sexta-feira, 11 de janeiro de 2013



SALVE O ANO DA...
                                SEDUÇÃO!

Enroscada, apropriando-se do território, às vezes meio escondida, outras bem à mostra. Por ser do tipo água, vai escoando através de qualquer barreira.

Lá, não sei bem onde, deveria haver muitas árvores, quem sabe fios d’água, fazia ela uma introspecção profunda sobre aqueles dois seres ali postos, frente a frente e frente a ela. Por possuir um grande poder de concentração, planejava tudo de forma calculada, cautelosa, sem se distrair com nada. Bastante prática, objetiva, observadora e pacienciosa, já trazia no gene a perícia para controlar pessoas. Portanto, convenhamos, foi certeira quando inoculou seu veneno da sedução e do arrojo naqueles dois “pobres seres infelizes” que ali estavam a esperar pelo não se sabe o quê, para não sei quando. Aquela coisa chata, insossa que devia ser estar por ali ao Deus dará.

E Deus acabou dando um castigo tão grande, mais tão grande que aqueles dois pobres acabaram sendo jogados aqui pra baixo. Tudo por causa daquela cobra que, lá, nem parecia tão grande coisa. Mas que, aqui, faz uma falta danada para aqueles dois. Com certeza, ela ajudaria a engolir muitos dos sapos que vicejam por esse mundéu. E que só os dois têm que engolir. Foi uma mancada, mesmo. Será?

Uma coisa é certa: de cobra os dois entendem como ninguém. Ah, casalzinho bom de pegada!

Mas como não só de prazer vive o homem, ela também serve para azucrinar. Serve de aviso para quem se vê frente ao perigo, numa conversa despretensiosa de alguém “mui amigo”, tipo cobra mandada. Pode ser também, uma cobra criada só para atazanar, que nem aquelas do tipo boas de briga. Aquelas que brigam à toa. E outras, como também outros, que são verdadeiras cobras no que fazem. Tem aquelas que fulminam com tal olhar de inveja, tornando-se tão venenosas que causam estragos dignos do Guinness. Têm aquelas outras tão cobras, mas tão cobras que costumam dizer cobras e lagartos dos outros e nem olham para si próprias. Mas há quem, costumeiramente, mate a cobra e mostre o pau. O que anda difícil, pois todo mundo anda dizendo coisas, difíceis de provar. Especializam-se em fazer coisas, sem deixar rastros.

Agora, cobra que é cobra mesmo, daquela com estilo, tipo essa característica do ano de 2013, que é a chamada Serpente Água, não deixa rastros. Escorre como a água e se some pelos caminhos da vida.

Portanto, estamos cercados. Mas, relaxemos!

Como já cantou o mestre Chico Buarque, em famoso samba de Arlindo Cruz e Carlinhos Vergueiro, LUGAR DE COBRA É NO CHÃO.Ou, como diz o samba LETREIRO, de Roque Ferreira e Dunga, gravado por Zeca Pagodinho, “QUEM COME VENENO SABENDO, TÁ MESMO QUERENDO IR PRO LADO DE LÁ”.

E foi o que aconteceu com o casalzinho. Vieram parar aqui.

Eu tenho pra mim que saíram ganhando. Pelo menos, estamos por aqui para poder curtir esse nosso Éden que, claro, poderia ser bem melhor.

Isso se a cobra fosse apenas um símbolo fálico e nos preocupássemos mais com o Planeta Terra, sua água, com todos os irmãos, sem fronteiras, ou com o céu dos passarinhos, como diz a letra cantada pelo grande Chico: outro cara cobra no versejar.

A sedução está no ar. Aproveitemos o que há de bom nela e planejemos nossas tarefas com determinação, foco e disciplina, nunca perdendo os objetivos de vista.

Afinal, sigamos o exemplo da Serpente da Água que rege 2013, de acordo com o Horóscopo Chinês.

Ah, ia esquecendo! Diante desse quadro, em que ela aparece soberana, há esperança que a saúde melhore em nosso país, considerando-se que é ela, justamente, o símbolo que identifica a Medicina e o próprio SAMU.

Oh, SUS!

Com esperança, aguardemos.










quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

DIAS MELHORES

Vire a página, leitor. Mais um esforço e o livro terá acabado de ser lido. Se exigiu certo esforço, nem sempre é porque foi enfadonho. Às vezes, por ser mais denso, demanda uma reflexão maior, o que acarreta maior tempo na leitura. Mas isso é bom. Com certeza, deixará em nós, leitores, um saldo positivo no conhecimento das coisas, das gentes, do mundo.

É como o ano que passa, o calendário que se soma a outros e mais outros. Um artifício que criamos para não nos perdermos na poeira dos dias. Alguns desses são mais cinzentos, mais sombrios, mas não menos ricos. Às vezes, até o são bem mais produtivos que os ensolarados. Talvez, esses nos deixem mais lentos, menos criativos. O saldo do dia pode ser que seja bem menos rico do que aquele em que o céu plúmbeo esconde o que está por vir.

De qualquer sorte, esse correr inexorável do tempo apresenta, a cada minuto, incertezas, pois essas fazem parte do futuro: o futuro dos 60 segundos seguintes ao agora.

Portanto o hoje, este instante de agora, é o que interessa de verdade. Não quer dizer que não devamos nos preparar para o dia de amanhã. Porém, se esse momento presente for bem aproveitado, influenciará os que se seguirem. Tudo é um encadeamento. Assim, vamos nos construindo, nos modificando, e mudando de aspecto com o tempo.

Aliás, Mário Quintana escreveu sobre o Tempo. Disse ele:

“O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto”.

Também escreveu:

“Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem”.

Pois a nós interessa mais o minuto que passa, do que aquele que vem. Até porque não se sabe se para nós virá.

E a esperança?

Há quem diga, herança dos estoicos, que ela é a maior das adversidades. Porque seria, por natureza, aquela tensão insaciada. Viveríamos atrás, constantemente, da chamada felicidade. Estaríamos sempre em busca da tal felicidade. Ainda, para complicar, depositaríamos NELE a esperança de melhores dias, herança cristã.

Passados os tempos, impôs-se, através de uma nova teoria do conhecimento, uma nova ordem no mundo, que não é mais dada, e sim construída. E se assim é, depende mais de mim do que do DIVINO o alcance de melhores dias e, consequentemente, da felicidade.

De qualquer maneira, seguindo por essa trilha, do esforço pessoal, ou pela outra, a da inércia ou resignação, o fato é que os dias se sucedem. E, no fundo, esperamos que sejam sempre melhores do que os anteriores.








Então, que sejam, efetivamente, melhores os dias que estão por vir.

Agora, dada a nossa fraqueza e pequenez, nada melhor do que pedirmos a ajuda DELE nessa caminhada. Tudo com muita Fé e Trabalho.

Que a virada do ano traga dias melhores.

Aliás, não apenas aguardemos, mas, juntos, construamos DIAS MELHORES.


UM FELIZ 2013 A TODOS!
 
 
 
Dias Melhores – Jota Quest
 




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Comentário via e-mail:

Sônia, o texto está ótimo, reflete nossas vivências, presentes e futuras, as quais vão marcando nossa trajetória terrena, na busca incessante do encontro com a felicidade e o Divino. Temos um universo permante para descobrir e, para isso, é necessário ter muita fé, esperança e determinismo. Os dias podem ser longos ou curtos, dependendo, apenas, do nosso estado de ânimo, do gosto pela vida, pelas pessoas, enfim, por tudo que Deus colocou à nossa disposição. Uma boa semana e um abraço, Krusse.




 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012


A LUZ

A chama pequenina tremulando se debatia.

Era uma vela pendurada num pinheiro que, no teto, quase batia.

E eram muitas em seus castiçais.

E os olhinhos, cá embaixo, a acompanhar a dança das luzinhas.

Umas pra cá, outras pra lá,

Num espetáculo que já se repetia desde os meus ancestrais.


Criança ainda, esperava vê-la todos os dias.

Mas outra árvore de Natal, só no novo ano.

Guardava, então, a imagem dela, toda iluminada,

Como se ela não apagasse até o raiar de uma nova madrugada,

Que estava bem longe,

Embora eu com ela sonhasse a cada noite estrelada.


Não sei se foram as luzes ou as velas.

Ou, quem sabe, cada uma delas.

Num instante, não sei onde e nem quando,

Transformei esse encanto

Em um novo encontro:

De mim com as velhas luzes.


E percebi,

Embora distante no tempo,

Meus olhos ainda sedentos de luz.

Buscando a magia da surpresa naquilo que reluz.

Lá, onde o sonho fez morada e se fortaleceu.

Lá, onde me abasteço.

Lá, onde me reconheço.

Lá, onde meus olhos buscam sempre um novo começo.


Isso é o tempo.

Aquele está ainda iluminado.

Mas é neste que vivo inteira,

Iluminada e iluminando todos os sonhos meus.

Porque vivo ainda daquela LUZ.

A LUZ primeira, a da Criação.

A LUZ que sobrevive.

Aquela que se eternizou.



Que o SEU FILHO mantenha a chama, que nos ilumina, para todo o sempre.

UM FELIZ NATAL A TODOS!





Andre Rieu – Silent Night, Holy Night
 
A Harpa e a Cristandade – Luis Bordon