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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

TEMPOS VENTOSOS

Quanta ventania!

Um tempo que, permanecendo na lembrança, guarda a importância de uma ventania.

Mesmo que tenha existido em sonho.

E o poema, que segue, é a prova de que ela existiu e cumpriu seu papel.

 


domingo, 14 de janeiro de 2024

NA JANELA...



Basta o sol aparecer e iluminar aquela janela sempre aberta, embora protegida por uma tela, que ele aparece deitado sobre o parapeito.

É quentinho, seguro e fica no 2º andar de um edifício em frente ao daquela senhora que o observa, todas as manhãs, e fica feliz em ver aquele gatinho.

Suas necessidades, ao que parece, estão satisfeitas.

Quanta diferença entre os seres vivos presentes no nosso cotidiano.

Quanto mais capacidade cognitiva, mais exigências. Somos seres superiores.

Isso nos capacita, mas, também, nos aprisiona.

Temos necessidades e exigências que, embora presentes, nem sempre conseguimos satisfazê-las.

Não é suficiente ficarmos debruçados em nossa janela.

Se ainda trabalhamos, temos que sair à luta diária com segurança.

Se não mais, temos que ter segurança para caminharmos pelo bairro onde moramos.

O nosso cotidiano deve ser de pura interação com nossos semelhantes. E para isto precisamos de SEGURANÇA.

Ah! E, no final do dia, o tal gatinho retorna à janela para desfrutar do entardecer.

Ao que parece, todas as suas necessidades são satisfeitas por sua dona.

E as nossas? Estarão sendo satisfeitas?

Estaremos tendo segurança para satisfazê-las?

Caminhar pelo bairro, sentar-se no banco da pracinha próxima, dialogar com o vizinho em plena calçada sem atentar para quem se aproxima.

Aos que passeiam com o seu pet parecem estar mais seguros. Claro que o tamanho do animal impõe um certo receio para qualquer aproximação.

Pelo menos é isto que esta moradora, vizinha do gatinho, tem observado no seu entorno.

Tempos atrás, a janela dessa observadora também serviu de morada para uma bela sabiá, propiciando o poema que segue.



Nós, seres humanos, somos a maravilha da Criação Superior. Permanecemos, porém, frágeis com relação aos seres humanos desviados do caminho certo e prontos para cometerem ações deletérias. Aguardemos soluções, advindas das autoridades constituídas, que nos possibilitem termos liberdade sem riscos.








domingo, 5 de julho de 2020

O OUTRO



Pra que falar do estrago que o ciclone ocasionou.

Pra que falar sobre ele.

Melhor é vê-lo em sonhos, transfigurado, chegando e vindo repousar ao lado de quem o recebeu, em sonho, e com ele construiu um cenário reconfortante, acolhedor e
lascivo. Por que não?
Melhor isto do que a certeza da destruição que ele trouxe a todos que estiveram em seu caminho.

Assim, nasceu o poema que segue.








sexta-feira, 22 de setembro de 2017

ERA PRIMAVERA...




Abri a cortina e, com surpresa, no peitoril da janela, entre o vidro e a grade, encontrei algo inusitado.

Num dos vasos ali colocados, em meio à ramagem, um presente da Natureza tinha escolhido refúgio para a vida comemorar.

A grade não foi empecilho, nem, tampouco, o espaço pequeno foi obstáculo para que três novas vidas ali se desenvolvessem. Um ninho ali se instalara. E a sabiá depositaria três ovos.

Quando poderia imaginar que acompanharia a evolução e o nascimento de três novos seres, cujo canto “me encanta”.

Pacientemente, dia após dia, ali ficava a mãe zelosa a cuidar de seus filhotes.

Passados alguns dias, que não sei precisar, avistei um novo ser que viera ao mundo. Depois de algum tempo, outro e mais outro.

Não me contive e comecei a fotografar o desenrolar dos dias e a dedicação da mãe e do pai, acredito eu, em trazer o alimento para aquelas três bocas famintas. Aliás, estavam quase sempre abertas, pedindo mais e mais comida.

Fotografei o cuidado com o ninho e com a aproximação até ele. Faziam uma espécie de reconhecimento prévio.

Era primavera e eu estava feliz.

Tinham escolhido minha janela para vivenciarem este ato que a todos nós une, independentemente de que espécie esteja a se falar.

Era Primavera.

Lembro-me que um poema dali surgiu e que dizia um pouco com estes novos seres que vieram ao mundo para voar.








Não sei bem porque usei a expressão “além-mar”. Acho que por influência do nosso Gonçalves Dias, quando do seu “exílio” físico e geográfico, pois cursava Direito em Coimbra, à época, e a saudade era imensa. Estava além-mar, mas queria retornar para ver, novamente, as palmeiras onde cantava o sabiá.

Pois este meu sabiá cantou bem próximo a minha janela e serviu de inspiração para um novo retomar.

Afinal, era Primavera!

Há, porém, aquela outra imagem de outro passarinho que não quis adentrar às grades. Achegava-se, mas ficava voando, num convite a segui-lo. Este convite tornou-se a última estrofe do poema O PASSARINHO

“Sim, és um convite para o despertar.

Não te queres enclausurar.

Por isso, não te permites adentrar.

Assim, cabe a mim te imitar... e voar...”


É! A Primavera tem este condão de nos despertar para o novo, para a vida que se renova tal como o nascimento dos meus três inquilinos que aqui estiveram por um breve tempo.

Serviram, porém, de inspiração para novos rumos tomar.

É novamente Primavera!

Aproveitemos esta aura de magia que a todos envolve.

Pois, segundo Fernando Pessoa:

“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.












 Maria Lucia Godoy – Sabiá


A Majestade o Sabiá – Jair Rodrigues




 



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

BEM-VINDO, AGOSTO!

 




Para quem nasceu num cinco de agosto, há décadas atrás, este inverno até que não está de assustar. O que surpreende são as diferentes temperaturas que perpassam um único dia desse inverno atual. Havia uma continuidade, que atravessava os invernos de então, sem grandes oscilações. Hoje, vai-se de um extremo a outro, de um frio intenso a temperaturas mais próximas do verão, às vezes, num só dia. 

Tudo, ao que se percebe, anda, assim, como que aos solavancos. E nada quase mais nos surpreende. 

As amizades que, aparentemente são estáveis e definitivas, de repente, não mais o são. Desaparecem, somem com o passar dos anos, restando apenas a lembrança de um rosto que se vai transformando ao longo do tempo, acontecendo de, vez por outra, não se reconhecê-lo mais quando visto em qualquer esquina da cidade.

Tenho a sorte, acho, de manter algumas poucas, é claro, mas que valem ouro. Que se mantiveram ao longo dos anos e que, embora não presentes continuamente, fazem parte daquele rol diminuto que se deve guardar a sete chaves, conforme diz a letra de Milton Nascimento.

Exemplo desse seleto grupo é aquela que me presenteou com um almoço. E eu, quando do convite despretensioso, nem desconfiei dessa intenção.

Que grata surpresa foi para mim! 

Por isso, embora raramente o faça em crônicas, declino aqui o nome da amiga que me comoveu com o seu gesto. Seu nome: Lizete Maestri. Obrigada, amiga!

Agosto para mim é, portanto, um mês cálido. Embora o dia do nascimento tenha sido um dia gélido, ganhei, de imediato, o colo quente e terno de minha mãe. Esse, assim se manteve durante toda a permanência dela junto a mim.

Depois, um longo tempo após, Agosto trouxe o aconchego de uma lareira em companhia de alguém que comigo desfrutou momentos marcantes. Um dia, porém, deparei-me mateando sozinha, ao pé da mesma lareira. As circunstâncias o levaram para o alto. E nesse caminhar do tempo, um dia saiu uma poesia que diz assim:

 
 
TEU OLHAR
 

Quisera poder senti-lo novamente:

A leveza das mãos, o olhar malicioso.

É o que vem à mente

Quando lembro de ti, meu ser amoroso.


Quisera desdobrar o tempo

E voltar de mansinho àquele momento

Da sedução e do beijo roubado,

Conquistado, em meneios orquestrados.


Dei-te amor no momento certo.

Dele guardaste sensações tão fortes, 
 
Que nunca mais esqueceste tal instante.

E eu, pra sempre, ganhei teu olhar amante.


Que pena! Talvez, tu possas ainda espiar-me daí.

Porque eu, daqui, procuro, em cada estrela,

De novo, uma vez mais, teu brejeiro olhar.



Para minha alegria, sobraram duas flores: uma filha, que amo sobremaneira, e uma neta, também amada, que é o futuro incerto, porém promissor.  Mereceram, ambas, as poesias que seguem:



À ESTRELA MAIOR


És minha obra-prima,

Produção rara de encontrar.

Tens todos os dotes que acaso possas almejar.

E eu, todas as rimas para te encantar.


Vez por outra te sinto mais próxima.

Rejubilo-me com o teu falar.

És mote para o meu cantar.

És vida para meu reiniciar.


Tens esperança no brilho do olhar.

És jovem e justa no agir.

Não te atemoriza o renovado partir,

Nem te assusta o necessário continuar.


És para mim o recomeço,
 
O endireitar do avesso,

O devir que a mim encanta,

A esperança que me abranda.


Teus saberes: com eles quero contar.

Teus valores: deles compartilhar.

Teu futuro: dele participar.

Tua vida: acompanhar.


Se te fui surpreendente no versejar por primeiro,

Quero a emoção expressar por derradeiro.

Amo-te com constância e desvelo.

Vejo-te em mim o tempo inteiro.


E assim, qual estrela a brilhar,

Almejo que comeces a partilhar

Tua luz, teu sentir, teu vibrar,

Com todos aqueles que te sonham conquistar.


 
DA JANELA, O MAR.


Olhinhos brilhando, anjinho parece.

Pela mão pega a vó, vem, vem, vem.

Em frente à janela, o que é que tem?

Dedinho aponta o mar que lá vê.


Eu vejo o mar da janela, vó!
 
Parece absurdo? Que nada!

É a pura verdade, que nó!

Ficamos a apreciar o mar que nada.


Entre prédios, no horizonte, o mar se movimenta.

Entre nuvens se redesenha a todo o instante.

Plúmbea nuvem uma ponte inventa.

O mar e a terra, em fugaz instante.


Nuvens se alternam: escuras e claras.

Ondas que mudam de lugar, terra que vai e vem.

Mar de nossas lembranças,
 
Que há pouco tivemos a nossos pés.

Férias que já foram.

Que saudade vem!


Como é belo criar, mente sempre errante.

Que fase da vida é possível assim viver?

Todas, quando se sabe a chama manter,

Vestida de indelével fantasia, pura emoção, imaginação...


Qual arco-íris no céu, em dia de sol e chuva,

É como uma tiara a enfeitar o céu dos passarinhos.

Tudo que é, pode não ser, depende dos olhinhos,

De olhares sonhadores, quais amores em noite de lua.


O segredo é simples, como simples são as crianças.

Basta manter sempre um olhar luminoso.

Perseverar no caminho das estrelas.

E nossa criança interior, brilhando, nunca se apagar.


E desse modo, eu e Nicole a tudo assistimos.

Com um olhar sempre novo, o do recriar.

A cada evento, metamorfoseamos o que vemos.

Vivemos, assim, sempre, a nos maravilhar.



Pois, assim, Agosto chegou uma vez mais: renovado e fraterno nas amizades; filial e profundamente amoroso com os muito próximos.

BEM-VINDO, AGOSTO!




Brightman & Carreras – Amigos para Siempre – Friends Forever
 
 
 
Canção do Amigo – Rui Biriva








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"Muitos ciclos já se passaram; alguns vivemos juntas. Mas tuas perspicácia, sensibilidade e delicadeza permanecem. Basta ler tuas poesias. "


Lizete Maestri