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quinta-feira, 18 de abril de 2019

SERIA UM SONHO?


Para as belas noites, ao lado do ser amoroso, é uma dádiva pousar o olhar sobre uma lua que despeja sensualidade e propicia palavras ardentes.

Como não usufruir desses momentos que, ao que parece, a lua ainda continua propiciando.

Como não encantar-se, mesmo através de grades de segurança, colocadas em nossos prédios, com o seu brilho e o fascínio que ainda exerce para tantas pessoas.

As grades não são empecilho. Afinal, não podemos tê-la por perto. Não podemos visitá-la e caminhar sobre os passeios que nossa imaginação crê que possam existir por lá.

Diferente de quando estas grades ou cercas impossibilitam o acesso a espaços públicos. Nossos olhos e ouvidos abastecem nosso ser do genuíno encontro com a natureza. Ela está próxima a nós. Temos o direito de usufruí-la em paz e com segurança.

É claro que podemos ser atingidos por um meteorito. Já aconteceu. Em 15 de fevereiro de 2013, a cidade russa de Chelyabinsk foi atingida por um meteorito, danificando casas e ferindo pessoas, incluindo aquelas atingidas por destroços e pelos efeitos da radiação e que apresentaram queimaduras.

Por aqui, este nosso recente visitante veio apenas para mostrar a força que a natureza impõe aos habitantes deste planeta.

Claro que escolheu a costa gaúcha só para poder colocar à prova sua força frente ao laço que poderia enfrentar, caso algum taura estivesse de plantão. Àquela hora, porém, já alta madrugada, Juvenal, reconhecido laçador, estava acolherado, nos pelegos, com aquela guria mais cobiçada que fruta temporona.

Aquele clarão, apenas um meteoro, serviu para mostrar a beleza da nossa costa gaúcha.

Caso fosse um meteorito, que são pedras que sobrevivem à entrada na atmosfera da Terra, chegaria ao chão destruindo o que encontrasse pela frente. Daí, a história seria bem diferente. Juvenal até poderia laçá-lo.

Agora, laçar um clarão: nem ele conseguiria. Está, portanto, absolvido desta sua omissão. Afinal, aquela intensa luminosidade apenas serviu para perceber, em detalhes, a beleza daquela prenda que enfeitava seus pelegos.

Agora, relembrei momentos, que já se perdem na poeira do tempo, e que nos alimentavam o corpo e alma com sons, cheiros, cores, recantos e até a presença de pequenos animais num minizoológico que existia no nosso Parque da Redenção.


Voltando aos nossos parques e praças, lembro sentir o cheiro da grama molhada: outra dádiva que nós, passantes, podemos usufruir ao atravessarmos estes espaços verdes que estão ao nosso dispor. Parques e praças sempre estiveram abertos e prontos a nos oferecer pequenos oásis para o descanso, o convívio e para nos sentirmos integrados à natureza. Precisamos dela. E ela é gratuita. É nossa parceira. Ela e nós somos indissociáveis. Nada pode estar criando obstáculo a essa possibilidade de integração.

Desta vez, nos livramos de um meteorito. O que se passa fora do planeta é imprevisível.

Embora os cientistas estejam atentos e sempre de plantão, o Universo é fascinante e imprevisível o desdobramento de suas conexões. Avançam os estudos sobre a formação de Buracos Negros, através do Event Horizon Telescope (Telescópio do Horizonte de Eventos), que aumentará o número de radiotelescópios para que as observações se ampliem e novas informações sejam coletadas.

Pois é! Desta vez, mesmo acordado, Juvenal não teria chance alguma de laçar o clarão.

E frente a um Buraco Negro? Um fenômeno que absorve a luz que é a coisa mais rápida que existe?

Acho que o vivente iria negociar a construção de um muro, separando a terra gaúcha do resto.

Não sei se o Buraco Negro iria topar...

Acho que o taura não entendeu bem esta coisa de Buraco Negro.

Ele e seu laço nada temem: muito menos algo que é um buraco.

Imagina!

Tenho pra mim que é melhor o Juvenal descansar nos braços daquela prenda e ser tomado por sonhos. Afinal, parece que ele estava mesmo a sonhar. Tudo isto logo após aquele convite aceito e retribuído sob a luz daquele luar convidativo.

Ah, Juvenal!

Depois daquela noitada, tu andas mais faceiro que guri de bombacha nova.

Ah! Por favor, esquece o Buraco Negro.

Este buraco não faz parte do teu universo, taura!

Agora, as praças e parques fazem parte do teu cotidiano, do nosso dia a dia, da nossa vida. E precisamos tê-los ao nosso dispor: sem grades, sem muros. Seria um sonho ainda possível?