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domingo, 12 de maio de 2013


MÃE: AMOR, CARINHO, REFÚGIO E PROTEÇÃO


Circula, circula, circula sem parar. Necessidade de se ocupar. Aquela sensação de abandono. Onde estará mamãe?

O poço é alto, bem alto. O tamanho é tão grande que seu olhar não consegue enxergar o lado contrário. Por que caminha sem parar? Caminha ao redor do poço, não ao longo do pátio. Por quê? O que representaria o poço? Um círculo onde não há começo, nem fim. A perda da mãe é o sentimento primeiro e o fim não se apresenta. Há um temor pelo fim. Daquele movimento do caminhar em círculo subjaz um devir, tal qual na Terra. À noite sucede o dia, o frio ao calor. É um devir constante. E é ele que mantém acesa a esperança. Alternam-se tempestade e bonança. Não tem fim o devir, por isso se mantém. É a impermanência de tudo, é a permanência do devir. É a possibilidade de a mãe chegar a qualquer momento. É a espera da chegada.

Mas àquela criança, naqueles instantes, interessa apenas saber onde estará sua mãe.

Repentinamente, saíra do universo de seus brinquedos e seres imaginários e não encontrara sua proteção, seu refúgio, sua mãe. Chorar pra quê? Naquele momento, o importante é ocupar-se, não se desesperar. Claro, nada disso é consciente. Seu ir e vir em derredor, também não.

Quantos minutos se passaram? Impossível saber, não só pela intensidade da emoção do abandono, como pela angústia do andar em círculo ao redor do poço, única referência concreta. A obsessão do andar em círculos é que mantém a esperança do repentino encontro. Espaço reduzido em redor do poço. Tempo suspenso pela emoção profunda da perda.

De repente, vislumbra a imagem da mãe chegando. Como que se desfazem todas as engrenagens de ir e vir, como que se escondem, com um safanão, todos os medos, angústias, como que se desarmam todos os gatilhos da autossobrevivência. O círculo desfaz-se. A linha agora é de direção reta, a largos passos ao encontro da mãe, que sorri surpresa com o susto ocasionado.


O POÇO
(Uma homenagem a minha mãe)




Mãe é símbolo de proteção que se carrega por toda a vida e da qual nunca se prescinde de todo. Que o diga Carlos Drummond de Andrade com o seu poema PARA SEMPRE, onde se Rei do Mundo fosse baixaria uma lei que teria, digo eu, um único artigo, a saber:

- Mãe não morre nunca.

Ou ainda como o nosso Mário Quintana que, em seu poema MÃE, compara a palavra céu, onde cabe o infinito, à palavra mãe, que também é do tamanho do céu, em número de letras, apenas perdendo em tamanho para Deus. Tamanho da palavra, ou tamanho em importância? Nunca saberemos, nem importa.

Demos a ela, não apenas no seu dia, mas em todos os dias, o nosso bem-querer porque, ainda segundo Quintana, nunca há de ser tão grande como o bem que ela nos quer.


 



Minha Mãe – Balão Mágico

 
Choro de Mãe - Wagner Tiso

 
Um Feliz Dia das Mães a todas nós.
(inclusive àquelas que deram todo o seu amor ao filho de outra mulher, cuidando-o e protegendo-o ao longo da vida, embora não o tendo concebido)