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domingo, 1 de setembro de 2019

SUPERAÇÃO!


Como não se emocionar!

Emocionantes cenas que se repetem, nos dias que sucedem a Abertura dos Jogos Parapan-Americanos de Lima, neste ano de 2019. Nesta edição, participaram 1890 atletas, competindo em 17 modalidades esportivas e representando 33 países.

Desde a Cerimônia de Abertura, com porta-bandeira de Brasília, a delegação brasileira vem apresentando resultados extraordinários na conquista de medalhas.

O nosso melhor desempenho em Jogos
Paraolímpicos ocorreu em 2016, no Rio de Janeiro. Naquela Paraolimpíada conquistamos 72 medalhas, sendo 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze.

Em 1960, a cidade de Roma sediou os 1ºs Jogos
Paraolímpicos.

Já faz um tempo.

A emoção, porém, permanece para quem assiste a tantos desafios superados por pessoas que não se deixaram abater por deficiências físicas e paralisias cerebrais. Buscaram, no esporte, a superação de suas deficiências, encontrando a realização pessoal. Conquistaram, como indivíduos, uma posição de destaque na sociedade a qual pertencem, trazendo aos seus países o orgulho de representá-los de forma exemplar.

E aqui se registre a importância de ser um medalhista, independentemente de que seja de ouro, prata ou bronze essa sua conquista.

Nesta Parapan-Olimpíada obtivemos o melhor desempenho até hoje, conquistando o 1º lugar entre os países que competiram, somando 308 medalhas, sendo 124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze.

Já somos tetracampeões. Em especial na Natação e no Atletismo o Brasil destacou-se, conseguindo o maior número de medalhas nestas modalidades.

Na Natação, todos se superaram, apresentando excelentes desempenhos. Vale a pena referir que, entre todos, destacou-se Daniel de Faria Dias que conseguiu 33 medalhas de ouro, tendo 100% de aproveitamento.

Diante deste evento acontecendo em Lima, lembro-me de duas crônicas, datadas de 27/08/12 e de 20/09/12, onde estão descritas atuações de jovens com alguma deficiência que, superando este obstáculo, apresentaram desempenhos invejáveis.

A primeira crônica referida, CAMINHEMOS TODOS JUNTOS, demonstra a superação de seres, considerados deficientes, mas que ganharam prêmios no Festival de Gramado, através do filme
COLEGAS, todos eles protagonistas e portadores da Síndrome de Down. A segunda, ENCILHANDO..., na cerimônia de encerramento das Paraolímpiadas de Londres, um cavalo de ferro, mecânico, bem como uma profusão de alegorias em metal e ferro traz a nossa lembrança os times de cadeirantes jogando basquete e o futebol7.

Da mesma forma, nestes Jogos Parapan-Americanos de 2019, tivemos verdadeiros ginetes dominando suas cadeiras e atingindo as cestas e as redes adversárias.

Que exemplos de excelência em seus desempenhos. Como não nos emocionarmos!

Eles, ganhadores, verteram lágrimas de emoção, de felicidade. Nós, de igual maneira, nos emocionamos ao vê-los emocionados por vencerem os obstáculos, perseguindo seus objetivos e os alcançando.

Ah! O Hino Nacional Brasileiro nunca foi tão executado, ouvido e compartilhado por todos que participaram, no pódio, destes momentos inesquecíveis, bem como pelos compatriotas presentes ou por aqueles que, embora distantes, assistiam àquelas cenas comoventes através das transmissões televisivas.

E o gostinho de “quero mais”?

Em 2023, a cidade de Santiago, no Chile, sediará os próximos Jogos Pan-Americanos.

Agora, Os Jogos Olímpicos de 2020, no Japão, serão, com certeza, igualmente inesquecíveis para todos aqueles atletas que lá comparecerem. Todos eles moldados por muito treino, mas não sendo este o principal requisito. No caso desses para-atletas, o que os move é: obstinação, determinação, inspiração, igualdade, solidariedade, persistência e superação de desafios constantes.

E o que mais impressiona?

A alegria estampada em seus rostos, como o da nossa Joaninha ou 
Joana Maria Jaciara da Silva Neves Eusébio, detentora de 5 medalhas de ouro. Ressalte-se que, mesmo quando não alcançam uma medalha, a alegria permanece, pois todos são atletas de alto rendimento. Competir em alto nível já é uma recompensa e um motivo para seguir em busca de um resultado melhor a cada nova competição.

O nosso aplauso ao plantel de atletas brasileiros, cujas lesões físicas, extremamente severas, não são empecilho para suas conquistas pessoais. 


Rumo ao Pentacampeonato no Chile!



Daniel Dias se emociona após mais um ouro para o Brasil!


Joana Jaciara leva outro ouro e dedica ao sobrinho!


Cerimônia de abertura dos Jogos Parapan-Americanos 2019.










segunda-feira, 18 de março de 2019

UMA PAUSA...



Uma euforia tomou conta de todos. De repente, parece que foi ontem. Novamente, uma necessária pausa instalou-se.

Quem não precisa de uma pausa?

O Carnaval existe para isso.

Uma pausa para esquecer, para cantar, para requebrar, para deixar levar-se pelos variados ritmos que nos identificam como um povo alegre e festeiro.

Multidões dançando e cantando ao som de ritmos bem nossos. O Carnaval de rua, cada vez mais, recupera sua importância. Um cantor levando multidões a cantar, a acompanhar o ritmo com o próprio corpo, com as mãos, com os pés.

Parece que não é mais suficiente assistir, de uma arquibancada, ao desfile de sua escola de samba.

Não! Decididamente, não!

É preciso pular, dançar. Ter ao lado outro igual a si. Fazer par.

Uma pausa para o virtual. Pular ao lado de outro, ouvir sua voz, fazer evolução para encantar a si e ao outro. Uma pausa para o encantamento. Uma pausa para o esquecimento.

Como encantar-se sendo cercado por tantos problemas?

Não é para qualquer um.

É uma possibilidade, porém, para um cidadão brasileiro. Neste sentido, somos privilegiados. Criatividade é conosco. Isto traz junto uma capacidade de superação frente aos problemas cotidianos.

Uma pausa, portanto, é necessária, é desejável, é aguardada durante um ano inteiro. E, depois de instalada, quem quer voltar?

Haja fôlego para tanto gingar, tanto pular, tanto cantar...

Ah! Quanta diversidade, tantos Brasis, mas somos todos brasileiros. Que sorte!

A nossa pausa anual reforça esta nossa característica, que é única: a alegria. A alegria de conseguirmos extrair tanto de uma única pausa anual.

É uma lástima que um povo tão criativo e alegre não tenha a sorte de possuir governantes a sua altura.

Somos trabalhadores, sim. Não somos vagabundos. Aquele cidadão, já idoso, continua a passar assobiando, todas as manhãs, pela minha rua. Puxa um carrinho com materiais recolhidos pelo bairro. Descarrega o conteúdo em um depósito que o encaminha para uma firma de reciclagem. Ele faz parte da história de meu bairro.

Assim, também, o Carnaval faz parte da história e da cultura brasileira.

Através dos sambas-enredos de nossas escolas de samba, a história desse país é recontada. Por vezes, mais real e verdadeira. Mesmo estando sob o manto da beleza, não é suficiente para encobrir os momentos mais dramáticos. Mesmo querendo denunciar fatos, situações e tragédias anunciadas, este povo consegue revestir com suavidade e beleza o que, num primeiro impacto, foi chocante e dilacerador.

Que belo povo!

Oxalá, consigamos manter pausas que nos aliviem e, ao mesmo tempo, nos unam para o desfrute de momentos alegres e criativos.

Afinal, pausas servem para que as emoções aflorem. E nós, seres humanos, somos por elas constituídos.

E é bom quando podemos demonstrá-las de forma criativa e agregadora.

Desejar mais o quê?

Que nossas pausas sejam mais de encantamento do que de alívio. Que oportunizem atos criativos ao invés de apenas serem momentos de descompressão. Que as mãos encontrem outras para o cumprimento afetivo e de solidariedade. Que as pausas deste tipo sejam permanentes em cada encontro.

Que o olhar perdido, no azul do céu, seja uma pausa em nosso viver diário. E que, mesmo sob chuva intensa, enxerguemos, através da vidraça, a importância dela como equilíbrio da Natureza e como espelho que representa nossas próprias lágrimas.

Acredito, firmemente, que o ano, que nos separa desta pausa tão aguardada, seja preenchido por encontros que nos aproximem mais de movimentos culturais que, também, são momentos de ruptura com os males que nos afligem, pois o horizonte se amplia nos possibilitando sonhar.

Afinal, o nosso Machado de Assis, afirmava que “a arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal”. (livro “Iaiá Garcia”, Editora Ática, SP, 1998)

Acredito que a cultura, num sentido amplo, é a mola propulsora para a melhora pessoal e da sociedade que nos cerca. Que mais pausas surjam para que exercitemos o poder de reflexão, pois somente dessa forma sairemos do atoleiro em que nos encontramos.













quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PARA QUE TUDO ISSO?

Confessa que já anda meio deslocado. Até já mudou de data. Nem acontece mais no mês tradicional. Parece quererem que o esqueçam, ou que, pelo menos, não o queiram com tanta animação.
Os mais abastados, com certeza, escapam para outras paragens mais tranquilas, quando ele se aproxima.
Os que permanecem pela cidade aproveitam para um descanso mais espichado. Comodamente instalados, talvez o assistam pela televisão.
Quem não lhe abandona é mesmo o povão. Ah! Os salões das sociedades, ao que parece, também ainda o curtem.
Sua utilidade fica flagrante junto aos que menos tem. Sua importância é diretamente proporcional àqueles que pouco tem. Serve ele de compensação por tantos dias em que se tem tão pouco, em que se é tão menos.
Daí sua extrema importância.
Ele serve para muitos descansarem, outros muitos lucrarem e muitos milhões sonharem.
E o sonho é necessário. O sonho serve para desafogarmos mágoas, medos e tensões. Mas, também, serve para projetarmos caminhos possíveis, alternativas que se mostram ao acordarmos em alguma manhã diferente, de algum dia diferente.
Serve também o sonho para vestirmos uma fantasia majestosa e nos sentirmos reis. Afinal, um cetro e uma coroa não são para qualquer um. E esse sonho nos impele à construção de toda uma estória que, com começo, meio e fim, nos contará a vida, a obra, as façanhas, as supertições e todo o acervo humano, conquistado por séculos, tudo junto, contado e cantado numa única noite.
É! O reinado dura pouco. Mas, o quanto é importante!
E não é de circo que se está a falar. É de identidade, de participação, de superação, de sublimação para fatos importantes, não resolvidos, que se apequenam, frente ao espetáculo daquela noite. Ou se agigantam, dependendo do enfoque social trazido à cena.
Quando se escolhe um escritor para homenagear, que é da terra, cujas personagens forjadas são criaturas conhecidas nacionalmente e que traduzem tipos e formas de pensar, característicos do povo onde estão inseridas, é tudo de bom!
E é isso que a vermelho e branco, a Escola Imperadores do Samba, leva para a avenida no próximo dia 4 de março.
A Velhinha de Taubaté, coitada, já desaparecida, estará, porém, presente na avenida para lembrar-nos do grau de decepção que sofreu, depois da crise do mensalão, entregando os pontos, tenho certeza, antes da hora. Ela que sempre acreditava nos “governos”, quaisquer governos, apresentando sempre uma posição favorável a eles, instituídos, impostos, conduzidos, negociados ou eleitos.
Por outro lado, a socialite ravissante Dora Avante, ou Dorinha, graças a Deus, continua firme e forte, aparecendo de quando em vez com a Tati Bitati, destilando, através de seu discurso, a ironia sarcástica de seu genial criador.
Já Ed Mort, antigo detetive particular, sempre sem dinheiro, com seu famoso “escri”, de escritório, em Copacabana, cercado de baratas e do famoso rato Voltaire, deixa saudades.
E as Cobras, famosa coletânea de tiras, publicada em 1997, de circulação em alguns jornais brasileiros, que tinham como personagens o famoso Queromeu, o corrupião corrupto (tão atual!), além das lesmas Flexa e Shirley e o não menos famoso Durex, sempre a favor do governo em vigor!
E pra fechar o espetáculo o Analista de Bagé, figura caricata de um gaúcho metido a psicanalista. Sempre acompanhado por Lindaura, sua assistente, pronta a ajudá-lo em “todas” as causas e por “todos os meios imagináveis e inimagináveis”. Aprende-se com ele que o principal remédio para os males e dores subjetivas é o conhecido “joelhaço” que, aplicado no lugar correto, faz o vivente esquecer as dores “menores”, deixando, “de vez”, de frescura. Agora, se for mulher o paciente, as técnicas serão outras, aprendidas, acredita-se, atrás dos galpões.
Ora, depois dessa promessa de desfile, com criador e criaturas fazendo o espetáculo, a pergunta inicial pode ser devolvida com outra pergunta para esse senhor, já bastante idoso, que se chama Carnaval.
Para que serves? Deixe que eu responda.
Para que o povo armazene forças para matar um leão por dia, para que não perca a esperança frente aos embates que se seguem pelo ano afora, para que mantenha a autoestima em alta, para que o bom humor não o abandone, para que o sorriso do filho possa significar a esperança de dias melhores, para que saiba da sua força na transformação, para melhor, das instituições e para que saiba reivindicar, dentro da legalidade e da ordem, os seus direitos de cidadão.
Tudo, da mesma forma, como faz nos desfiles: interpretando os personagens da sociedade, cuidando da formação das alas, controlando o tempo despendido para cada evolução, desfilando no ritmo fornecido pela bateria, não atravessando o samba, compreendendo e respeitando as regras que o desfile exige.
Tudo para aprender a percorrer a avenida no compasso das batidas do coração, com segurança e coragem, rumo a uma melhor condição social que passa, necessariamente, pela correta interpretação do que o cerca.
E isso só se consegue com educação e cultura.
E o Carnaval é um pouco disso tudo.
Mas não é tudo. Há, ainda, um longo caminho a percorrer.
Por ora, armazenemos um tanto de energia nesse dia 4 de março, pois os dias, que se seguem, prometem.
Parabéns à Escola de Samba Imperadores do Samba e ao seu escolhido, o nosso Luis Fernando Veríssimo, para tema do samba-enredo desse Carnaval de 2014.
Um bom Carnaval a todos!





Clipe Oficial do samba-enredo da Escola de Samba Imperadores do Samba para 2014 





quinta-feira, 20 de setembro de 2012










ENCILHANDO...

Gira, para e retorna o giro, freneticamente. Para um lado, para o outro, para frente, para trás, rodopiando em direção ao golo. Por vezes, até cai. Mas, num piscar de olhos, já está de volta, na posição que o mantém dono da situação. É quase inacreditável vê-los, todos, em seus corcéis mecânicos, a buscar o objetivo último: a marcação de um golo. São muito bons no que fazem. São os times de cadeirantes que jogam basquete e o futebol 7. Não interessam os motivos pelos quais se tornaram cadeirantes. O que a nós interessa apreciar são as suas habilidades como atletas de nível olímpico. São mais do que cadeirantes. São ginetes competentes no uso de suas cadeiras de rodas. Aventuram-se, encilhados, em giros e mais giros, buscando, num campo restrito, o objetivo maior: um golo marcado para a sua equipe. A extensão de seus corpos lhes ajuda a vencer desafios. Ela é, na verdade, uma amiga sempre pronta a lhes carregar. Tanto faz que seja nesses pequenos campos, onde buscam a excelência no desempenho, quanto pela vida afora. Uma caminhada em campo descoberto e cheio de desafios.
 
A apresentação de um cavalo de ferro, mecânico, na Cerimônia de Encerramento dos Jogos Paraolímpicos, bem como a profusão de alegorias em metal e ferro, remete-nos, provavelmente, salvo outras interpretações, a uma caracterização da dureza, da obstinação e dos desafios que tais atletas devem enfrentar e vencer a cada dia em suas vidas. Com certeza, eles foram a expressão da capacidade e do enfrentamento que os movem.

Saudemos, aqui, a todos os atletas paraolímpicos, nas mais diversas modalidades apresentadas. Em especial, aos nossos medalhistas. Foi um belo espetáculo que apresentaram. Deixaram um exemplo a ser seguido e a marca da presença de um Brasil mais competitivo.
 

Agora, aqui pelos pagos, a cada 20 de setembro, encilhamos nossas tradições, para que não se percam por aí. Muito mais que nossas cavalgadas, muito mais que a figura do cavalo e seu ginete, estão o amor pelo nosso chão, pelas nossas raízes, pela nossa cultura, pelo nosso povo.

Continuemos nossa jornada encilhando sonhos, num trote largo ou num trotezito, quando assim for conveniente.
 

Eu, por ora, continuo encilhando o mate. E isso já exige certa competência. 






 Paraolimpíadas 2012 – Delegação do Brasil faz festa






 Detalhando – Encilha do Cavalo






 Cavalo Crioulo – Luiz Carlos Borges e Mauro Ferreira 
  



 Grupo Mirim Alma de Vaneira
















 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

 
 
CAMINHEMOS TODOS JUNTOS

Como prender as lágrimas quando a emoção aflora em ritmo desordenado, acelerado, a coroar um momento tão esperado?

Diante da importância da conquista de um tão cobiçado prêmio, por ganhadores tão especiais, não se poderia esperar outra coisa senão o extravasamento das emoções. Após quatro anos de esforços dedicados a ensaios, obtiveram o merecido prêmio que deixou os três protagonistas, diretor e todo o staff profundamente emocionados. Três meses de filmagens tornou concreto o desejo de Marcelo Galvão, diretor do filme Colegas, de transmitir alegria a todos que venham a assisti-lo. Aquela mesma alegria que se revelou a ele, em sua infância, através de um tio, portador da Síndrome de Down, com quem conviveu.

Pois esses três protagonistas principais do filme Colegas são portadores da Síndrome de Down. Ao que se sabe, foram sessenta jovens que atuaram no filme: todos com a mesma síndrome. Levaram o Kikito de melhor filme nacional e ainda um prêmio especial do júri aos três protagonistas: Ariel Goldenberg, Breno Viola e Rita Pokk.

O 40º Festival de Cinema de Gramado ficará marcado pela inclusão, na sua galeria de atores/atrizes, de três jovens que demonstraram capacidade de superação, que os faz mais especiais ainda.

E esse bom desempenho, movido a muito esforço, dá-se, atualmente, em todas as atividades. Estamos aqui a tratar de uma deficiência intelectual, cognitiva. Porém, mesmo assim, passível de transformação, dentro de certos limites. O interessante é que parece que os limites estão se alongando, ou que, pelo menos, muitos indivíduos têm ultrapassado esses limites, antes tão restritos. Hoje, é possível vê-los empregados, namorando, alguns já casados e por aí afora. É de fundamental importância explorar, desde bebê, as potencialidades que cada um deles apresenta. Isso contribuirá para o desenvolvimento muito próprio de cada um.

Quando se fala de esportes, os avanços também são visíveis. Tem portador dessa síndrome que, com o auxílio de um professor, vem praticando surfe já há algum tempo.

A propósito desse tema, lembremos que se realizou, há pouco, a XVIII Semana Estadual da Pessoa com Deficiência, de 21 a 28 de agosto desse ano.

A Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul, FUNDERGS, órgão da Secretaria Estadual do Esporte e do Lazer, elaborou uma extensa programação durante esse período. Tivemos, de 24 a 26 de agosto, a 2ª edição dos Jogos Abertos Paradesportivos do Rio Grande do Sul, PARAJIRGS, e o 1º Campeonato Estudantil Paraesportivo do Rio Grande do Sul, PARACERGS.

Nas modalidades de Atletismo, Natação, Futebol de Cinco, Goalball, Tênis de Mesa, Bocha, Judô, Basquete em Cadeira de Rodas e Esgrima em Cadeira de Rodas, nas categorias A, B e C, conforme a idade, observou-se a participação expressiva de 544 participantes (paratletas, técnicos e staff), 42 instituições e 26 municípios do Rio Grande do Sul. É considerado o maior evento paradesportivo do nosso Estado. Nele participaram deficientes físicos, visuais e intelectuais ou cognitivos, bem como alguns portadores da Síndrome de Down.

Quem acompanhou a participação dos atletas durante as competições e a posterior premiação dos melhores, com as respectivas medalhas sendo recebidas, pôde ver a alegria estampada em rostos guerreiros, destemidos, arrojados. Verdadeiros vencedores, sobretudo, é o título que devem ostentar.

Quanto a nós? Devemos tê-los como exemplos.

E que mantenham a alegria e a perseverança com que enfrentam os desafios. Esse enfrentamento é o primeiro passo para a conquista do almejado, mesmo que pareça um sonho. Pois, a grandeza para todos nós, com certeza, está nos desafios do caminho. E sonhar também faz parte da trajetória.

Apesar das diferenças, caminhemos todos juntos.






Jornal Zero Hora de 20/08/12 – FINAL FELIZ EM GRAMADO
 
Globo News – Colegas - parte 1
 
Globo News – Colegas - parte 2
 
Globo News – Colegas - parte 3
 
 
 
Vídeo de Ivo Dias – E Daí? Reggae da Inclusão






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Comentário recebido via e-mail:

Prezada Sônia,

Na ocasião anterior, acredito que a Prof. Eneida tenha retornado seu contato, porém, por alguma falha no servidor ou erro na digitação do endereço eletrônico, o e-mail não chegou até a senhora.
 Contudo, em nome da Presidente Renita, subscrevo suas palavras em agradecimento à atenção e ao carinho que a senhora demonstra em registrar os seus cumprimentos a esta Fundação pela realização dos eventos referentes a XVIII Semana Estadual da Pessoa com Deficiência.
Para a FUNDERGS, é um grande orgulho poder contribuir para o desenvolvimento do esporte sem fronteiras e para a valorização e respeito à pessoa portadora de deficiência que, dentro do universo esportivo, se percebe capaz e livre de limitações, fortalecendo assim sua autoestima e confiança.
Agradecemos muitíssimo pelo reconhecimento e publicidade em seu blog sobre este importante evento.


Cordialmente,
Silvana Ojeda (Secretária da Presidência), em nome da Diretora-Presidente da FUNDERGS, Renita Dametto.






terça-feira, 14 de agosto de 2012






NO MEIO DO CAMINHO...
 
 
Que dias esses deste mês de agosto!

Quanta demonstração de superação! Quantos obstáculos vencidos! Quanto orgulho de ver a bandeira verde-amarela no pódio, subindo, lentamente, ao som do Hino Nacional Brasileiro.
Quando se vai às raízes desses tantos brasileiros, que representaram o nosso país nos Jogos Olímpicos 2012, o que se encontra? Histórias de vencedores: é o que se encontra.

Como não se poderia falar de todos, pois se incorreria em omissões por esquecimento, saudemos, de plano, as jogadoras de vôlei feminino, medalha de ouro, e a eles, aos do vôlei masculino, medalha de prata, que se superaram para nossa alegria. De certa forma, os resultados positivos já eram esperados, pois para essa modalidade de esporte existe, há tempo, grande incentivo através dos recursos financeiros disponíveis.

Agora, o que dizer do nosso ginasta Arthur Nabarrete Zanetti, primeira medalha de ouro em ginástica artística pelo Brasil. Menino simples de São Caetano do Sul, região metropolitana de São Paulo, teve o incentivo e a colaboração, desde o início, do Senhor Arquimedes, seu pai, um torneiro mecânico que construiu os primeiros aparelhos para que Arthur se exercitasse. A partir dos nove anos de idade, teve em Marcos Goto, seu técnico, o acompanhamento e as orientações necessárias para fazê-lo chegar aonde chegou.

Foi um verdadeiro show. Embora o último na sequência de apresentação, foi o primeiro no desempenho, conquistando a nota 15.900 e levando a medalha de ouro. Um verdadeiro Rei das Argolas, o nosso Rei Arthur, como foi chamado por quem narrava a apresentação.

Que exemplo para os jovens que treinam no mesmo local onde Arthur Zanetti também treina! O que disse um menino desse centro de treinamento, quando entrevistado, a respeito de Arthur?

Ele é o nosso exemplo!

Foram quinze anos de trabalho em que a superação, a dor e a disciplina foram ingredientes constantes.

Acredita-se que, de ora em diante, a ginástica brasileira adquira uma importância cada vez mais relevante. Quanto mais não seja para competir em Olimpíadas, para melhorar a educação como um todo, sendo um instrumento para a saúde do corpo e mente e um aliado dos jovens na luta contra as drogas e os descaminhos tão próprios de uma juventude desocupada.

E o que falar de Esquiva Falcão Florentino? De origem humilde, medalha de prata no boxe, categoria até 75 kg, nascido em Vitória, no Espírito Santo, foi treinado por seu pai, o antigo pugilista Adegard Câmara Florentino, conhecido como Touro Moreno, e por João Carlos Barros. E de seu irmão, Yamaguchi Falcão Florentino, medalha de bronze, na mesma modalidade, categoria até 81 kg, nascido em São Mateus, também no Espírito Santo.

E o que dizer de Yane Marques? Nascida em Afogados da Ingazeira, no interior de Pernambuco, que competiu nas cinco modalidades que compõem o Pentatlo, presente nos Jogos Olímpicos Modernos desde 1912. Conseguiu ser bronze depois de competir na esgrima, na natação, no hipismo e no combinado que é a corrida e o tiro. Uma verdadeira maratona que durou 10 horas. Seu bronze vale ouro. E isso estava estampado no brilho dos olhos e no cabelo dourado, que os adornava, no momento da execução do Hino Nacional Brasileiro.

Todos, sem exceção, no meio do caminho, encontraram a recompensa, depois de tanto esforço e dedicação, através da conquista de uma medalha olímpica. Não interessando, aqui, qual cor ela possui. É olímpica! É o bastante. Aquele atleta que ali está no pódio é, no mínimo, um dos três melhores do mundo.

Por outro lado, coincidentemente, nesse início de agosto, estamos a presenciar uma sucessão de advogados em defesa de seus clientes, naquilo que se apelidou de Mensalão, ou melhor, no julgamento da Ação Penal nº 470.

Demonstra-se, à saciedade, a competência dos ilustres defensores. Acusador e julgadores, de igual sorte, possuem notável saber jurídico e são competentes nos papéis que desempenham. Com certeza, são especialistas nos ofícios de acusar, defender e julgar. Ninguém está ali para brincadeira. Porém, se o resultado assim parecer, não foi por desconhecimento ou incompetência. É que, nesse imbróglio todo, existem pedras e mais pedras no caminho. Não há medalhas de nenhum tipo. Não haverá vencedores. Sairemos todos perdendo, de uma forma ou de outra. Porque na vida das retinas, já tão fatigadas, esse acontecimento nunca será esquecido. E será sempre lembrado como os versos de Carlos Drummond de Andrade que, metaforicamente, numa interpretação mais livre e adaptada ao cenário atual, nos impõe uma reflexão existencial sobre as rudezas e as mazelas que criam obstáculos a ações dignas dos cidadãos. Há que se evoluir no sentido moral, para que avancemos na construção da sociedade brasileira como nação.

Cuidemos para que não se maculem os olhos ainda não fatigados, aqueles olhos que acreditam na superação, no esforço pessoal, na lisura de caráter e na competição saudável. Assim como se portaram todos os nossos atletas, sem exceção.

Cuidemos para que esses e aqueles outros tantos cidadãos, de todos os segmentos da sociedade, que ainda não se contaminaram, cumpram o papel, quando chamados, de representar dignamente um país chamado Brasil.




NO MEIO DO CAMINHO

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.

 

Carlos Drummond de Andrade (do livro Alguma Poesia)





 

Arthur Zanetti - Olimpíadas de Londres 2012


 
Show de Encerramento das Olimpíadas 2012 – parte final. Entrega da bandeira olímpica ao Prefeito do Rio de Janeiro.


 


 
Reportagem