quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A HORA É AGORA!


Como se peleava por volta dos 1700? Qual era a lida no campo que mais ocupava os gaúchos? Qual o companheiro inseparável? O que seria de um sem o outro?
Perguntas de fácil resposta. O cavalo, não importando a raça, a pelagem ou a aptidão diferenciada, sempre esteve presente no dia a dia do gaúcho, desde tempos que se perdem na lembrança. Ainda hoje, tanto no campo quanto nas cidades observa-se a sua permanência. Sua inquietude e força são qualidades que o tornam um trabalhador incansável.
Pois, a propósito, esse ano que se iniciou é, pelo calendário chinês, o ano do cavalo. Os doze animais, que compõem o tal calendário, se revezam de 12 em 12 anos. Portanto, teremos um novo ano regido pelo cavalo apenas em 2026.
Por via das dúvidas, sabendo que não devemos crer em bruxas, pero que las hay, las hay, o momento para efetivar as transformações é agora. O movimento para frente e destemido será favorecido pela força do cavalo.
Está mais do que na hora de colocar projetos, que aguardam decisões nunca tomadas, em cronogramas definidos de ações concretas.
Lembremo-nos de um desses projetos, o do nosso Aeromóvel que, levado para outro país, resultou em exitosa obra de mobilidade público-urbana. Exportada a ideia e a tecnologia brasileira para Jacarta, capital da Indonésia, lá esse transporte implantado opera com sucesso desde 1989. Seu idealizador, o empresário pelotense Oskar Coester, hoje com 74 anos de idade, é exemplo de persistência e de entrega pessoal a um projeto cuja ideia existe há mais de quarenta anos. E que já demonstrou ser viável, na cidade que o adotou, com 24 anos de uso ininterrupto, sem nunca ter suspendido a operação por problemas técnicos, segundo o seu inventor, antigo funcionário da VARIG. Acessem a reportagem que segue e saibam mais sobre esse assunto.
Outras tantas obras continuam perdidas no emaranhado da burocracia, de que somos doutores, tais como: o Teatro da OSPA, a revitalização do Cais Mauá, a modernização e qualificação do transporte público da Capital, bem como obras que admitem parcerias público-privadas como construção de presídios, ampliação de aeroportos, despoluição do Arroio Dilúvio com aproveitamento do seu potencial, conforme estudos existentes, oriundos da parceria UFRGS e PUC.
Em 04 de julho de 2012, este blog apresentou a crônica RS + 25 – OH, GAIA! HAVERÁ SAÍDA? Junto ao texto foi inserido um vídeo que demonstra o que pode ser feito, tomando-se por base situação similar apresentada pelo Arroio de nome Cheong Gye Cheon, em plena cidade de Seul, capital da Coreia do Sul.
Na mesma crônica, outro vídeo apresenta estudos iniciais feitos pela parceria UFRGS/PUC, onde as Universidades colocam todo o seu aparato humano e tecnológico à disposição dos gestores públicos, para que se leve adiante essa proposta de despoluição do Arroio Dilúvio.
E, quem sabe, talvez, a ocupação do mesmo espaço, por um aeromóvel que cobriria grande extensão, desafogando a Avenida Ipiranga.
E, continuando o rosário de questões a serem resolvidas, o que fazer com o nosso transporte ferroviário totalmente sucateado? E os nossos rios inaproveitados para circulação de pessoas e produtos? E nem por isso estão despoluídos.
E o que dizer do sistema de pedágio? Necessária a sua existência para que se possibilite a manutenção das estradas em condições adequadas para o trânsito de veículos, com rigorosa fiscalização das atribuições atinentes aos parceiros que prestam o serviço, tanto de conservação e ampliação de melhorias quanto de assistência a possíveis acidentados. Aqui, igualmente, acredito na parceria público-privada.
E os usuários pagarão o pedágio, porque o nível socioeconômico de um povo culto permite esse pagamento.
Para isso, preciso fornecer Educação de qualidade para alunos que serão cidadãos e não uma massa de manobra: elementos desprovidos da capacidade de crítica e de reflexão sobre os problemas que os atingem.
Embora as diretrizes socioeducativas sejam federais, sempre se pode melhorá-las na esfera regional.
Precisamos de mais cultura e do salutar hábito de cobrar ações corretas dos  gestores da coisa pública. Ela é de todos e, portanto, nossos governantes devem ser íntegros no manejo de valores destinados a uma determinada rubrica, não cabendo desvios e escamoteações.
Isso sem falar no descaso com a Saúde.
E com relação à Segurança, faz-se muito. Não se consegue mais, porque a legislação é frouxa e elaborada especialmente com esse propósito. Aí, fica difícil.
Realmente é cansativo desfilar tanta inação e tanto descompromisso com o coletivo.
Agora, para amenizar, neste ano de 2014 o gaúcho está com a faca e o queijo na mão. E não pode deixar o cavalo passar encilhado.
Tendo o cavalo como signo regente, é a hora e a vez da gauchada começar a transformar a própria realidade.
Ah, ia esquecendo! O cavalo desse ano é o de madeira, que se reveza de 60 em 60 anos. Mas que barbaridade! É muito tempo!
Imaginem! Um novo ano regido pelo cavalo só em 2026. Não me perguntem de que tipo ele vai ser. Não entendo de calendário chinês. Só sei que existem cinco tipos de cavalo: o de metal, o de água, o de madeira, o de fogo e o de terra.
Agora, espero que esse cavalo de 2014, que é de madeira, não nos traga surpresas desagradáveis que nem o de Troia: que também era de madeira.
Por aqui, temos um projeto que está em fase experimental no Município de Santa Cruz do Sul, na região do Vale do Rio Pardo, chamado Projeto Cavalo de Lata. Tal projeto pretende reduzir a circulação de carroças no Rio Grande do Sul.
Acho mesmo uma boa iniciativa, porque gaúcho que é gaúcho trata o seu animal com respeito. A letra da música O GAÚCHO E O CAVALO expressa bem esse sentimento, quando diz que um sem o outro se tornam seres perdidos, a vagarem pelo capim.
Aproveitemos o ano de 2014 com aquilo que o cavalo nos oferece: a força e o impulso para a efetiva execução daqueles projetos estacionados pela inércia, num flagrante descaso com o cidadão.




O Gaúcho e o Cavalo - Os Monarcas


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

AMANHÃ? SERÁ UM NOVO DIA!

 
Amanhã, Paula fará duas provas, bem importantes, que a tem preocupado. São conteúdos bastante difíceis. Terá pela frente, ainda, mais três dias de provas. Na semana seguinte, em hora e dias marcados, saberá os resultados. Poderá, então, comemorar ou não. De qualquer maneira, na semana posterior, viajará para a praia. Torce para que o dia escolhido para a viagem apresente bom tempo. E que haja uma luminosidade intensa, com muito sol e calor, prenunciando as condições ideais para as férias tão aguardadas. Com certeza, no dia seguinte, curtirá uma bela praia, coisa que continuará fazendo durante toda a temporada. Espera, a cada dia, fazer novas amizades.
Serão dias que se renovarão a cada manhã.
 
Claudinha espera, com ansiedade, os finais de semana, que se repetem a cada quinze dias, oportunidade em que o pai vem buscá-la. Tendo seus pais se separado, essa é a ocasião em que desfruta com ele de momentos que a deixam muito feliz.
 
Raulzinho até não acredita que a tia Helena vai lhe dar um uniforme completo, do seu clube do coração, para que ele jogue futebol no time do bairro. Ela prometeu que irá comprá-lo já no dia seguinte em que receber o salário do mês. E ele não cansa de contar os dias, que parecem nunca chegar ao dia marcado.
 
Vó Margarida conta os dias para fazer a tal viagem à Capital, quando conhecerá Isadora, a netinha recém-nascida.
 
Fernanda espera, ansiosamente, o dia marcado para buscar o exame, tão aguardado, que revelará se o seu sonho de ser mãe irá se concretizar.
 
Roberto aguarda, com grande expectativa, o resultado dos testes feitos para o novo emprego de que tanto precisa.
 
Snoopy, o gracioso Shih Tzu, sempre em alerta, aguarda o momento em que se abrirá a porta e sua dona lhe pegará no colo, fazendo-lhe, como sempre, os tão esperados afagos.
 
Até a idosa Geci, que assiste, pela segunda vez, a uma novela tão sua conhecida, também aguarda o dia seguinte com certa ansiedade. Talvez, apareça aquele familiar que prometeu vê-la brevemente. A esperança, afinal, não pode morrer.
 
Ela é que nos move. Ela faz parte do amanhã. E o amanhã é qualquer dia que virá, menos o hoje, pois esse já é.
Todos os dias seguintes ao de hoje são importantes. O amanhã nos reserva a possibilidade de os sonhos tornarem-se realidade.
E sonhos e desejos quem não os tem? Se a consciência e a lucidez estiverem presentes, será possível descortinar o dia de amanhã com esperança.
Portanto, a tão conhecida “virada” acontece todo dia seguinte ao hoje.
Os sonhos, em especial, constroem-se no dia a dia. Então, não depositemos apenas numa noite, de um final de ano, que precede um dia, todas as expectativas de mudanças e realizações.
Lembremo-nos que, como já diz a música MARCAS DO QUE SE FOI, “todo dia nasce novo em cada amanhecer”.
Que as marcas do tempo, se ficaram, sirvam de mola propulsora para um salto de qualidade. Que o inventário dos dias passados não redunde em lamúrias.
Que as pessoas se joguem de cabeça no dia seguinte ao hoje. Não apenas na travessia de 2013 para 2014, mas, principalmente, em todos os dias do novo ano.
É bom lembrar que todos os dias, afora hoje, serão novos dias.
E que sempre haja a esperança, com redobrada força, de que o amanhã será melhor, de que “será pleno”, como dizem os versos finais de outra bela canção.
 
Um Feliz 2014 a todos nós.
 
 
Marcas do que se foi
 
 
Amanhã - Guilherme Arantes
 
 
 
 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

REFLEXÕES PARA UM PRÉ-NATAL

 
De que mais precisa Maria?
São tantas as necessidades a rondar nesse momento. Necessita de alimentar-se adequadamente, de sentir-se tranquila, amada, protegida, equilibrada, em paz consigo e com os outros. Necessário é, também, filtrar as imagens, para que só as belas adentrem pelos olhos. E os ouvidos pedem harmonias que transmitam plácidas sonoridades a embalar desejos de mãe, para que essas repercutam no ser a formar-se. Precisa, igualmente, de silêncios para que o futuro dia a dia transcorra entre pausas restauradoras.
Casaquinhos, mantinhas, bichinhos, roupinhas e um bercinho são de grande valia nessa hora.
 
A primeira Maria, que se tem notícia, carecia de muitas dessas necessidades básicas.
Mas o certo é que a ambas seria devido esse direito: o direito de dar à luz com dignidade.
E é o que se buscou naqueles tão antigos tempos, como até hoje se busca.
 
De outro pré-natal, porém, é que se está a lembrar nessa crônica. É a época que antecede, efetivamente, o Natal. Esse período, tão festejado por todos, Marias e Josés, não carece mais de roupinhas, mantinhas, casaquinhos ou bercinhos. Comemora-se tão somente (e não é algo menor) a lembrança renovada de um ato que foi grandioso, divino, que teve apenas aquele único e eterno momento: o do nascimento de Cristo.
O que se precisa, a cada ano, é renovar aquele bercinho improvisado dentro dos corações de Marias e Josés. Que nos lembremos de que a alimentação deve ser sempre a de bons pensamentos e ações. Que o espírito da partilha e da fraternidade se consolide em escala global. Que os silêncios dispensem palavras, porque se harmonizam nos olhares amorosos que se cruzam.
Essa é uma prática que, se renovada, tende a acompanhar os dias que antecedem a um novo Natal, pois, a partir dele, ingressamos imediatamente numa nova fase pré-natal. Sua duração é bem mais estendida que a humana, pois são 364 dias para que se pratiquem todos os ensinamentos que o fruto mais importante da Cristandade semeou.
Oxalá, essas sementes continuem a germinar ad aeternum, pois carecemos delas no nosso dia a dia, no trato com o nosso irmão.
Quanto aos bercinhos, mantinhas e roupinhas, deixemos a cargo das novas mães.
Quanto aos bichinhos, brinquedinhos, carrinhos e bonequinhas, deixemos tudo nas mãos de Papai Noel, figura criada para alegrar o comércio. Época em que a cobrança de comportamentos adequados dos pequenos, para ganharem o que desejam, vem bem ao encontro do interesse dos pais!
Cobranças que, aliás, repousam em ensinamentos que guiam a Humanidade há séculos.
 
E agora, como bons brasileiros, ouçamos um cavaquinho que dá nova vestimenta a músicas natalinas, tão nossas conhecidas. Boa audição!




Músicas de Natal no cavaquinho