Impossível prendê-lo, nem segurá-lo. E é devastador!
Parte das entranhas da Terra. E de lá surge com diversas denominações. São primos e mais primos que podem surgir, inesperadamente, e levar a todos e tudo de roldão.
Há, porém, aquele outro desconhecido, imaterial, invisível, que surge não se sabe de onde, do Universo infinito, tão devastador quanto os primeiros. A diferença é que surge, normalmente, mais lentamente, sem atropelos, sem a força aparente de um cataclismo.
É com ele que lidamos desde o abrir de olhos, encerrando-se seu ciclo sem saber-se a hora e nem as circunstâncias.
Sobre os primeiros, talvez, tenhamos uma chance maior de evitá-los.
Sobre o último, nenhuma chance.
Assim, tudo que é passível de movimentação, ruído, calor, frio, dá-nos a possibilidade de preparação e, quem sabe, salvar-se de seus estragos.
Aquilo que flui, porém, não se sabendo de onde vem e nem a quem atingirá: é profundamente imprevisível.
E, quando atinge o seu alvo, tudo termina.
Terminará?
Não há ruído que o anuncie. Não há ruído pelo qual se consiga percebê-lo. Mas há um ritmo indelével, vindo de não sei onde, que nos convida a desfrutá-lo, reconhecendo seu encantamento e bailando num ritmo que nos abriga num grande círculo: o círculo da vida.
É por demais voluntarioso e nos tira do sério quando algum de nós é retirado deste círculo, descompassando a nossa dança das horas.
Aqueles primeiros aparecem quando as condições do planeta os favorecem.
E aquele segundo, chamado Tempo, aparece a qualquer momento, sob qualquer circunstância, ao alvedrio de quem tudo rege, eliminando dançarinos que já não comungam do mesmo ritmo. Aquele ritmo inaudível por todos nós.
Como todos são excelentes dançarinos, mesmo aqueles que se arrastam pelas calçadas da vida, acredita-se: todos irão mudar apenas de círculo.
Com certeza, haverá um círculo mais abrangente e bem mais sereno, pois estarão todos sob o manto de uma eterna proteção e de uma placidez, também, eterna.
Portanto, nos preocupemos com os desastres naturais, porque em parte previsíveis.
Desfrutemos, porém, do tempo que dispomos para iluminarmos o olhar, aguçarmos os ouvidos, sonharmos com uma paz que nos envolva a todos num grande círculo amoroso. Tudo ao ritmo imperceptível do Criador.
Afinal, nosso tempo é diferente do tempo de um furacão.
O nosso se propaga por ondas mais sutis, impossível ouvi-las e prever o seu desfecho.
Ah! Ia esquecendo...
E assim fica difícil de gravá-las para, depois, usá-las como argumento contra outros componentes deste grande círculo, ou a nosso favor, no ato marcado para o Dia Final, aquele da Prestação de Contas.
Aliás, convenhamos, recurso desnecessário frente ÀQUELE que tudo sabe, tudo ouve, tudo percebe.
Parte das entranhas da Terra. E de lá surge com diversas denominações. São primos e mais primos que podem surgir, inesperadamente, e levar a todos e tudo de roldão.
Há, porém, aquele outro desconhecido, imaterial, invisível, que surge não se sabe de onde, do Universo infinito, tão devastador quanto os primeiros. A diferença é que surge, normalmente, mais lentamente, sem atropelos, sem a força aparente de um cataclismo.
É com ele que lidamos desde o abrir de olhos, encerrando-se seu ciclo sem saber-se a hora e nem as circunstâncias.
Sobre os primeiros, talvez, tenhamos uma chance maior de evitá-los.
Sobre o último, nenhuma chance.
Assim, tudo que é passível de movimentação, ruído, calor, frio, dá-nos a possibilidade de preparação e, quem sabe, salvar-se de seus estragos.
Aquilo que flui, porém, não se sabendo de onde vem e nem a quem atingirá: é profundamente imprevisível.
E, quando atinge o seu alvo, tudo termina.
Terminará?
Não há ruído que o anuncie. Não há ruído pelo qual se consiga percebê-lo. Mas há um ritmo indelével, vindo de não sei onde, que nos convida a desfrutá-lo, reconhecendo seu encantamento e bailando num ritmo que nos abriga num grande círculo: o círculo da vida.
É por demais voluntarioso e nos tira do sério quando algum de nós é retirado deste círculo, descompassando a nossa dança das horas.
Aqueles primeiros aparecem quando as condições do planeta os favorecem.
E aquele segundo, chamado Tempo, aparece a qualquer momento, sob qualquer circunstância, ao alvedrio de quem tudo rege, eliminando dançarinos que já não comungam do mesmo ritmo. Aquele ritmo inaudível por todos nós.
Como todos são excelentes dançarinos, mesmo aqueles que se arrastam pelas calçadas da vida, acredita-se: todos irão mudar apenas de círculo.
Com certeza, haverá um círculo mais abrangente e bem mais sereno, pois estarão todos sob o manto de uma eterna proteção e de uma placidez, também, eterna.
Portanto, nos preocupemos com os desastres naturais, porque em parte previsíveis.
Desfrutemos, porém, do tempo que dispomos para iluminarmos o olhar, aguçarmos os ouvidos, sonharmos com uma paz que nos envolva a todos num grande círculo amoroso. Tudo ao ritmo imperceptível do Criador.
Afinal, nosso tempo é diferente do tempo de um furacão.
O nosso se propaga por ondas mais sutis, impossível ouvi-las e prever o seu desfecho.
Ah! Ia esquecendo...
E assim fica difícil de gravá-las para, depois, usá-las como argumento contra outros componentes deste grande círculo, ou a nosso favor, no ato marcado para o Dia Final, aquele da Prestação de Contas.
Aliás, convenhamos, recurso desnecessário frente ÀQUELE que tudo sabe, tudo ouve, tudo percebe.
Oração ao Tempo - Caetano Veloso, 1979