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domingo, 31 de julho de 2011












ACORDA, GURIA!


Pré-requisito para compreensão do texto abaixo:

-ler a crônica de David Coimbra, O Taco de Aninha, publicada, em 16/07/11, no jornal Zero Hora (p. 44).


Há quem diga, ainda, que atrás de um grande homem há uma grande mulher? Que consolo! Isso ainda é possível? Todas as mulheres de grandes homens serão também grandes mulheres? E o que significará ser grande? E as mulheres reles? Manterão elas de arrasto aqueles grandes ou pequenos homens, que se deixam enfeitiçar por seus dotes físicos, de propósito, mais escancarados? Essas, então, não estariam à sombra? Seriam vistas, revistas, visitadas, revisitadas: verdadeiras benfeitoras de tão sedentos homens. Porém, mesmo vencendo na vida, não passariam de reles criaturas. E, assim, tratadas pela sociedade.

E o que é vencer na vida?

A famosa Geni, protagonista da inspirada composição (Geni e o Zepelim) do mestre Chico Buarque, que o diga. Coitada! Fez todo aquele sacrifício que a letra revela e, ao final, continuou execrada pela cidade. Volta, depois de dar-se àquele amante, a ser maldita. Maldita Geni! É claro que a obra, que me soa aberta, permite essa interpretação. O papel de redentora não lhe é reconhecido. Foi desde sempre reles, continuou sendo e terminou seus dias assim. Deixou de exercer sua condição de ser humano digno.



Pois é!

A cearense Carmelita Yumito é daquelas pessoas que venceram na vida, dignamente. De família humilde, tinha tudo para não chegar aonde chegou. Sua determinação e arrojo demonstraram a ela ser possível atingir uma vida digna, embora trabalhando num meio predominantemente masculino.

Pois Carmelita, num determinado momento de sua vida, por volta dos quinze anos, saiu do Sertão dos Inhamuns, no Ceará, e foi para São Paulo. Por lá já viviam dois irmãos mais velhos com quem passou a morar. Os manos, à época, já trabalhavam num salão de sinuca, o Hobby Time Snooker e Choperia, localizado no centro da cidade de Guarulhos. Vez por outra, os irmãos levavam-na ao bar. Rapidamente, encontrou-se com o esporte. Algum tempo após, o dono do bar convidou-a para trabalhar como garçonete.

Certo dia, apareceu um cliente antigo da Casa, o Sr. Godofredo, que a convidou para tentar uma jogada. Nesse dia, Carmelita teve seu primeiro contato com a sinuca. Ela que já observava, há tempo, os clientes que frequentavam o bar.

Diante da performance da garota, Godofredo ficou impressionado e aconselhou-a a aprender o esporte e dedicar-se porque, um dia, poderia ela vir a ser campeã.

O resto da história encontra-se no link abaixo.

Tetracampeã brasileira, além de outros títulos, competindo constantemente, ministrando palestras, fazendo exibições e dando aula apenas para mulheres, é contratada do Pompeia Snooker Bar, em São Paulo. Vive ela do esporte. É casada e mãe de um casal de filhos.

Pois é, guria!

Há quem fique atrás de um taco de sinuca e não consiga dar o seu melhor se, para tanto, não se despir.

Coitada da Aninha! Sabe jogar, mas não consegue deixar de expor a sua condição de mulher reles. Aquela que só dá a tacada certa, quando escancara aquele atributo sexual da mulher brasileira, tão decantado: a bunda.

A cabeça de Aninha está doente. Ela não consegue mais armar a jogada correta. Ela nem mais pensa, acho. Ela não está à sombra, nem à frente, nem ao lado de um homem. Ela está, na realidade, bem abaixo da linha da dignidade.

Acorda, Aninha!

Mesmo tendo adquirido um sítio, não passas de uma reles mulher. Hoje, tuas performances esporádicas revelam tua condição: ainda inferior.

Mira-te em Carmelita! Seu taco é produto de conhecimento, perseverança e obstinação. E a fonte disso está na cabeça e não nas nádegas redondas e lisas, mal encobertas pelo fiozinho mínimo do biquíni de lacinho.

Tu podes bem mais, Aninha!

Ou, quem sabe, Carmelita é bem melhor com o taco de sinuca.

É! Carmelita e o seu taco de sinuca estão fazendo história.









quinta-feira, 11 de março de 2010


 

EXPLICAÇÃO?



Queridos Olheiros!
Pré-requisito para compreensão do texto abaixo:
ler a crônica de David Coimbra, Peixe e jujuba, publicada em 05/03/10, no jornal Zero Hora (p.2).




“Te liga”, cara! Quer coisa mais conhecida que uma jujuba? É quase mais conhecida que parteira de campanha. Não tanto, é claro. E o principal: lembra infância. É muito “massa”!


Olha só a imersão que a Marisa, a Monte, fez naquele mundo que se abate, vez por outra, sobre os que já passaram dos 40: o mundo da saudade boa, gostosa, com cheiro de infância.

E sente o que vem depois da jujuba!

Nessa ordem: bananada, pipoca, cocada, queijadinha, sorvete, chiclete, sundae de chocolate, paçoca, mariola, quindim, frumelo, doce de abóbora com coco, bala Juquinha, algodão doce e manjar. Ufa! Para quem não sabe, essa é parte da letra da música Não é Proibido.

Com uma carreira já consolidada e com tantos prêmios conquistados, a cantora está a demonstrar sua inegável competência e estilo próprio. Permanecerá, com certeza.

Por outro lado, já pensaste no Rio ainda como capital do nosso país? Aquela paisagem toda absorveria as horas ociosas. Todos, permanentemente, ficariam tão contemplativos, que ocupariam suas mentes menos com maracutaias e mais com o prazer de viver a vida. Régios salários e visual de cinema, o que mais almejar?

Mas em Brasília... Aquela chatice, aquela cidade forçadamente criada, aquela coisa toda plana... Lá onde os olhos não se podem fixar em encostas, nem se perder em vales ou esconder-se por trás do Cristo.

Lá, o tempo tem que ser aproveitado com coisas proibidas, perigosas. Sabe como é: uma oficina própria para o diabo. E seus trabalhadores todos à disposição para o que der e vier.

Foi, realmente, uma péssima mudança.

Agora, o Peixe Vivo foi um carinho ao povo mineiro e à infância de JK. Interessante que na obra Açúcar, de Gilberto Freyre, há menção de que a sobremesa preferida do Presidente era, surpreendentemente, nordestina: a chamada baba de moça.

Então, cotejando Peixe Vivo com jujuba, mais conhecida como “bala de goma”, temos:

1- É difícil viver sem nunca ter tido uma companhia: mais ou menos como um peixe viver fora da água fria;
2- Quem nunca comeu uma bala de goma, que se apresente;
3- Cada um com o seu tipo de saudade, com o seu tempo de infância;
4- Seus propagandistas permanecem nas paradas de sucesso. 
Um, de constante lembrança na política; outra, no atual cenário musical.

Por fim, digamos que o peixe, como prato, é muito bom. Como imagem poética, assim descrita, dá pena imaginá-lo morrendo aos poucos, sem sua melhor companhia: a água.

E a jujuba?

Bem, além de ser gostosa, foneticamente falando, suas duas consoantes, iguais, são fricativas. Para serem pronunciadas, o ar escapa roçando pelas paredes da fenda bucal estreitada.

Isso tudo é muito sexy. E na voz da Marisa, a Monte, é demais...


Precisa de explicação?


Não é Proibido - Marisa Monte




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Abaixo, seguem os comentários recebidos por e-mail:


"Guriaaaaa,oi,
tu arrasouuuuuuu.
Tu achas q ele vai publicar ou fazer uma alusão à explicação ? ah, ñ vai mesmo. Ele tem medo de perder o emprego.
Vai ler o texto e deletar pq senão a ZH contrata a minha amiga ! E c/toda a a razão!
David q se cuide !
Bjs e até amanhã"

Zaira Cantarelli



"Coloquei uma mensagem no teu blog. Como não sei se deu certo, reproduzo abaixo. Abração e até a próxima. Prometo me inteirar mais do blog e conhecer mais teus"pensamentos".
Aurélio(Lelo)
Tá muito bom isso tudo. Que esmero na escolha das palavras. Quem será esta Sonia que está escondida num cantinho do Menino Deus? Escrever, tenho certeza, sabe muito e pensar nem se fala...
Abraço"

Aurélio Luiz Dornelles




"Olá, Sonia,
Pois acabo de ler tua Explicação? ao David Coimbra e suas jujubas.
Em primeiro lugar: Quem fez a melhor crônica?
Disparado, tu, com certeza.
Mais instigante, bem humorada, sem ranços.
Além do mais, tuas defesas em favor da jujuba ( e olha que eu não ligo lá grande coisa pra jujubas e balinhas  do gênero) quase me convencem que a coisa é gostosa, como o peixe( não vivo, claro, prefiro bem morto e frito). Ah, sobre Brasília vou me omitir.
Tudo isto, amiga,  pra te dizer que adorei!!!!
Beijão"

Jacira