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domingo, 29 de abril de 2012












UM OLHAR ATENTO, UMA REFLEXÃO E...
UM SONO PERDIDO.

O passo lento, vagaroso, cauteloso, silencioso, como quem está a estudar o terreno, revela a suavidade das passadas e o perfil matreiro daquele visitante. Não está ali por acaso. Ou estará? É o seu habitat? De certa forma, sim.

A muitos quilômetros dali, passadas de várias toneladas sucumbem na sua terra de origem, para diversão de quem ainda detém resquícios de colonizador. A imagem do troféu, ajoelhado junto à árvore, escancara a desproporção entre a caça e o caçador. Não apenas no tamanho de um e outro, mas na astúcia e na perícia de um deles. Resta apenas o silêncio. Cessaram os bramidos do elefante. Ele não está ali por acaso. Ali é sua morada desde sempre.

Já, em outra cena, em pleno gramado, o grito da sentinela dos pampas evoca a altivez do dono dessas paragens. Vez por outra, em pleno jogo de futebol, aparece ele, altaneiro, lembrando quem é o dono desses campos.


Que tristeza é conviver ainda com esse tipo de colonizador. Embora alardeando ser apoiador de causas ambientais, lá está, constantemente, dizimando diretamente os animais e, indiretamente, explorando as riquezas naturais da antiga colônia. E isso se refere a todos os colonizadores que pisaram no Continente Africano.

Pois a onça parda, por puro descuido, deu um passeio além dos seus limites. Porque aquele território, também, foi todo seu. Ao que se sabe ninguém se diverte, por aqui, abatendo onças pardas. E um passeio por aquelas cercanias deve servir apenas de inspiração aos senhores ministros, para que observem, no comportamento de inúmeros réus, o mesmo ar felino e sorrateiro. Seres de “costas quentes”, que vicejam na maracutaia, que “nem estão aí” e, por isso mesmo, devem ser julgados e condenados.

Agora, o nosso quero-quero, esse, sem sombra de dúvida, é um símbolo e, como tal, não se afasta nem de um campo de futebol. De vez em quando, grita, altaneiro, firmando território, protegendo suas crias e o seu chão, arauto que é da liberdade do próprio campo.

Quando se aventura, porém, fora do seu território nativo, pode dar-se muito mal. Facilmente torna-se um prato especial para um predador maior. Mas não é o que tem acontecido quando tais aves adentram o espaço aéreo, próximo ao nosso aeroporto.

Quem surge então? O homem que adestra falcões e gaviões. Tais predadores capturam os pássaros menores e os levam até o treinador. Esse, então, substituirá o pássaro apreendido por uma suculenta isca de codorna. Essas aves receberão, então, cuidados veterinários e anilhas para serem, posteriormente, levadas à Ilha do Avestruz, em Camaquã.

Caçar nossos quero-queros? Ninguém ouse.

Diversão faz-se de outra forma.

Essa atenção com os animais faz lembrar-me dos pinguins-de-magalhães que, em 2008, foram dar uma esticada até o Nordeste e por lá se perderam. A propósito, a crônica O RETORNO DOS DESGARRADOS, publicada em 06/10/2008, já mostrava o cuidado com os animais, o que é muito louvável e necessário ao equilíbrio do Planeta. Naquele episódio, depois de resgatados, foram trazidos à cidade de Rio Grande, mais precisamente ao Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM), de onde, após descanso, alimentação e demais cuidados, foram levados ao seu habitat. Lá, certamente, foram bem acolhidos pelos da sua espécie.

Que invejável tratamento tiveram aqueles pinguins!

Outro dia, almoçando em um pequeno restaurante do bairro, adentra, sem ninguém perceber, um cachorro de porte pequeno. Assustado que estava não conseguiu ser retirado do estabelecimento. Após muitas tentativas, uma funcionária pegou o animal no colo e o carregou para fora do restaurante. Já na calçada, uma jovem senhora, que passava pelo local, sabendo do ocorrido e da situação de stress porque passava o animal, que parecia ter-se perdido do dono e quase sido atropelado, tratou de levá-lo a uma clínica veterinária para que o mesmo fosse avaliado. Com certeza, deve a benfeitora ter pagado algum valor para deixar o animal lá, que recebeu, provavelmente, atendimento médico-veterinário.

Agora, ao ver um jovem, de aproximadamente treze anos, encolhido junto a um canto de uma esquina do meu bairro, sendo quase pisoteado pelos passantes, juro que perco o sono.

Comemoremos, por ora, a possibilidade de mantermos espaços, ainda nativos, para nossas espécies animais.

Com relação aos elefantes, parece que aquele lugar não lhes pertence mais.

Quanto a nós, deitemos um olhar mais humano sobre o irmão e busquemos, junto aos da nossa espécie, uma solução, um encaminhamento para tão grave situação.

Afinal, esse lugar ainda pertence a TODOS nós.

Ou será que não?




Onça parda no estacionamento do Superior Tribunal de Justiça




Fonte: Jornal Zero Hora do dia 18 de abril de 2012


Natureza, reflexão, pássaros, animais, vida!


Relação Homem-Natureza (Reflexão)