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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

NÃO DELETE! REPAGINE!






O esquecimento carrega consigo o vazio, o nada. E o nada é simplesmente o nada. Não acrescenta, não diminui. Não nos possibilita lembrar as imagens de momentos vividos que foram deixados no reino do esquecimento, do nada. Lá, nem as sombras existem para que a imaginação possa recriar, repintando com novas cores aqueles instantes já passados.

Sem a lembrança não nos é permitido acompanhar a linha tênue entre o ontem e o hoje nem, tampouco, traçar caminhos mais iluminados para um futuro que se quer o mais distante possível.

Somos uma soma em que a subtração, às vezes, é necessária. A divisão é sempre interessante, mas a multiplicação é por demais almejada. E esta deve repousar sobre o rescaldo das coisas positivas que ficaram. Para isso, precisa-se da lembrança daquilo que foi negativo e prejudicial na caminhada.

Somos como os atletas que disputam uma maratona, onde o que interessa é alcançar a linha de chegada.

A nós, atletas do dia a dia, não importa se chegamos em primeiro lugar ou em último. Não disputamos com o outro. A disputa é consigo próprio. Para isso, a lembrança de cada obstáculo, vencido ou não atingido, é de extrema importância.

Para os atletas de verdade, os de competição, isto é fundamental. Para os demais atletas, metaforicamente falando, a importância da lembrança é, também, com certeza, a possibilidade de somar experiências para alcançar novos momentos mais exitosos.

Tudo ao natural, sem doping. Dele não se precisa.

Do quê se precisa? Do quê?

Da construção da sua autoimagem: ela depende de você.

Busque o silêncio, reconstrua as lembranças com novas cores, ilumine os novos roteiros, mantendo acesa a chama que surgiu com o primeiro abrir de olhos. Ela, que nunca se apaga, ilumina todos os momentos vividos: tenham sido bons ou maus.

Ela serve de farol para onde todas as lembranças afluem, pois o escuro não existe. Ela garante isto. Nós é que teimamos em torná-la menos nítida, quando os momentos difíceis batem à porta, forçando ao esquecimento tais instantes.

Nesta maratona da vida, somos os atletas. E a chama que carregamos é eterna, pois ultrapassa os umbrais do desconhecido.


Muito mais do aquela Chama Olímpica ou do que aquela outra dos nossos pagos, a Crioula, a nossa própria surgiu quando o primeiro sopro de vida foi ouvido no silêncio do Universo.

Portanto, não delete o seu passado. Reconstrua-o em novos moldes, mesmo que isto agora seja possível, apenas, pela imaginação. Novos cenários, usando-se os materiais já existentes e disponíveis, com novos formatos e cores, vão possibilitar um olhar compassivo para o passado e renovado na criação de um futuro.

Os atletas por profissão aprendem com os erros cometidos: corrigindo-os.

Nós, atletas da vida, detentores da chama eterna, podemos dar uma roupagem nova a antigos figurinos e reconstruir velhos cenários com cores mais suaves e promissoras.

De resto, tudo é uma eterna repetição. Podemos, porém, percorrer a caminhada de agora de forma mais leve, mais aprazível, com mais sabedoria.


Pois é! Cadê? Cadê?

Cadê o sorriso? Cadê o bom humor?

Faça um selfie de si com seu passado e curta os Jogos Olímpicos.

Afinal, os próximos no Brasil? Não se sabe a data.


Viva o dia 5 de agosto!

Ah! Lembrei que uns olhinhos azuis abriram-se, num dia 5 de agosto, há algum tempo atrás. Estes olhinhos revisam o passado com compaixão e gratidão, repaginando, com as cores de uma aquarela, os instantes perdidos, os momentos sofridos. Que a esperança e a alegria de viver prevaleçam e mantenham a chama sempre viva a iluminar os belos instantes que virão, a exemplo dos que já aconteceram.

Em homenagem aos olhos azuis, seguem dois poemas que falam deles. 








E ouça, para reforçar a chama existente em cada um de nós, o oitavo poema de “O Guardador de Rebanhos”, chamado de o Poema do Menino Jesus de Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, recitado por Maria Bethânia, poema este adaptado e com alguns cortes numa apresentação ao vivo da cantora. Ao final da leitura do poema, a intérprete canta a versão de Ah! Sweet Mistery of Life, composição de Victor Herbert e Rida Johnson Young. A versão em português recebeu o nome de O Doce Mistério da Vida.


O Doce Mistério da Vida – Maria Bethânia




quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PARA QUE TUDO ISSO?

Confessa que já anda meio deslocado. Até já mudou de data. Nem acontece mais no mês tradicional. Parece quererem que o esqueçam, ou que, pelo menos, não o queiram com tanta animação.
Os mais abastados, com certeza, escapam para outras paragens mais tranquilas, quando ele se aproxima.
Os que permanecem pela cidade aproveitam para um descanso mais espichado. Comodamente instalados, talvez o assistam pela televisão.
Quem não lhe abandona é mesmo o povão. Ah! Os salões das sociedades, ao que parece, também ainda o curtem.
Sua utilidade fica flagrante junto aos que menos tem. Sua importância é diretamente proporcional àqueles que pouco tem. Serve ele de compensação por tantos dias em que se tem tão pouco, em que se é tão menos.
Daí sua extrema importância.
Ele serve para muitos descansarem, outros muitos lucrarem e muitos milhões sonharem.
E o sonho é necessário. O sonho serve para desafogarmos mágoas, medos e tensões. Mas, também, serve para projetarmos caminhos possíveis, alternativas que se mostram ao acordarmos em alguma manhã diferente, de algum dia diferente.
Serve também o sonho para vestirmos uma fantasia majestosa e nos sentirmos reis. Afinal, um cetro e uma coroa não são para qualquer um. E esse sonho nos impele à construção de toda uma estória que, com começo, meio e fim, nos contará a vida, a obra, as façanhas, as supertições e todo o acervo humano, conquistado por séculos, tudo junto, contado e cantado numa única noite.
É! O reinado dura pouco. Mas, o quanto é importante!
E não é de circo que se está a falar. É de identidade, de participação, de superação, de sublimação para fatos importantes, não resolvidos, que se apequenam, frente ao espetáculo daquela noite. Ou se agigantam, dependendo do enfoque social trazido à cena.
Quando se escolhe um escritor para homenagear, que é da terra, cujas personagens forjadas são criaturas conhecidas nacionalmente e que traduzem tipos e formas de pensar, característicos do povo onde estão inseridas, é tudo de bom!
E é isso que a vermelho e branco, a Escola Imperadores do Samba, leva para a avenida no próximo dia 4 de março.
A Velhinha de Taubaté, coitada, já desaparecida, estará, porém, presente na avenida para lembrar-nos do grau de decepção que sofreu, depois da crise do mensalão, entregando os pontos, tenho certeza, antes da hora. Ela que sempre acreditava nos “governos”, quaisquer governos, apresentando sempre uma posição favorável a eles, instituídos, impostos, conduzidos, negociados ou eleitos.
Por outro lado, a socialite ravissante Dora Avante, ou Dorinha, graças a Deus, continua firme e forte, aparecendo de quando em vez com a Tati Bitati, destilando, através de seu discurso, a ironia sarcástica de seu genial criador.
Já Ed Mort, antigo detetive particular, sempre sem dinheiro, com seu famoso “escri”, de escritório, em Copacabana, cercado de baratas e do famoso rato Voltaire, deixa saudades.
E as Cobras, famosa coletânea de tiras, publicada em 1997, de circulação em alguns jornais brasileiros, que tinham como personagens o famoso Queromeu, o corrupião corrupto (tão atual!), além das lesmas Flexa e Shirley e o não menos famoso Durex, sempre a favor do governo em vigor!
E pra fechar o espetáculo o Analista de Bagé, figura caricata de um gaúcho metido a psicanalista. Sempre acompanhado por Lindaura, sua assistente, pronta a ajudá-lo em “todas” as causas e por “todos os meios imagináveis e inimagináveis”. Aprende-se com ele que o principal remédio para os males e dores subjetivas é o conhecido “joelhaço” que, aplicado no lugar correto, faz o vivente esquecer as dores “menores”, deixando, “de vez”, de frescura. Agora, se for mulher o paciente, as técnicas serão outras, aprendidas, acredita-se, atrás dos galpões.
Ora, depois dessa promessa de desfile, com criador e criaturas fazendo o espetáculo, a pergunta inicial pode ser devolvida com outra pergunta para esse senhor, já bastante idoso, que se chama Carnaval.
Para que serves? Deixe que eu responda.
Para que o povo armazene forças para matar um leão por dia, para que não perca a esperança frente aos embates que se seguem pelo ano afora, para que mantenha a autoestima em alta, para que o bom humor não o abandone, para que o sorriso do filho possa significar a esperança de dias melhores, para que saiba da sua força na transformação, para melhor, das instituições e para que saiba reivindicar, dentro da legalidade e da ordem, os seus direitos de cidadão.
Tudo, da mesma forma, como faz nos desfiles: interpretando os personagens da sociedade, cuidando da formação das alas, controlando o tempo despendido para cada evolução, desfilando no ritmo fornecido pela bateria, não atravessando o samba, compreendendo e respeitando as regras que o desfile exige.
Tudo para aprender a percorrer a avenida no compasso das batidas do coração, com segurança e coragem, rumo a uma melhor condição social que passa, necessariamente, pela correta interpretação do que o cerca.
E isso só se consegue com educação e cultura.
E o Carnaval é um pouco disso tudo.
Mas não é tudo. Há, ainda, um longo caminho a percorrer.
Por ora, armazenemos um tanto de energia nesse dia 4 de março, pois os dias, que se seguem, prometem.
Parabéns à Escola de Samba Imperadores do Samba e ao seu escolhido, o nosso Luis Fernando Veríssimo, para tema do samba-enredo desse Carnaval de 2014.
Um bom Carnaval a todos!





Clipe Oficial do samba-enredo da Escola de Samba Imperadores do Samba para 2014 





terça-feira, 1 de outubro de 2013

PODEROSOS! ALGUÉM DUVIDA?



Adivinhem o que faz, todos os sábados e alguns domingos, aquela senhora de 75 anos, magrinha, diminuta na altura, com um pouquinho menos que 1m50cm, mãe de quatro filhos, uma simpatia de pessoa, com uma boa audição e que nem óculos usa (pelo menos para longe, constato eu), pois enxerga muito bem?
Ela dança! Não pensem que é uma valsinha lenta ou tal e coisa. Não! São vaneiras, chamamés, rancheiras, xotes e por aí... E isso desde as 15 horas até às 17 horas, com um intervalo de uns 15 ou 20 minutos, no máximo, para um lanchinho. E depois?
Pois o baile estende-se até aproximadamente às 18 horas e 15 minutos.
Fazendo par com ela, eventualmente, um cidadão, de mesma idade, que costuma assustar as suas parceiras de dança, tamanha a rapidez com que avança sobre o tablado, rodopiando em toda a extensão do salão. Vitalidade é o que não lhe falta.
Também presença constante, um outro cidadão, ao que parece de igual idade ou um pouco mais, de estatura baixa, magro e, igualmente, com fôlego de fazer inveja a muito jovem, pelo menos quando dança.
E há outros tantos, homens e mulheres, a que assisti, quando lá estive, para justamente ver “in loco” o que esses jovens de ontem fazem no CTG 35, todas as tardes de sábado.
E é de deixar qualquer um entusiasmado. Todos os participantes apresentam idade acima de 60 anos e a grande maioria comparece pilchada, como manda a tradição.
E não pensem, já que referimos dois exemplos de pessoas magras, que são todos assim. Há os mais gordinhos e que nem por isso deixam de dançar, demonstrando grande vitalidade e desenvoltura.
Com certeza, estamos hoje muito melhores em aptidão física do que estávamos há séculos atrás.
A propósito, lembrei-me de outra senhorinha que, aos 75 anos, resolveu vender seu apartamento, num edifício já antigo, simplesmente porque queria ir morar em um novo, recém-construído. Instalou-se lá com móveis novos e utensílios mais modernos.
E assim o fez. Isso lá pelo ano de 1980.
E, para completar, a compradora desse apartamento da referida senhorinha soube, tempos depois, que aquele senhor que ela encontrara no apartamento, quando fora visitar o imóvel, era um amante, de velha data, da "vovó" vendedora.
Pois é! Imagine-se como estarão as coisas hoje em dia.
Com o advento da Internet, as fronteiras expandiram-se e os jovens de ontem viram-se frente a novos desafios. Mas aqueles que abraçaram o novo, procurando inteirar-se dessa nova maravilha, hoje usufruem dessa companhia diuturna.
Como exemplo dessa integração daqueles de ontem com as tecnologias de hoje, temos os nossos cantores/compositores Caetano e Gil, que se mantêm vivos, plenamente inseridos nos ritmos e no vocabulário atual, e com uma disposição física de causar inveja, como demonstram os vídeos abaixo. Nesse rol, encontram-se outros tantos cantores e cantoras, atores e atrizes. Os avanços da Medicina no combate e prevenção às doenças também é um dado relevante nesse contexto.
O fundamental é que nós, os menos jovens, permaneçamos prontos para constante mudança, pois é dela que se fazem os dias. Não apenas fiquemos numa posição de espectadores ou até mesmo de acolhedores, como este verso de Olavo Bilac propõe:
“Dando sombra e consolo aos que padecem!” (da poesia A Velhice, abaixo transcrita)
Sejamos mais do que isso. Recomecemos a cada dia um novo dia. Exercitemos aquilo que o poeta Mário Quintana chamou de CANÇÃO DO DIA DE SEMPRE.
 


 
Agora, nem só de diversão vivem os menos jovens. Há muita gente que trabalha, de forma competente, com idade acima de 70 anos. Temos aí enquadrados vários profissionais liberais, os taxistas e outras tantas atividades que exigem atualização constante, atenção e também bons reflexos, como a classe dos motoristas.
 
 
E, para tornar ainda mais leve e fácil o dia a dia, nada melhor do que a companhia dela: da música. Desde aquela que nos traz tranquilidade, serenidade, até a mais vigorosa. À erudita, com sua beleza e virtuosidade intrínsecas, somam-se aquelas joias, tão nossas conhecidas, da Música Popular Brasileira, e outras tantas do nosso cancioneiro regionalista. E para curtir, com humor, essa etapa da vida, ouçam a letra da música Envelhecer, cantada por Arnaldo Antunes.
Não esqueçamos, porém, de que o novo não pode ser de plano descartado. Há que se vê-lo, ouvi-lo, senti-lo para, só então, descartá-lo ou incorporá-lo. Muito provavelmente, se assim os menos jovens receberem o novo, terão melhores condições de entendê-lo e, por conseguinte, orientar os mais novos sobre a importância dos movimentos e ideias que surgem de um dia para o outro.
E esse grupo poderoso (alguém duvida?), que o diga a indústria do turismo, ainda tem a comemorar o seu dia.
Portanto, viva o 1º de Outubro!
Viva o Dia dos Menos Jovens!
 
Ah! E, se sobrar um tempinho, curtam ainda, com intensidade, um afeto que pode perdurar por muuuuuito tempo!
Assistam ao vídeo que virou hit no iTunes e inspirem-se!
 
 
 
 
 
 

 
 
Gilberto Gil – Pela Internet
 
 
Arnaldo Antunes – Envelhecer – Acústico MTV
 
 
Viúvo faz música para amada e vira hit no iTunes
 
 
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 31 de julho de 2012





HÁ QUE TER PAIXÃO! 

Quase quatro horas de espetáculo! Parabéns a quem planejou, a quem organizou, a quem tornou realidade todos os instantes que se seguiram a partir do toque do sino inicial, sino de 27 toneladas. A começar pelo seu organizador, o diretor de cinema Daniel “Danny” Boyle, conceituado, reconhecido e laureado diretor que recebeu a estatueta pelo filme Quem Quer Ser Um Milionário?

E a Rainha? Lá permaneceu firme, do alto de seus 86 anos, reinando como sempre com sobriedade sobre seus súditos a aplaudi-la com reverência.

A evolução da sociedade britânica, desde os seus primórdios, foi contada, realisticamente, através de montagens perfeitas, com figurantes perfeitos, embora não atores, perpassando imagens de grande impacto sobre uma assistência atenta. Todas as agruras sofridas pela sociedade inglesa durante séculos, produto da Revolução Industrial, foram ali expressas. Por outro lado, toda a pujança artística e cultural de seu povo esteve presente desde o ato da abertura até o seu fechamento.

A Tempestade de Shakespeare, explorada através da fala de Caliban, onde se misturam elementos próprios do universo medieval com elementos que tem origem na reflexão histórica e social e na ciência política, próprios do Renascimento, acrescida de o Pandemônio, do Paraíso Perdido de John Milton, traçaram um roteiro inteligente ao evento como um todo. Um verdadeiro passeio pela História da Ilha com seus grandes nomes em diversas áreas de atuação e em diversos momentos históricos.

Poder-se-ia ficar a descrever, por páginas e páginas, o espetáculo de abertura dos Jogos Olímpicos de 2012. Não é esse o tema central dessa crônica. Aqui, é apenas importante como pano de fundo para o que se pretende abordar.

O que se quer é enfatizar a idade cronológica dos principais partícipes do espetáculo em questão. A começar pela Rainha, passando pelo organizador do evento, chegando a Sir Stephen “Steve” Geoffrey Redgrave, dono de 5 medalhas de ouro no remo, que foi quem carregou, correndo, por um bom trecho, a tocha olímpica até o palco do Estádio Olímpico de Stratford. Nenhum deles com menos de 50 anos. Alguns, com bem mais idade.

E como ápice da disposição, da paixão pelo que faz, assistimos Sir James Paul McCartney, do alto de seus 70 anos, cantando, com uma empolgação poucas vezes observada, sua famosa Jude. Aliás, hoje, já um patrimônio de todos, tanto os de sua época, quanto os jovens atuais.

Aqui, também em terras brasileiras, nossos ídolos de ontem ainda permanecem arrastando multidões. Muitos integrantes da Jovem Guarda, capitaneados pelo Rei Roberto Carlos, outros tantos cantores famosos da MPB, bem como nossos reconhecidos sambistas de décadas passadas, atores e atrizes conhecidíssimos, grandes humoristas e inúmeros escritores estão ainda em atividade.

O que os move? A paixão pelo que fazem: a paixão por viver. Um dos melhores exemplos é o maior arquiteto das curvas, Oscar Niemeyer que, com 104 anos de idade, aceitou o convite para elaborar o projeto arquitetônico de um grande Centro de Eventos, que nossa Porto Alegre está a merecer.

Isso se chama paixão, aquela chama que irrompe a cada amanhecer e que o mantém “vivo” e atuante pelos anos afora. Tão vivo ao ponto de aceitar o desafio de elaborar mais um projeto que, com certeza, lhe deu nova motivação nas suas atividades para os próximos meses, ou para os próximos anos.

Assim também, o criador do World Wide Web e Diretor do World Wide Web Consertium, Sir Timothy John Berners-Lee, ou simplesmente Tim Berners-Lee, físico britânico, cientista da computação e professor do MIT, responsável pela revolução Digital, iniciada ainda na década de oitenta, esteve presente na Abertura dos Jogos Olímpicos e, com certeza, também encara, com paixão, cada dia que desponta.

Aliás, a crônica do Dr. José Camargo, publicada em ZH de 21 de julho, próximo passado, bem atesta o que na realidade conta. O que importa é a lucidez, a autonomia, a determinação e o bom humor. Não seria demais acrescentar aquele ingrediente que os torna plenamente inseridos no momento em que vivem: a capacidade de atualizar-se. Na frase extraída da referida crônica, temos o exemplo do que é sentir paixão pela vida. Dona Vanda, de 89 anos, participou da cena que segue.

Aí vai:



“Quando fomos apresentados com a observação de que eu deveria operá-la, e ela sentou-se ao meu lado, elegante e perfumada, arrisquei perguntar-lhe:

-“Posso pegar na sua mão?” E ela prontamente:

-“Claro, e se eu quiser ir adiante, topas?”





Lembramos que a própria letra de Hey Jude diz a certa altura:


“Ei, Jude, comece

Você está esperando por alguém com quem realizar as coisas.

E você não sabe que é somente você?

Ei, Jude, você consegue

O movimento que você precisa está nos seus ombros

Na na na na na na na na ...





Então, pra terminar, uma pequena poesia que retrata a importância de se fazer com emoção, de se viver com paixão.


ÉS TUDO

Navegas em mim a cada dia.

Se me faltasses, perder-me-ia de mim.

Nem mais saberia por que aqui restaria,

Se já não mais contigo contasse por um dia.

Gracias por tua presença que meus atos ilumina,

Que me aquece, me conduz, me incentiva.

No entreabrir-se do amanhecer, no arrebol do entardecer,

Me seguras pela mão e plantas um novo sonho a cada anoitecer.

Com nova plumagem a cada raiar do dia,

Sinto-me capaz de novamente, e de novo, recomeçar.

E a cada nova ação, abro a caixa cheia de ti.

E renovo contigo meu estoque deste fazer com emoção.

Obrigada, PAIXÃO!






 

Roberto Carlos em Jerusalém – abertura

 
Chico Buarque de Holanda – Voltei a Cantar, Mambembe e Dura na Queda (Carioca ao Vivo)
 
 

 

 
Gilberto Gil – Pela Internet

 
Reportagens: