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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

TEMPOS IMPREVISÍVEIS?


Talvez!

Observando-se, atentamente, o que já vem sendo relatado pelos habitantes do planeta e o que os cientistas, já a algum tempo, previram frente aos estudos por eles elaborados, o imprevisível já não é mais uma afirmação correta.

As mudanças climáticas tornaram-se frequentes e inesperadas para nós, habitantes desse planeta.

Por outro lado, parece que alguns possíveis flagelos, a que estaríamos expostos, não são suficientes para que se adotem medidas de preservação do meio ambiente.

Impressiona, de igual forma, as posturas de beligerância frente a quaisquer divergências de opinião.

Agora, credo, raça, capacidade econômica e cultura acadêmica são apenas diferenciais pessoais, pois, diante de uma partida de futebol, por algum campeonato, multidões de torcedores comparecem aos campos de futebol.

A busca pelo extravasamento das emoções encontra nas torcidas momentos de descontração e convívio.

Claro que, atualmente, até nos estádios de futebol a agressividade tem se tornado mais frequente.

Para quem vai divertir-se torcendo pelo seu time, estes encontros são momentos de descontração. Perdendo ou ganhando, não importa.

Saber partícipe de um momento de competição em que suas energias estão todas voltadas para a disputa e o possível êxito, já é um sentir-se vitorioso.

Se vier a frustração da derrota, esta nova energia negativa colocará por terra aquelas que lá existiam, de algum dissabor anterior.

Dessa forma, a energia da esperança de um novo encontro futebolístico, será uma recompensa que acompanhará este torcedor pelos dias subsequentes.

Afinal, nosso cotidiano necessita desse alimento que é a esperança.

O imprevisível, aqui, continuará a existir.

Jogadores lesionados e afastados darão um caráter imprevisível aos jogos que se sucederem. Ou até as chances de golo desperdiçadas, servirão a uma possível existência da imprevisibilidade.

A imprevisibilidade, portanto, é relativa. Quando, porém, todos os dados disponíveis afastam-na, há que se atentar e mover todos os esforços para direcionar novas atitudes de preservação do meio ambiente do nosso planeta.










segunda-feira, 31 de julho de 2023

UMA PAIXÃO QUE PERMANECE


O olhar busca encontrar um céu sem nuvens. Elas, porém, estão lá. São muitas a encobrir um tão desejado céu azul.

Com certeza, isso não será empecilho para que os estádios não sejam tomados por milhares de torcedores.

As crises, as insatisfações, os desajustes não são motivos para abandonar o ímpeto de lá comparecerem.

Todas as emoções represadas aguardam estes momentos de competição, de desafios frente aos adversários, para se realimentarem e, embora por vezes perdedores, voltarem aos lares mais descontraídos. O convívio com os amigos e familiares torna-se menos tenso, pois todos encontraram naqueles momentos uma sensação de pertencimento ao grupo e de alegria pela convivência buscando o mesmo fim. Vencer é o objetivo. Mesmo não vencendo, permanece o sentimento de união que os mantém juntos por algumas horas.

Os aspectos positivos desses encontros são visíveis.

Agora, atualmente, em função do alto grau de agressividade que tem surgido entre os indivíduos, os confrontos entre torcedores rivais, dentro e fora dos estádios, têm se tornado corriqueiros.

Não há mais certeza de que um torcedor possa não sair ferido depois de uma partida de futebol.

Que tempos difíceis e incertos!

A paixão do brasileiro pelo futebol está enfrentando momentos desafiadores. Pelo menos, em território nacional.

Tudo isso, porém, não impede que os milhares de torcedores deixem de comparecerem aos estádios. Com sol ou com chuva, com gramados bem cuidados ou não, o cântico que impulsiona os jogadores está lá presente.

Há que se ressaltar que nunca se tocou tanto o Hino Nacional Brasileiro.

A cada competição, nos diversos campeonatos nacionais, o hino está presente. Esta é uma manifestação que reforça o amor à Pátria.

Mas não tem sido suficiente para um convívio harmonioso dentro de campo. Tampouco, fora do campo.

O aspecto positivo desses jogos seria a possibilidade de o torcedor esquecer das mazelas que o cotidiano tem propiciado e fazer renascer pelo seu clube sentimentos de apoio e incentivo.

Deveriam ser momentos de descontração com a exteriorização através de bandeiras representativas dos clubes, bem como do cantar de músicas cujas letras se somariam em prol de um bom desempenho do “clube do coração”.

O que se espera e deseja é que o nosso futebol continue sendo um esporte reconhecido pelo valor que possui e pela capacidade de movimentar multidões que buscam, pelas emoções, extravasar suas energias, embora inconscientemente.

É o que, talvez, não se apercebam, mas que faz toda a diferença no viver cotidiano que anda tão difícil.

Para tanta dificuldade, curtir momentos de descontração é o que mais se deseja por ora.

O ganhar ou perder é pura consequência. O que importa é participar, ganhando ou perdendo.

Isso é o que se percebe quando se observa as multidões que acorrem, reiteradamente, às partidas.

Portanto, ganhando ou perdendo, este fascínio pelo futebol permanece. E, sem dúvida, é um excelente antídoto contra tantas mazelas que se sucedem cotidianamente.

 




quarta-feira, 31 de maio de 2023

ELE AINDA É...

Milhares continuam comparecendo, assistindo, aplaudindo, gritando e torcendo como sempre.

Parece que o momento atual, em termos históricos, não afetou nossas variadas competições esportivas.

Como a mais popular é o futebol, sobre este o nosso olhar tem-se detido.

É surpreendente acompanhar o volume de pessoas que comparecem aos estádios.

Buscam, ao que parece, uma motivação para o viver cotidiano com mais esperança, mais alegria, mesmo que seu time não vença naquela partida encerrada.

Mesmo com chuva estão lá os torcedores em expressivo número.

São locais e momentos em que as emoções, represadas por problemas pessoais e familiares, são jogadas e partilhadas com outros tantos torcedores de mesmo time.

É impressionante ver tantos estádios lotados por famílias inteiras. Há a percepção de que esses torcedores são importantes e necessários para que seu time obtenha um bom resultado.

Por outro lado, também neste segmento de torcedores, que participam com suas presenças nos estádios, há um nível, atualmente, de agressividade.

Esta agressividade tem feito parte do cotidiano de alguns jogadores. Mas esta agressividade não é exclusividade sofrida por jogadores, mas presente em comunidades e bairros de cidades brasileiras.

Já existe a conscientização dessa prática pelos habitantes.

Fazer o quê?

Nada melhor que a Educação para resolver este gravíssimo problema. Sem que esqueçamos das punições necessárias para atitudes, reiteradas, como as de cunho racista, que se classificam como crimes.

Os campos de futebol eram redutos em que times e torcedores encontravam-se e desfrutavam de momentos de alegria ou de frustração, mas nunca de agressividade.

Observando-se a continuação dos campeonatos, espera-se que os dirigentes atentem para a importância da manutenção dos jogos em nível de segurança para jogadores e torcedores.

Porque, sem dúvida, eles representam, ainda, momentos de satisfação para aqueles milhares de fiéis torcedores que comparecem aos estádios de futebol.

O futebol é, ainda, o esporte das multidões. E, como tal, deve ser preservado de situações que o tornem menos competitivo, por tornar-se mais agressivo.

 

 

 

 

 


sexta-feira, 17 de junho de 2016

MAIOR DO QUE “AQUILO”: SÓ O GLU-GLU-GLU!











Há uma quadra de Fernando Pessoa, entre tantas quadras ao gosto popular por ele escritas, que diz:
 

Pois, a propósito do último verso desta estrofe, espera-se que o mesmo não se confirme.
Aliás, para quem leu a crônica BICAR? FOI IMPOSSÍVEL!, publicada em 17 de julho de 2014, a compreensão do que segue ficará mais facilitada.

Lá atrás, mas não tão atrás assim, um salvador apareceu. Dunga era seu nome. Lembrado como um dos Sete Anões, reconhecido pelas crianças de outrora, muito brincalhão, que surgia para resolver todos os problemas que se apresentavam à época. E eram tantos! Eram muitos.

Acredita-se, hoje, que foi um personagem que nada teve de brincalhão e que também nada resolveu. Até porque uma andorinha sozinha não faz verão. Cada vez mais qualquer empreendimento vai precisar do espírito coletivo do grupo para alcançar os requisitos necessários à conquista do sucesso. E, além disso, que cada um dê o melhor de si para o conjunto.

O gosto da laranja mecânica, à época dos 3x0, não foi possível experimentar. Nem uma bicadinha foi permitida. Alguma coisa que amenizasse a derrota avassaladora, anteriormente sofrida. Nada aconteceu. As tão decantadas aves canoras não voaram o suficiente para adentrar àquele estonteante carrossel. Deram-se por satisfeitas em, pelo menos, não atingir um escore tão vergonhoso quanto o anterior.

Pois quem chegou para resolver o problema, também não resolveu.

Depois de tanto tropeço, chegou-se, finalmente, ao tempo das onomatopeias.

De gorjeios tão melodiosos, de piu-pius tão canoros, encontram-se tais aves afugentadas, presentemente, pelos glu-glu-glus ameaçadores que selaram mais uma derrota.

Assim, ficou claro que maior do que o ocorrido em 2014: só o glu-glu-glu.

E, novamente, outro gaúcho, não da fronteira, mas da serra, colocará em ordem as coisas lá pela Seleção Brasileira.

Carisma? Ele tem. Competência? Também. Além do espírito agregador que tem demonstrado na sua trajetória de vida.

Interessante observar que o nome do time formado por ele e amigos, para curtirem as folgas em Caxias, chama-se Carrossel. Aquele legendário grupo de jogadores da Holanda que formavam o conhecido Carrossel Holandês, vencedores da Copa de 1974.

Esperamos que, agora, a Seleção redescubra o seu potencial. Que seja possível reverter o vexame da última Copa do Mundo e que, principalmente, Tite consiga nos fazer esquecer daquele ensurdecedor glu-glu-glu com que fomos mandados embora da Copa América.

O canário trancou o bico. Coisa que ninguém imaginava acontecer. Aconteceu, porém.

Voltaram para dentro da gaiola. Que horror!

Agora, sabe-se que não é só tempo de mesóclises. As onomatopeias estão em voga, também.

Xô, glu-glu-glu!

Pobres canários!

Aliás, o falar estará se aprimorando nos últimos tempos?

Repeliremos, com veemência, qualquer insinuação desse tipo. Os canários voltarão a voar e cantar.

Outra novidade é este futuro do presente, usado por uma conhecida autoridade da nação.

Acontece, porém, que um futuro do presente não é capaz de apagar um passado...

Aguardemos as esperadas mudanças!

Xi! Olha aí um Presente do Subjuntivo, tempo que denota a existência ou não existência do fato como uma coisa incerta, duvidosa, eventual ou, mesmo, irreal.

Será que ficaremos sem as mudanças tão necessárias?


 
Branca de Neve e os Sete Anões





sexta-feira, 4 de julho de 2014

SERÁ?


Nos primórdios da China Antiga, lá por volta de 3000 a.C., estudiosos afirmam que militares chineses praticavam uma espécie de jogo. Macabro, diga-se de passagem. O divertimento era chutar a cabeça dos soldados inimigos abatidos durante o confronto.

Daí, a coisa evoluiu e passaram a confeccionar bolas de couro. Claro, para não perder a graça de todo, continuavam a usar cabelo para revestir as tais bolas. Provavelmente, o cabelo seria aquele retirado da cabeça dos vencidos.

No Antigo Japão, esse jogo com a bola começou a tornar-se mais parecido com o futebol atual. Estabeleceram-se regras e a bola já era feita de fibras de bambu.

Quando os romanos chegaram à Grécia, lá já existia o jogo chamado Episkiros. Os jogadores continuavam sendo militares e a bola era uma bexiga de boi cheia de areia ou terra. A violência, porém, continuava a existir. Agora, já entre os próprios jogadores. Há relatos de que, na Idade Média, os jogadores, ainda militares, dividiam-se em defensores e atacantes, num jogo chamado Soule ou Harpastum. Nessas partidas, aconteciam mortes de alguns jogadores, dado o grau de agressividade da contenda ocasionado por problemas extracampo, questões de cunho social em que mergulhava a sociedade medieval.

Nessa evolução, surgiu, na Itália Medieval, um jogo chamado gioco del calcio. A violência, porém, perdurava igualmente entre os jogadores a tal ponto que se estabeleceram regras mais rígidas com a presença de, pasmem, 12 juízes, para que as mesmas fossem cumpridas.

Lentamente, com o passar dos tempos, os povos foram se civilizando e transformando o jogo de futebol em algo organizado e sistematizado. Assim, o gioco del calcio chegou à Inglaterra por volta do século XVII, vindo da Itália.

A partir dessa época, foi criado todo o regramento até hoje conhecido, passando-se a usar uma bola, já de couro, enchida com ar. Aos poucos, foi-se popularizando o futebol. Em 1888, fundou-se a Football League que visava organizar e difundir torneios e campeonatos internacionais. E a tão conhecida FIFA teve sua criação efetivada em 1904. Cabe a ela a organização dos grandes campeonatos de Seleções (Copa do Mundo) e de clubes ao redor do mundo (Libertadores da América, Liga dos Campeões da Europa, etc.).

No Brasil, o futebol foi introduzido, afirmam alguns, pelo paulista Charles Miller que, ainda criança, viajou à Inglaterra para estudar. Retornando posteriormente ao Brasil, em 1894, trouxe consigo a primeira bola de futebol e as regras para jogá-lo.

Já o pesquisador da História do Futebol, Paulo Goulart, informa que, bem antes, em 1878, o religioso jesuíta José Maria Mantero trouxe da França um compêndio que descrevia 80 jogos praticados em escolas jesuítas no mundo todo. E o primeiro jogo a ser descrito era o “Ballon au Camp” ou Bola no Campo.

Corroborando essa informação, o historiador da PUC-Campinas, José Moraes Neto, diz:

“O futebol associação, o campo regulamentar, o 11 contra 11, isso tudo vem com o Charles Miller mesmo, não tem como negar”. “Mas o jogo em si, a bola, a disseminação em escolas, nas fábricas, isso é anterior a ele”.



E hoje? Será que as regras em campo persistem?

A bola chutada é a cabeça do adversário já abatido? Não, claro que não mais! Não sei, não! Às vezes, assalta-me uma dúvida.

O futebol não estará sofrendo aquilo que as civilizações atingem, mais dia menos dia, um apogeu e um declínio posterior?

Quando o futebol/arte cede ao futebol/técnica, e esse esbarra em equipes igualmente de alta capacidade técnica, o que resolve, para que a bola atinja a rede adversária, é afastar o obstáculo, de qualquer maneira. As formas podem ser diversas, desde a mordida, a pisada intencional, o golpe mais pra judô do que futebol, até a derrubada do oponente com sérias consequências para a sua integridade física. Todo o cuidado é pouco! Não podemos retornar aos tempos da Idade Média onde havia mortes durante as contendas. A violência era tanta, à época, que para os 27 jogadores por equipe, havia 12 juízes para vigiá-los. Quem sabe a gente adota a marca de sete juízes (um em campo e três para cada lado do campo)? 

Será que isso resolverá? Não, não resolverá.

O que se tem a fazer é civilizar-se. Ter em mente que o futebol é um esporte que traz alegria e divertimento para milhões de pessoas. Não estamos mais numa arena romana, onde seres humanos eram entregues aos leões famintos. O espetáculo deve ser bem outro. Toda a tecnologia que nos permite visualizar, em instantes, se a bola adentrou à linha do gol, também nos dá detalhes de ações deliberadamente mortais contra colegas de profissão. Pois, hoje, ser jogador tornou-se uma profissão. Aquela profissão que deve trazer momentos de alegria e de encantamento com o time do coração. Claro que, também, nos ensina a encarar a frustração da derrota que pode ser aprendida, gratuitamente, toda a vez que o nosso time perder.

Agora, se ficar muito difícil, consulte uma psicóloga. Faça análise!

Veja o que é possível fazer para compensar sua frustração com o futebol.

Garanto-lhe que as opções são várias.

Por favor, será que voltaremos à Idade Média?

Será que estamos em plena decadência civilizacional?

Será que o nosso futebol/arte não mais existe?

Será que a plasticidade cedeu lugar à barbárie?

Acho que, sinceramente, não somos mais únicos e imbatíveis nesse chamado futebol/arte. O negócio é continuar se aperfeiçoando e criando dribles nunca dantes conhecidos neste país. Isso é que trará beleza ao futebol. Aquele jogador que desestabiliza o oponente pela surpresa, pelo voleio que termina num “carrinho” que leva a “brazuca” a se aninhar naquele cantinho inesperado da rede. Isso é o que encanta, é o que inova, surpreende e acrescenta qualidade ao esporte. Com certeza, todos com ele envolvidos sairão beneficiados. 

Será que passamos pela gloriosa Alemanha?

Será?





Tatu Bom de Bola - Arlindo Cruz 


Rumo à Copa – Arlindo Cruz cria samba para decorar os grupos da Copa do Mundo




quarta-feira, 25 de junho de 2014

CATEDRAIS DE EMOÇÕES





Mão no peito, do lado do coração. Olhos, por vezes, marejados de lágrimas. Um canto que sai da garganta com força e profunda emoção e que dura instantes. No palco e na plateia, as vozes juntam-se num espírito cívico de arrepiar. Tudo muito rápido. Esse será o combustível que impulsionará os movimentos constantes e repetitivos durante noventa minutos.


Ah! As emoções coletivas são bem típicas da nossa sociabilidade atual. Construídas sobre uma necessidade muito pessoal, muito individualista e, por instantes, aparentemente gregária. Não suficientemente, porém, comprometida com valores, metas e mudanças que exigem foco, determinação, constância, disciplina, muito trabalho e, consequentemente, algum sacrifício.

A expressão “catedrais” foi usada por Michel Lacroix, filósofo e professor francês, quando, diferencia aquelas de pedra, reportando-se à Idade Média, das virtuais, feitas de emoção. As primeiras, segundo ele, representavam a coesão social que abafava a individualidade. As atuais são aquelas que se constroem rapidamente, desmoronando-se com igual intensidade. 

Essas catedrais de emoção são como estádios que se enchem e se esvaziam rapidamente. Seus protagonistas, após o espetáculo, levam embora a sua individualidade, muitas vezes feroz. Lá, no templo, não se criam compromissos com nada, com ninguém. Mais ou menos como num jogo virtual. Entramos e saímos sem obrigações. 

Dirão que, afinal, aquilo que ali transcorreu foi apenas divertimento.

Será que, instados a participarmos de atividades ordeiras, em prol do coletivo, teríamos a mesma emoção de quando incentivamos nossos jogadores a honrarem a camiseta canarinho?

Aliás, falando em bichos, os elefantes e os leões indomados já se foram.

Agora, quem temia os Diabos Vermelhos e os Samurais Azuis, quando pensou que a situação acalmara com a despedida dos últimos, assustou-se.

Permaneceu, por aqui, uma espécie de vampiro moderno, que prefere o ombro em vez da jugular. Pelo menos, o estrago não é tão grande.

Cuidado mesmo tem que se ter é com aquele bichinho pequenininho, que se infiltra por entre as pernas, por entre os pés de qualquer hospedeiro que se apresente para com ele driblar.

É o menor de todos os bichos que por aqui estão desfilando nesta Copa. 

É, na verdade, um inseto que faz um estrago danado. Garanto-lhes que é pior do que levar uma mordida. Ele nos suga, nos rouba, nos pilha sem dó. Cuidado com ele!

Cuidado com a pulga! Ela está solta nos estádios. O difícil é saber quem será o próximo hospedeiro. Nessas catedrais, onde a emoção rola solta, ninguém está a salvo.

O nosso ex-filé de borboleta, que não gosta desse apelido, é o único capaz de enfrentar essa pulga. Estou levando fé nessa borboleta. Torçamos para que ela voe até o fundo das redes e demonstre ser um inseto que é pura beleza, confirmando o nosso futebol como um futebol/arte.

Portanto, redes adversárias, cuidem-se!

Adaptando trecho extraído do texto BORBOLETAS, de Mário Quintana, ela, a borboleta, deve ir até vocês, porque, com licença, vocês, redes adversárias, são os jardins dela. 

E vamos combinar que há mais beleza numa borboleta voando do que numa pulga aporrinhando.



No plano societário, quem sabe, um dia, consigamos atingir as redes da coesão social com pitadas de fraternidade, cultivando jardins para que elas, as borboletas, voem como no Éden. Será querer demais?

Com políticas educacionais de qualidade poderemos chegar a transformar a realidade dessas catedrais de hoje, apenas de emoções, em catedrais de realizações, considerando o material humano riquíssimo de que dispomos.






País do Futebol - MC Guime participação Emicida 





terça-feira, 3 de junho de 2014

DRIBLANDO...

Tenho para mim que ele buscou melhorar suas condições de vida. Nada mais justo. E suas dimensões pequenas foram um facilitador. Foi criativo o seu agir e não teve preguiça. Acabou num SPA, conforme disse o biólogo Ricardo Freitas do Instituto Jacaré.

O problema é que depois que chegou ao SPA, mais precisamente ao Lago da Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio, a vida no lago não foi mais a mesma. Eram aves e peixes pulando pra todos os lados, tentando escapar da sanha do Robinho, um jacaré-de-papo-amarelo, macho, medindo 1 m e 26 cm e pesando 4 kg e 260 gramas. 

O pânico instalou-se entre aqueles que costumavam passear de pedalinho pelo tranquilo lago.

E Robinho lá dentro, sem concorrente, solito no más, nadando em água quentinha e tirando, vez por outra, uma soneca em pequenas grutas existentes.

Que maravilha!

Diga-se de passagem, não se pode culpá-lo por essa fuga do Parque Chico Mendes. Segundo relatos, as coisas não andam mais como antigamente por lá. A fauna, não mais diversificada como no passado, o isolamento do próprio parque dificultando o fluxo gênico, o assoreamento e poluição da Lagoinha, isso tudo explicaria as escapadas dos jacarés para fora dos limites do parque.

Então, foi em busca de mais alimento, liberdade e emoção. Dessa maneira, adentrou pelas galerias de águas pluviais da região, indo parar no Lago da Quinta da Boa Vista. A felicidade, porém, durou pouco. Durante 72 horas fez o que pôde, driblou com competência todos os seus marcadores. Por isso, foi apelidado de Robinho, nosso conhecido jogador. Finalmente, refugiado dentro de uma gruta, foi capturado. Segundo o biólogo, a captura foi no laço, manualmente. Nada sofreu. Foi devolvido ao Parque Chico Mendes novamente.

Os frequentadores do Lago deram graças a Deus, pois estiveram, por um tempo, mais a perigo que minhoca em galinheiro.

De qualquer sorte, provou ele a sua capacidade de driblar não só aos seus captores, confirmando a “tese” de que é possível migrar, quando se quer verdadeiramente, para outras paragens, para qualquer outro mundo, considerando-se aqui uma nova visão no mundo das ideias, ou no das relações societárias, ou no do seu “eu” consigo próprio. Tudo em prol de uma melhoria nas condições de vida pessoal e em sociedade.

Basta que saibamos encontrar as alternativas melhores e corretas (não os arranjos chicaneiros), driblando com competência as dificuldades que se impõem a quem resolve enfrentá-las.

Segundo Charles Watson, professor na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro:

“A preguiça bloqueia a criatividade”.

Acrescenta, mais adiante:

“Todo mundo tem ideias. Quando você tem uma ideia que acha muito especial, pode contar com o fato de que outras 250 mil pessoas tiveram essa ideia. A diferença está em quem decide concretizá-la e isso envolve intenso trabalho”.

(Fonte: ZH de 31/05/14 – p.23)

Exemplo incontestável traz a reportagem, também de Zero Hora, de 1°/06/14, p.46, que leva o título de A Formatura do Ano, conforme link abaixo.





Nela fica demonstrado que a falta de dinheiro e de apoio da família para estudar não foram obstáculos suficientes que impedissem a jovem vietnamita Tay Thi, de 20 anos, de ser a primeira pessoa de sua comunidade a ter formação universitária. Vale a pena a leitura dessa reportagem.

Então, valendo-me do já famoso “Robinho”, cujo drible foi exitoso, pelo menos por um tempo, dispenso, de propósito, o aspecto do acaso. Não foi por acaso que caiu ele nas galerias de águas pluviais. Saiu, isso sim, em busca de mais alimento. Foi à luta.

Pois é! Quando indago de um jovem sentado no meio-fio da Avenida Getúlio Vargas, por que ele não arranja um trabalho, ele confessa, pausadamente, que não quer trabalhar. Prefere ficar sentado onde está, recebendo moedas, que não lhe darão futuro algum. Moedas dadas para acalmar a consciência de quem se condói com a cena.

Errado ele, pobre mendigo. Errados nós, que não cobramos do Estado soluções concretas, viáveis e aplicáveis a todos os que perambulam pelas esquinas, se avolumam embaixo de marquises, viadutos e pontes ou, displicentemente, sentam-se em frente a estabelecimentos bancários e restaurantes, aguardando que do céu caiam benesses que só com o trabalho é possível tê-las. Consegui-las de outro jeito, sabe-se, ou é mendicância, e aí deve o Estado direcionar políticas para resgatar esses indivíduos da rua, capacitando-os para o trabalho, ou é crime e merece uma legislação repressiva e extensiva a todos os que incorrerem nessa prática. Sempre atenta, porém, à ressocialização desse indivíduo, que é o objetivo último.

Portanto, drible bom mesmo é aquele dado por quem, frente a dificuldades de toda a ordem, busca o melhor caminho para atingir seus objetivos. Sempre, é claro, dentro da ética, do respeito e do bom senso. Aquilo que, antigamente, chamava-se de “bom caráter”.



Por ora, a partir de 12 de junho, esperam-se muitos dribles dados pelos nossos jogadores, para que consiga a Seleção Brasileira atingir o seu objetivo maior que é a conquista do Hexacampeonato Mundial de Futebol.

Torçamos para que haja muitos dribles e que, pelo menos alguns desses dribles, sejam contra o goleiro, atingindo a rede adversária com sucesso. Qualquer coisa, a gente convoca o jacaré Robinho, que é bom de drible.

A bola vai rolar...

Depois da festa?

Bem, vencedores ou não, está mais do que na hora de mudarmos o paradigma do famoso “jeitinho brasileiro”. Isso não é driblar dificuldades. Isso só nos atrasa e nos deprecia frente aos outros e a nós mesmos.

Mais foco, determinação e disciplina, palavras-chave de conhecido empresário brasileiro, com o qual concordo plenamente, resultarão em objetivos alcançados. Claro, tudo com muito trabalho.





Desejando que a Seleção Brasileira faça muitos gols, lembremos, agora, da música que consagrou o espetacular gol marcado por Fio Maravilha, jogador do Flamengo, em partida contra o Benfica em janeiro de 1972, assistida pelo flamenguista Jorge Ben Jor e que resultou na música Fio Maravilha, gravada no mesmo ano, que entrou para a História da Música Popular Brasileira. Seguem, abaixo, dois vídeos que reproduzem a canção Fio Maravilha. A primeira apresentação traz apenas o áudio da música, ainda com sua letra original. O segundo vídeo, ao vivo, Jorge Ben Jor, por razões de direito autoral, em ação movida pelo jogador João Batista Sales, o Fio Maravilha, contra ele, modifica a letra trocando as palavras Fio para Filho e Galera para Magnética. Isso deixou um tanto quanto estranha a letra, não perdendo, porém, a batida que consagrou a música.










Fio Maravilha - Jorge Ben Jor (letra original)




Filho Maravilha - Jorge Ben Jor












sábado, 5 de abril de 2014

PARA OS ANAIS DOS ESPETÁCULOS DE PORTO ALEGRE




Para quem foi acostumada a conviver entre duas cores reverenciadas, uma pelo pai e outra pelo único tio que tive, assistir, muito atenta, à reinauguração do Estádio Beira-Rio foi bastante gratificante. Meu pai teria gostado de estar presente. Sua filha acredita que o representou, de forma emocionada, na festa/espetáculo desse dia 5 de abril de 2014. E ela assistiu à festa, comodamente instalada em sua sala. Mesmo assim, pôde constatar a grandeza do evento.

O conjunto da produção do espetáculo mereceu todos os aplausos, que ressoaram para além do estádio. Foram duas horas e meia de uma apresentação de pura paixão e emoção. A produção musical, a cargo do maestro Dudu Trentin, demonstrou perfeita sincronia entre os músicos da orquestra Unisinos/Anchieta, o coral de 200 vozes e as bandas que se iam sucedendo durante o espetáculo. Ele compôs todas as trilhas, cabendo ao maestro Evandro Matté a regência da imensa orquestra e coral. Participaram da festa 1500 pessoas em cena, entre atores, orquestra, bandas e bailarinos. Foram usados 3000 figurinos. A plasticidade das cenas aliada à tecnologia, que lhe serviu de suporte, apresentou ao público a parte histórica do clube ao longo do tempo. O barco singrando as águas do rio foi emblemático acerca das dificuldades enfrentadas com a localização do estádio. Nada, porém, que não pudesse ser solucionado com o passar do tempo e com os esforços de todos os que se empenharam na construção de um sonho, destacando-se a campanha de doação de tijolos que movimentou 35 famílias voluntárias.
A narração, como background, com textos de conhecidos cronistas gaúchos e os telões repassando os diversos momentos históricos do clube, foram carregados de luz, tal qual o golo de Elias Figueroa, chamado por ele próprio de o golo iluminado. Graças a esse único golo, feito aos 12 minutos do 2º tempo, o Internacional conseguiu o seu primeiro título brasileiro em 1975, jogando contra o Cruzeiro de Minas Gerais.
E as décadas iam-se somando sob os acordes da 9ª Sinfonia de Beethoven e a encenação de obras reconhecidas de Leonardo Da Vinci, Picasso, Salvador Dali. Tudo sincronizado, tal qual o voo de Dadá Maravilha, no ano de 1976, quando o Internacional venceu o Corinthians por 2 a 0 no Beira-Rio, sagrando-se bicampeão brasileiro.
O ano de 1989 ficou nos anais do clube, pois aconteceu o chamado Grenal do Século, o de nº 297, vencido pelo Internacional por 2 a 1, disputado no Beira-Rio e que teve o maior público de Grenais em Campeonatos Brasileiros. Foram 78.083 pagantes. A década de 80 foi de conquistas, com 14 títulos no total.
Momentos difíceis e momentos de glória foram relembrados.
Com muito trabalho e confiança no plantel, os feitos recomeçaram a partir do século XXI. E Adriano Gabiru seria o grande nome, com a ajuda dos demais companheiros, na conquista do Mundial de Clubes da FIFA, em 17 de dezembro de 2006, no Japão. No mesmo ano, pela primeira vez, o clube já conquistara, em 16 de agosto, a Taça Libertadores da América. O que se repetiria em 2010, tornando-o bicampeão do mesmo certame.
Quanta história desde 1909! São 105 anos de vida e 45 anos da reinauguração do estádio Beira-Rio, aberto oficialmente em 6 de abril de 1969, cuja construção iniciou-se em 1959.
Esses fatos todos fazem parte da história da cidade de Porto Alegre.
Fico feliz em ter assistido a um espetáculo tão bonito, o que demonstra a capacidade de trabalho, o empenho de tantos interessados, o aporte considerável de recursos na concretização das obras e do espetáculo.
O mesmo ocorreu com a outra agremiação, tão cara aos gaúchos, quando da sua inauguração em 2012.
Assistimos, na oportunidade, a um espetáculo e a uma plateia merecedora do aplauso da sociedade porto-alegrense como um todo.
Para os amantes do futebol, como esporte de massa, é um orgulho termos um gigante e uma arena representando o Estado para fora dos seus limites. Para um mundo globalizado, serão ambos os estádios uma vitrine da cidade que se diz alegre.
Portanto, está de parabéns o diretor artístico Edison Erdmann, responsável pela organização de todo o espetáculo da reinauguração do Estádio Beira-Rio.
O vermelho pelo espelho, finalmente, passou.
O azul do mar, há algum tempo, já chegou.
Uma última palavra àqueles que esperam o mesmo espetáculo, assistido no último dia 5 de abril, para:
- a reinauguração, com nível de excelência, de um grande hospital;
- a construção de centenas de UPAs, dentro das normas técnicas, com um quadro médico e técnico pronto a prestar os primeiros socorros, incluindo-se medicamentos básicos e material compatível com as necessidades do eventual paciente;
- a implantação, nos colégios, de infraestrutura condizente com as necessidades do ensino-aprendizagem;
- a despoluição de nossos arroios e riachos;
- um substancial melhoramento no transporte coletivo;
- o saneamento básico, ainda deficitário, em algumas comunidades;
- uma segurança mais presente no dia a dia e não apenas em grandes eventos;
- uma gestão honesta e eficiente de pessoal e recursos nos serviços prestados à comunidade pelo poder público.
Tudo, claro, com o padrão FIFA, porque os botocudos já sabem, agora, o que é o tal padrão. Sem desmerecer o povo indígena, já extinto, que habitava regiões do país. Referimo-nos a nós próprios, esse pessoal rude e grosseiro que não conhece o que são as benesses de uma vida de qualidade. Todos nós aguardamos, de ora em diante, um padrão FIFA de serviços. É o grande desejo de toda a sociedade brasileira.
E o impostômetro? Pelo controle digital, desde o primeiro dia de 2014 até esse exato momento, dia 7 de abril, às 19 horas e 30 minutos, a arrecadação está na cifra de R$ 469 bilhões, 246 milhões e..., já superando a marca atingida na mesma época do ano passado. Impossível acompanhar tal voracidade e rapidez... No ano de 2013, ao que parece, a marca atingida foi de um trilhão e 700 bilhões de reais.
Para os colorados fica a certeza de que com a ajuda inicial daqueles tijolos construiu-se um sonho e dele fez-se não um castelo de areia na beira de um rio, mas um gigante da própria história.
Fiquem, agora, com a beleza de O AMANHÃ COLORIDO e NUVEM PASSAGEIRA, duas joias, compostas por gaúchos reconhecidos, que abrilhantaram a festa de reinauguração.





 


O Amanhã Colorido - Pouca Vogal
Nuvem Passageira - Hermes Aquino