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domingo, 5 de julho de 2020

O OUTRO



Pra que falar do estrago que o ciclone ocasionou.

Pra que falar sobre ele.

Melhor é vê-lo em sonhos, transfigurado, chegando e vindo repousar ao lado de quem o recebeu, em sonho, e com ele construiu um cenário reconfortante, acolhedor e
lascivo. Por que não?
Melhor isto do que a certeza da destruição que ele trouxe a todos que estiveram em seu caminho.

Assim, nasceu o poema que segue.








domingo, 22 de setembro de 2019

MAS BAH, TCHÊ! QUAL ESTAÇÃO SE APROXIMA?



Diante de tantas notícias que nos chegam de além-mar e frente a oscilações de temperatura e fenômenos meteorológicos, por vezes, intensos: não mais sabemos como estará a temperatura no dia seguinte. Pobres meteorologistas! Estão, constantemente, sob-risco de cometerem previsões errôneas.

Tudo por capricho da Natureza! Será?

A Natureza terá ficado tão absurdamente “voluntariosa”?

Será que as árvores florirão logo, logo?

E os cantos convidativos dos pássaros cantores permanecerão chamando as companheiras para o procriar da espécie?

E as chuvas descerão suaves sobre a relva ou avalanches surgirão repentinamente?

Foi-se o tempo em que as estações eram definidas. Hoje, não se pode confiar na Natureza como dantes. Será que nos tornamos tão diferentes do que éramos que ela, a Natureza, resolveu nos imitar, dando-nos o troco com a imprevisibilidade?

A visão do céu não mais é confiável. Um tapete azulado torna-se, em minutos, da cor do azeviche. O excesso de temperatura para mais ou para menos é constante.

Lidar com o imprevisível é por demais cansativo. Assemelha-se àquela mulher que nunca sabe, ao certo, qual o humor do marido ao chegar em casa.

É claro que o imprevisível faz parte do nosso dia a dia. Quando ele, porém, passa a ser tônica de situações que nos cercam, há que ter paciência.

Lembremos que, neste 21 de setembro, comemora-se o Dia da Árvore. A importância da data deve ser lembrada, pois a existência das árvores e das florestas é que nos garante que a imprevisibilidade das condições climáticas não se torne constante e avassaladora. A manutenção dessas reservas de oxigênio e de chuvas é que cabe a nós, povo que habita este planeta.

Agora, com chuva, sol, frio ou vento, este povo aqui do Sul estará sempre pronto para cultivar as tradições que o fizeram aguerrido, forte e bravo. Procuremos ser modelo não apenas na letra do hino rio-grandense, fazendo jus, mais ainda a esta qualidade, ao mantermos nossas reservas florestais, bem como preservarmos, com qualidade, os espaços verdes dentro de nossas cidades, como nossos parques, praças e tantos outros lugares aprazíveis que não devem ser tomados pelo concreto.

Pensem no pássaro cantor. Aonde irá ele conquistar sua companheira?

E o nosso olhar? Aonde buscará iluminar-se, se não existirem as belas cores dos jacarandás e dos ipês floridos?

Preservemos nossas árvores com carinho, nossas matas com amor, nossos valores culturais com o afeto transmitido por nossos pais.

Daí, sim, poderemos, quem sabe, servir de modelo a toda a Terra.

Cultivemos, isto sim, a virtude de saber-se igual ao irmão que jaz na calçada. Criemos políticas de não simples acolhimento, mas de redirecionamento e aproveitamento das potencialidades que cada um apresenta em algum grau.

Que as estações, mesmo quando indefinidas, apresentem dias e noites de paz, de mais solidariedade, de uma maior certeza no dia de amanhã.

Que a esperança seja a nossa válvula propulsora. Que a virtude torne-se nossa busca constante. Preservemos a Natureza para que ela se torne nossa aliada nessa caminhada planetária, liberta do jugo do imprevisível.

Que o sol ressurja a cada amanhecer, enquanto a lua começa a brilhar em outras plagas.

Que a chuva caia de mansinho sobre campos e cidades: de preferência com um prévio aviso.

Que nós, do Sul, continuemos a nos orgulhar dessa terra que nos viu crescer, que a tantos ainda acolhe e que é abençoada pelo Patrão Velho. ELE que é o detentor de nossa liberdade de existir. Esforcemo-nos para que ELE, o Criador, nos permita, a cada um de nós, sermos bons modelos dentro de nossas comunidades. E isto já estará de “bom tamanho”.

Por aqui, somos apenas criaturas dotadas de livre arbítrio. Aí repousa o problema e a solução. As condições climáticas, em grande parte, dependem de nossas ações. Se forem errôneas, ele, o tempo, torna-se imprevisível. Assim como nós próprios que, também, somos imprevisíveis. Agora, conosco as coisas são mais complexas, porque somos criaturas esculpidas à imagem e semelhança. Portanto, somos uma tentativa constante de atingirmos o Modelo Maior e Eterno.

Conclusão:

Sejam vigilantes consigo próprios e deixem que ELE cuide de todos.

E, por favor, não atrapalhem.

Ah! Amanhã, dia 23 de setembro, a Primavera deve chegar. Será?







quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

DEIXE ESTAR...


Um aspirar profundo. Um banco, árvores, muitas árvores. Um pouco além, um saxofonista executa belas melodias. Música no ar tem o dom de aproximar pessoas. O resto ficou para trás. Por horas, por instantes? Não importa. A música tocada a pedido, por mais de uma vez, deixa bem claro, em sua letra, o que importa. Solte para o amanhã a resposta a tudo, se não puder tê-la hoje.

No céu, embora ainda azul, algumas nuvens ameaçadoras, bem ao longe, anunciam presença. Mas, deixe estar...

A luz do sol é uma força presente. Ela traz a esperança de que, se desaparecer, voltará a brilhar a qualquer novo momento.

No ar, uma melodia que traz a lume o que de melhor se pode extrair da constatação de que, apesar de tudo, deixe estar...

Não se quer muito, não se quer tudo. Apenas que todos, que ali estão, tenham seus momentos de possíveis respostas a tantas indagações que pairam no ar, que animam as conversas, mas que também fazem refletir os que ali descansam suas mágoas, suas frustrações, seus problemas, dilemas e dúvidas. Não se preocupem. Deixem estar...

E a música continua suave, embora intensa em sua proposta.

Um grupo pequeno de pessoas aproxima-se do saxofonista e faz uma selfie. Aliás, várias.

A boa energia presente é partilhada até mesmo por aqueles mais sisudos e que passam discutindo, mas suspendem o palavreado por percepção do mais audível, do mais sonoro.

Até as árvores parecem querer participar daquela onda sonora que circula por entre elas. Suspendem o farfalhar das folhas, impondo um silêncio para que também possam impregnar-se daquela energia.

Dos bancos, alguns acompanham, com o bater do pé, o ritmo da melodia executada.

Momentos desfrutados por quem se deixa levar pela música no ar. Assim, muitos sairão dali com as energias renovadas, prontos para aguardar as respostas pessoais no momento certo, deixando que o tempo, sábio e inexorável, traga a solução. Levarão a certeza de que nada melhor do que deixar estar...

A letra da música LET IT BE aponta Maria, mãe de Paul McCartney, como sendo aquela pessoa, já falecida à época, que, em sonho, lhe teria sussurrado palavras sábias que serviriam de orientação durante a jornada de seu filho. A letra deixa claro que uma resposta aos problemas, em momentos difíceis, sempre existirá. Basta que aguardemos, que deixemos estar... Ela virá no momento certo.

É a Esperança que, na crônica anterior, fez-se presente como única alternativa ao desejo de Paz Mundial.

Segundo Paul, ele não se incomodava quando apreciadores da música relacionavam o nome de sua mãe ao de Maria Santíssima.

E o saxofonista?

Vamos aguardá-lo no próximo domingo, na mesma praça, no mesmo banco.

Aguardemos...

Deixem estar...

Ah! O músico fechou a manhã com IMAGINE e ALELUIA!

Imagine, leitor! As letras de ambas as músicas fazem-nos sonhar com dias melhores.

Quer melhor repertório para uma manhã de domingo na praça?

Por alguns momentos, vivemos o compartilhamento daquele espaço em paz, sem absolutamente diferença alguma entre todos os que ali estavam.

Sonho de alguns?

Talvez! Afirmo que senti a Esperança sair de mãos dadas com cada um, pois se multiplicou para atender a tantas sementes que ali plantou.

De qualquer maneira, não se preocupem.

Deixem estar...



Let It Be - Paul McCartney









quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

POR QUÊ?




Aquela arvorezinha enfeitada com restos de papéis coloridos e latinhas, lembrando que já é quase Natal, contrapõe-se àquela outra que permanece na memória visual de Belinha. Aquela lembrada é de uma formosura ímpar. Altiva, iluminada, homenageava, todos os anos, ÀQUELE que descansava na manjedoura, num presépio delicadamente arranjado ao pé da árvore altaneira. Tradição que se mantém pelos séculos.

Por que tanta diferença entre estas duas árvores?

Junto a esta arvorezinha, enfeitada com restos, jaz dormindo um homem. Não há ali uma manjedoura, nem, tampouco, as demais figuras que compõem o cenário, tão conhecido, de um presépio.

Terá tido este homem a oportunidade de viver momentos de encantamento junto a uma árvore de Natal? Talvez, sim. Talvez, não. Quem poderá saber? Ele próprio. Ninguém mais.

E as luzes que costumam acompanhá-la?

Belinha guarda os momentos de encantamento que aquelas luzes representaram. Bem mais tarde, fez um poema só para registrar aquele período da sua infância. Ele ficou assim:





Ah! Tinha uma manjedoura que também encantava. Este cenário, ainda hoje, faz parte de seus pedidos, pois dialoga com seu MODELO todos os dias e, em especial, na data do SEU aniversário. Uma oração virou o poema que segue.




Agora, como esquecer aquela arvorezinha feita de restos.

Como nem tudo é um mar de rosas, problemas houve e foram enfrentados por Belinha com denodo, ainda bem jovem, entendendo o momento certo para iniciar a mudança quando foi necessária. Seguir em frente e evoluir, transcendendo o aqui e o agora para o depois: com esperança.

Belinha acredita que a LUZ, embora não presente na pequenina árvore, está, sim, presente no ser deitado ao lado, pois todos possuímos esta LUZ interior que nos mantém vivos. Às vezes, porém, é tênue esta sensação de força interior que ela nos propicia.

Por que então ali ainda se encontra?

Sua posição, deitado sobre a calçada, revela, sim, ser uma criança que não soube crescer, pois crescer dá trabalho. Aliás, muitos assim existem. E nem se encontram deitados nas calçadas da vida, embora todos esses, também, circulem sem rumo definido.

É claro, porém, que, muitas vezes, seres desprovidos desta força interna precisariam DAQUELA SENHORA que nos identifica como cidadãos. Todos: filhos deste solo dos quais és mãe gentil. Tão gentil que os acolhesse, não como indigentes, mas como possíveis brasileiros aptos para o trabalho. A autoestima desses novos cidadãos seria resgatada e as suas luzes interiores acenderiam muitas outras luzes. E todas, em corrente, de forma sucessiva, iluminariam cada novo ano por chegar com aquilo que nos faz acreditar num amanhã melhor: a esperança.

Daí, talvez, nem coubesse a pergunta inicial:

POR QUÊ?

A imagem simplesmente não existiria.






 A Harpa e a Cristandade – Luis Bordon