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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013







DE RAPOSAS, GRAXAINS E...
                                                BUGIOS, TAMBÉM!


Todos, ao longo do tempo, foram se aprimorando. Faz parte da evolução. Foram se adaptando ao meio, adquirindo novos hábitos, especializando-se na arte da sobrevivência, nos mecanismos de defesa e, claro, também nos de ataque.

A semelhança dos dois primeiros citados é grande, tanto no aspecto físico quanto comportamental. E a mais visível é a esperteza no agir, ludibriando, por vezes, o oponente, sem esse nem dar-se conta do ocorrido.

A primeira citada ronda o ambiente, analisa as condições do local, a almejada presa, as possíveis rotas de fuga sem deixar rastros, de preferência. Tudo bem calculado.

O segundo é tão esperto que, quando se sente ameaçado, um de seus truques é fingir-se de morto.

Quanto ao último, o bugio, daqui a um pouco eu conto.

Esopo e suas fábulas, tão conhecidas, já demonstravam que raposa é raposa desde sempre. Imagina, hoje, o que Esopo teria que sofisticar para bem expressar o aprimoramento que a espécie, no quesito esperteza, apresentou de lá para cá.

Ah, esqueci de dizer que assim como alguns homens, hoje, transpuseram para seus animais de estimação suas características humanas, num trato quase filial, há vários outros homens que adotaram características bem próprias de alguns animais. Aliás, estão cada vez mais necessitados uns dos outros. Há até quem adote mais de uma característica animal para exercer sua racionalidade com maior eficiência, vestindo-se de cordeiro para atacar de lobo.

Então, dessa maneira, temos, hoje, animais quase gente e gente quase animais, de tão parecidos no comportamento.

E aqui animal não se refere a ser estúpido, grosseiro, mal-educado, quase irracional. Estamos, aqui, a falar da raposa, animal extremamente ladino e esperto.

Claro que Esopo, à época, não poderia imaginar o aparecimento de um animal que se pareceria com a raposa: o graxaim. Aliás, isso é coisa para subdesenvolvido, que tem que aprender muito ainda com as raposas da vida.

Agora, quanto ao bugio, nem te conto!

O bicho chegou à conclusão que a comida está escasseando, que ele está quase em extinção, então resolveu o quê? Deixar de ser totalmente herbívoro. E hoje está tomando o lugar da raposa e entrando no galinheiro para roubar, sabem o quê? Ovos.
Segundo o vídeo, logo abaixo exposto, o bicho transformou-se em carnívoro. É o que também atesta a letra da música que segue após.

Vejam só! O bugio, animal tão bem adaptado ao nosso pago, tão antigo entre nós, nome, inclusive, do mais genuíno ritmo sul-rio-grandense, também não mais honra a sua espécie. Virou um carnívoro. Esperto, é claro, sempre foi. Agora está comendo de tudo.

Isso é inacreditável! Está tudo dominado!


Volta, Esopo, e refaz a fábula, porque esse bugio está dando de goleada na raposa.
E o graxaim? Coitado, não assusta ninguém. Apenas o cheiro é que, por vezes, pode incomodar. Mas a gente confia. Qualquer dia, o bicho vai surpreender todo mundo com num novo cheiro, mais politicamente correto.

A evolução está correndo rápida e solta pelo Brasil.

Bugios-Pretos também comem ovos


 


Os Serranos – Bugio do Chico – DVD ao vivo na Expointer


Fábula da Raposa e o Bode – Esopo – (Grécia – séc. VI AC) – texto extraído do livro Seleta em Prosa e Verso, de Alfredo Clemente Pinto, 56ª Edição (1982), obra rara, editada pela Martins Livreiro/Porto Alegre










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Comentário via Facebook:

Scyla Bertoja escreveu: 
RAPOSAS..." inteligente e aguda s/"evolução" de nosso universo" BR. Brava, Soninha! E o que dizer da riqueza metafórica com que formaste o nosso desfile/BR durante o reinado de Momo? Mas depois da FOLIA, lágrimas! Obrigada pelas "aulas". Bjs