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terça-feira, 18 de agosto de 2020

ESTA SERÁ BEM-VINDA!

Um olhar poético pode transformar letras numa rede de esperanças, pois tecendo letra por letra, um texto servirá de modelo a que se siga e que encante de tal forma o leitor que este se tornará fonte transbordante de harmonia.

Uma rede despida, vazia de interesses partidários, comerciais, de ganhos ilícitos ou mesmo daqueles lícitos, mas que apenas servem a um punhado de melhor aquinhoados.

Esta rede, de que se fala, é aquela cujos fios somados cobrem os mais longínquos lugares que se espraiam pelo planeta.

Somente a palavra, escrita por primeiro e verbalizada por último, é capaz de tamanha abrangência. Quem detém este poder, porém, é aquele que, de forma desarmada, ética, honesta e ciente de sua importância como artífice dela, a palavra, concede-lhe vez e voz altiva, o suficiente, para surpreender e impactar, tornando-se audível, em uníssono, por todo o planeta.

Estamos chegando ao limiar onde as ideias, transformadas em textos, devem assumir uma posição de destaque no cenário mundial.

Quando pronuncio a expressão I can’t breathe, ela é sentida por qualquer ser humano na mesma intensidade e no desespero de quem luta pela autossobrevivência.

Os escritores, em seus diversos gêneros, podem fazer parte desta transformação de atitudes para com o planeta e com o outro, seu semelhante, não importando onde habite, qual sua cor, origem ou raça.

É urgente que esta rede lance seus fios já tecidos, para que outros fios se unam e uma rede plena de salvaguardas forme-se para os seres que habitam este planeta.

A produção literária é capaz disso. Capaz de lançar as bases de uma nova visão de mundo, onde as crenças, os costumes, as idiossincrasias peculiares de cada povo, sejam respeitados.

Afinal, nossa origem terrena nasce da mesma forma. Somos todos iguais.

O pensamento, característica humana, molda-se por referenciais positivos ou negativos.

SE EU PENSO, LOGO EXISTO, já afirmava René Descartes, há séculos.

Existindo, meu pensamento poderá ser construído no sentido do bem comum: que a todos atingirá.

Sendo assim, acredito que o fazer literário, sob as mais diversas formas, pode contribuir para agregar aqueles fios tecidos por aqui com aqueles outros d’além-mar e fazer surgir uma nova visão, mais esperançosa, para uma sociedade global já tão combalida e carente de um novo Contrato Social, aspecto já abordado na crônica ENQUANTO HÁ TEMPO, publicada em 12/04/20.

Credito ao poder da palavra a possibilidade de que esta rede mundial, pela conscientização da necessidade de autossobrevivência, possa cobrir o planeta e forçar a elaboração de um novo Contrato Social.

Desta maneira, esta rede servirá para acolher a todos que quiserem sobre ela deitar-se e sonhar. Com certeza, este sonho tornar-se-á uma realidade e todos sairão ganhando.

Esta Rede da Esperança, sim, será uma rede muito bem-vinda!

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 26 de julho de 2020

QUE OPORTUNIDADE!



Que tal uma tela em que as imagens, perfeitamente ainda nítidas, revelem um tempo passado que deixou gravadas cenas que permaneceram guardadas.

Este tempo de reclusão possibilita que busquemos nossas vivências reais à época e, através de nossa tela mental, nos revelem, hoje, dados surpreendentes de nós mesmos.

Selecionemos, por fases, essas imagens e teremos uma visão retrospectiva de atos e ações, que nos auxiliarão, atestando o poder de resiliência que nos sustentou até agora.

As telas, atualmente, nos servem apenas para informar, dirigir, manipular ou, às vezes, aconselhar. Não têm o poder de nos fazer invadir aquele mundo tão próprio de cada um, tão rico em vivências que são a nossa história pessoal de perdas e ganhos, mas, também, de sonhos, de leveza e de encantamento.

Este tempo está possibilitando que nos alegremos, novamente, com nossas criancices, com nossas brincadeiras, com a amiguinha da cerca com a qual brincávamos, com a galinha que vivia ciscando, com o au-au que brincava pelo pátio afora, com nosso olhar no ninho do bem-te-vi, que surgira não sei de onde e que, um dia, foi-se para não sei onde, mas que deixou saudades.

É muito bom ter uma tela dessas a nossa disposição, pois ela faz parte de nós. Nem se precisa cerrar os olhos. Basta o silêncio e o distanciamento das telas atuais.

Um tempo que oportuniza um contato consigo mesmo, com emoções que andavam perdidas no turbilhão dos dias.

Uma espécie de aprendizado cujas lições, em capítulos, podem nos auxiliar a entender melhor o presente e a nos preparar para um futuro incerto, imprevisível.

O nosso olhar de criança é um bálsamo para horas difíceis e o de adolescente um incentivo para os dias que se seguirão.

Aqueles vãos entre os sarrafinhos, que formavam uma cerca, dividindo as casas com os pátios, eram testemunhas do quanto aquelas duas meninas brincavam e conversavam.

Belinha lembra até hoje do nome da amiguinha. Isabel era seu nome. Tampouco, esqueceu seu sobrenome, os nomes de seus pais e o de seu irmão, o Paulinho.

Na tela da memória estão, igualmente, momentos de inteira emoção que se traduziram no poema, que segue, escrito há algum tempo.



Diante de tantas recordações, oportunizadas pelo tempo de quietude que estamos vivendo, acredita, esta ainda menina, que estão valendo estes momentos, tão diferenciados, e que podem, com certeza, render bons frutos nesta caminhada em que todos nós seguimos rumo ao dia seguinte.

Que as recordações sirvam para nos inspirar a que retomemos, diante desta oportunidade inimaginável, um caminho menos hostil, mais colaborativo, mais pleno de gratidão por podermos enfrentar momentos tão difíceis com esperança e com a pureza de atitudes que, quando criança, possuíamos.








domingo, 12 de julho de 2020

ESPERANDO O TEMPO PASSAR


Nesse tempo em que as notícias superam, negativamente, os momentos tranquilos, os esportes ganharam a primazia da assistência de telespectadores que passam seu tempo a assisti-los em suas várias modalidades.

Diante dessa realidade, um poeta, com certeza, terá melhor chance de expressar sua emoção.

Portanto, vamos a uma breve reflexão.




Ah! Ia esquecendo...

Belinha dá uma sugestão para o tempo passar mais depressa.

Faça do seu espaço, do seu campo como mandante, um reduto de livros, onde lê-los somará pontos, tornando-o vencedor.

Assim, este tempo, que o autor aguarda por leitura, diminuirá. Ambos, então, sairão vencedores neste campo do aprimoramento, do conhecimento, do prazer estético, do encontro de si com o outro e com a cultura que, sem dúvida, aprimora o ser humano, tornando-o mais humano e civilizado.





domingo, 11 de agosto de 2019

RECORDAÇÕES

Um parque, do qual guardo tantas boas recordações, merece meu constante passeio dominical. Como esquecê-lo! Quando ainda pequena, passeava com o pai por entre suas veredas, tendo sido registrados estes instantes em fotos que se conservam em álbuns, resistindo ao tempo como saudosa lembrança.

Ele fez parte de histórias vividas por antigos porto-alegrenses que cresceram passeando por entre seus caminhos de um puro verde acolhedor.

E assim se manteve, bem mais tarde, quando ainda serviu de um lugar acolhedor para quem não desfrutava de um sol intenso e carecia de jogar conversa fora com a mãe já idosa, ambas sentadas em antigos bancos, até hoje existentes, marcando presença como a desafiar a poeira que o tempo traz aos mobiliários antigos.

Hoje, vê-los ainda íntegros satisfaz em parte a saudade daqueles momentos de convívio. Bancos num parque: todos com inúmeras histórias vividas por seus habituais visitantes.

Um domingo de agosto, com sol e música no Parque da Redenção, é tudo de bom para quem nasceu neste mês. E neste dia 11 de agosto, Dia dos Pais, este parque ainda é marcante, pois as lembranças afloram e comprovam que o tempo é o que resiste, sendo tudo na nossa caminhada. A sua percepção é o que nos mantém firmes e fortes.

Nosso olhar criança, embora distante, permanece na memória e traça nossa história individual naqueles primeiros tempos de vida.

E, seguindo assim, vamos acumulando momentos de olhares mais maduros, porém mais esperançosos, pois ela, a esperança, é que nos move avante.

Neste domingo, o olhar mais uma vez se deteve sobre aqueles bancos, sobre aqueles caminhos e renovou a esperança de que novos e luminosos agostos se somem a este.

A todos aqueles, que participaram destes meus antigos momentos, fica a minha eterna saudade.

Um belo domingo, uma data a ser comemorada, pois aqui estamos para reviver, pelas lembranças, tudo aquilo que a memória é capaz de guardar num tempo que se mostra íntegro para quem se detém a mantê-lo perenemente vivo e, igualmente, renovado a cada novo olhar durante a nossa caminhada.







domingo, 31 de março de 2019

DORMIR? DESCANSAR?



Em berço esplêndido?

Nem no ventre materno, há mais segurança de um sono tranquilo, livre de sobressaltos e do próprio apagar de uma história que nem começou a existir.

Para aqueles que aqui já estão, porém, as coisas parecem seguir o rumo do absurdo. O tempo do dormir acabou-se para todos que, por infelicidade, residem próximo a barragens.

Como poderão dormir de forma tranquila, sossegada, sob a ameaça diuturna de tragédias previamente anunciadas.

Submeter as comunidades a um treinamento para escapar, por rotas de fuga, da avalanche que os dizimará em poucas horas.

Será esta a solução?

O direito ao sono é um direito inerente a qualquer ser humano. Nem é preciso ser consagrado na Constituição do país. Ele é negado, porém, por empresas, pois seus projetos, por economia, não se assentaram em bases sólidas que impedissem tragédias previsíveis.

Como dormir sob a possibilidade latente de uma sirena tocar a qualquer instante?

A que ponto chegou-se!

Comunidades inteiras serem colocadas sob-risco constante.

Isto é inominável.

Mais incompreensível ainda é a medida tomada pelos órgãos competentes de treinar a população para evacuação rápida em rompimento iminente.

Suspender o funcionamento nefasto dessas barragens, até que uma solução fosse encontrada, seria o caminho correto que o Estado deveria impor.

Se muitos desses lugares estavam sobrevivendo à custa do turismo, quem mais irá se expor em visitas a lugares antes bastante aprazíveis?

A cidade de Ouro Preto, inclusive, está sob-risco. E todo o patrimônio cultural, histórico e artístico daquela região como estará protegido?

É inacreditável que ainda mantenham tais barragens em funcionamento.

Deitados, sob a ameaça de um tocar de sirena, sem adormecer sob a luz de um céu profundo, com certeza, não fulguras, ó meu Brasil, tão mais iluminado, como dantes, ao sol do novo mundo.

O trecho, modificado do nosso Hino Nacional, dá-nos a sensação de que algo, de muito errado, está acontecendo.

E parece que estamos de mãos atadas.

Como calar?

Como silenciar?

Uma sirena, quando surge, é para salvar, retirar, apagar. Ela vem trazendo a solução para aquele que dela precisa.

Esta sirena “atual” apenas avisa.

Cada um que se vire do jeito que puder. Que carregue seus bens pessoais ou não; que carregue seus filhos, suas crianças, seus animais de estimação. O resto ficará para ser consumido, inclusive a esperança de poder recuperar o que lhe pertence, o que faz parte da história pessoal de cada um dos sobreviventes.

A rota de fuga é para salvar os corpos apenas.

Corram, porque é o que resta fazer.

Os sentimentos estarão para sempre envoltos numa lama que se sedimentará, dificultando um renascer.

Aguardemos que “Nossa Vida”, no teu seio, “Pátria Amada”, ainda possa ter mais vida, renascendo novamente.

Está difícil, porém, diante de tanta omissão.

Espera-se que a Justiça, com sua clava forte, cumpra o papel de defesa dos direitos individuais dos cidadãos de irem e virem, de proteção de seus bens patrimoniais e de terem suas vidas preservadas. 

É o que resta.