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domingo, 28 de julho de 2013

DE SURPRESAS


O ouro pela prata, a cadeira suntuosa por uma mais simples, o carro blindado pelo abraço direto, menos discursos longos e mais frases curtas, concisas, diretas, mas não desprovidas de profundo significado e de um chamamento direto aos corações de milhões de pessoas que o acompanharam nessa 28ª Jornada Mundial da Juventude. Jornada essa que acolheu uma soma inimaginável de pessoas presentes ao evento e de outros tantos milhões que assistiram, pela televisão, às etapas que se sucederam durante a semana transcorrida na cidade do Rio de Janeiro.

E tudo começou com uma chuva mansa, criadeira, que se estendeu por um tempo, ressurgindo, ao final, o Sol, com cor e luz suficientes, para fazer as sementes relançadas nesse campo de fé, faminto, um bom motivo para renovarem-se. Estavam elas a necessitar de um novo alento, uma espécie de adubo. E tudo isso no meio de comunidades tão diversas, mas também tão iguais na essência que as originou: o amor de Cristo.


E do campo já fertilizado passou-se ao pasto aonde os nossos pastores conduzirão os rebanhos, não se importando com o cheiro das ovelhas, misturando-se a elas, numa alusão clara da necessidade de os clérigos saírem das sacristias para as ruas.

E de igual sorte, que todos, especialmente os jovens, saiam às ruas, quando manifestações ordeiras, de insatisfação, se fizerem necessárias. Ouvir-se-á o brado de quem será o braço trabalhador que, logo ali adiante, sustentará a nação e suas instituições. Não menos importante será o grito daquele que já não se pode levantar mais, bem como o daquele outro que ainda dá os primeiros passos.

Esses últimos foram, insistentemente, relembrados pelo Papa Francisco.

Numa sociedade economicista, palavras dele, há o descarte dos que não produzem, a saber: os muitos jovens e os idosos.

Esquece-se de que os muito jovens são o futuro, são a esperança de contínuo desenvolvimento de uma sociedade, de uma nação. E de que aos velhos cabe transmitir a experiência de quem já viveu etapas de vida, cujos ensinamentos não se tornam obsoletos, porque tratam não da moderna tecnologia, mas de condutas humanas que de vem ainda continuar repousando em valores éticos, morais e sociais. Ainda vigoram o escutar, o dar os meios e o cuidar desses mais jovens, para que não sejam manipulados. 
Numa alusão à Torre de Babel, narração bíblica de um reino no qual os homens importavam-se mais com a queda de um tijolo, o que era uma catástrofe, do que com a queda de um homem, o Papa desenvolve o pensamento seguinte.
Reportando-se aos dias atuais, disse o Papa, comparando ao que ocorria naqueles idos, quando, hoje, baixam três ou quatro pontos na Bolsa: isso vira notícia. Agora, os milhões de famintos, aqueles que têm sede, aqueles que não têm moradia, nem educação ou saúde adequada: isso não gera notícia de impacto. Quando muito, digo eu, é notícia no meio de outras tantas.

Surpresas que se foram somando como a de carregar a sua própria valise para aonde vai. E por que não?

Ou a de optar por residir na Residência de Santa Marta e não no Palácio Apostólico, também conhecido como Palácio do Vaticano, local onde viveria solitariamente. Como afirmou, é preferível estar cercado por pessoas, almoçar junto a clérigos, bispos e leigos que lá se hospedam, do que comprometer a sua higidez psíquica: ele que é um comunicador, em essência.

Prega a cultura do encontro entre as religiões, mantendo com o rabino Skorka antiga e sólida amizade. Por saber que, ao final, todos os caminhos levam ao Altíssimo, seja qual nome tenha. E quem nos confere equilíbrio entre o ser e o ter, higidez física e mental é, sem dúvida, o ser Criador de todas as coisas.

Essa cultura do encontro repousa na aproximação de pessoas de diversos credos, de etnias diversas, de diversos matizes de pensamento, bem como de diversos tempos de civilização. Tudo devendo concretizar-se num cotidiano pacífico, respeitadas as diferenças. Perpassando sempre o acolhimento, pois, não sendo assim, a exclusão é inevitável. E será danosa a todos os envolvidos. O diálogo, portanto, é essencial. Sabe-se da importância da inclusão digital e de seu uso ético, porém nada substituirá o contato humano.

Surpreendente, igualmente, a vitalidade do Papa Francisco que, com 76 anos, cumpriu de forma irreparável uma maratona de compromissos, sempre com uma expressão de alegria e espontaneidade constantes, guardando o semblante de reserva e meditação quando o momento assim exigia. Um autêntico representante da Companhia de Jesus que, só agora após 400 anos de existência, faz um Papa que, também, é o 1º latino-americano a ocupar o pontificado.

Um homem do povo, torcedor do San Lorenzo, clube de futebol fundado em 1908, no bairro de Almagro, em Buenos Aires, apreciador de chimarrão e um educador aos moldes dos padres jesuítas, pois foi mestre de noviços.

Na Missa do Envio, último compromisso junto aos fiéis, conclama os jovens a irem, sem medo, servir, conforme lição de Santo Inácio de Loyola. Aquele que evangeliza, recebe evangelização, assim como quem transmite alegria, torna-se mais alegre. Com entusiasmo e criatividade tudo é possível. A Jornada Mundial da Juventude, criada por João Paulo II, cujo lema é “Ide e fazei discípulos entre as nações”, ao que parece, motivou os milhões de pessoas que a ela assistiram.

Pelos depoimentos posteriores ao evento, acredita-se que a saudade a que o Papa referiu-se seja recíproca.

O pedido do Papa Francisco, de que rezem por ele, ressoou profundamente na alma do povo brasileiro que, como se sabe, transita muito bem com o Altíssimo, pois é sua imagem e semelhança. Permanecerá, com certeza, a postos para qualquer dificuldade com que o Papa se defronte.

E, qualquer coisa, já sabe, as porteiras desses pagos estarão abertas.

Venha, Papa Francisco, matear com a gauchada.

Porque lhe digo:

Aqui, de medo ninguém vive, tchê.
Hino Oficial JMJ Rio 2013 – “Esperança do Amanhecer”

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


SELECIONE O CARDÁPIO

Seu encontro com as nuvens é quase diário. Ao entardecer, do janelão de seu prédio, acompanha com o olhar, quase sem piscar, o movimento delas, que se sucedem nos mais diversos desenhos, seguindo para não sei onde, num desfile constante, parando, por vezes, para cumprimentá-la.

Tão absorta fica que quase não percebe alguém que, lentamente, se achega. Imponente, mais majestosa no andar, caminha lentamente sem se importar com o vento que quase sempre existe. Vez por outra, some, não por gosto, por ação da ventania que traz mais nuvens para cobri-la. Mas que, logo, desaparecem. E lá fica ela, toda branca, toda desnuda, toda oferecida aos olhares alheios. Olhar de quem suspende o momento para vê-la por mais tempo. Que colírio aos olhos nos oferece a Natureza. Ela é pródiga em ofertar momentos únicos, momentos de rara beleza a quem se detém a observá-la. Um pôr do sol no horizonte ou até mesmo seus raios passeando por entre as árvores, num fim de tarde, é tudo de bom. Árvores, praças, nossas ruas, quantas delas sob o formato de túneis verdes que nos convidam à contemplação, que nos aproximam do Divino e acabam por nos ajudar a decifrar a própria alma.



Ofereça aos olhos belas imagens. Que eles se inundem pela beleza da imagem e não pela crueza, violência, agressividade e tragédia que grassam por aí. Um olhar limpo devolve ao grupo mais luminosidade, mais segurança e menos desesperança. Há que se cultivar olhares mais limpos. Só assim poderemos transformar o entorno com um olhar mais benevolente e sensível às transformações que se impõem. A sociedade como um todo ganhará. Será uma resistência cidadã aos malfeitos.

Olhares dessa natureza, com certeza, não irão apenas olhar por olhar. Por serem treinados ao belo, captarão da tragédia lições iluminadas de como manter-se equilibrados e esperançosos, apesar de tudo. Mas, também, atentos e atuantes.

Não maculemos nossos olhos com filmes em que é apresentada a violência pela violência. Não assistamos programas nos quais cenas de violência, assaltos, dramas familiares, crimes reconstituídos, são apresentados à exaustão. Tudo veiculado na mídia televisiva como programas cotidianos da emissora. Sabemos que imagens têm uma grande força. Mas, apenas, imagens não colaboram em nada.

Ao invés, porque não levar ao ar programas que apresentem esses episódios sob a análise de especialistas na matéria, o que seria bem mais instrutivo para os telespectadores na formação de uma opinião crítica.

A proposta não é de alienação. Ao contrário, é de seleção.

Para quem é um leitor de jornal, sabe ele, diariamente, de todas as mazelas que acomete a sociedade. A comunidade ganharia muito mais se houvesse debates sobre tais eventos e não apenas recebesse a enxurrada de imagens que a nada leva. Telespectadores passivos, inertes, sentados frente à televisão na hora do almoço, da janta ou do descanso, a assistirem sessões de violência de todo o tipo.

Trabalhemos para elevar o nível de qualidade da programação da nossa televisão. Não vivamos de BBB. Que haja mais programas de debates, a exemplo do conhecido Conversas Cruzadas. Que existam mais programas de entrevistas, a exemplo do Mãos e Mentes, ambos da TVCOM, canal 36. Programas como Frente a Frente, apresentado pela TVE, canal 7, ou como Roda Viva, Provocações, Café Filosófico, todos esses, programas apresentados pela TV Cultura, canal 9. Por que não acessar a TV Assembleia, canal 16, que apresenta, igualmente, bons programas, inclusive shows. Isso sem falar no programa Leituras, apresentado pelo Jornalista Maurício Melo Júnior, em que se analisa e se divulga a Literatura Brasileira, dando-se oportunidade a novos escritores, bem como Conversa de Músico, um encanto para os ouvidos, apresentado pelo Maestro Lincoln Andrade, no canal 17, TV Senado, onde não existem apenas as retransmissões das Sessões Plenárias.

Isso sem falar nos shows musicais. Continua não havendo publicidade do Festival Internacional de Chamamé, já em sua 23ª Edição, em retransmissão direta, da cidade de Corrientes, Argentina, pela nossa TVE. Um Festival que congrega participantes (músicos, dançarinos, cantores, declamadores) de quatro países da América Latina, a saber: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Do Brasil seguem, anualmente, grupos oriundos do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e, inclusive, São Paulo. Todos os anos, no mês de Janeiro, os países citados apresentam a riqueza de uma cultura que os irmana.

Ainda, lembremos dos Programas Nativistas, apresentados pela TVE e TVCOM, Galpão Nativo e Galpão Crioulo, respectivamente.



Está mais do que na hora de começarmos a repensar a qualidade da nossa televisão.

Iluminemos nosso olhar com tudo o que a Natureza nos oferece ao derredor. Mas não só ela. Nosso irmão, atirado num vão de escada, também deve deter nosso olhar. Que, sendo esse iluminado, possa vislumbrar medidas concretas, ações comunitárias, pedido de providências em prol da solução para problemas tão graves.

Que a Educação seja aprimorada formando cidadãos cônscios de seus direitos, deveres e responsabilidades. Que não sejam pessoas facilmente manipuláveis, que se satisfazem com cenas violentas como diversão (filmes), ou mesmo como informação (programas televisivos). Que sejam verdadeiros cidadãos a exigirem medidas efetivas dos eleitos, que o foram através do seu voto.

Ah, o voto!

Parece não valer para mais nada!

Que o comunicador, a exemplo do moderno professor, torne-se um mediador na abordagem de temas relevantes. Que o público seja capacitado a fazer conexões, tornando-se apto a transformar-se em autor do seu próprio futuro na comunidade.

É disso que se está necessitando com urgência.

Há muito que fazer para quem mantém os olhos iluminados, prontos para o desafio da mudança.



Olhos iluminados, com certeza, acham caminhos.

 









 
 
Chamamé Gaúcho




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Comentário enviado pelo Departamento de Jornalismo TVE:



Bom dia Sônia. 
 
Como você bem observou, estamos empenhados em criar novos programas e melhorar a qualidade dos que já são divulgados pela Fundação Cultural Piratini - TVE e FM Cultura. Isto acontece, entretanto, dentro de uma estrutura que caminhava para o fechamento, liquidação. 
 
Neste panorama, desde que assumiu o atual Governo do Estado, realizamos a contratação emergencial de 59 profissionais para as diversas áreas e estamos preparando a realização de concurso público para preencher não só estas vagas, mas ampliar o quadro de trabalhadores efetivos. 
 
Com estas primeiras medidas, já conseguimos ampliar a produção local do Jornalismo, com a apresentação do Cidadania três vezes por semana e ao vivo (segundas, quartas e sextas-feiras, às 19h), além de aumentar o Jornal da TVE - 2ª  Edição de 20 para 30 minutos (19h30min) e voltar a exibir o Jornal da TVE - 1ª edição (12h30min). 
 
Nos próximos dias, passaremos por uma reformulação no  Frente a Frente, com novo cenário e apresentador. Nessa semana, estreamos o TVE Notícias, com as principais informações do dia, que terá apresentações pela manhã e à tarde, durante a programação. 
 
Recentemente voltamos com o TVE Repórter na nossa grade. Esse programa é único do gênero no Rio Grande do Sul, e tem como marca a profundidade e a diversidade de temas. O TVE Repórter (programa mais premiado no Estado), que estava fora do ar há alguns anos, é exibido às quartas-feiras, às 22h. 
 
No último período eleitoral (2012), também fomos destaque ao realizar 12 debates entre os candidatos a prefeito de Porto Alegre e dos principais municípios da Região Metropolitana e Vale do Sinos. 
 
Realizamos transmissões ao vivo, além do Festival do Chamamé, da Festa dos Navegantes, dos desfiles do segundo grupo do Carnaval de Porto Alegre e do Festival de Cinema de Gramado. Concluímos também esta semana a transmissão diária que fizemos diretamente de Capão da Canoa do Verão Numa Boa, com matérias e boletins ao vivo diariamente por mais de dois meses. 
 
Com a formação dos novos quadros e a compra de novos equipamentos, esperamos aperfeiçoar significativamente a nossa produção local a partir já do segundo semestre deste ano. 
 
Também são de destacar as retransmissões que fazemos dos programas de Jornalismo da TV Brasil, além dos programas Samba na Gamboa e Observatório da Imprensa, semanalmente, entre outros. 
 
Antônio Oliveira 
Diretor de Jornalismo 
Fundação Cultural Piratini - TVE e FM Cultura 
 
Carlos Machado
Apresentador Programa Cidadania - Depto. de Jornalismo TVE