra.

Cultivemos, isto sim, a virtude de saber-se igual ao irmão que jaz na calçada. Criemos políticas de não simples acolhimento, mas de redirecionamento e aproveitamento das potencialidades que cada um apresenta em algum grau.

Que as estações, mesmo quando indefinidas, apresentem dias e noites de paz, de mais solidariedade, de uma maior certeza no dia de amanhã.

Que a esperança seja a nossa válvula propulsora. Que a virtude torne-se nossa busca constante. Preservemos a Natureza para que ela se torne nossa aliada nessa caminhada planetária, liberta do jugo do imprevisível.

Que o sol ressurja a cada amanhecer, enquanto a lua começa a brilhar em outras plagas.

Que a chuva caia de mansinho sobre campos e cidades: de preferência com um prévio aviso.

Que nós, do Sul, continuemos a nos orgulhar dessa terra que nos viu crescer, que a tantos ainda acolhe e que é abençoada pelo Patrão Velho. ELE que é o detentor de nossa liberdade de existir. Esforcemo-nos para que ELE, o Criador, nos permita, a cada um de nós, sermos bons modelos dentro de nossas comunidades. E isto já estará de “bom tamanho”.

Por aqui, somos apenas criaturas dotadas de livre arbítrio. Aí repousa o problema e a solução. As condições climáticas, em grande parte, dependem de nossas ações. Se forem errôneas, ele, o tempo, torna-se imprevisível. Assim como nós próprios que, também, somos imprevisíveis. Agora, conosco as coisas são mais complexas, porque somos criaturas esculpidas à imagem e semelhança. Portanto, somos uma tentativa constante de atingirmos o Modelo Maior e Eterno.

Conclusão:

Sejam vigilantes consigo próprios e deixem que ELE cuide de todos.

E, por favor, não atrapalhem.

Ah! Amanhã, dia 23 de setembro, a Primavera deve chegar. Será?







quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

COMPOSITORES POR TABELA


Talvez tenhamos chegado ao momento em que tudo anda meio misturado. Não se sabe bem, pelo sentir, em qual época do ano andamos. Seria também essa a sensação nos já distantes séculos XVII e XVIII? Impossível saber-se. Mas houve quem se atrevesse a descrever, musicalmente, as estações do ano. E, ao que parece, eram já quatro as estações do ano. O que não se sabe é se seriam como as nossas de hoje, isto é, todas misturadas, independente do período. Isso, porém, não é o que nos interessa nessa reflexão de hoje.

Interessa, isso sim, destacar a importância dada a elas por um compositor italiano de nome Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741) que compôs a conhecida obra AS QUATRO ESTAÇÕES. Composta por quatro Concertos para Violino que retratam fatos que ocorrem durante cada estação do ano como, por exemplo, o aparecimento do gelo, ocasionando possíveis quedas.
Que sensibilidade aguçada deveria ter quem transpôs para notas musicais sensações tão diversas, que se iam modificando a cada nova estação do ano. É o estado da alma das diversas estações que ele transcreve musicalmente.
E, para tal, o violino é o instrumento que canta em todas as suas obras.
Posteriormente, usou da voz na sua música coral, onde também sua produção foi importante.
Agora, para um violino cantar, parecendo, por vezes, falar, substituindo a voz humana, seu compositor e instrumentistas tinham que ser muito bons.
Aliás, grandes artesãos, como, por exemplo, Antonio Giacomo Stradivari (1644-1737), entre outros, transformaram o violino em instrumento nobre.
A profusão de invenção melódica de Vivaldi foi, talvez, o que o tenha tornado mais popular. Por óbvio, não teve a densidade polifônica de um Bach. Porém, foi genial em invenção e em imaginação transpostas musicalmente.
Como compositor e violinista foi famoso na Europa inteira. Sua obra é extensa, sendo considerado um gênio no gênero típico da música instrumental barroca que é o Concerto Grosso, onde dois, três ou mais solistas alternam-se com a Orquestra de Câmara.
O que a nós importa, porém, é perceber a dimensão da dificuldade de transpor para notas musicais as sensações, as nuances, as emoções, o estado d’alma que cada estação do ano propicia individualmente. Daí a importância de um compositor. E ele soube sê-lo.
No seu tempo, na sua época, do lugar de onde vinha, suas raízes culturais, suas circunstâncias e vivências, foi ele representativo e figura ímpar.
Essas QUATRO ESTAÇÕES não foram qualquer coisa. Tornaram-se universais, pois perduram até hoje.
 
E as QUATRO ESTAÇÕES, nome original do samba-enredo Cântico à Natureza, da Estação Primeira de Mangueira, no Carnaval de 1955?
E lá vão 59 anos de existência do samba de autoria de Nelson Sargento, seu padrasto Alfredo e, dizem também, com a parceria de Jamelão (José Bispo).
Muitos outros belos sambas foram compostos por Nelson Sargento.
Abstenham-se de comparar composições e compositores.
Não estamos aqui para dizer que a segunda obra é “uma coisa” e a primeira, é “outra coisa”! Até porque nem poderíamos comparar música erudita com música popular.
Estamos, isso sim, a reverenciar a figura do compositor e a data de 15 de janeiro como a escolhida para homenageá-los. A figura do letrista que, às vezes, é também o compositor da música, contribui para o sentir de quem ouve. As palavras, quando bem escolhidas, só acrescentam beleza à melodia posta.
A música, porém, quando de excelência, preenche o ser humano, trazendo-lhe um melhor entender-se, pois repousa na emoção. Ela é pura harmonia e traz paz. É o caminho da luz.
Pode, também, nos fortalecer, nos energizar, restaurar, motivar, impulsionar, reequilibrar, dependendo do seu estilo, do seu movimento e também de suas letras, por que não? Quantas músicas fizeram parte da nossa infância, da juventude, de momentos felizes, de expectativas, de instantes tristes?
E os compositores, por certo, são os responsáveis pela música que nos liga à nossa essência, que é movimento e vibração. O equilíbrio entre ambos, alternando-se com o relaxar, o dormir e o acordar, chama-se viver. Tudo com os andamentos variados de moderato, andante, allegro, allegretto, allegro com brio, adágio e, quando possível, com muito scherzando: que é pura alegria, graça, rapidez e leveza. E por aí vai...
Música é, portanto, vida. É ela que nos ajuda a nos tornarmos, também nós, compositores de uma partitura rica em tons maiores, menores, dissonantes, às vezes, mas, também harmônicos, no mais das vezes, que é a nossa jornada.
Segundo John M. Ortiz, compositor, multi-instrumentista e psicólogo:
“Só pela música conseguimos ouvir o passado, desfrutar o presente e compor o futuro”.
E mais adiante:
“Quando uma peça musical é composta, reflete o mundo do compositor – seus pensamentos, emoções ou estado psicológico – naquele momento. Transpostos para a música, esses sentimentos – a tradução de uma emoção que, de outra forma, seria fugaz – vivem na composição. Mais tarde, por meio da música, não apenas conseguimos ouvir, mas, às vezes em determinados níveis, sentir as emoções sendo processadas pelo compositor sob nossa própria ótica. Captada pela imaginação e introduzida em nosso mundo auditivo, a música fica capturada como um gênio na garrafa. Quando é solta, torna-se ora nossa escrava, ora nossa soberana.” (excerto extraído do livro O Tao da Música)
 
Portanto, abra a garrafa e solte-a para ouvi-la. Escolha qualquer uma das QUATRO ESTAÇÕES, a que mais preferir.
Escolhemos a “PRIMAVERA” de Vivaldi (10’20’’), para fazer par com a outra, porque é essa estação, conforme se vê da letra do samba, a mais reverenciada, pelo que se observa no refrão.
Boa audição!
Parabéns a todos os compositores!
 
E para os que quiserem ouvir as demais estações do ano, na criação de Vivaldi, deixem o vídeo rolar, pois ele dura 42 minutos.

 
 
 
 
Four Seasons – Vivaldi
 
 
 
 
 
Cântico à Natureza (As Quatro Estações)